quinta-feira, 19 de março de 2020

Bezerra de Menezes traz mensagem de esperança através de Divaldo Franco

Divaldo fala sobre o coronavírus

Os adeuses



A epidemia que vem dizimar o mundo em certos momentos, e que conviestes chamar cólera, fere de novo e por golpes redobrados a Humanidade; seus efeitos são prontos e sua ação rápida. Sem nenhum aviso, o homem passa da vida à morte, e aqueles, mais privilegiados, poupados por sua mão fulminante, ficam estupefatos, trêmulos, ante as espantosas consequências de um mal desconhecido em suas causas, e cujo remédio se ignora completamente.

Nesses tristes momentos, o medo se apodera dos que apenas encaram a ação da morte, sem pensar no além, e que, só por este fato, com mais facilidade oferecem o flanco ao mal. Mas como a hora de cada um de nós está marcada, há que partir, a despeito de tudo, se ela tiver soado. A hora está marcada para bom número dos habitantes do universo terrestre; partem todos os dias; pouco a pouco o flagelo se espalha e vai estender-se sobre toda a superfície do globo.

Este mal é desconhecido e talvez o seja mais ainda hoje, porque, à sua constituição própria, juntam-se diariamente outros elementos que confundem o saber humano e impedem de achar o remédio necessário para deter a sua marcha. Assim, a despeito de sua ciência, os homens devem sofrer as suas consequências, e esse flagelo destruidor é muito simplesmente um dos meios para ativar a renovação humanitária, que se deve realizar.

Mas não vos inquieteis; para vós espíritas, que sabeis que morrer é renascer, se fordes atingidos e partirdes, não ireis à felicidade? Se, ao contrário, fordes poupados, agradecei-o a Deus, que assim vos permitirá aumentar a soma dos vossos sofrimentos e pagar mais pela prova.

De um lado como de outro, quer a morte vos fira, quer vos poupe, só tendes a ganhar; ou, então, não vos digais espíritas.

 Dr. Demeure / Sr. Morin – Revista Espírita – outubro/1867

Amizade e compreensão


“Com leite vos criei, e não com manjar, porque ainda não podíeis, nem ainda agora podeis.” Paulo (I Coríntios, 3:2)

Muitos companheiros de luta exigem cooperadores esclarecidos para as tarefas que lhes dizem respeito, amigos valiosos que lhes entendam os propósitos e valorizem os trabalhos, esquecidos de que as afeições, quanto as plantas, reclamam cultivo adequado.
Compreensão não se improvisa. É obra de tempo, colaboração, harmonia.
O próprio Cristo, primeiramente, semeou o ideal divino no coração dos continuadores, antes de recolher-lhes o entendimento.
Sofreu-lhes as negações, tolerou-lhes as fraquezas e desculpou-lhes as exigências para formar, por fim, o colégio apostólico.
Nesse particular, Paulo de Tarso fornece-nos judiciosa lição, declarando aos Coríntios que os criara “com leite”. Tão pequena afirmativa transborda sabedoria vastíssima. O apóstolo generoso, gigante no conhecimento e na fé viva, edificara os companheiros de sua missão evangélica em Corinto, não com o alimento complexo das teses difíceis, mas com os ensinamentos simples da verdade e as puras demonstrações de amor em Cristo Jesus. Não lhes conquistara a confiança e a estima exibindo cultura ou impondo princípios, mas, sim, orando e servindo, trabalhando e amando.
Existe uma ciência de cultivar a amizade e construir o entendimento.
Como acontece ao trigo, no campo espiritual do amor, não será possível colher sem semear.
Examina, pois, diariamente, a tua lavoura afetiva. Observa se estás exigindo flores prematuras ou frutos antecipados. Não te esqueças da atenção, do adubo, do irrigador. Coloca-te na posição da planta em jardim alheio e, reparando os cuidados que exiges, não desdenhes resgatar as tuas dívidas de amor para com os outros.
Imita o lavrador prudente e devotado, se desejas atingir a colheita de grandes e precisos resultados.
Livro Vinha de Luz – Emmanuel por Chico Xavier – Lição 121

Reação pacífica


Estes são dias de desequilíbrio.
O medo galvaniza os homens.
A onda dos crimes cresce cada hora. No entanto, a agressividade e a violência que dominam as preocupações do mundo hodierno, a par das causas de natureza extrínseca, têm, no próprio homem, o caldo de cultura em que se desenvolvem, assustadoramente.
Enquanto os especialistas dos diversos ramos do conhecimento tentam deter os efeitos da violência, que irrompe, voluptuosa, em toda parte, mergulhando o pensamento nos fatores causais socioeconômicos, sócio-políticos, socioculturais, psicológicos e de outras ordens, o egoísmo é a grande geratriz dos males que afligem a Terra...
Em consequência, o Evangelho de Jesus vivido pelo Espiritismo, em espírito e verdade, é o anticorpo de urgência para a calamidade virulenta que ameaça as estruturas sociais da atualidade.
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Não somes ao volume dos desequilíbrios vigentes as reações negativas que traduzam desassossegos internos.
Estabelece as diretrizes de paz interior, a esforço de prece e sacrifício, de modo a poderes minimizar problemática afligente.
Evita o comentário pernicioso e não difundas a informação malsã.
Apaga o fogo da ira com a água da resignação.
Asserena as ansiedades pessoais, impedindo-te o desespero.
O servidor do Cristo está, na Terra, para o excelente mister de produzir a harmonia entre todos.
Agredido, não ataca; acossado, não investe contra, porfia; sofrendo, não promove a revolta, vence-a.
Estância de paz, toma-se veículo do otimismo, contribuindo valiosamente para a mudança da paisagem em agonia da atualidade.
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Harmoniza-te em Jesus e esparze esperança, constituindo-te fortaleza contra o mal, lição viva de confiança, lentamente transformando o meio onde te encontras situado, de modo a vencer pela resistência pacífica a onda de provações necessárias para a Humanidade neste momento de transição histórica.
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O egoísmo é o inimigo poderoso contra o qual todos devem voltar-se com disposição de ânimo e decisão.
Insculpindo n’alma as bênçãos da caridade, serão superados todos os fatores perturbantes que afetam o homem, e a violência como a agressividade serão banidas da Terra em definitivo.
Entrega-te, portanto, a Jesus e n’Ele confia, “não fazendo ao teu próximo, o que não desejares que ele te faça.”

Joanna de Ângelis / Divaldo Franco – Livro: Alerta