Admiro,
Senhor,
As cataratas
imponentes
Acionando
turbinas,
De cuja força
e majestade
O progresso
desponta;
Se permites,
porém,
Que algo te
rogue a mais no que me concedeste,
Dê-me a
simplicidade
Que puseste na
fonte.
Admiro,
Senhor,
O tronco alto
e robusto
Que domina a
montanha
E enfrenta sem
receio
A tempestade,
face a face;
Mas, se posso
escolher,
Viveria feliz,
anônima no vale,
Na condição da
erva que se inclina
Para que o
vento passe.
Admiro,
Senhor,
A seara no
campo,
Em plena
afirmação de vitória e fartura,
Recordando um
céu verde
Que em pepitas
douradas se constela;
No entanto, se
consentes
Que me
externe, mostrando o meu desejo,
Quisera ter o
encargo pequenino
Da semente
singela.
Admiro,
Senhor,
Todas as
maravilhas que criaste,
O firmamento,
os sóis, os continentes,
As rochas
entre as quais talhaste a Terra
Sobre imenso
maciço;
Dá-me, porém,
a graça da humildade,
Que eu venha a
ser, no mar de Tua Glória,
Uma gota sem
nome,
Ocupada em
serviço.
Iveta Ribeiro /
Chico Xavier
Livro: Vereda
de luz
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