sábado, 18 de junho de 2022

Mais Luz - Edição 583 - 19/06/2022

Confira nesta edição:

  • Evangelização espírita de crianças e jovens na FEB: *108 anos de verdadeira luz
  • Ante o Evangelho: Simplicidade e pureza de coração
  • Mensagem da Semana: Apóstolos - Fonte Viva
  • Poema - VidaEdmundo Xavier de Barros
  • Mestre e Senhor - Oração

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quinta-feira, 16 de junho de 2022

Evangelização espírita de crianças e jovens na FEB

*108 anos de verdadeira luz


Foi aos 14 de junho de 1914, na Sede Histórica da Federação Espírita Brasileira (FEB), situada na Av. Passos, 30, no Rio de Janeiro, então sob a gestão do presidente Dr. Aristides Spínola (1850-1925) e do vice-presidente Pedro Richard (1858-1914), que se inaugurou a Escola Dominical de Doutrina Cristã, evento a ser comemorado por todo o Movimento Espírita brasileiro, sob as inspirações e bênçãos de Jesus e Ismael. O ensejo foi motivo de grande júbilo para os corações que lá estavam: “[...] o ambiente se achava repleto de crianças desencarnadas, entoando hinos de alegria e de louvor a Deus, ao som de música celestial”.¹

Iniciava-se, na Casa de Ismael, para as crianças e, anos mais tarde, para os adolescentes, a grande tarefa da evangelização, que é importantíssima dentre as atividades desenvolvidas pelas instituições espíritas, no afã de prepará-los para receber os ensinamentos sobre os princípios fundamentais do Espiritismo, que lhes permitam compreender e aplicar os conhecimentos doutrinários e a moral evangélica pregada pelo Cristo.

Desde a sua fundação, em 1° de janeiro de 1884, a Federação Espírita Brasileira jamais deixou de pensar nos cuidados com a formação moral da criança e do jovem, apenas aguardava o momento propício de levar a efeito esse nobilíssimo projeto. Considerando que a primeira providência deveria ser a divulgação de livros infantis, a FEB publicou, em 1901, a obra do Espírito Bittencourt Sampaio (1834-1895): De Jesus para as crianças.

O expoente trabalhador da seara do Mestre, entre outras produções espirituais de sua autoria, transmitiu o texto do sugestivo livro, por meio da psicografia do médium Frederico Pereira da Silva Júnior (1858-1914), contribuindo para o êxito do futuro tentame, conforme registros do ano de seu lançamento.²

Entre os servidores que legaram exemplos de perseverança entusiasta e ardorosa em favor da evangelização está Antônio Lima (1864-1946), considerado um dos pioneiros do ensino espírita-cristão à criança no Brasil. Em janeiro de 1904, foi criada uma seção em Reformador, denominada “Diálogos”, onde o autor “desenvolvia sugestivas e atraentes historietas, nos moldes didáticos dos melhores educadores”.³

Antônio Lima, no ano do Centenário Kardequiano, em 31 de dezembro de 1904, proferiu importante conferência sobre a “Educação da Infância sob o ponto de vista espírita”. Em 1915, a FEB publica o seu livro Espiritismo na infância, esgotando-se rapidamente os exemplares.

Em pouco tempo, o movimento iniciado pela Casa de Ismael em 1914 se expandiu para todo o País com a criação de novos agrupamentos de evangelização para a infância, tornando-se a proposta vitoriosa bem como sua colheita de excelentes frutos. “Em meados de 1932, cerca de 50 Grupos, Asilos, Centros, Federações”,4 todos seguidores do modelo de ensino sugerido pela FEB, mantinham aulas de educação moral-cristã desempenhando a abençoada tarefa de formar os futuros espíritas, que haveriam de continuar o trabalho de amor ao próximo entre as criaturas. Os registros históricos, nesse período, apontam uma pequena interrupção no funcionamento do núcleo de evangelização infantil da FEB, sobretudo em função da carência de trabalhadores para execução das tarefas junto às crianças.

Em maio de 1946, o abnegado confrade Dr. Carlos Lomba (1886-1958) assume a direção da Escola de Evangelho, que há muito vinha sendo denominada dessa forma, em substituição ao nome dado anteriormente: Escola Dominical de Doutrina Cristã. O preclaro obreiro, que a meninada carinhosamente chamava “vovô Lomba”, dedicou-se com fervor ao trabalho desse importante setor e, em sua gestão, muitas foram as providências apropriadas para o engrandecimento e a qualidade das atividades que melhor atendessem às necessidades pedagógicas das crianças. Entre elas, o lançamento, em dezembro de 1950, do “Programa de Ensino para as Escolas de Evangelho segundo a Doutrina Espírita”, encaminhado a todas as instituições que ministravam aulas desse gênero, conforme se tinha notícia na ocasião. Nessa época, já funcionava o Departamento de Infância e Juventude (DIJ) da FEB, responsável pela elaboração da proposta, aprovada pelo Conselho Federativo Nacional, a qual recomendava às Sociedades Espíritas que adotassem o referido Programa, como preceituado no item 29, dos “Preceitos Gerais – Pró-Unificação do Espiritismo Nacional”. O Programa estabelecia a estrutura e o funcionamento das aulas a serem ministradas, separando as crianças por idades e ciclos.5

Em 1951, “a antiga Escola Dominical de Doutrina Cristã da FEB, que há muito vinha sendo carinhosamente chamada Escola de Evangelho da Federação”,6 passou a ser denominada “Escola de Evangelho Maria de Nazaré”, constituindo-se em manancial de preciosas oportunidades no trato dos assuntos evangélico-doutrinários da infância e juventude. Com o afastamento do Dr. Lomba, após 9 anos de trabalhos ininterruptos, o grupo da juventude, a partir de 1954, e ao longo dos anos 60, assessorou a Secretaria de Assuntos Infantis, órgão auxiliar do DIJ, colaborando para continuidade dos trabalhos de organização e operacionalização da Escola.6

Nesse período, assume a direção do DIJ o saudoso companheiro Alberto Nogueira da Gama (1918-2003), que se devotou ao serviço com afinco e denodo.

Em dezembro de 1975, reativou-se o Departamento de Infância e Juventude, sendo nomeada como diretora Maria Cecília Paiva Barros (1912-1995), cargo que ocupou até 1980, quando passou a exercer a vice-presidência da Casa de Ismael. Valiosas foram as contribuições trazidas pela digníssima companheira e seus dedicados auxiliares. Juntos, promoveram encontros e seminários, reunindo representantes do Rio de Janeiro e de outros Estados, constituindo-se em equipes altamente qualificadas para a execução de determinações mais amplas de ações efetivas sobre a evangelização. Ao engajar-se com empenho na Campanha Nacional de Evangelização Espírita Infantojuvenil, divulgada ao público espírita em 9 de outubro de 1977, por determinação do Conselho Federativo Nacional (CFN), Maria Cecília realizou viagens para disseminação de seu lançamento, com vistas ao aprimoramento e a expansão do movimento de evangelização da criança e do adolescente, no Brasil e no exterior.7

Em 1980, assume a direção do Departamento de Infância e Juventude da FEB, a professora Cecília Rocha (1919-2012), insigne educadora e ativa colaboradora, durante muitos anos, do Movimento Espírita do Rio Grande do Sul, seu Estado de nascença. Sua orientação foi decisiva para a organização e o desenvolvimento da implantação e do aperfeiçoamento das escolas de evangelização espírita, no campo Federativo Nacional. Participou do planejamento, da elaboração e do cumprimento da operacionalização da “Campanha de Evangelização Espírita”, da infância e da juventude, no início, ao lado de Maria Cecília Paiva, tornando-se, após alguns anos, “Campanha Permanente”, e difundindo-a em todo território nacional.8

O dinamismo ardoroso em prol da causa da evangelização permitiu-lhe realizar inúmeros eventos como cursos, seminários, encontros nacionais e internacionais, e a formação de equipes de trabalho para a elaboração de planos de aulas e do Currículo para as escolas de evangelização espírita infantojuvenil, com o interesse primordial de sugerir uma metodologia que garantisse a unidade de princípios e de objetivos a serem atingidos pelo programa. Como vice-presidente, de 1983 até março de 2012, nunca deixou de atuar junto à área da evangelização de crianças e adolescentes, contribuindo para a eficiência dos trabalhos realizados na área Federativa e no Campo Experimental de Brasília, auxiliada pela nova diretora, Rute Vieira Ribeiro, que a substituiu, com eficácia e dedicação, na execução das atividades do DIJ, de 1984 a 2009. (...)

(...) As palavras do Espírito Bezerra de Menezes, através do médium Júlio Cezar Grandi Ribeiro (1935-1999), convidam-nos a prosseguir, sem esmorecimentos:

[...] Que não haja desânimo nem apressamento, mas, acima de tudo, equilíbrio e amor. Muito amor e devotamento!

A Evangelização Espírita Infantojuvenil amplia-se como um sol benfazejo abençoando os campos ao alvorecer.

[...] Unamo-nos, que a tarefa é de todos nós. Somente a união nos proporciona forças para o cumprimento de nossos serviços, trazendo a fraternidade por lema e a humildade por garantia de êxito.9

 

Referências:

1. Reformador, ano 69, n. 9, p. 17(209) a 18(210), setembro de 1951, Origem das “Escolas de Evangelho” para a infância.

2. WANTUIL, Zêus. (Organizador.) Grandes espíritas do Brasil. 4. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2002. p. 253.

3. Reformador, ano 82, n. 8, p. 11(177) a 14(180), agosto de 1964, A FEB e a criança – 50 anos.

4. Reformador, ano 69, n. 9, p. 17(209) a 18(210), setembro de 1951, Origem das “Escolas de Evangelho” para a infância.

5. Opúsculo do Programa de Ensino para as Escolas de Evangelho. Posfácio de Carlos Lomba. Rio de Janeiro: FEB, s/d. p. 1 a 22.

6. Reformador, ano 82, n. 8, p. 11(177) a 14(180), agosto de 1964, A FEB e a criança – 50 anos.

7. Reformador, ano 113, n. 1.995, p.34(190) a 35(191), junho de 1995.

8. Reformador, ano 130, n. 2.205, p.32(470) a 33(471), dezembro de 2012.

9. SEPARATA DE REFORMADOR. Rio de Janeiro: FEB, 1986. p. 17

 

Clara Lila Gonzalez de Araújo– Revista Reformador – janeiro/2014

*100 anos de verdadeira luz – atualizamos para 108

Apóstolos

 “Porque tenho para mim que Deus a nós, apóstolos, nos pôs por últimos, como condenados à morte; pois somos feitos espetáculo ao mundo, aos anjos e aos homens”. Paulo (I Coríntios, 4:9)

 

O apóstolo é o educador por excelência. Nele residem a improvisação de trabalho e o sacrifício de si mesmo para que a mente dos discípulos se transforme e se ilumine, rumo à esfera superior.

O legislador formula decretos que determinam o equilíbrio e a justiça na zona externa do campo social.

O administrador dispõe dos recursos materiais e humanos, acionando a máquina dos serviços terrestres.

O sacerdote ensina ao povo as maneiras da fé, em manifestações primárias.

O artista embeleza o caminho da inteligência, acordando o coração para as mensagens edificantes que o mundo encerra em seu conteúdo de espiritualidade.

O cientista surpreende as realidades da Sabedoria Divina criadas para a evolução da criatura e revela-lhes a expressão visível ou perceptível ao conhecimento popular.

O pensador interroga, sondando os fenômenos passageiros.

O médico socorre a carne enfermiça.

O guerreiro disciplina a multidão e estabelece a ordem.

O operário é o ativo menestrel das formas, aperfeiçoando os vasos destinados à preservação da vida.

Os apóstolos, porém, são os condutores do espírito.

Em todas as grandes causas da Humanidade, são instituições vivas do exemplo revelador, respirando no mundo das causas e dos efeitos, oferecendo em si mesmos a essência do que ensinam, a verdade que demonstram e a claridade que acendem ao redor dos outros. Interferem na elaboração dos pensamentos dos sábios e dos ignorantes, dos ricos e dos pobres, dos grandes e dos humildes, renovando-lhes o modo de crer e de ser, a fim de que o mundo se engrandeça e se santifique. Neles surge a equação dos fatos e das ideias, de que se constituem pioneiros ou defensores, através da doação total de si próprios a benefício de todos. Por isso, passam na Terra, trabalhando e lutando, sofrendo e crescendo sem descanso, com etapas numerosas pelas cruzes da incompreensão e da dor. Representando, em si, o fermento espiritual que leveda a massa do progresso e do aprimoramento, transitam no mundo, conforme a definição de Paulo de Tarso, como se estivessem colocados pela Providência Divina nos últimos lugares da experiência humana, à maneira de condenados a incessante sofrimento, pois neles estão condensadas a demonstração positiva do bem para o mundo, a possibilidade de atuação para os Espíritos Superiores e a fonte de benefícios imperecíveis para a Humanidade inteira.

 

Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 057

quarta-feira, 15 de junho de 2022

Mestre e Senhor

 

Mestre e Senhor!

Depois de recebidas numerosas expressões de Tua Misericórdia Infinita, temos os corações genuflexos, agradecendo a Tua Bondade!...

Nada somos, nada temos senão boa vontade, nada representamos senão instrumentos misérrimos de Teu Amor, nas esferas espirituais que cercam o Planeta como também quando encarnados, envergando o envoltório perecível da vida material.

Muitos foram os corações que O buscavam ansiosos! Mas nós nos lembramos de quando distribuías as bênçãos de Tua Bondade Indefinível, junto daqueles que se encontravam encarcerados nas concepções do mundo.

Recordávamos o tempo em que ias de Betsaida ou de Cafarnaum para Cesareia de Filipe, abençoando as criancinhas.

Eram velhos trêmulos cujas mãos enregeladas Te pediam o calor da esperança, eram jovens simples e puros que solicitavam a Verdade do teu Evangelho Divino, crianças que se agasalhavam na Tua Ternura Inesgotável!...

Rememorávamos tudo isto e suplicávamos a Tua Assistência.

Muito foi o que nos deste dos Celeiros Infinitos da Graça, não pelo que valemos ou merecemos, mas por acréscimo de Misericórdia que nunca negaste aos espíritos de boa vontade.

Agora, Jesus, nós nos curvamos perante a Tua Bondade!...

Dá-nos a força de compreender toda a Tua Exemplificação de renúncia, a caminho desse Reino de Deus, que constitui a Esperança Sagrada de todas as criaturas.

Concede, Mestre, que os nossos amigos encarnados sintam a vibração de nosso esforço espiritual no círculo fraterno.

Aos que nos buscarem, cheios de angústia do coração, concede a fortaleza para o encontro daquele bom ânimo que sempre ensinaste aos Teus discípulos.

Dissipa as suas amarguras, como o Sol radioso e amigo das almas, desfazendo a neblina das ilusões e dos enganos fatais das estradas terrestres!...

Aos que vieram saturados dos conhecimentos científicos do mundo, muitas vezes submersos na suposta infalibilidade do dogmatismo acadêmico, proporciona a claridade necessária para que se façam simples e felizes, de modo a entenderem aquelas verdades que reservas aos pequeninos.

Quantos chegarem atormentados pela saudade de todos os que os precederam no caminho escuro e triste das sepulturas, dá aquela luz maravilhosa da esperança em Teu Amor, para que, recebendo a Tua Mensagem Eterna no Evangelho, compreendam a redenção espiritual que nos há de reunir um dia, sob a Árvore Divina do Teu Desvelado Amor, no plano da Vida Imortal.

Que todos os trabalhadores de Tua Casa se unam na fraternidade legítima e na edificação sincera do Teu Reino de Luz Imorredoura.

Dá-lhes a fortaleza de ânimo que realiza a tolerância recíproca, base sagrada de todas as obras do Teu Amor.

Eles são operários de Teu Jardim no mundo que se povoa de sombras antagônicas da destruição.

Seus esforços serão muitas vezes perturbados pelos contrastes e surpresas do caminho, onde as multidões se desorientam à distância da realização de Teus Ensinos.

Por Teu Nome, hão de sofrer naturalmente todas as hostilidades da estrada material, mas que todos eles se sintam unidos Contigo para a execução da Tarefa Divina.

Jesus, nós somos aquelas crianças que Te pedem proteção e amparo em todos os instantes da vida.

No momento, da alegria, concede aos operários de Tua Oficina Santa os recursos necessários para a verdadeira compreensão na vigilância e na oração que nos ensinastes.

Nos instantes de dor, sê a coragem da alma triste, que deverá despir todos os desalentos do caminho para a perfeita união com os Teus Desígnios amorosos e puros.

Mestre, seja a união fraternal de Teus trabalhadores o nosso último apelo!...

Que os nossos irmãos desenvolvam a tarefa santificada que lhes foi concedida, sob a fraternidade verdadeira e sincera, onde cada discípulo compreenderá sempre que o maior para o Teu Coração será sempre aquele que se fizer o menor de todos, conforme os Teus ensinos.

Que as Tuas Graças sejam para nós novos motivos de esforço e de redenção no Sagrado Caminho.

E que todos nós, cooperadores do plano terrestre e operários da esfera invisível, estejamos sempre unidos no Teu Evangelho para o mesmo trabalho da edificação, assim seja.

Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Ação, Vida e Luz

sábado, 11 de junho de 2022

Mais Luz - Edição 582 - 12/06/2022

 Nesta edição:

  • Salvação pela fé- Cairbar Schutel
  • Ante o Evangelho: Poder da fé
  • Poema: A Terra (Amaral Ornellas)
  • Renasce agora – Livro Fonte Viva
  • Rogativa de fé - Francisco Spinelli

  

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Salvação pela fé

 


“E disseram os Apóstolos ao Senhor: Aumenta-nos a fé. O Senhor respondeu: se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a este sicômoro: arranca-te e transplanta-te ao mar; e ele vos obedeceria. Qual de vós, tendo um servo ocupado na lavoura ou guardando gado, quando ele voltar do campo lhe dirá: Vem já sentar-te à mesa; e que antes não lhe dirá: Prepara-me a ceia e cinge-te e serve-me, enquanto como e bebo; e depois comerás tu e beberás. Porventura, agradecerá ao servo por ter este feito o que lhe havia ordenado"? (Lucas, XVII, 5-9.)

 

A Fé é o maior tesouro da alma.

A Fé é o grande ascensor, é a luz que ilumina os nossos destinos, enriquece a nossa inteligência e exalta o nosso coração. A Fé é o emblema da perfeição, é a insígnia do Poder.

Por isso disse Jesus a seus discípulos: “Se tivésseis Fé do tamanho de uma semente de mostarda, diríeis a este sicômoro: transplanta-te no mar, e ele vos obedeceria”.

A Fé transplanta sicômoros e transporta montanhas.

A Fé é um cabedal que valoriza a alma, como o ouro segundo o mundo, valoriza o homem.

Na esfera material o homem vale pelo que tem. Na esfera espiritual cada um vale pela Fé que possui.

Assim como acontece no mundo material, acontece no mundo moral e psíquico.

No mundo terreno aparecem os haveres terrenos; no Mundo dos Espíritos, os haveres intelectuais e espirituais.

Para se possuir legalmente haveres da Terra, é indispensável o trabalho, o raciocínio, o esforço.

Para se adquirir a verdadeira Fé, haver maior que todos os haveres da Terra, também é indispensável o trabalho, o raciocínio, o estudo o esforço.

A prosperidade, quando não vem do latrocínio, do dolo, é produto do esforço do trabalho. A prosperidade espiritual é uma conquista do Espírito humano.

Os haveres materiais se resumem no dinheiro; os haveres espirituais se caracterizam pela firmeza da Fé, que motiva e sustenta a crença.

A Fé, por isso mesmo, é o tesouro que sustenta as finanças da Esperança e da Caridade.

O dinheiro facilita o bem-estar físico. A Fé felicita o homem, não só espiritualmente, como também fisicamente.

Mas, assim como o dinheiro não se ganha sem o trabalho honesto, para que ele seja bem ganho, a Fé não se adquire sem grande esforço.

Que disse o Mestre, quando os discípulos lhe pediam lhes aumentasse a Fé?

“Eu não posso dizer que vos senteis já à mesa e que comais. Trabalhai primeiramente: preparai a ceia, isto é, trabalhai; cingi-vos, ou seja, ilustrai-vos; servi-me para aprenderdes a fazer o que eu desejo”.

A Fé não se compra nos templos de mercadores, nem nas feiras; não se dá por esmola, nem se adquire por herança.

As Graças caem dos Céus, como as chuvas; a Esperança brilha longínqua como um astro perdido no espaço infinito; a Caridade aquece, vivifica, ilumina e ampara como o Sol, mas a Fé só se obtém pelo cumprimento dos mais sagrados deveres, e, especialmente, pela aquisição de conhecimentos, pois, di-lo Allan Kardec: “Fé verdadeira é a que pode encarar a razão face a face, em qualquer época da Humanidade”. É a “Fé racionada" que o Espiritismo proporciona.

A Fé é substância, como substância é a semente de mostarda.

Todas as graças têm Deus concedido aos homens menos a Fé! Por isso se vê todas as religiões e todos os religiosos dessas religiões dotados de dons, a nos cativarem pela bondade, nos maravilharem por sua paciência, nos atraírem por sua caridade. Entretanto, em todas as religiões e entre todos os religiosos dessas religiões, notamos logo a ausência de Fé.

E por que assim acontece?

Porque a Fé não se adquire sem estudo, sem trabalho, sem o exame livre, sem o exercício do livre-arbítrio. E as religiões e os religiosos, em matéria de livre exame, de livre-arbítrio para o estudo, são como os cegos em face da luz, são como os surdos em relação aos sons: por isso não têm Fé.

Quem lhes cega o entendimento?

O dogma, o orgulho de saber, o espírito preconcebido.

Quem lhes aferroa os ouvidos?

Onde há presunção de sabedoria, dogma, não há Fé, porque o dogma se mascara com a túnica da Fé e toma, usurpa o lugar da Fé.

Poderosa é a Fé para combater o dogma, assim como transporta montanhas e transplanta sicômoros; mas a Fé não se impõe pela força, a cada um foi dada a liberdade de abater o dogma, remover essa pedra que sepulta a alma humana.

Quando o Senhor proporcionou a recuperação de Lázaro, fê-lo com “a condição de os homens removerem a pedra do sepulcro”.

A Fé não cabe num sepulcro com lápide.

***

Pediram os Apóstolos ao Senhor: “Aumentar-lhes a Fé”

Que fez o Senhor?

Propôs-lhe a parábola:

 “Qual de vós, tendo um servo ocupado na lavoura, ou guardando gado, lhe dirá quando ele voltar do campo: Vem já sentar-te à minha mesa; e que antes não lhe dirá: prepara-me a ceia, cinge-te, serve-me enquanto eu como e bebo; e depois comerás tu e beberás”?

A Fé é comida. A Fé é bebida. E assim como o comer e o beber não se obtêm sem o adquirir e o fazer, também a Fé não se conquista sem a aplicação de meios adequados à sua obtenção.

A Fé é a sabedoria consubstanciada no amor que nos conduz a Deus. Esta é a Fé que salva!

 Caibar Schutel – Livro: Parábolas e ensinos de Jesus