terça-feira, 22 de agosto de 2023

Agora

 

Agora, enquanto é hoje, eis que fulgura

O teu santo momento de ajudar!…

Derrama, em torno, compassivo olhar

Estende as mãos aos filhos da amargura…

 

Repara!… Aqui e além, a desventura

Caminha ao léu, sem pão, sem luz, sem lar,

Acende o próprio amor! Faze brilhar

A tua fé tranquila, doce e pura.

 

Agora! eis o minuto decisivo!…

Abre teu coração ao Cristo Vivo,

Não permitas que o tempo marche em vão.

 

E ajudando e servindo sem cansaço,

Alcançarás, subindo passo a passo,

A glória eterna da Ressurreição.

 

Auta de Souza / Chico Xavier

Livro: Auta de Souza



sábado, 19 de agosto de 2023

Mais Luz - Edição 644 - 20/08/2023

 

Venha conferir conosco:

https://mailchi.mp/c646d0e5a8ed/em-nossas-tarefas


O carneiro revoltado – Neio Lúcio

Ante o Evangelho: Aquele que se eleva será rebaixado

Mensagem da Semana: Em nossas tarefas – Fonte Viva 118

Poema: Anseio – Iveta Ribeiro

Oração – Bezerra de Menezes



sexta-feira, 18 de agosto de 2023

O carneiro revoltado

 

Certo carneiro muito inteligente, mas indisciplinado, reparou os benefícios que a lã espalhava em toda parte, e, desde então, julgou-se melhor que os outros seres da Criação, passando a revoltar-se contra a tosquia.

— Se era tão precioso, — pensava, — por que aceitar a humilhação daquela tesoura enorme? Experimentava intenso frio, de tempos a tempos, e, despreocupado das ricas rações que recebia no redil, detinha-se apenas no exame dos prejuízos que supunha sofrer.

Muito amargurado, dirigiu-se ao Criador, exclamando:

— Meu Pai, não estou satisfeito com a minha pelagem. A tosquia é um tormento… Modifica-me, Senhor!…

O Todo-Poderoso indagou, com bondade:

— Que desejas que eu faça?

Vaidosamente, o carneiro respondeu:

— Quero que a minha lã seja toda de ouro.

A rogativa foi satisfeita. Contudo, assim que o orgulhoso ovino se mostrou cheio de pelos preciosos, várias pessoas ambiciosas atacaram-no sem piedade. Arrancaram-lhe, violentamente, todos os fios, deixando-o em chagas.

O infeliz, a lastimar-se, correu para o Altíssimo e implorou:

— Meu Pai, muda-me novamente! Não posso exibir lã dourada… encontraria sempre salteadores sem compaixão.

O Sábio dos Sábios perguntou:

— Que queres que eu faça?

O animal, tocado pela mania de grandeza, suplicou:

— Quero que a minha lã seja lavrada em porcelana primorosa.

Assim foi feito. Entretanto, logo que tornou ao vale, apareceu no céu enorme ventania, que lhe quebrou todos os fios, dilacerando-lhe a carne.

Regressou, aflito, ao Todo-Misericordioso e queixou-se:

— Pai, renova-me!… A porcelana não resiste ao vento… estou exausto…

Disse-lhe o Senhor:

— Que desejas que eu faça?

— A fim de não provocar os ladrões e nem ferir-me com porcelana quebrada, quero que a minha lã seja feita de mel.

O Criador satisfez o pedido. Todavia, logo que o pobre se achou no redil, bandos de moscas asquerosas cobriram-no em cheio e, por mais corresse campo a fora, não evitou que elas lhe sugassem os fios adocicados.

O mísero voltou ao Altíssimo e implorou:

— Pai, modifica-me… as moscas deixaram-me em sangue!

O Senhor indagou, de novo, com inexaurível paciência:

— Que queres que eu faça?

Dessa vez, o carneiro pensou mais tempo e considerou:

— Suponho que seria mais feliz se tivesse minha lã semelhante às folhas de alface.

O Todo-Bondoso atendeu-lhe mais uma vez a vontade e o carneiro voltou à planície, na caprichosa alegria de parecer diferente. No entanto, quando alguns cavalos lhe puseram os olhos, não conseguiu melhor sorte. Os equinos prenderam-no com os dentes e, depois de lhe comerem a lã, abocanharam-lhe o corpo.

O carneiro correu na direção do Juiz Supremo, gotejando sangue das chagas profundas, e, em lágrimas, gemeu, humilde:

— Meu Pai, não suporto mais!…

Como soluçasse longamente, o Todo-Compassivo, vendo que ele se arrependera com sinceridade, observou:

— Reanima-te, meu filho! Que pedes agora?

O infeliz replicou, em pranto:

— Pai, quero voltar a ser um carneiro comum, como sempre fui. Não pretendo a superioridade sobre meus irmãos. Hoje sei que os meus tosquiadores de outro tempo são meus verdadeiros amigos. Nunca me deixaram em feridas e sempre me deram de comer e beber, carinhosamente… Quero ser simples e útil, qual me fizeste, Senhor!…

O Pai sorriu, bondoso, abençoou-o com ternura e falou:

— Volta e segue teu caminho em paz. Compreendeste, enfim, que meus desígnios são justos. Cada criatura está colocada, por minha Lei, no lugar que lhe compete e, se pretendes receber, aprende a dar.

Então o carneiro, envergonhado, mas satisfeito, voltou para o vale, misturou-se com os outros e daí por diante foi muito feliz.

 

Alvorada Cristã — Neio Lúcio



quinta-feira, 17 de agosto de 2023

Em nossas tarefas

 

“… Não ambicioneis coisas altas, mas acomodai-vos às humildes.” — Paulo. (Romanos, 12:16)

 

“Não ambicioneis coisas altas, mas acomodai-vos às humildes.” — Recomenda o apóstolo, sensatamente.

Muitos aprendizes do Evangelho almejam as grandes realizações de um dia para outro…

A coroa da santidade…

O poder da cura…

A glória do conhecimento superior…

As edificações de grande alcance…

Entretanto, aspirar só por si não basta à realização.

Tudo, nos círculos da Natureza, obedece ao espírito de sequência.

A árvore vitoriosa na colheita passou pela condição do arbusto frágil.

A catarata que move poderosas turbinas é um conjunto de fios d’água no nascedouro.

Imponente é o projeto para a construção de uma casa nobre, no entanto, é indispensável o serviço da picareta e da pá, do tijolo e da pedra, para que a arte e o reconforto se exprimam.

Abracemos os deveres humildes com devoção ao nosso ideal de progresso e triunfo.

Por mais árdua e mais simples a nossa obrigação, atendamo-la com amor.

A palavra de Paulo é sábia e justa, porque, escalando com firmeza as faixas inferiores do monte, com facilidade lhe conquistamos o cimo e, aceitando de boa vontade as tarefas pequeninas, as grandes tarefas virão espontaneamente ao nosso encontro.

 

Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Fonte Viva – Cap. 118



Anseio

 

Admiro, Senhor,

As cataratas imponentes

Acionando turbinas,

De cuja força e majestade

O progresso desponta;

Se permites, porém,

Que algo te rogue a mais no que me concedeste,

Dê-me a simplicidade

Que puseste na fonte.

 

Admiro, Senhor,

O tronco alto e robusto

Que domina a montanha

E enfrenta sem receio

A tempestade, face a face;

Mas, se posso escolher,

Viveria feliz, anônima no vale,

Na condição da erva que se inclina

Para que o vento passe.

 

Admiro, Senhor,

A seara no campo,

Em plena afirmação de vitória e fartura,

Recordando um céu verde

Que em pepitas douradas se constela;

No entanto, se consentes

Que me externe, mostrando o meu desejo,

Quisera ter o encargo pequenino

Da semente singela.

 

Admiro, Senhor,

Todas as maravilhas que criaste,

O firmamento, os sóis, os continentes,

As rochas entre as quais talhaste a Terra

Sobre imenso maciço;

Dá-me, porém, a graça da humildade,

Que eu venha a ser, no mar de Tua Glória,

Uma gota sem nome,

Ocupada em serviço.

 

Iveta Ribeiro / Chico Xavier

Livro: Vereda de luz



sábado, 12 de agosto de 2023

Mais Luz - Edição 643 - 13/08/2023

 

E nesta edição especial do dia dos pais confira:

https://mailchi.mp/a7246b644dfa/misso-paternidade

 

  • Missão: Paternidade – Momento Espírita
  • Ante o Evangelho: Piedade filial
  • Possuímos o que damos – Fonte Viva 117
  • Poema: Carta aos pais – Casimiro Cunha
  • Oração no dia dos pais – Augusto Cezar




sexta-feira, 11 de agosto de 2023

Missão: Paternidade

 


Ser pai é missão com que o Senhor da Vida brinda o homem, abençoando a sua masculinidade, homenageando a sua função cocriadora, ao lado da mulher, que se faz mãe, pelos vínculos carnais.

Ser pai é ser protetor, guardião, amigo. Desde tempos muito antigos, essa figura foi tida como importante na formação dos filhos.

Remonta, há mais de quatro mil anos, um cartão escrito em argila, encontrado na Mesopotâmia, no qual um jovem de nome Elmesu homenageia seu pai, formulando votos de sorte, saúde e vida longa.

Possivelmente, revivendo aquele gesto, no ano de 1909, Sonora Luise, na cidade de Spokane, nos Estados Unidos, motivada pela admiração por seu genitor, decidiu homenageá-lo e criou O dia dos pais.

Não demorou muito para que outras cidades norte-americanas se interessassem pela data que, no ano de 1972, foi oficializada como festa nacional, pelo presidente Richard Nixon.

A comemoração naquele país ocorre no terceiro domingo do mês de junho, enquanto no Brasil passou a ser celebrada no segundo domingo de agosto.

Atribui-se o seu surgimento ao publicitário Sílvio Bhering e a primeira comemoração se deu no dia 14 de agosto de 1953, data dedicada, segundo a tradição católica a São Joaquim, patriarca da família.

Ter um dia para receber homenagens é sempre grato ao coração de quem ama. Momento especial, ademais, para pensar e repensar a respeito dessa importante missão.

Nos dias em que se vive a tormenta dos vícios, do tóxico, em particular, que destroça a criança, ainda nas primeiras experiências infantis, é de nos questionarmos o quê, na qualidade de pais, temos feito.

Verdade que há uma grande preocupação com a manutenção doméstica e por vezes, o cansaço nos toma as forças.

Contudo, a presença paterna é imprescindível, ao lado da materna, no sentido de educar a prole, acompanhar o passo dos pequenos e dos mocinhos.

Fazer-se presente é preciso. Olhar nos olhos dos filhos para lhes sentir as realidades íntimas, por essas janelas da alma.

Renunciar a um lazer para estar com eles. Verificar seus compromissos escolares, participar de uma ou outra atividade social, a fim de que eles se sintam apoiados por sua presença.

Dialogar com os filhos, ouvindo-lhes as opiniões sobre a vida, as pessoas, os fatos, cooperando no esclarecimento de equívocos, auxiliando-os a caminhar pelas vias do discernimento.

*   *   *

Com certeza, pai amoroso que você é, ama seus filhos. Contudo, não esqueça que o amor deve ser vigilante e perspicaz, para que, em seu nome, não se instale a insensatez e a sombra se estabeleça.

Pense nisso e dê o melhor de si a esses rebentos, filhos de Deus, confiados aos seus cuidados pelo Pai excelso de todos nós.

Pense: esta é a sua missão na qualidade de pai.

 

Redação do Momento Espírita, com base em informações colhidas no

Boletim SEI nº 2160, de 22.8.2009 e no cap. 30, do livro Vereda familiar,

pelo Espírito Thereza de Brito, psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter.



quinta-feira, 10 de agosto de 2023

Oração no dia dos pais

 


Senhor Jesus!

Ante o Dia dos Pais, nós que nos devotamos, com tanto carinho, aos anjos maternos que nos concedeste, estamos a pedir-te proteção e auxílio a todos os pais do mundo.

Entretanto, Amado Amigo, em especial, nós te rogamos apoio para todos aqueles:

que sofrem pelos filhos queridos, arrebatados pela morte e que, muitas vezes, são obrigados a engolir as próprias lágrimas, por não disporem de tempo para chorar;

que carregam nos braços filhos pequeninos, marcados por enfermidades irreversíveis;

que suportam obstáculos e tentações para serem fiéis aos próprios compromissos;

que se desgastam em administrações e empreendimentos complexos, a fim de sustentar o equilíbrio de centenas de companheiros da vida comunitária e não encontram a paz no reduto doméstico;

que varam o dia, entre aborrecimentos e tribulações, e chegam sequiosos de tranquilidade ao íntimo do lar para serem acolhidos unicamente por discussões e palavras estéreis;

que se estragam no cotidiano a fim de que os descendentes se habilitem convenientemente para a conquista de competência e reconforto no futuro;

que possuem razões de queixa no trabalho profissional, mas se calam, humildes, tolerando pesados sacrifícios por amor à família;

que faceiam empeços incontáveis para resgatar as próprias contas;

que recebem o apelido de “quadrados”, quando oferecem avisos salutares e bons conselhos;

que tombam acidentados, em serviço, com grandes taxas de tempo e tratamento para voltar ao reequilíbrio;

e por todos aqueles que são marginalizados em “quartos do fundo”, depois de encanecidos pelas atividades com que fizeram a família forte e feliz.

Senhor Jesus Cristo, abençoa a todos os nossos pais que tantas vezes compreendemos sem amar ou que nos amam sem compreender e que todos eles sejam sustentados em tua bendita providência.

Assim seja.

 

Augusto Cezar / Chico Xavier – Livro: Augusto vive



Carta aos pais


 

Não podes viver a esmo,

Numa estrada indefinida.

Um pai tem obrigações

Das mais nobres que há na vida.

 

 Meu irmão, em tua casa,

Nas ternuras dos filhinhos,

Personifica o bom senso

Entre os beijos e os carinhos.

 

Por enquanto, a Terra inteira

Inda é um mar encapelado.

Se não dominas a onda

Virás a ser dominado.

 

Entende a luz do caminho.

A tua finalidade

Não é somente a da espécie

Nas lutas da humanidade.

 

Exige-se muito mais

Dos teus esforços no mundo,

Recebeste de Jesus

Um dom sagrado e profundo.

 

Se a missão das mães terrestres

É conduzir e ensinar

O teu trabalho é de agir

No esforço de transformar.

 

Não olvides teus deveres

Na esfera da educação,

Fazendo de tua casa

A escola de redenção.

 

Um pai que deixa os filhinhos

Abandonados ao léu

Não corresponde no mundo

À confiança do céu.

 

Cuida bem dos pequeninos.

A educação tem segredos

Que devem ser estudados

Desde os tempos dos brinquedos.

 

A tua função no lar

Não é somente prover

Mas adotar providências,

Procurando esclarecer.

 

Ensina os teus a gastar.

Quem vive muito à vontade

Pode encontrar a miséria

No fim da ociosidade.

 

Gastar somente o que é justo

É ser prudente e cristão.

Quem gasta o que não é seu

Faz dívidas de aflição.

 

Luta sempre, mas se os teus

Não te seguirem os trilhos,

Esperemos nesse Pai

De que todos somos filhos.

 

Na pobreza ou na fortuna,

Esforça-te, meu amigo.

Exemplifica o trabalho

E Deus estará contigo.

 

Casimiro Cunha/ Chico Xavier

Livro: Cartas do Evangelho e outros poemas