sábado, 30 de novembro de 2019
quinta-feira, 28 de novembro de 2019
Jesus e você
Nosso Mestre não se serviu de condições excepcionais no mundo
para exaltar a Luz da Verdade e a Bênção do Amor.
Em razão disso, não aguarde renovação exterior na vida diária,
para ajudar.
Comece imediatamente a própria sublimação.
Jesus não tinha uma pedra onde recostar a cabeça.
Se você dispõe de mínimo recurso, já possui mais que Ele.
Jesus, em seu tempo, não desfrutou qualquer expressão social.
Se você detém algum estudo ou título, está em situação
privilegiada.
Jesus esperou até aos trinta nos para servir mais
decisivamente.
Se você é jovem e pode ser útil, usufrui magnífica
oportunidade.
Jesus partiu aos trinta e três anos.
Se você vive na idade amadurecida e dispõe do ensejo de
auxiliar, agradeça ao Alto, dando mais de si mesmo.
Jesus não contou com os familiares nas tarefas a que se
propôs.
Se você convive em paz no recinto doméstico, obtendo alguma
cooperação em favor dos outros, bendiga sempre essa dádiva inestimável.
Jesus não encontrou ninguém que o amparasse na hora difícil.
Se você recebe o apoio de alguém nos momentos críticos, saiba
ser grato.
Jesus nada pôde escrever.
Se você consegue grafar pensamentos na expansão do bem,
colabore sem tardança para a felicidade de todos.
Vemos, assim, que a vida real nasce e evolui no Espírito
eterno e não depende de aparências para projetar-se no rumo da perfeição.
Jesus segue à frente de nós. Se você deseja acertar, basta
apenas segui-lo.
Sigamo-lo pois.
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André Luiz / Chico Xavier – Livro: O Espírito da
Verdade
Paz do mundo e paz do Cristo
“A
paz vos deixo, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá.” Jesus
(João, 14:27.)
É indispensável não confundir a paz do
mundo com a paz do Cristo.
A calma do plano inferior pode não
passar de estacionamento.
A serenidade das esferas mais altas
significa trabalho divino, a caminho da Luz Imortal.
O mundo consegue proporcionar muitos
acordos e arranjos nesse terreno, mas somente o Senhor pode outorgar ao
espírito a paz verdadeira.
Nos círculos da carne, a paz das
nações costuma representar o silêncio provisório das baionetas; a dos
abastados inconscientes é a preguiça improdutiva e incapaz; a dos que se
revoltam, no quadro de lutas necessárias, é a manifestação do desespero
doentio; a dos ociosos sistemáticos é a fuga ao trabalho; a dos arbitrários é
a satisfação dos próprios caprichos; a dos vaidosos é o aplauso da
ignorância; a dos vingativos é a destruição dos adversários; a dos maus é a
vitória da crueldade; a dos negociantes sagazes é a exploração inferior; a
dos que se agarram às sensações de baixo teor é a viciação dos sentidos; a
dos comilões é o repasto opulento do estômago, embora haja fome espiritual no
coração.
Há muitos ímpios, caluniadores,
criminosos e indiferentes que desfrutam a paz do mundo. Sentem-se
triunfantes, venturosos e dominadores no século. A ignorância endinheirada, a
vaidade bem vestida e a preguiça inteligente sempre dirão que seguem muito
bem.
Não te esqueças, contudo, de que a paz
do mundo pode ser, muitas vezes, o sono enfermiço da alma. Busca, desse modo,
aquela paz do Senhor, paz que excede o entendimento, por nascida e cultivada,
portas a dentro do espírito, no campo da consciência e no santuário do
coração.
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Livro Vinha de Luz – Emmanuel por Chico Xavier –
Lição 105
Os mártires do Espiritismo
A respeito da questão dos milagres do Espiritismo, que nos
tinha sido proposta e que foi tratada em nosso último número, também nos
propuseram esta pergunta: “Os mártires selaram com o próprio sangue a verdade
do Cristianismo. Onde estão os mártires do Espiritismo?”
Tendes, pois, muita pressa em ver os espíritas na fogueira e
atirados às feras, o que leva a supor que boa vontade não vos faltaria se
isto ainda pudesse acontecer. Quereis, a todo custo, promover o Espiritismo à
categoria de uma religião! Notai que ele jamais teve essa pretensão; nunca se
colocou como rival do Cristianismo, do qual declara ser filho; que combate
seus mais cruéis inimigos: o ateísmo e o materialismo. Ainda uma vez, é uma
filosofia que repousa sobre as bases fundamentais de toda religião e na moral
do Cristo; se renegasse o Cristianismo, ele se desmentiria e se suicidaria.
São seus inimigos que o apresentam como uma nova seita, que lhe deram
sacerdotes e sumo-sacerdotes.
De tanto gritarem que é uma religião, as pessoas acabarão por
crer.
É preciso ser uma religião para possuir seus mártires? A
Ciência, as artes, o gênio, o trabalho e as ideias novas não tiveram, em
todas as épocas, os seus mártires?
Não ajudam a fazer mártires os que apontam os espíritas como
reprovados, como párias de quem se deve fugir ao contato? Os que sublevam
contra eles a populaça ignorante a ponto de lhes tirar os meios de
subsistência, esperando vencê-los pela fome, em falta de boas razões? Bela
vitória se o conseguissem! Mas a semente está lançada e germina em toda
parte; se for abafada num ponto, crescerá em cem outros. Tentai, pois, ceifar
a terra inteira!
Deixemos, porém, que falem os Espíritos encarregados de
responder à questão.
I
Pedistes milagres e hoje pedis mártires! Já existem os mártires
do Espiritismo: entrai nas casas e os vereis. Exigis perseguidos: abri, pois,
o coração desses fervorosos adeptos da ideia nova, que lutam contra os
preconceitos, com o mundo, muitas vezes até com a família! Como seus corações
sangram e se enchem quando seus braços se estendem para abraçar um pai, uma
mãe, um irmão ou uma esposa e não recebem, como paga de suas carícias e de
seus transportes, senão sarcasmos, sorrisos de desdém e desprezo! Os mártires
do Espiritismo são os que, a cada passo, ouvem estas palavras insultuosas:
louco, insensato, visionário!... E durante muito tempo terão de suportar
essas afrontas da incredulidade e outros sofrimentos ainda mais amargos; mas
a sua recompensa será bela, porque se o Cristo mandou preparar um lugar
soberbo para os mártires do Cristianismo, o que prepara aos mártires do
Espiritismo será ainda mais brilhante. Mártires do Cristianismo na infância,
marchavam para o suplício com coragem e resignação, porque não contavam
sofrer senão dias, horas e segundos do martírio, aspirando depois a morte
como única barreira a transpor para viver a vida celeste. Os mártires do Espiritismo
não devem buscar nem desejar a morte; devem sofrer tanto tempo quanto praza a
Deus deixá-los na Terra, e não ousam julgar-se dignos dos puros gozos
celestes logo que deixam a vida.
Oram e esperam, murmurando palavras de paz, de amor e de perdão
aos que os torturam, enquanto aguardam novas encarnações nas quais poderão
resgatar suas faltas passadas.
O Espiritismo se elevará como um templo soberbo. No começo os
degraus serão difíceis de subir; mas, transpostos os primeiros degraus, os
Espíritos bons ajudarão a vencer os outros até um lugar plano e reto que
conduz a Deus.
Ide, ide, filhos, pregar o Espiritismo! Pedem mártires: vós
sois os primeiros que o Senhor marcou, pois sois apontados a dedo e tratados
como loucos e insensatos, por causa da verdade!
Mas, eu vo-lo digo, em breve vai chegar a hora da luz; então,
não mais haverá perseguidores nem perseguidos: sereis todos irmãos e o mesmo
banquete reunirá opressores e oprimidos!
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Santo Agostinho – Revista Espírita – abril / 1862
sábado, 23 de novembro de 2019
Ideias preconcebidas
Temos-vos dito muitas
vezes que investiguem as comunicações que vos são dadas, submetendo-as à
análise da razão, e que não tomeis sem exame as inspirações que vêm agitar o
vosso Espírito, sob a influência de causas por vezes muito difíceis de constatar
pelos encarnados, entregues a distrações sem-número.
As ideias puras que,
por assim dizer, flutuam no espaço (segundo a ideia platônica), levadas pelos
Espíritos, nem sempre podem alojar-se sozinhas e isoladas no cérebro dos
vossos médiuns. Muitas vezes encontram o lugar ocupado por ideias preconcebidas,
que se espalham com o jacto da inspiração, perturbando-o e transformando-o de
maneira inconsciente, é verdade, mas algumas vezes de maneira bastante
profunda para que a ideia espiritual se ache, assim, inteiramente
desnaturada.
A inspiração encerra
dois elementos: o pensamento e o calor fluídico destinado a excitar o
Espírito do médium, dando-lhe o que chamais a verve da composição. Se a
inspiração encontrar o lugar ocupado por uma ideia preconcebida, da qual o
médium não pode ou não quer desligar-se, nosso pensamento fica sem intérprete
e o calor fluídico se gasta em estimular uma ideia que não é nossa. Quantas
vezes em vosso mundo egoísta e apaixonado temos trazido o calor e a ideia!
Desdenhais a ideia, que vossa consciência deveria fazer-vos reconhecer e vos
apoderais do calor, em benefício de vossas paixões terrenas, por vezes
dilapidando o bem de Deus em proveito do mal. Assim, quantas contas terão de prestar
um dia todos os advogados das causas equivocadas!
Sem dúvida seria
desejável que as boas inspirações pudessem sempre dominar as ideias
preconcebidas. Mas, então, entravaríamos o livre-arbítrio da vontade do homem
e, assim, este último escaparia à responsabilidade que lhe pertence. Mas se
somos apenas os conselheiros auxiliares da Humanidade, quantas vezes nos
devemos felicitar, quando nossa ideia, batendo à porta de uma consciência
estreita, triunfa da ideia preconcebida e modifica a convicção do inspirado!
Entretanto, não se deveria crer que nosso auxílio mal-empregado não traísse
um pouco o mau uso que dele podem fazer. A convicção sincera encontra acentos
que, partidos do coração, chegam ao coração; a convicção simulada pode satisfazer
as convicções apaixonadas, vibrando em uníssono com a primeira, mas traz um
frio particular que deixa a consciência malsatisfeita e revela uma origem
duvidosa.
Quereis saber de onde
vêm os dois elementos da inspiração mediúnica? A resposta é fácil: a ideia
vem do mundo extraterrestre – é a inspiração própria do Espírito. Quanto ao
calor fluídico da inspiração, nós o encontramos e o tomamos em vós mesmos; é
a parte quintessenciada do fluido vital em emanação; algumas vezes nós a
tomamos do próprio inspirado, quando este é dotado de certo poder fluídico,
ou mediúnico, como dizeis; na maioria das vezes nós o tomamos em seu
ambiente, na emanação de benevolência, de que está mais ou menos cercado. É
por isto que se pode dizer com razão que a simpatia torna eloquente.
Se refletirdes
atentamente nestas causas, encontrareis a explicação de muitos fatos que a
princípio causam admiração, mas dos quais cada qual possui uma certa
intuição. Só a ideia não bastaria ao homem, se não se lhe desse o poder de
exprimi-la. O calor é para a ideia o que o perispírito é para o Espírito, o
que o vosso corpo é para a alma. Sem o corpo a alma seria impotente para agitar
a matéria; sem o calor, a ideia seria impotente para comover os corações.
A conclusão desta
comunicação é que jamais deveis abdicar de vossa razão, ao examinardes as
inspirações que vos são submetidas. Quanto mais o médium tem ideias
adquiridas, mais é ele suscetível de ideias preconcebidas, mais deve fazer
tábula rasa de seus próprios pensamentos, abandonar as influências que o agitam
e dar à sua consciência a abnegação necessária a uma boa comunicação.
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Pascal - Revista
Espírita Espírita – maio / 1865
Nos mesmos pratos
“E ele, respondendo, disse: O que
mete comigo a mão no prato, esse me há de trair.” (Mateus, 26:23)
Toda ocorrência, na missão de Jesus, reveste-se de profunda expressão simbólica.
Dificilmente o ataque de estranhos poderia provocar o Calvário doloroso.
Os juízes do Sinédrio, pessoalmente, não se achavam habilitados a
movimentar o sinistro assunto, nem os acusadores gratuitos do Mestre
poderiam, por si mesmos, efetuar o processo infamante.
Reclamava-se alguém que fraquejasse e traísse a si mesmo.
A ingratidão não é planta de campo contrário.
O infrator mais temível, em todas as boas obras, é sempre o amigo transviado,
o companheiro leviano e o irmão indiferente.
Não obstante o respeito que devemos a Judas redimido, convém recordar a lição,
em favor do serviço de vigilância, não somente para os discípulos em aprendizado,
a fim de que não fracassem, como também para os discípulos em testemunho para
que exemplifiquem com o Senhor, compreendendo, agindo e perdoando.
Nas linhas do trabalho cristão, não é demais aguardar grandes lutas e grandes
provas, considerando-se, porém, que as maiores angústias não procederão de
círculos adversos, mas justamente da esfera mais íntima, quando a inquietação
e a revolta, a leviandade e a imprevidência penetram o coração daqueles que
mais amamos.
De modo geral, a calúnia e o erro, a defecção e o fel não partem de
nossos opositores declarados, mas, sim, daqueles que se alimentam conosco,
nos mesmos pratos da vida. Conserve-se cada discípulo plenamente informado,
com respeito a semelhante verdade, a fim de que saibamos imitar o Senhor, nos
grandes dias.
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Livro
Vinha de Luz – Emmanuel por Chico Xavier – Lição 104
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