sexta-feira, 20 de março de 2020
quinta-feira, 19 de março de 2020
Os adeuses
A epidemia que vem dizimar o mundo em certos
momentos, e que conviestes chamar cólera, fere de novo e por golpes redobrados
a Humanidade; seus efeitos são prontos e sua ação rápida. Sem nenhum aviso, o
homem passa da vida à morte, e aqueles, mais privilegiados, poupados por sua
mão fulminante, ficam estupefatos, trêmulos, ante as espantosas consequências
de um mal desconhecido em suas causas, e cujo remédio se ignora completamente.
Nesses tristes momentos, o medo se apodera
dos que apenas encaram a ação da morte, sem pensar no além, e que, só por este
fato, com mais facilidade oferecem o flanco ao mal. Mas como a hora de cada um
de nós está marcada, há que partir, a despeito de tudo, se ela tiver soado. A
hora está marcada para bom número dos habitantes do universo terrestre; partem
todos os dias; pouco a pouco o flagelo se espalha e vai estender-se sobre toda
a superfície do globo.
Este mal é desconhecido e talvez o seja mais
ainda hoje, porque, à sua constituição própria, juntam-se diariamente outros elementos
que confundem o saber humano e impedem de achar o remédio necessário para deter
a sua marcha. Assim, a despeito de sua ciência, os homens devem sofrer as suas consequências,
e esse flagelo destruidor é muito simplesmente um dos meios para ativar a
renovação humanitária, que se deve realizar.
Mas não vos inquieteis; para vós espíritas,
que sabeis que morrer é renascer, se fordes atingidos e partirdes, não ireis à felicidade?
Se, ao contrário, fordes poupados, agradecei-o a Deus, que assim vos permitirá
aumentar a soma dos vossos sofrimentos e pagar mais pela prova.
De um lado como de outro, quer a morte vos
fira, quer vos poupe, só tendes a ganhar; ou, então, não vos digais espíritas.
Dr.
Demeure / Sr. Morin – Revista Espírita – outubro/1867
Amizade e compreensão
“Com leite vos
criei, e não com manjar, porque ainda não podíeis, nem ainda agora podeis.” Paulo
(I Coríntios, 3:2)
Muitos companheiros de luta exigem cooperadores
esclarecidos para as tarefas que lhes dizem respeito, amigos valiosos que lhes
entendam os propósitos e valorizem os trabalhos, esquecidos de que as afeições,
quanto as plantas, reclamam cultivo adequado.
Compreensão não se improvisa. É obra de
tempo, colaboração, harmonia.
O próprio Cristo, primeiramente, semeou o
ideal divino no coração dos continuadores, antes de recolher-lhes o
entendimento.
Sofreu-lhes as negações, tolerou-lhes as
fraquezas e desculpou-lhes as exigências para formar, por fim, o colégio
apostólico.
Nesse particular, Paulo de Tarso fornece-nos
judiciosa lição, declarando aos Coríntios que os criara “com leite”. Tão
pequena afirmativa transborda sabedoria vastíssima. O apóstolo generoso,
gigante no conhecimento e na fé viva, edificara os companheiros de sua missão
evangélica em Corinto, não com o alimento complexo das teses difíceis, mas com
os ensinamentos simples da verdade e as puras demonstrações de amor em Cristo
Jesus. Não lhes conquistara a confiança e a estima exibindo cultura ou impondo
princípios, mas, sim, orando e servindo, trabalhando e amando.
Existe uma ciência de cultivar a amizade e
construir o entendimento.
Como acontece ao trigo, no campo espiritual
do amor, não será possível colher sem semear.
Examina, pois, diariamente, a tua lavoura
afetiva. Observa se estás exigindo flores prematuras ou frutos antecipados. Não
te esqueças da atenção, do adubo, do irrigador. Coloca-te na posição da planta
em jardim alheio e, reparando os cuidados que exiges, não desdenhes resgatar as
tuas dívidas de amor para com os outros.
Imita o lavrador prudente e devotado, se
desejas atingir a colheita de grandes e precisos resultados.
Livro Vinha de Luz – Emmanuel por
Chico Xavier – Lição 121
Reação pacífica
Estes são dias de desequilíbrio.
O medo galvaniza os homens.
A onda dos crimes cresce cada hora. No
entanto, a agressividade e a violência que dominam as preocupações do mundo
hodierno, a par das causas de natureza extrínseca, têm, no próprio homem, o
caldo de cultura em que se desenvolvem, assustadoramente.
Enquanto os especialistas dos diversos ramos
do conhecimento tentam deter os efeitos da violência, que irrompe, voluptuosa,
em toda parte, mergulhando o pensamento nos fatores causais socioeconômicos,
sócio-políticos, socioculturais, psicológicos e de outras ordens, o egoísmo é a
grande geratriz dos males que afligem a Terra...
Em consequência, o Evangelho de Jesus vivido
pelo Espiritismo, em espírito e verdade, é o anticorpo de urgência para a
calamidade virulenta que ameaça as estruturas sociais da atualidade.
*
Não somes ao volume dos desequilíbrios
vigentes as reações negativas que traduzam desassossegos internos.
Estabelece as diretrizes de paz interior, a
esforço de prece e sacrifício, de modo a poderes minimizar problemática
afligente.
Evita o comentário pernicioso e não difundas
a informação malsã.
Apaga o fogo da ira com a água da
resignação.
Asserena as ansiedades pessoais,
impedindo-te o desespero.
O servidor do Cristo está, na Terra, para o
excelente mister de produzir a harmonia entre todos.
Agredido, não ataca; acossado, não investe
contra, porfia; sofrendo, não promove a revolta, vence-a.
Estância de paz, toma-se veículo do
otimismo, contribuindo valiosamente para a mudança da paisagem em agonia da
atualidade.
*
Harmoniza-te em Jesus e esparze esperança,
constituindo-te fortaleza contra o mal, lição viva de confiança, lentamente
transformando o meio onde te encontras situado, de modo a vencer pela
resistência pacífica a onda de provações necessárias para a Humanidade neste
momento de transição histórica.
*
O egoísmo é o inimigo poderoso contra o qual
todos devem voltar-se com disposição de ânimo e decisão.
Insculpindo n’alma as bênçãos da caridade,
serão superados todos os fatores perturbantes que afetam o homem, e a violência
como a agressividade serão banidas da Terra em definitivo.
Entrega-te, portanto, a Jesus e n’Ele
confia, “não fazendo ao teu próximo, o que não desejares que ele te faça.”
Joanna de Ângelis / Divaldo Franco –
Livro: Alerta
quarta-feira, 18 de março de 2020
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