Leia conosco nesta edição:
ü Votos de Ano Novo de um Espírita de
Leipzig
ü Advento do Espírito de Verdade
ü Poema: Irmão
ü A boa parte – Fonte Viva
ü Oramos
Leia conosco nesta edição:
ü Votos de Ano Novo de um Espírita de
Leipzig
ü Advento do Espírito de Verdade
ü Poema: Irmão
ü A boa parte – Fonte Viva
ü Oramos
Um espírita de Leipzig mandou
imprimir, em língua alemã, a seguinte mensagem, cuja tradução temos o prazer de
dar.
MEUS VOTOS DE FELIZ ANO NOVO A TODOS
OS ESPÍRITAS
E ESPIRITUALISTAS DE LEIPZIG
Também a vós que vos chamais materialistas, porque só quereis
conhecer a matéria, eu seria tentado a vos enviar os meus votos de felicidade,
mas temo que considerareis isto como uma ousadia de um estranho, que não tem o
direito de ser contado entre vós.
É diferente com os espiritualistas, que estão no mesmo terreno
que os espíritas, no que respeita à imortalidade da alma, à sua individualidade
e ao seu estado feliz ou infeliz depois da morte.
Os espiritualistas e os espíritas reconhecem em cada
homem uma alma irmã da sua e, por isto, me dão o direito de lhes enviar meus votos.
Uns e outros agradecem ao Senhor pelo ano que acaba de passar e esperam que,
sustentados por sua graça, tenham coragem para suportar a prova dos dias
aziagos e a força de trabalhar o seu aperfeiçoamento, domando as más paixões.
A vós, caros espíritas, irmãos e irmãs conhecidos e desconhecidos,
eu vos desejo particularmente um ano feliz, porque recebestes de Deus, para a
vossa peregrinação terrena, um grande apoio no Espiritismo. A religião a todos
veio trazer a fé, e bem-aventurados os que a conservaram. Infelizmente, ela
está extinta num grande número; é por isso que Deus envia uma nova arma para
combater a incredulidade, o orgulho e o egoísmo, que tomam proporções cada vez
maiores. Essa arma nova é a comunicação com os Espíritos; por ela temos a fé,
porque nos dá a certeza da vida da alma e nos permite lançar um olhar na outra
vida; reconhecemos, assim, a vaidade da felicidade terrestre, e temos a solução
das dificuldades que nos faziam duvidar de tudo, mesmo da existência de Deus.
Disse Jesus aos seus discípulos: “Muitas coisas teria ainda
a vos dizer, mas não o poderíeis suportar”. Hoje, tendo a Humanidade
progredido, pode compreendê-las. Eis por que Deus nos deu a ciência do
Espiritismo, e a prova de que a Humanidade está madura para esta ciência, é que
esta ciência existe. É inútil negar e zombar, como outrora era inútil negar e
zombar dos fatos adiantados por Copérnico e Galileu. Então esses fatos eram tão
pouco conhecidos quanto o são agora os do mundo dos Espíritos.
Como outrora, os primeiros opositores são os sábios, até
o dia em que, vendo-se isolados, reconhecerão humildemente que as novas descobertas,
como o vapor, a eletricidade e o magnetismo, que outrora eram desconhecidos,
não são a última palavra das leis da Natureza. Serão responsáveis perante as
gerações futuras por não terem acolhido a ciência nova como uma irmã das
outras, e por tê-la repelido como loucura.
É verdade que ela não ensina nada de novo proclamando a vida da alma, pois o Cristo já falou dela; mas o Espiritismo levanta todas as dúvidas e lança uma nova luz sobre esta questão. Entretanto, guardemo-nos de considerar como inúteis os ensinamentos do Cristianismo, e de os crer substituídos pelo Espiritismo; ao contrário, fortifiquemo-nos na fonte das verdades cristãs, para as quais o Espiritismo não é senão um novo facho, a fim de que nossa inteligência e nosso orgulho não nos desencaminhem. O Espiritismo nos ensina, antes de qualquer coisa, que “Sem o amor e a caridade, não há felicidade”, isto é, que devemos amar ao próximo como a nós mesmos. Apoiando-se nesta verdade cristã, ele abre o caminho para a realização desta palavra do Cristo: “Um só rebanho e um só pastor”.
Assim, pois, caros irmãos e irmãs espíritas, permiti que,
aos meus votos pelo Ano Novo, eu ainda junte esta prece: Que jamais abuseis do
poder de comunicação com o mundo espiritual.
Não esqueçamos que, conforme a lei sobre a qual repousam
nossas relações com os Espíritos, os maus não estão excluídos das comunicações.
Se é difícil constatar a identidade de um Espírito que não conhecemos, é fácil
distinguir os bons dos maus. Estes podem ocultar-se sob a máscara da
hipocrisia, mas um bom espírita sempre os reconhece; eis por que não devemos
ocupar-nos dessas coisas levianamente, porque podemos nos tornar joguete de Espíritos
maus, embora inteligentes, como por vezes são encontrados no mundo dos
encarnados. Se compararmos nossas comunicações com as que são obtidas nas
reuniões dos espíritas fervorosos e sinceros, logo saberemos reconhecer se
estamos no bom caminho. Os Espíritos elevados se fazem reconhecer por sua linguagem,
que é a mesma em toda parte, sempre de acordo com o Evangelho e a razão humana.
O meio de se preservar dos Espíritos maus é, primeiramente,
fazer uma prece sincera a Deus; em segundo lugar, jamais empregar o Espiritismo
para as coisas materiais. Os Espíritos maus estão sempre prontos a satisfazer a
todos os pedidos e, por vezes, se dizem coisas justas, geralmente enganam com
intenção ou por ignorância, porque os Espíritos inferiores não sabem mais do
que sabiam na sua existência terrestre. Os Espíritos bons, ao contrário, nos
ajudam em nossos esforços a nos melhorarmos e nos dão a conhecer a vida
espiritual, a fim de que possamos assimilá-la à nossa. Tal o objetivo para onde
devem tender todos os espíritas sinceros.
Adolf, conde Poninski - Leipzig, 1o de janeiro de 1868
Fonte: Revista Espírita – fevereiro/1868
“Maria escolheu a boa parte, que não lhe será tirada”. Jesus (Lucas, 10:42)
Não te esqueças da “boa parte” que
reside em todas as criaturas e em todas as coisas.
O fogo destrói, mas transporta consigo
o elemento purificador.
A pedra é contundente, mas consolida a
segurança.
A ventania açoita impiedosa, todavia,
ajuda a renovação.
A enxurrada é imundície, entretanto,
costuma carrear o adubo indispensável à sementeira vitoriosa.
Assim também há criaturas que, em se
revelando negativas em determinados setores da luta humana, são extremamente
valiosas em outros.
A apreciação unilateral é sempre
ruinosa.
A imperfeição completa, tanto quanto a
perfeição integral, não existem no plano em que evoluímos.
O criminoso, acusado por toda a gente,
amanhã pode ser o enfermeiro que te estende o copo d’água.
O companheiro, no qual descobres agora
uma faixa de trevas, pode ser depois o irmão sublimado que te convida ao bom
exemplo.
A tempestade da hora em que vivemos é,
muitas vezes, a fonte do bem-estar das horas que vamos viver.
Busquemos o lado melhor das situações,
dos acontecimentos e das pessoas.
“Maria escolheu a boa parte, que não
lhe será tirada” — disse-nos o Senhor.
Assimilemos a essência da divina
lição.
Quem procura a “boa parte” e nela se
detém, recolhe no campo da vida o tesouro espiritual que jamais lhe será
roubado.
Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 032
Senhor, neste ano que se inicia...
“Não te pedimos a isenção das provas
necessárias, mas apelamos para sua misericórdia, a fim de que as nossas forças
consigam superá-las.
Não te rogamos a supressão dos
problemas que nos afligem a estrada; no entanto, esperamos o apoio do teu amor,
para que lhes confiramos a devida solução com base em nosso próprio esforço.
Não te solicitamos o afastamento dos
adversários que nos entravam os passos e obscurecem o caminho; todavia,
contamos com o teu amparo de modo que aprendamos a acatá-los, aproveitando-lhes
o concurso.
Não te imploramos imunidades contra as
desilusões que porventura nos firam, mas exortamos o teu auxílio a fim de que
lhes aceitemos sem rebeldia a função edificante e libertadora.
Não te suplicamos para que se nos livre
o coração de penas e lágrimas; contudo, rogamos à tua benevolência para que
venhamos a sobrestar-lhes o amargor, assimilando-lhes as lições!
Senhor, que saibamos agradecer a tua
proteção e a tua bondade nas horas de alegria e de triunfo; entretanto, que nos
dias de aflição e de fracasso, possamos sentir conosco a luz de tua vigilância e
de tua benção!”...
Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Correio Fraterno
Leia conosco:
· Elegia do Natal
· Ante o Evangelho: Advento do
Espírito de Verdade
· Poema: Lembrança do Natal – Auta de
Souza
· Lavradores – Livro: Fonte Viva
· Oração de Natal
Antes dEle tudo eram sombras de ignorância, de astúcia e
de perversidade.
O ser humano encontrava-se reduzido à condição de hilota,
estorcegando em sofrimentos inimagináveis.
O predomínio da força trabalhava em favor da hediondez e
do crime, enquanto os valores éticos permaneciam desconhecidos, e quando
identificados alguns, eram totalmente desrespeitados.
Nunca faltaram, porém, no planeta terrestre, as presenças
dos Espíritos nobres que desceram às escuras paisagens para acender a luz do
discernimento e oferecer as diretrizes da justiça.
Orgulhosos, aqueles que foram Seus contemporâneos,
fizeram-se surdos e cegos às Suas mensagens, permanecendo iludidos pela
prepotência, preferindo esmagar os povos que encontravam pela frente, sem
qualquer sentimento de humanidade ou de compaixão...
Os carros da guerra espalhavam o horror, enquanto a fome
e a hediondez campeavam à solta, esmagando vidas que não dispunham de
oportunidade de desenvolver-se.
A juventude louçã e as arbitrárias condições em que
alguns indivíduos se encontravam, deles faziam títeres e condutores insanos das
massas quase asselvajadas.
É certo que floresceram também a filosofia, as artes, o
espiritualismo e as musas desceram várias vezes do Olimpo de cada povo,
cantando a beleza, a sabedoria, a bondade e, vez que outra, o amor...
Generalizada a opressão, a sociedade podia ser dividida
em apenas três grupos: vencidos, vencedores e não conquistados...
As condições de primarismo então vigentes, tornavam a
existência humana de breve curso, durante o qual se deveria fruir de todos os
prazeres imagináveis, custassem todo e qualquer sacrifício exigido.
Honra e dignidade valiam o preço da vergonha.
Havia, sim, exceções, que constituíam oásis morais de
esperança no imenso deserto dos sentimentos.
As gerações sucediam-se enganadas e enganadoras, como
contínuas camadas de areia sopradas pelos ventos ardentes dos tempos de
desespero.
Foi nesse cenário moral torpe, embora a magia encantadora
da Natureza, que Jesus nasceu.
A sua chegada à Terra, precedida pelos cânticos
sinfônicos dos seres angélicos e dos mensageiros da paz, criou uma psicosfera
até então desconhecida, iniciando-se um período especial para a sociedade.
Espontâneo como as aragens perfumadas do amanhecer, Ele
chegou suavemente e se instalou nos corações.
Nobre como uma labareda crepitante, Ele deu início ao
incêndio que faria arder as construções do mal.
Gentil como o sorriso das flores, derramou claridades
diamantinas, vencendo a escuridão vigente.
Bom como um favo de mel, adoçou as vidas que defrontou
pelos caminhos, que passaram a cultivar a bondade e o amor em Sua memória.
Terno como a esperança, enriqueceu de alegria todos
aqueles que se Lhe acercaram.
O Seu Natal é o poema de alegria que vem dos Céus na
direção da Terra atormentada, tornando-se um hino de perene beleza, que se
sobrepõe à algazarra da zombaria e à balbúrdia do sofrimento...
Ninguém, que jamais se Lhe equipare, na forma como veio e
na maneira como permaneceu no meio da estúrdia e perturbada multidão.
A música dos seres celestes na Sua noite assinalou com
insuperável sonoridade o planeta.
É verdade que, depois dEle, ainda permaneceram idênticas
paisagens morais no mundo...
A diferença, porém, consiste no conhecimento que Ele
propiciou para que todos aqueles que desejem vida, tenham-na em abundância.
Alargou as fronteiras da vida para além da morte e fez-se
ponte para vencer o aparente abismo existente, facultando a conquista da
plenitude.
O Natal de Jesus é, desse modo, o momento culminante dos
esponsais do ser humano com a Consciência Cósmica.
A partir dessa ocasião sublime, a criatura humana passou
a dispor dos equipamentos e recursos específicos para a aquisição da
felicidade, em qualquer situação em que se encontre.
Já não lhe devem importar em demasia as coisas, a
aparência, os petrechos que ficam ao lado da disjunção cadavérica, mas os
tesouros inapreciados, que são os sentimentos edificantes, os pensamentos
ditosos, as ações amorosas.
Neste Natal, canta uma elegia de amor a Jesus,
celebrando-Lhe o aniversário com a tua transformação moral para melhor,
mantendo a tua aliança com Ele e levando-O em forma de bondade e de
misericórdia a todos aqueles que cambaleiam nas sombras da dor, da revolta e do
esquecimento social...
Comemora, pois o teu Natal, de forma diferente,
recordando-te da singela manjedoura que se transformou com Ele em um palácio
sideral.
Joanna de Angelis / Divaldo Franco – Livro: Atitudes Renovadas