A importância da educação transcende ao que lhe tem sido
atribuído, face ao imediatismo dos objetivos que os métodos aplicados
perseguem.
A falta de estrutura moral do educador - isto é, o
equilíbrio psicológico e afetivo, as noções de responsabilidade e dever, a
abnegação em favor do aprendiz, a paciência para repetir a lição até impregnar
o ouvinte, sem irritação nem reprimenda, e o amor - constitui fator adverso ao
êxito do empreendimento que é base de vida na construção do homem integral.
Quando se educa, são canalizados os valores latentes no
indivíduo para o seu progresso, fornecendo os recursos que facultam a
germinação dessas potências que dormem no cerne do ser.
Educar é libertar com responsabilidade e consciência de
atitudes em relação ao educando, a si mesmo, ao próximo e à Humanidade.
Quando se reprime e se impõem condicionamentos pela
violência, uma reação em cadeia provoca a irrupção da revolta que explode em
atos de agressividade que asselvaja.
A tarefa da educação é, sobretudo, de iluminação de
consciência, mediante a informação e a vivência do conhecimento que se
transmite.
Quem educa evita a manifestação da delinquência e do
desequilíbrio social, estabelecendo metas de promoção da vida.
A punição significa falência na área educativa.
A repressão representa insegurança educacional.
A reprovação demonstra fracasso metodológico.
*
O educando é material maleável, que aguarda modelagem
própria para fixar os caracteres que conduzem à perfeição.
O educador cria hábitos, estimula atitudes, desenvolve
aptidões, conduz. É o guia, hábil e gentil, ensinando sempre pela palavra e
pelo exemplo, não se cansando nunca do ministério que abraça.
A escola é o prosseguimento do lar, e este é a escola
abençoada na qual se fixam os valores condizentes com a dignidade e o
engrandecimento ético-moral do ser.
*
A educação é fenômeno presente em todas as épocas. O pajé
que ensina, o guru que orienta, o mestre que transmite lições, são educadores
diversos através dos tempos.
A verdadeira educação ocorre no íntimo do indivíduo,
sendo um processo verdadeiramente transformador.
Qual semente que sai do fruto e semelhante à vida que
esplende saindo da semente, quando os fatores são-lhe propícios, a educação é
mecanismo semelhante da vida a serviço da Vida.
É certo que o homem se apresenta imperfeito, por
enquanto, todavia é, potencialmente, perfeito, e, à educação, compete o papel
de o desenvolver.
A divina semente que n'Ele jaz, a educação põe a germinar.
Sempre se educa e se sai educado, quando se está atento e
predisposto ao ensino e à aprendizagem.
Todos somos educadores e educandos, conscientemente ou
não.
A educação, porém, há que ser integral, do homem total.
Jesus, o Educador por Excelência, prossegue, paciente,
amando-nos e educando-nos, havendo aceito apenas o título de Mestre, porque, em
verdade O é.
Joanna de Ângelis / Divaldo Franco – Livro: Momentos de meditação – Capítulo 2
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