sábado, 11 de junho de 2022

Salvação pela fé

 


“E disseram os Apóstolos ao Senhor: Aumenta-nos a fé. O Senhor respondeu: se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a este sicômoro: arranca-te e transplanta-te ao mar; e ele vos obedeceria. Qual de vós, tendo um servo ocupado na lavoura ou guardando gado, quando ele voltar do campo lhe dirá: Vem já sentar-te à mesa; e que antes não lhe dirá: Prepara-me a ceia e cinge-te e serve-me, enquanto como e bebo; e depois comerás tu e beberás. Porventura, agradecerá ao servo por ter este feito o que lhe havia ordenado"? (Lucas, XVII, 5-9.)

 

A Fé é o maior tesouro da alma.

A Fé é o grande ascensor, é a luz que ilumina os nossos destinos, enriquece a nossa inteligência e exalta o nosso coração. A Fé é o emblema da perfeição, é a insígnia do Poder.

Por isso disse Jesus a seus discípulos: “Se tivésseis Fé do tamanho de uma semente de mostarda, diríeis a este sicômoro: transplanta-te no mar, e ele vos obedeceria”.

A Fé transplanta sicômoros e transporta montanhas.

A Fé é um cabedal que valoriza a alma, como o ouro segundo o mundo, valoriza o homem.

Na esfera material o homem vale pelo que tem. Na esfera espiritual cada um vale pela Fé que possui.

Assim como acontece no mundo material, acontece no mundo moral e psíquico.

No mundo terreno aparecem os haveres terrenos; no Mundo dos Espíritos, os haveres intelectuais e espirituais.

Para se possuir legalmente haveres da Terra, é indispensável o trabalho, o raciocínio, o esforço.

Para se adquirir a verdadeira Fé, haver maior que todos os haveres da Terra, também é indispensável o trabalho, o raciocínio, o estudo o esforço.

A prosperidade, quando não vem do latrocínio, do dolo, é produto do esforço do trabalho. A prosperidade espiritual é uma conquista do Espírito humano.

Os haveres materiais se resumem no dinheiro; os haveres espirituais se caracterizam pela firmeza da Fé, que motiva e sustenta a crença.

A Fé, por isso mesmo, é o tesouro que sustenta as finanças da Esperança e da Caridade.

O dinheiro facilita o bem-estar físico. A Fé felicita o homem, não só espiritualmente, como também fisicamente.

Mas, assim como o dinheiro não se ganha sem o trabalho honesto, para que ele seja bem ganho, a Fé não se adquire sem grande esforço.

Que disse o Mestre, quando os discípulos lhe pediam lhes aumentasse a Fé?

“Eu não posso dizer que vos senteis já à mesa e que comais. Trabalhai primeiramente: preparai a ceia, isto é, trabalhai; cingi-vos, ou seja, ilustrai-vos; servi-me para aprenderdes a fazer o que eu desejo”.

A Fé não se compra nos templos de mercadores, nem nas feiras; não se dá por esmola, nem se adquire por herança.

As Graças caem dos Céus, como as chuvas; a Esperança brilha longínqua como um astro perdido no espaço infinito; a Caridade aquece, vivifica, ilumina e ampara como o Sol, mas a Fé só se obtém pelo cumprimento dos mais sagrados deveres, e, especialmente, pela aquisição de conhecimentos, pois, di-lo Allan Kardec: “Fé verdadeira é a que pode encarar a razão face a face, em qualquer época da Humanidade”. É a “Fé racionada" que o Espiritismo proporciona.

A Fé é substância, como substância é a semente de mostarda.

Todas as graças têm Deus concedido aos homens menos a Fé! Por isso se vê todas as religiões e todos os religiosos dessas religiões dotados de dons, a nos cativarem pela bondade, nos maravilharem por sua paciência, nos atraírem por sua caridade. Entretanto, em todas as religiões e entre todos os religiosos dessas religiões, notamos logo a ausência de Fé.

E por que assim acontece?

Porque a Fé não se adquire sem estudo, sem trabalho, sem o exame livre, sem o exercício do livre-arbítrio. E as religiões e os religiosos, em matéria de livre exame, de livre-arbítrio para o estudo, são como os cegos em face da luz, são como os surdos em relação aos sons: por isso não têm Fé.

Quem lhes cega o entendimento?

O dogma, o orgulho de saber, o espírito preconcebido.

Quem lhes aferroa os ouvidos?

Onde há presunção de sabedoria, dogma, não há Fé, porque o dogma se mascara com a túnica da Fé e toma, usurpa o lugar da Fé.

Poderosa é a Fé para combater o dogma, assim como transporta montanhas e transplanta sicômoros; mas a Fé não se impõe pela força, a cada um foi dada a liberdade de abater o dogma, remover essa pedra que sepulta a alma humana.

Quando o Senhor proporcionou a recuperação de Lázaro, fê-lo com “a condição de os homens removerem a pedra do sepulcro”.

A Fé não cabe num sepulcro com lápide.

***

Pediram os Apóstolos ao Senhor: “Aumentar-lhes a Fé”

Que fez o Senhor?

Propôs-lhe a parábola:

 “Qual de vós, tendo um servo ocupado na lavoura, ou guardando gado, lhe dirá quando ele voltar do campo: Vem já sentar-te à minha mesa; e que antes não lhe dirá: prepara-me a ceia, cinge-te, serve-me enquanto eu como e bebo; e depois comerás tu e beberás”?

A Fé é comida. A Fé é bebida. E assim como o comer e o beber não se obtêm sem o adquirir e o fazer, também a Fé não se conquista sem a aplicação de meios adequados à sua obtenção.

A Fé é a sabedoria consubstanciada no amor que nos conduz a Deus. Esta é a Fé que salva!

 Caibar Schutel – Livro: Parábolas e ensinos de Jesus

Renasce agora

 “Aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus”. Jesus (João, 3:3)

 

A própria Natureza apresenta preciosas lições, nesse particular. Sucedem-se os anos com matemática precisão, mas os dias são sempre novos. Dispondo, assim, de trezentas e sessenta e cinco ocasiões de aprendizado e recomeço, anualmente, quantas oportunidades de renovação moral encontrará a criatura, no abençoado período de uma existência?

Conserva do passado o que for bom e justo, belo e nobre, mas não guardes do pretérito os detritos e as sombras, ainda mesmo quando mascarados de encantador revestimento.

Faze por ti mesmo, nos domínios da tua iniciativa pela aplicação da fraternidade real, o trabalho que a tua negligência atirará fatalmente sobre os ombros de teus benfeitores e amigos espirituais.

Cada hora que surge pode ser portadora de reajustamento.

Se é possível, não deixes para depois os laços de amor e paz que podes criar agora, em substituição às pesadas algemas do desafeto.

Não é fácil quebrar antigos preceitos do mundo ou desenovelar o coração, a favor daqueles que nos ferem. Entretanto, o melhor antídoto contra os tóxicos da aversão é a nossa boa vontade, a benefício daqueles que nos odeiam ou que ainda não nos compreendem.

Enquanto nos demoramos na fortaleza defensiva, o adversário cogita de enriquecer as munições, mas se descemos à praça, desassombrados e serenos, mostrando novas disposições na luta, a ideia de acordo substitui, dentro de nós e em torno de nossos passos, a escura fermentação da guerra.

Alguém te magoa? Reinicia o esforço da boa compreensão.

Alguém te não entende? Persevera em demonstrar os intentos mais nobres.

Deixa-te reviver, cada dia, na corrente cristalina e incessante do bem.

Não olvides a assertiva do Mestre: — "Aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus."

Renasce agora em teus propósitos, deliberações e atitudes, trabalhando para superar os obstáculos que te cercam e alcançando a antecipação da vitória sobre ti mesmo, no tempo...

Mais vale auxiliar, ainda hoje, que ser auxiliado amanhã.

 

Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 056

Paz nas eleições | TSE firma acordo com entidades religiosas

 


O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, se reuniu no dia 6 de junho com representantes de entidades religiosas para firmar um acordo em prol da paz nas eleições de 2022. Hélio Ribeiro, vice-presidente doutrinário da Associação Jurídico-Espírita do Brasil (AJEBRASIL) foi o representante espírita na mesa. 

O acordo prima pela promoção de “ações de conscientização relacionadas com a tolerância política, a legitimação do pensamento divergente e a consequente exclusão da violência, como aspectos indispensáveis à preservação da paz social”. 

Em sua fala, Hélio Ribeiro recordou que aos 90 anos, Francisco Cândido Xavier, não se privou de seu direito cívico e votou, mesmo não o sendo mais obrigatório, demonstrando seu dever cívico, reforçando a todos os presentes a importância de participar do pleito. “Nas eleições deste ano, queríamos e precisamos de paz. O Brasil é de paz. É daqueles que querem a paz. Que possamos todos nós sermos artífices dela, sendo pacificadores”, comentou.

Estiveram presentes na solenidade as autoridades Maria Cláudia Bucchianeri, ministra substituta do TSE, Rogerio Schietti, ministro do STJ, Luis Felipe Vieira de Mello, ministro do TST, Paulo Gonet, vice-procurador-geral eleitoral e Augusto Aras, procurador-geral eleitoral. 

Segundo o TSE, assinaram o acordo representantes das seguintes entidades: Instituto Orí, Rede Nacional de Religiões Afro-brasileiras e Saúde (Renafro), Templo Shin Budista Terra Pura, Organização Não Governamental (ONG) EducAfro, Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Associação Jurídico-Espírita do Brasil (AjeBrasil), Associação Nacional de Juristas Evangélicos (Anajure), Associação Nacional de Entidades Adventistas do Sétimo Dia (Aneasd), ONG Visão Mundial, Confederação Israelita do Brasil (Conib) e Associação Nacional de Juristas Islâmicos (Anaji). Também assinou o termo o desembargador do Tribunal Regional Federal da 2ª Região William Douglas, na condição de escritor e pensador.

Campanha Pela Paz no Mundo

A Federação Espírita Brasileira desenvolve a campanha Pela paz no mundo. À luz do Espiritismo, os deveres cívicos devem ser desempenhados em conformidade com os ideais de paz e convivência fraterna, que caracterizam a conduta caridosa uns para com os outros, independe de qualquer vinculação partidária ou religiosa. A Paz é mais que uma escolha, é uma atitude.

Fonte: Portal FEBnet

sábado, 4 de junho de 2022

Mais Luz - Edição 581 - 05/06/2022

 Confira nesta edição:

 

  • Espiritismo explicando
  • Ante o Evangelho: Aquele que se eleva será rebaixado
  • Poema: Sem ouro
  • Elucidações – Fonte Viva/55
  • Oração do Campo Terrestre ao Semeador Juvenil

 

Clique: https://mailchi.mp/860441e104e4/espiritismo-explicando

quinta-feira, 2 de junho de 2022

Espiritismo explicando


Reunião pública de 3-2-61 - 1ª Parte, cap. I, item 14

 

Indagavas quanto ao Grande Porvir.

A Doutrina Espírita sossegou-te as ânsias, explicando que te encontras provisoriamente no mundo, a serviço do próprio burilamento, para a imortalidade vitoriosa.

*

Perguntavas sobre os amargos desajustes entre corpo e alma, quando a enfermidade ou a mutilação aparece.

A Doutrina Espírita asserenou-te a aflitiva contenda íntima, explicando que a individualidade eterna se utiliza, temporariamente, de um corpo imperfeito, como alguém que se vale de instrumento determinado para determinada tarefa de corrigenda a si mesmo.

*

Inquirias com respeito à finalidade dos problemas domésticos.

A Doutrina Espírita harmonizou-te o pensamento, explicando que o lar é instituto de regeneração e de amor, onde retomas a convivência dos amigos e desafetos das existências passadas, para a construção do futuro melhor.

*

Interrogavas em torno dos entes amados, além do túmulo.

A Doutrina Espírita dissipou-te as dúvidas, explicando que o sepulcro não é o fim, tanto quanto o berço não é o princípio, e que toda criatura, ao desenfaixar-se dos laços físicos, prossegue na marcha de aprimoramento e ascensão, do ponto em que se achava na Terra.

*

Interpelavas o campo religioso, acerca da Justiça Divina.

A Doutrina Espírita suprimiu-te a inquietação, explicando que Deus não concede privilégios e que, em qualquer estância do Universo, a alma recebe, inelutavelmente, da vida o bem ou o mal que dá de si própria.

*

Torturavas a mente, qual se devesses respirar em cárcere de mistério, toda vez que cogitavas das questões transcendentes da fé.

A Doutrina Espírita acalmou-te, explicando que ninguém pode violentar os outros, em matéria de crença, acentuando, porém, que toda fé, para nutrir-se de luz, deve ser raciocinada, em bases de lógica, porquanto, diante das Leis divinas, cada consciência é responsável pelos próprios destinos.

*

É necessário valorizar a Doutrina que, generosamente, nos valoriza. Sustentar-lhe a integridade e a pureza, perante Jesus que a chancela, é procurar o nosso aperfeiçoamento e trabalhar por nossa união.

Emmanuel / Chico Xavier – Livro:  Justiça Divina 

Elucidações

 “Porque não pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus.” Paulo (II Coríntios, 4:5)

Nós, os aprendizes da Boa Nova, quando em verdadeira comunhão com o Senhor, não podemos desconhecer a necessidade de retraimento da nossa individualidade, a fim de projetarmos para a multidão, com o proveito desejável, os ensinamentos do Mestre.

Em assuntos da vida cristã, propriamente considerada as únicas paixões justificáveis são as de aprender, ajudar e servir, porquanto sabemos que o Cristo é o Grande Planificador das nossas realizações.

Se recordarmos que a supervisão dele age sempre em favor de quanto possamos produzir de melhor, viveremos atentos ao trabalho que nos toque, convencidos de que a sua pronunciação permanece invariável nas circunstâncias da vida.

A nossa preocupação fundamental, em qualquer parte, portanto, deve ser a da prestação de serviço em Seu Nome, compreendendo que a pregação de nós mesmos, com a propaganda dos particularismos peculiares à nossa personalidade, será a simples interferência do nosso "eu" em obras da vida eterna que se reportam ao Reino de Deus.

Escrevendo aos coríntios, Paulo define a posição dele e dos demais apóstolos, como sendo a de servidores da comunidade por amor a Jesus. Não existe indicação mais clara das funções que nos cabem.

A chefia do Divino Mestre está sempre mais viva e a programação geral dos serviços reservados aos discípulos de todas as condições permanece estruturada em seu Evangelho de Sabedoria e de Amor.

Procuremos as bases do Cristo para não agirmos em vão.

Ajustemo-nos à consciência do Grande Renovador, a fim de não sermos tentados pelos nossos impulsos de dominação, porque, em todos os climas e situações, o companheiro da Boa Nova é convidado, chamado e constrangido a servir.

Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 055

Oração do Campo Terrestre ao Semeador Juvenil

 


Sou a Terra fecunda que o Senhor te confiou à esperança...

Muitos guerreiam, disputando-me a posse, encharcando-me de sangue e pranto, quando não me transformam em ossuários perdidos nas trevas, enquanto muitos outros, ainda, adormecem, desprevenidos, sobre o meu seio, afirmando-se necessitados e desditosos, quando bastaria me revolvessem com atenção para senhorearem os tesouros que lhes reservo.

Sou o campo de trabalho, em que Deus te situou o berço e o lar, o templo e a escola.

Guardo comigo as lágrimas dos lavradores que me buscaram antes de ti e amealharei teu suor em forma de bênçãos.

Não me relegues ao abandono, para que o tempo não escarneça de tua passagem.

Agora que o dia alvorece para as tuas mãos juvenis, lembra-te de que a glória solar começa ao amanhecer...

Dá-me, assim, teu coração para que eu te dê minha vida.

Não me firas debalde com a lâmina do verbo vazio e inoperante. Confia-me as sementes do ideal superior, na tarefa digna a que fomos chamados, e retribuir-te-ei o devotamento com o ouro da experiência e com o valor da lição.

Compadece-te do trabalhador que treme na velhice, porque o inverno da carne, amanhã, te baterá igualmente à porta, e ajuda aos companheiros humildes da retaguarda, sem olvidar que o Celeste Semeador, mensageiro das verdades eternas, nasceu na Manjedoura e avançou para a ressurreição, através da Cruz.

Guia teu arado no bem dos semelhantes e milagres de amor colherás de meu sulco.

Livra-me dos vermes da ociosidade e sustentar-te-ei na extinção das pragas da miséria e da ignorância.

Não me condenes à erva sufocante da vaidade e do orgulho e dar-te-ei as riquezas da vida simples.

Auxilia-me com boa vontade para que eu te sirva sem descanso.

Recorda que o esplendor do dia, no mundo, invariavelmente, cede lugar à sombra...

Mas, se te consagras ao plantio da luz, a noite surgirá para, teus olhos, resplendente de estrelas, anunciando-te o Excelso Despertar.

Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Correio fraterno

Espiritismo e Esperanto - Campanha CEJG

 


sábado, 28 de maio de 2022

Mais Luz - Edição 580 - 29/05/2022

 Venha conferir nesta edição: 

  • Poluição e Psicosfera - Joanna de Ângelis
  • Ante o Evangelho: O verdadeiro cilício
  • Poema: Ao sol do campo (Auta de Souza)
  • Procuremos com zelo – Fonte Viva – 54
  • Orando cada dia - Meimei

 

https://mailchi.mp/c6d1071f510f/boletim-mais-luz

Poluição e Psicosfera


 

Ecólogos de todo o mundo preocupam-se, na atualidade, com a poluição devastadora, que resulta dos detritos superlativos que são atirados nos oceanos, nos rios, lagos e “terras inúteis” circunjacentes às grandes metrópoles, como o tributo pago pelo conforto e pelas conquistas tecnológicas, desde os urgentes ingredientes e artefatos para a sobrevivência, às indústrias bélicas, às de explorações novas, às “de inutilidade” que atiram centenas de milhões de toneladas de lixo, óleos e resíduos em todo lugar.

Além dessas, convém recordarmos a de natureza sonora, dos centros urbanos, produzindo distonias graves e contínuas...

Os mais pessimistas, porém, preveem a possível destruição da vida vegetal, animal e hominal como efeito dos excessivos restos produzidos pelos engenhos de que o homem se utiliza, e logo o esmagarão após transformar a Terra num caos...

Mais grave, demonstram os técnicos no assunto importante, é a poluição atmosférica, graças às substâncias venenosas que são expelidas pelas fábricas em forma de resíduos, pelos motores de explosão a se multiplicarem fantástica, insaciavelmente, e os inseticidas usados para a agricultura...

Voluptuoso e desconsertado por desvarios múltiplos do homem, as máquinas avançam, dirigidas pela inconcebível ganância, desbastando reservas florestais e influindo climatericamente com transformações penosas nas regiões, então, vencidas...

O espectro de calamidades não imaginadas ronda e domina com segurança muitos departamentos ambientais ora reduzidos à aridez...

Cifras assustadoras denotam o quanto se desperdiça na inutilidade — embora a elevada estatística chocante dos que se estorcegam na mais ínfima miséria, rebolcando-se na coleta dos montes de lixo, à cata de destroços de que possam retirar o mínimo para sobreviver! —, comprovando que no galvanizar das paixões, o homem moderno, à semelhança de Narciso, continua a contemplar a imagem refletida nas águas perigosas da vaidade e do egoísmo em que logo poderá asfixiar-se, inerme ou desesperado. No entanto, irrefletido, impõe-se exigências dispensáveis, a que se escraviza, complicando a própria e a situação dos demais usuários dos recursos da generosa mãe-Terra.

Nesse panorama deprimente, e para sanar alguns dos males imediatos e outros do futuro, sugestões e programas hão surgido preocupando as autoridades responsáveis pelos Organismos Mundiais, no sentido de serem tomadas providências coletivas e salvadoras urgentes. Algumas já estão sendo postas em prática, embora em número reduzido, tais o reflorestamento; a ausência de tráfego com motores de explosão em algumas cidades uma vez por semana; a tentativa da industrialização do lixo, com aproveitamento de energia, adubos e outros; controle no uso de pesticidas na lavoura; técnicas não poluentes com o fim de gerar energia; as áreas verdes nas cidades; a segurança por meio de controle das experiências nucleares, a fim de ser evitada a contaminação ...

Afirma-se que por onde o homem e a civilização passam ficam os sinais danosos da sua jornada, em forma de aridez, destruição e morte.

As grandes Nações materialmente, estruturadas e guindadas ao ápice pela previsão futurológica de mentes e computadores que prometiam tudo resolver, fazendo soberbas e vãs as criaturas, foram surpreendidas, há pouco, pelas consequências gerais da própria impetuosidade, no resultado da guerra no Oriente Médio, fazendo-as parar e modificando, em muitas delas, as estruturas e programas, previsões e soberania pelas exigências do deus petróleo em que estabeleceram as bases do seu poderio e das suas glórias, decepcionadas, atônitas...

Algumas tiveram a economia abalada, padecendo crises que resultaram do gravame geral, modificando a política interna e externa, num atestado de nulidade quanto aos compromissos humanos assumidos, à segurança e precariedade das humanas forças.

Como resultado, apressam-se as negociações internacionais por acordos diplomáticos e conchavos político-econômicos, enquanto a fome, campeando desassombradamente, confirma a falência dos cálculos e das fantasias materialistas, visivelmente perturbadas no testemunho dos seus líderes em convulsas transações com que tentam reequilibrar o poderio avassalado, quando, não, perdido...

O poder de um dia, qual efêmera glória, sempre muda de mão e local, fazendo oscilarem, mudarem de rumo os interesses e as supostas proteções, fruto, indubitavelmente, de uma poluição descuidada — a de natureza moral!

A força e a grandeza de alguns povos até há pouco mandatários da Terra cederam lugar aos potentados reais, que se demoravam desconsiderados e as exigências da fome ameaçadora e voraz os situou como as legítimas potências que são disputadas, após o deus negro: o arroz, o trigo, o milho e o sorgo cujos celeiros, quase vazios no mundo, deles necessitam com urgência para a sobrevivência dos seres.

Todavia, o homem ingere e disparte mais terrível poluição, venenosa quão irrefreável graças ao cultivo de lamentáveis atitudes em que persevera e se compraz: referimo-nos à poluição mental que interfere na ecologia psicosférica da vida inteligente, intoxicando de dentro para fora e desarticulando de fora para dentro.

Estando a Terra vitimada pelo entrechoque de vibrações, ondas e mentes em desalinho, como decorrência do desamor, das ambições desenfreadas, dos ódios sistemáticos, as funestas consequências se fazem presentes não apenas nas guerras externas e destrutivas, mas também nas rudes batalhas no lar, na família, no trabalho, nas ruas da comunidade, no comportamento. Intoxicado pela ira, vencido pelo desespero que agasalha, foge na direção dos prazeres selvagens nos quais procura relaxar tensões, adquirindo mais altas cargas de desequilíbrio em que se debate.

A poluição mental campeia livre, favorecendo o desbordar daquela de natureza moral, fator primacial para as outras que são visíveis e assustadoras.

O programa, no entanto, para o saneamento de tão perigoso estado de coisas, já foi apresentado por Jesus, o Sublime Ecólogo que em a Natureza, preservando-a, abençoando-a, dela se utilizou, apresentando os métodos e técnicas da felicidade, da sobrevivência ditosa nos incomparáveis discursos e realizações de que inundou a História, estabelecendo as bases para o reino de amor e harmonia, sem fim, sem dores, sem apreensões...

Nunca reagiu o Mestre — sempre agiu com sabedoria.

Jamais se permitiu ferir — deixou-se, porém, crucificar.

Nenhuma agressão de Sua parte — facultou-se, no entanto, ser agredido.

Por onde passou, deixou concessões de esperança, bálsamo de reconforto, amenidade e paz.

Seus caminhos ficaram floridos pelas alegrias e abençoados pelos frutos da saúde renovada.

Rei Solar, fez-se servo humilde de todos, mantendo-se inatingido, embora o ambiente em que veio construir a Vida Nova para os tempos futuros...

Repassa-Lhe a sublime trajetória.

Busca-O!

Faze uma pausa na terrível conjuntura em que te encontras e recorda-O.

Para toda enfermidade, Ele tem a eficiente terapia; para as calamidades destes dias, Ele tem a solução.

Ama e serve, portanto, como possas, quanto possas, quando possas.

A Terra sairá do caos que a absorve e voltarão o ar puro, a água cristalina, a relva repousante, o trinar dos pássaros, o fulgor do sol e o faiscar das estrelas em nome do Pai Criador e de Jesus, o Salvador Perene de todos nós.

Joanna de Angelis/Divaldo Franco – Livro: Após a Tempestade...