sábado, 8 de janeiro de 2022

Mais Luz - Edição nº02

 Leia e reflita conosco em mais uma edição do nosso boletim:

 

·        Dever e liberdade

·        Ante o Evangelho: O dever

·        Ide e fazei - Poema

·        Guardemos o cuidado

·        Prece por libertação

 

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Dever e liberdade


Quem é que, nas horas de silêncio e recolhimento, nunca interrogou à natureza e ao seu próprio coração, perguntando-­lhes o segredo das coisas, o porquê da vida, a razão de ser do universo? Onde está aquele que jamais procurou conhecer seu destino, levantar o véu da morte, saber se Deus é uma ficção ou uma realidade?

Não seria um ser humano, por mais descuidado que fosse, se não tivesse considerado, algumas vezes, esses tremendos problemas. A dificuldade de os resolver, a incoerência e a multiplicidade das teorias que têm sido feitas, as deploráveis consequências que decorrem da maior parte dos sistemas já divulgados, todo esse conjunto confuso, fatigando o espírito humano, os têm relegado à indiferença e ao ceticismo.

Portanto, o homem tem necessidade do saber, da luz que esclareça, da esperança que console, da certeza que o guie e sustente. Mas tem também os meios para conhecer, a possibilidade de ver a verdade se destacar das trevas e o inundar de sua benfazeja luz.

Para isso, deve se desligar dos sistemas preconcebidos, descer ao fundo de si mesmo, ouvir a voz interior que nos fala a todos, e que os sofismas não podem enganar: a voz da razão, a voz da consciência.

Assim tenho feito. Por muito tempo refleti, meditei sobre os problemas da vida e da morte e com perseverança sondei esses profundos abismos. Dirigi à Eterna Sabedoria um ardente apelo e Ela me respondeu, como sempre responde a todos.

Com o espírito animado do amor ao bem, provas evidentes e fatos da observação direta vieram confirmar as deduções do meu pensamento, oferecer às minhas convicções uma base sólida e inabalável. Após haver duvidado, acreditei, após haver negado, vi. E a paz, a confiança e a força moral desceram em mim.

Esses são os bens que, na sinceridade de meu coração desejoso de ser útil aos meus semelhantes, venho oferecer àqueles que sofrem e se desesperam.

Jamais a necessidade de luz fez-se sentir de maneira mais imperiosa. Uma imensa transformação se opera no seio das sociedades. Após haver sido submetido, durante uma longa sequência de séculos, aos princípios da autoridade, o homem aspira cada vez mais a libertar-se de todo entrave e a dirigir a si próprio.

Ao mesmo tempo em que as instituições políticas e sociais se modificam, as crenças religiosas e a fé nos dogmas se tornam enfraquecidas. É ainda uma das consequências da liberdade em sua aplicação às coisas do pensamento e da consciência. A liberdade, em todos os domínios, tende a substituir a coação e o autoritarismo e a guiar as nações para horizontes novos. O direito de alguns torna­-se o direito de todos; mas, para que esse direito soberano esteja conforme com a justiça e traga seus frutos, é preciso que o conhecimento das leis morais venha regulamentar seu exercício.

Para que a liberdade seja fecunda, para que ofereça às ações humanas uma base certa e durável, deve ser complementada pela luz, pela sabedoria e pela verdade. A liberdade, para os homens ignorantes e viciosos, não seria como uma arma possante nas mãos da criança? A arma, nesse caso, frequentemente se volta contra aquele que a porta e o fere.

Leon Denis – Livro: O porquê da vida

sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

Guardemos o cuidado

 “... Mas nada é puro para os contaminados e infiéis”. Paulo (Tito, 1:15)

 

O homem enxerga sempre, através da visão interior.

Com as cores que usa por dentro, julga os aspectos de fora.

Pelo que sente, examina os sentimentos alheios.

Na conduta dos outros, supõe encontrar os meios e fins das ações que lhe são peculiares.

Dai, o imperativo de grande vigilância para que a nossa consciência não se contamine pelo mal.

Quando a sombra vagueia em nossa mente, não vislumbramos senão sombras em toda parte.

Junto das manifestações do amor mais puro, imaginamos alucinações carnais.

Se encontramos um companheiro trajado com louvável apuro, pensamos em vaidade.

Ante o amigo chamado à carreira pública, mentalizamos a tirania política.

Se o vizinho sabe economizar com perfeito aproveitamento da oportunidade, fixamo-lo com desconfiança e costumamos tecer longas reflexões em torno de apropriações indébitas.

Quando ouvimos um amigo na defesa justa, usando a energia que lhe compete, relegamo-lo, de imediato, à categoria dos intratáveis.

Quando a treva se estende, na intimidade de nossa vida, deploráveis alterações nos atingem os pensamentos.

Virtudes, nessas circunstâncias, jamais são vistas.

Os males, contudo, sobram sempre.

Os mais largos gestos de bênção recebem lastimáveis interpretações.

Guardemos cuidado toda vez que formos visitados pela inveja, pelo ciúme, pela suspeita ou pela maledicência.

Casos intrincados existem nos quais o silêncio é o remédio bendito e eficaz, porque, sem dúvida, cada espírito observa o caminho ou o caminheiro, segundo a visão clara ou escura de que dispõe.

 

Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 034

Prece por libertação

 


Jesus,

Mestre e Senhor!

Todos nós,

Os tutelados teus,

Vinculados ao mundo,

Estamos presos de algum modo

E quase sempre, a sós,

No caminho interior para a união com Deus,

Em sentido mais amplo e mais profundo ...

Quase todos estamos

Encadeados a problemas

Que nos compelem, dia a dia,

A trilhar, palmo a palmo, a vereda sombria

De inquietações extremas.

Somos presos, Senhor, à disciplina

Que nos faça entender a Bondade Divina,

Pela bênção da prova,

Algemados à dor que nos renova

O próprio coração;

Encarcerados comumente

Nas lutas que nos levam para a frente;

 

Conforme os teus programas

No ignorado amor com que nos amas.

Tantas vezes, Jesus, somos detidos

Em lembranças cruéis de tempos idos;

Segregados em mágoa e desalento

Nas celas de pesados desenganos;

Inibidos no impacto violento

Das aflições que surgem, de improviso,

Nos caminhos humanos;

Ou barrados, por fim,

Nas linhas curtas de aposento estreito,

Por favor da Justiça,

Na execução da lei de causa e efeito!...

É por isto, Senhor,

Que nós, os prisioneiros de mil normas,

Aos sublimes grilhões que vibram no trabalho

Com que, em silêncio, nos transformas,

Aqui estamos a rogar-te, em prece:

Faze-nos mais irmãos,

No cultivo do bem que ajuda e esquece

E auxilia-nos, Mestre, a compreender,

Mesmo quando a lição não nos agrade,

Que apenas uma chave em nossa vida

Guarda poder libertador,

A chave da humildade que nos deste

Conduzida na prática do amor!...

Maria Dolores / Chico Xavier – Livro: Caminhos de volta

quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

O CEJG deseja a todos um Feliz Ano Novo!

 






Ano Novo, homem novo



“E não vos conformeis a este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” – Paulo. (Romanos, 12:2.)
 

A chegada de um novo ano costuma representar a esperança de novas oportunidades para a Humanidade.

A possibilidade de renovar planos, sonhos e metas para os 365 dias seguintes reflete, muitas vezes, a renovação de posturas do indivíduo diante da vida, convidando-o a um olhar diferenciado e à renovação de ideais, sentimentos e ações.

As pessoas depositam esperanças no novo ano para a construção de uma nova sociedade; e compreendemos que a nova sociedade deposita, igualmente, esperanças em pessoas novas e renovadas para a mesma finalidade.

León Denis, o Filósofo do Espiritismo, apresenta-nos importante alerta sobre essa temática em seu livro Depois da morte:

[...] Para uma sociedade nova é necessário homens novos. Por isso, a educação desde a infância é de importância capital.

 Dar as boas-vindas a um novo ano representa abrir-se à possibilidade de novas experiências e aprendizagens, fortalecendo valores e transformando más inclinações em boas atitudes, ações consideradas fundamentais para a formação de “homens novos”. A educação é apontada como essencial ao processo de evolução do Espírito, por proporcionar a reforma íntima, a reorganização de sentimentos, o amadurecimento de ideias e o alinhamento existencial do indivíduo com os objetivos reencarnatórios estabelecidos.

Nesse sentido, Vinícius, pseudônimo de Pedro de Camargo, autor de várias obras espíritas de temática educativa, em seu livro O mestre na educação, sintetiza:

A vida tem uma finalidade clara e positiva, que é a evolução. Esta se processa nos seres conscientes e responsáveis mediante renovações íntimas, constantes e progressivas. Semelhante fenômeno denomina-se Educação.

Em continuidade à reflexão, ainda expressa:

[...] Do interior do homem velho cumpre tirar o homem novo, a nova mentalidade cujo objetivo será desenvolver o amor na razão direta do combate às multiformes modalidades em que o egoísmo se desdobra. [...]

O contínuo e ascendente processo de aprendizagem e desenvolvimento apresenta-se dinâmico, permeado por experiências individuais e potencializado pelos diferentes conhecimentos construídos ao longo da trajetória individual. Sob a ótica do aprimoramento espiritual, pode-se conceber a renovação íntima como a tradução dos ensinamentos de amor em atitudes compatíveis com a vivência cristã, renovando-as.

Nesse fio condutor, Emmanuel, no livro Palavras de Emmanuel, reitera o valor educativo para o desenvolvimento social e aponta-nos a relevância do investimento na alma infantil, ao questionar:

Como esperar o aprimoramento da Humanidade, sem a melhoria do Homem, e como aguardar o Homem renovado, sem o amparo à criança?

Diante de tais referências, percebe-se que as possibilidades de renovação humana não se dão apenas pela sucessão de novos anos, minudenciados em oportunidades diárias de aperfeiçoamento, mas igualmente pela sucessão de novas encarnações, zelosamente planejadas, com vistas à evolução espiritual do ser.

Similarmente, a postura da criança mediante as novas experiências reencarnatórias garante-lhe a posição de aprendiz e, consequentemente, proporciona-lhe o contínuo aprimoramento, visto que “encarnando, com o objetivo de se aperfeiçoar, o Espírito, durante esse período, é mais acessível às impressões que recebe, capazes de lhe auxiliarem o adiantamento, para o que devem contribuir os incumbidos de educá-lo”.

Nesse processo, compreende-se a tarefa da Evangelização Espírita Infantojuvenil, desde a tenra idade, como relevante ação promotora do autoaprimoramento, por meio do estudo, da prática e da difusão da Doutrina Espírita junto aos seres recém-chegados ao mundo físico que, a despeito de se encontrarem envoltos em pequena vestimenta física, surpreendem-nos com seus grandes sonhos e ideias, bem como com sua abertura aos novos ensinamentos da vida.

Conforme nos alerta Vianna de Carvalho:

[...] à Evangelização Espírita Infantojuvenil cabe a indeclinável tarefa educacional de preparar os futuros cidadãos desde cedo, habilitando-os com as sublimes ferramentas do conhecimento e do amor para o desempenho dos compromissos que lhes cumprirá atender, edificando a nova sociedade do amanhã.

Aproximar crianças e jovens da mensagem de Jesus e dos ensinamentos espíritas, instrumentalizando-os em conhecimento e amor, solidifica, indubitavelmente, as bases de sua fé raciocinada, fortalecendo-os ante os desafios e posicionamentos a que são convidados a assumir ao longo da jornada terrena.

Guillon Ribeiro considera tal aspecto como de especial seriedade e relevo, ao apresentar expressivo convite aos que abraçam a tarefa de orientação das almas infantojuvenis:

Auxiliemos a todos, favorecendo, sobretudo, a criança e o jovem a um melhor posicionamento diante da vida, em face da reencarnação.

Somente assim plasmaremos desde agora os alicerces de uma nova Humanidade para o mundo porvindouro.

Renovemo-nos, pois, em alegria e paz, nas tarefas abraçadas junto à Evangelização Espírita Infantojuvenil e nos ideais propulsores de todas as ações da vida, e inspiremo-nos, em cada dia do próximo ano, nas oportunas reflexões de Emmanuel:

Abre as portas de tua alma a tudo o que seja útil, nobre, belo e santificante, e, de braços devotados ao serviço da Boa-Nova, pela Terra regenerada e feliz, sigamos com a vanguarda dos nossos benfeitores ao encontro do Divino Amanhã.

Muita paz a todos e Feliz Ano Novo!

Departamento de Infância e Juventude / FEB

Revista Reformador – janeiro/2013

Erguer e ajudar

 “E ele, dando-lhe a mão, a levantou”. (Atos dos Apóstolos, 9:41)

Muito significativa a lição dos Atos, quando Pedro restaura a irmã Dorcas para a vida.

Não se contenta o apóstolo em pronunciar palavras lindas aos seus ouvidos, renovando-lhe as forças gerais.

Dá-lhe as mãos para que se levante.

O ensinamento é dos mais simbólicos.

Observamos muitos companheiros a se reerguerem para o conhecimento, para a alegria e para a virtude, banhados pela divina claridade do Mestre, e que podem levantar milhares de criaturas para a Esfera Superior.

Para isso, porém, não bastará a predicação pura e simples. O sermão é, realmente, um apelo sublime, do qual não prescindiu o próprio Cristo, mas não podemos esquecer que o Celeste Amigo, se doutrinou no monte, igualmente no monte multiplicou os pães para o povo esfaimado, restabelecendo-lhe o ânimo.

Nós, os que nos achávamos mortos na ignorância, e que hoje, por acréscimo da Misericórdia Infinita, já podemos desfrutar algumas bênçãos de luz, precisamos estender o serviço de socorro aos demais.

Não nos desincumbiremos, porém, da tarefa salvacionista, simplesmente pronunciando alguns discursos admiráveis.

É imprescindível usar nossas mãos nas obras do bem.

Esforço dos braços significa atividade pessoal.

Sem o empenho de nossas energias, na construção do Reino Espiritual com o Cristo, na Terra, debalde alinharemos observações excelentes em torno das preciosidades da Boa Nova ou das necessidades da redenção humana.

Encontrando o nosso irmão, caído na estrada, façamos o possível por despertá-lo com os recursos do verbo transformador, mas não olvidemos que, para trazê-lo de novo à vida construtiva, será indispensável, segundo a inesquecível lição de Pedro, estender-lhe fraternalmente as nossas mãos.

 

Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 033

Prece

 


Senhor Jesus,

Dai-nos o poder de operar a própria conversão para que o Teu Reino de Amor seja irradiado do centro de nós mesmos!

Contigo em nós, converteremos:

A treva em claridade,

A dor em alegria,

O ódio em amor,

A descrença em fé viva,

A dúvida em certeza,

A maldade em bondade,

A ignorância em compreensão e sabedoria,

A dureza em ternura,

A fraqueza em força,

O egoísmo em cântico fraterno,

O orgulho em humildade,

O torvo mal em Infinito Bem.

Sabemos, Senhor,

Que, de nós mesmos,

Somente possuímos a inferioridade

De que nos devemos desvencilhar,

Mas, unidos a Ti,

Somos galhos frutíferos na árvore dos séculos,

Que as tempestades da experiência

Jamais deceparão...

Assim, pois, Mestre amoroso,

Digna-te amparar-nos

A fim de que nos elevemos,

Ao encontro de tuas mãos sábias e compassivas,

Que nos erguerão da inutilidade,

Para o serviço da cooperação Divina,

Agora e para sempre.

Assim seja.

Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Correio Fraterno

sábado, 25 de dezembro de 2021

Mais Luz - Edição 558

 Leia conosco nesta edição:


ü Votos de Ano Novo de um Espírita de Leipzig

ü Advento do Espírito de Verdade

ü Poema: Irmão

ü A boa parte – Fonte Viva

ü Oramos


https://mailchi.mp/619a7e33c967/votos-de-ano-novo