sábado, 16 de maio de 2020
O Santuário sublime
Serviço de salvação
Renascimento
sábado, 9 de maio de 2020
sexta-feira, 8 de maio de 2020
Perto de Deus
Entre a alma, prestes a reencarnar na Terra, e o Mensageiro Divino travou-se expressivo diálogo:
- Anjo bom – disse ela -, já fiz numerosas
romagens no mundo. Cansei-me de prazeres envenenados e posses inúteis... Se
posso pedir algo, desejaria agora colocar-me em serviço, perto de Deus, embora
deva achar-me entre os homens...
- Sabes efetivamente a que aspiras? Que responsabilidade procuras? – replicou o interpelado. – Quando falham aqueles que servem à vida, perto de Deus, a obra da vida, em torno deles, é perturbada nos mais íntimos mecanismos.
- Por misericórdia, anjo amigo! Dar-me-ás
instruções...
- Conseguirás aceitá-las?
- Assim espero, com o amparo do Senhor.
- O Céu, então, conceder-te-á o que solicitas.
- Posso informar-me quanto ao trabalho que
me aguarda?
- Porque estarás mais perto de Deus,
conquanto entre os homens, recolherás dos homens o tratamento que eles
habitualmente dão a Deus...
- Como assim?
- Amarás com todas as fibras de teu espírito,
mas ninguém conhecerá, nem te avaliará as reservas de ternura!... Viverás
abençoando e servindo, qual se carregasses no próprio peito a suprema
felicidade e o desespero supremo. Nunca te fartarás de dar e os que te cercarem
jamais se fartarão de exigir...
- Que mais?
- Dar-te-ão no mundo um nome bendito, como
se faz com o Pai Celestial, contudo, qual se faz igualmente até hoje na Terra
com o Todo Misericordioso, reclamar-se-á tudo de ti, sem que se te dê coisa
alguma. Embora detendo o direito de fulgir à luz do primeiro lugar nas assembleias
humanas, estarás na sombra do último...
Nutrirás as criaturas queridas com a
essência do próprio sangue; no entanto, serás apartada geralmente de todas
elas, como se o mundo esmerasse em te apunhalar o coração. Muitas vezes, serás
obrigada a sorrir, engolindo as próprias lágrimas, e conhecerás a verdade com a
obrigação de respeitar a mentira... Conquanto venhas a residir no regozijo
oculto da vizinhança de Deus, respirarás no fogo invisível do sofrimento!...
- Que mais?
- Adorarás as outras criaturas para que
brilhem nos salões da beleza ou nos torneios da inteligência; entretanto, raras
te guardarão na memória, quando erguidas ao fausto do poder ou ao delírio da
fama. Produzirás o encanto da paz; todavia, quando os homens se inclinem à guerra,
serás impotente para afastar-lhes o impulso homicida...
Por isso mesmo, debalde chorarás quando se
decidirem ao extermínio uns dos outros, de vez que te acharás perto do Todo Sábio
e, por enquanto, o Todo Sábio é o Grande Anônimo, entre os povos da Terra...
- Que mais?
- Todas as profissões no Planeta são
honorificadas com salários correspondentes às tarefas executadas, mas o teu
ofício, porque estejas em mais íntima associação com o Eterno e para que não
comprometas a Obra da Divina Providência, não terá compensações amoedadas.
Outros seareiros da Vinha terrestre serão
beneficiados com a determinação de horários especiais; contudo, já que o
Supremo Pai serve dia e noite, não disporás de ocasiões para descanso certo,
porquanto o amor te colocará em permanente vigília!...
Não medirás sacrifícios para auxiliar, com
absoluto esquecimento de ti; no entanto, verás teu carinho e abnegação apelidados,
quase sempre, por fanatismo e loucura...
Zelarás pelos outros, mas os outros muito
dificilmente se lembrarão de zelar por ti...
Farás o pão dos entes amados...
Na maioria das circunstâncias, porém, serás
a última pessoa a servir-se dos restos da mesa, e, quando o repouso felicite
aqueles que te consumirem as horas, velarás, noite a dentro, sozinha e
esquecida, entre a prece de Deus, e, em razão disso, terás por dever agir com o
ilimitado amor com que Deus ama...
- Anjo bom – disse a Alma, em pranto de
emoção e esperança -, que missão será essa?
O Emissário Divino endereçou-lhe profundo
olhar e respondeu num gesto de bênção:
- Serás mãe!...
Liberdade
“Não useis, porém,
da liberdade para dar ocasião à carne, mas servi-vos uns aos outros pela
caridade.” – Paulo (Gálatas, 5:13)
Em todos os tempos, a liberdade foi
utilizada pelos dominadores da Terra.
Em variados setores da evolução humana, os
mordomos do mundo aproveitam-na para o exercício da tirania, usam-na os servos
em explosões de revolta e descontentamento.
Quase todos os habitantes do Planeta
pretendem a exoneração de toda e qualquer responsabilidade, para se mergulharem
na escravidão aos delitos de toda sorte.
Ninguém, contudo, deveria recorrer ao
Evangelho para aviltar o sublime princípio.
A palavra do apóstolo aos gentios é bastante
expressiva. O maior valor da independência relativa de que desfrutamos reside
na possibilidade de nos servirmos uns aos outros, glorificando o bem.
O homem gozará sempre da liberdade
condicional e, dentro dela, pode alterar o curso da própria existência, pelo
bom ou mau uso de semelhante faculdade nas relações comuns.
É forçoso reconhecer, porém, que são muito
raros os que se decidem à aplicação dignificante dessa virtude superior.
Em quase todas as ocasiões, o perseguido,
com oportunidade de desculpar, mentaliza represálias violentas; o caluniado,
com ensejo de perdão divino, recorre à vingança; o incompreendido, no instante
azado de revelar fraternidade e benevolência, reclama reparações.
Onde se acham aqueles que se valem do
sofrimento, para intensificar o aprendizado com Jesus Cristo? Onde os que se sentem
suficientemente livres para converter espinhos em bênçãos? No entanto, o Pai
concede relativa liberdade a todos os filhos, observando-lhes a conduta.
Raríssimas são as criaturas que sabem elevar
o sentido da independência a expressões de voo espiritual para o Infinito. A
maioria dos homens cai, desastradamente, na primeira e nova concessão do Céu,
transformando, às vezes, elos de veludo em algemas de bronze.