sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

Fundamentos da ordem social

 

(Lyon, 16 de setembro de 1862 – Médium: Sr. Émile V...)

Nota – Esta comunicação foi obtida numa sessão particular, presidida pelo Sr. Allan Kardec.

 

Eis que vos reunis para ver o Espiritismo em sua fonte, a fim de olhar de frente esta ideia e de apreciar as grandes ondas do amor que ela prodigaliza aos que a conhecem.

O Espiritismo é o progresso moral; é a elevação do Espírito na estrada que conduz a Deus. O progresso é a fraternidade em seu nascedouro, porque a fraternidade completa, tal qual pode o Espírito imaginá-la, é a perfeição. A fraternidade pura é um perfume do alto, uma emanação do infinito, um átomo da inteligência celeste; é a base de todas as instituições morais e o único meio de elevar um estado social que possa subsistir e produzir efeitos dignos da grande causa pela qual combateis.

Sede, pois, irmãos, se quiserdes que o germe lançado entre vós se desenvolva e se torne a árvore que buscais. A união é a força soberana que baixa à Terra; a fraternidade é a simpatia na união; é a poesia, o encanto, o ideal no positivo.

Precisais ser unidos para serdes fortes e ser fortes para fundar uma instituição que repouse unicamente na verdade, tornada tão comovente e tão admirável, tão simples e tão sublime. Divididas, as forças se aniquilam; reunidas, são cada vez mais fortes.

Se considerarmos o progresso moral de cada criatura, se refletirmos no amor e na caridade que brota de cada coração, a diferença será muito maior. Sob o sublime influxo desse sopro inefável, os laços de família se apertam, mas os laços sociais, tão vagamente definidos, se esboçam, se aproximam e acabam formando um único feixe de todos esses pensamentos, de todos esses desejos, de todos esses objetivos de natureza diversa.

O que é que vedes sem a fraternidade? O egoísmo, a ambição. Cada um tem o seu objetivo e por seu lado cada um o persegue; cada um marcha a seu modo e todos são fatalmente arrastados para o abismo em que se evaporam, há séculos, todos os esforços humanos. Com a união apenas há um objetivo, porquanto há um só pensamento, um só desejo, um só coração. Uni-vos, pois, meus amigos: é o que incessantemente vos repete a voz de nosso mundo. Uni-vos e chegareis muito mais depressa ao vosso objetivo.

É principalmente nessa reunião tão simpática que deveis tomar a resolução irrevogável de serdes unidos pelo pensamento comum a todos os Espíritos da Terra, para oferecerdes o preito do vosso reconhecimento àquele que vos abriu o caminho do bem supremo, que trouxe a felicidade às vossas cabeças e aos vossos corações, e a fé em vossos Espíritos. Vosso reconhecimento é a recompensa atual; não a recuseis e, oferecendo-a de um só fôlego, dareis o primeiro exemplo da verdadeira fraternidade.

Léon de Muriane, Espírito protetor

Revista Espírita - Jornal de Estudos Psicológicos – novembro/1862

 

Observação – Este nome é completamente desconhecido, até do médium. Isto prova que para ser um Espírito elevado não há necessidade de ter o nome inscrito no calendário ou nos fastos da História e que, entre os que se comunicam, muitos há cujos nomes são desconhecidos.

Palestras CEJG - Dezembro/2022

 


A candeia viva

 “Ninguém acende a candeia e a coloca debaixo da mesa, mas no velador, e assim alumia a todos os que estão na casa.” Jesus (Mateus, 5:15)

Muitos aprendizes interpretaram semelhantes palavras do Mestre como apelo à pregação sistemática, e desvairaram-se através de veementes discursos em toda parte. Outros admitiram que o Senhor lhes impunha a obrigação de violentar os vizinhos, através de propaganda compulsória da crença, segundo o ponto de vista que lhes é particular.

Em verdade o sermão edificante e o auxílio fraterno são indispensáveis na extensão dos benefícios divinos da fé.

Sem a palavra, é quase impossível a distribuição do conhecimento. Sem o amparo irmão, a fraternidade não se concretizará no mundo.

A assertiva de Jesus, todavia, atinge mais além.

Atentemos para o símbolo da candeia. A claridade na lâmpada consome força ou combustível.

Sem o sacrifício da energia ou do óleo não há luz.

Para nós, aqui, o material de manutenção é a possibilidade, o recurso, a vida.

Nossa existência é a candeia viva.

É um erro lamentável despender nossas forças, sem proveito para ninguém, sob a medida de nosso egoísmo, de nossa vaidade ou de nossa limitação pessoal.

Coloquemos nossas possibilidades ao dispor dos semelhantes.

Ninguém deve amealhar as vantagens da experiência terrestre somente para si. Cada espírito provisoriamente encarnado, no círculo humano, goza de imensas prerrogativas, quanto à difusão do bem, se persevera na observância do Amor Universal.

Prega, pois, as revelações do Alto, fazendo-as mais formosas e brilhantes em teus lábios; insta com parentes e amigos para que aceitem as verdades imperecíveis; mas, não olvides que a candeia viva da iluminação espiritual é a perfeita imagem de ti mesmo.

Transforma as tuas energias em bondade e compreensão redentoras para toda gente, gastando, para isso, o óleo de tua boa vontade, na renúncia e no sacrifício, e a tua vida, em Cristo, passará realmente a brilhar. 

 Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 081

Súplica de solidariedade

 


Senhor, reconhecendo as próprias necessidades em que me debato e por sabê-las graves, venho rogar-Te:

pelos que malbaratam os preciosos dons da saúde na ociosidade e nas dissipações;

pelos que aplicam, indevidamente, os tesouros e moedas, de que dispõem, na condição de mordomos transitórios, vencidos pela avareza ou pelas loucuras da enganosa situação;

pelos que, dispondo do poder temporal, engendram problemas e aflições para o próximo, perdendo abençoadas oportunidades de serviço;

pelos que se utilizam das forças do corpo jovem para o mercado da licenciosidade e do sexo irresponsável, em campeonatos de alucinação;

pelos que desfrutam de inteligência e a usam para o festival da corrupção e do crime;

pelos que são aquinhoados com a palavra falada e escrita, derrapando nas vinculações mentais viciosas para o banquete demorado do ultraje, da acrimônia, da insensatez;

pelos que se encontram aquinhoados com os recursos preciosos da arte, colocando-os a serviço da malversação dos valores morais;

pelos que gozam das relevantes oportunidades de redenção, atirando-as fora por leviandade e precipitação;

pelos que são convidados ao exercício do amor e não obstante exploram a alheia afetividade;

pelos que são dotados do élan da simpatia e aproveitam-no para arrastar incautos aos compromissos negativos;

pelos que, acenados pela fé religiosa que lhes pode lenir as dores íntimas, apegam-se ao materialismo numa atitude teimosa e pertinaz;

pelos que conhecem o dever e seguem a estrada do erro...

São muitos aqueles que, enriquecidos de bênçãos, desperdiçam-nas, preferindo a turbulência, a desídia, a enfermidade.

Os que ora experimentam limitação e escassez, os que sofrem e vivem sob suores e penas já resgatam os infelizes cometimentos de ontem, avançando no rumo do porto da paz.

Os outros não. Malversam os recursos com que foram aquinhoados para impulsionarem o progresso, para redimir-se, para ampararem a vida, fazendo jus, em razão da usança inditosa, às expiações dolorosas e lamentáveis do futuro.

... E recordando-Te a figura sublime crucificada entre dois bandidos, aureolado por espinhos, sob chuvas de escárnios e de doestos, perdoando-nos a todos, peço-Te permissão para repetir com unção e sentimento de solidariedade para com eles, os equivocados e orgulhosos: — “Perdoa-os, meu Pai, porque eles não sabem o que fazem!"

Marcelo Ribeiro / Divaldo Franco - Livro: Terapêutica de emergência

sábado, 26 de novembro de 2022

Mais Luz - Edição 606 - 27/11/2022

 

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Armadura de segurança – Joanna de Ângelis

Ante o Evangelho: O orgulho e a humildade

Poema: Dor e felicidade – Toninho Bittencourt

Corações cevados – Fonte Viva 80

Rogativa – Bezerra de Menezes



quinta-feira, 24 de novembro de 2022

Armadura de segurança

 


“600. A prece torna melhor o homem?

“Sim, porquanto aquele que ora com fervor e confiança se faz mais

forte contra as tentações do mal e Deus lhe envia bons Espíritos para

assisti-lo. É este um socorro que jamais se lhe recusa, quando pedido

com sinceridade.”

O LIVRO DOS ESPÍRITOS

 

Quando o problema tomou proporções alarmantes ao revés de demandares a fonte augusta da prece, banhando o coração com a água lustral do equilíbrio e da serenidade, hauridos na comunhão com as Esferas Elevadas, te deixaste arrastar por inexplicável desespero que se fez peso morto a complicar os movimentos da tua libertação.

Murmuraste, enraivecido: “Tudo de ruim me acontece!”

Acrescentaste azedamente: “Onde o auxílio superior?”

Revidaste com mágoa: “Sou espírita, mas também sou humano!”

Completaste revoltado: “Assim não suporto. Deserto a qualquer hora”!

Gritaste, impelido pela insânia: “Chega! É demais! Para fazer o bem não é necessário perder a paz, sofrendo tanto!...”

Quando te candidataste à tarefa cristã com que o Espiritismo te acenava vitória espiritual sobre o pretérito culposo, sorriste em deslumbramento com a mente em febre de justa emoção, iluminado por compreensível alegria.

Explicaste, confiante: “A fé será minha lâmpada na noite do testemunho.”

Esclareceste, empolgado: “Saberei fazer jus à confiança do Mestre.”

Expuseste, deslumbrado: “Agora encontrei o roteiro que me faltava”.

Elucidaste, jovial: “Que o Senhor me honre com o trabalho e a luta na construção da Humanidade melhor!”

Concluíste, fascinado: “Porfiarei até o fim, haja o que houver! Se a morte chegar às minhas carnes, que ela me encontre de pé no campo!...”

Quando as palavras de renovação dos Amigos Espirituais atingem a acústica da tua alma, deixas-te arrastar pelos rios perfumados da emoção, deslizando no barco da esperança.

O céu, no entanto, não se limita aqui ou ali com a terra — interpenetram-se terra e céu.

O entusiasmo dinamiza o espírito de luta, mas só a maturidade favorece o espírito com os valores reais e necessários à luta.

É muito comum aguardarem os crentes desta ou daquela denominação religiosa que a Providência Divina apresente soluções facilitadas e respostas prontas para todas as questões.

O Espiritismo, sendo a Doutrina resultante das experiências dos desencarnados, não favorece a fé acumpliciada com o ludíbrio, não se compadece das promessas quiméricas nem se apoia no culto à personalidade.

Não salva. Não resolve problemas. Não adia tarefas. Mostra a rota salvadora.

Ensina diretrizes seguras. Apresenta os impositivos da realização. Favorece o crescimento espiritual. Produz responsabilidade e enseja libertação. Veste o discípulo com a armadura de segurança da dignidade real. Quando o problema vier... Quando a dor surpreender... Quando a incompreensão se estabelecer... Quando a enfermidade se instalar... Quando a luta eclodir... Quando a soledade afligir...

Quando... Quando fores convocado à tarefa para a qual o Espiritismo vem armando tua mente e teu coração com os instrumentos rutilantes da verdade, unge-te de humildade, deixa que vibrem as altas harmonias do Cristianismo em teu mundo íntimo, honrando-te com a oportunidade de expressar a ti mesmo a excelência do verbo crer, na atividade do ser, pela senda do merecer. E insistindo sem cansaço, porfiando sem desídia, vencerás trevas e conflitos, refugiando na oração porque, inspirado por Jesus, a Quem deves buscar em todos os instantes da vida, a Ele que, há tanto tempo te tem buscado, paciente...

 

 Joanna de Ângelis / Divaldo Franco – Livro: Espírito e Vida

Festival Natalino CE Allan kardec

 


Corações cevados

 “Cevastes os vossos corações, como num dia de matança.” (Tiago, 5:5)

Pela prosperidade e aperfeiçoamento do mundo, trabalha o Sol, que é a suprema expressão da Divindade Vital no firmamento terrestre.

Colabora o verme na intimidade do solo, preparando ninho adequado às sementes.

Contribui a aragem, permutando o pólen das flores.

Esforça-se a água, incessantemente, entretendo a vida física e purificando-a.

Serve a árvore, florindo, frutificando e regenerando a atmosfera.

Coopera o animal, ajudando as realizações humanas, suando e morrendo para que haja vida normal no domínio da inteligência superior.

Indefectível lei de trabalho rege o Universo.

O movimento e a ordem, na constância dos benefícios, constituem-lhe as características essenciais.

Há, porém, milhões de pessoas que se sentem exoneradas da glória de servir.

Para semelhantes criaturas, em cujo cérebro a razão dorme embotada e vazia, trabalho significa degredo e humilhação, inferno e sofrimento. Perseguem as facilidades delituosas, com o mesmo instinto de novidade da mosca em busca de detritos. Conseguida a solução de ordem inferior que buscavam, circunscrevem as horas e as possibilidades ao desenfreado apego de si mesmas, imitando o poço de águas estagnadas que se envenena facilmente.

No fundo, são “corações cevados”, de acordo com a feliz expressão do apóstolo. Criam teias densas de ódio e egoísmo, indiferença e vaidade, orgulho e indolência sobre si próprios, e gravitam para baixo. Descendo, descendo, pelas pesadas vibrações a que se acolhem, rolam vagarosamente para o seio das vidas inferiores, onde é natural que encontrem a exigência de muitos, que se aproveitam deles, à maneira do homem comum que se vale dos animais gordos para a matança.

 

Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 080

Rogativa

 

Senhor Jesus!

Rogando-te permissão para reverenciar o divino apostolado, nós te louvamos e agradecemos as oportunidades de trabalho, das quais nos enriquece a existência.

Abençoa-nos, Senhor, com a tua infinita bondade a fim de aprendermos a servir-te, na pessoa daqueles irmãos nossos da Humanidade, tantas vezes em obstáculos maiores do que os nossos.

Conserva-nos aqui, em teu amor, e ensina-nos a encontrar-te nas tarefas do bem a que nos designas, para que não nos percamos nas sombras em que, porventura, se nos envolvam os caminhos, nos variados climas terrestres!...

Nas horas felizes, dá-nos a tua inspiração e a tua luz, para que a nossa alegria não se converta em flor estéril, na seara de tuas bênçãos e, nos dias difíceis, sede nosso apoio para que a provação não nos abata ou destrua.

Ajuda-nos a identificar-te a presença divina, em cada coração necessitado de socorro ou de amor que nos bata à porta e supre-nos de forças e recursos, na magnificência de teu amparo, no desempenho das nossas obrigações.

Quando a incerteza nos visite em ação, coloca, Jesus, por misericórdia, a tua mão em nossas mãos e guia-nos o sentimento, para que o bem se faça, não segundo a nossa visão humana e estreita, e sim de acordo com as disposições sábias e compassivas de tua vontade.

Quando possíveis incompreensões nos impulsionem a qualquer dificuldade de entendimento, guarda-nos em tua paciência e induze-nos à união e à humildade, auxiliando-nos, a saber, que a obra de elevação, em que nos permites cooperar é sempre tua e não nossa.

Faze-nos reconhecer que a caridade começa invariavelmente de nossas relações mútuas, porquanto, apenas em nos servindo uns aos outros é que conseguiremos irradiar o amor que nos deste para distribuir com os nossos semelhantes.

Senhor, ampara-nos e orienta-nos, para que possamos, um dia, corresponder plenamente ao teu mandato de confiança!... E, suplicando-te, mais uma vez, acolher-nos em teu coração misericordioso e augusto, terminamos a nossa rogativa com aquela outra que nos legaste por luz divina, no caminho dos cristãos de todos os séculos:

“Pai Nosso que estais nos Céus, santificado seja o teu nome; venha a nós o teu reino; seja feita, oh! Pai a tua vontade, assim na Terra como nos Céus; o pão nosso de cada dia dá-nos hoje; perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores; não nos deixeis cair em tentação e livra-nos do mal, porque teus são o reino, o poder, a majestade e a glória para sempre!... Assim seja”.

Bezerra de Menezes / Chico Xavier - Livro: Bezerra, Chico e você

domingo, 20 de novembro de 2022

Mais Luz - Edição 605 - 20/11/2022

 Confira conosco nesta edição do Mais Luz: 

https://mailchi.mp/63f1fbe8ea77/vitria-da-luz

 

Vitória da Luz - Vianna de Carvalho

Ante o Evangelho: O orgulho e a humildade

Poema: A procura da ideia original - Augusto Álvaro de Carvalho Aranha

Sigamos a paz – Fonte Viva 79

Oração Fraternal - Emmanuel