sábado, 18 de julho de 2020
sexta-feira, 17 de julho de 2020
Divulgue o Espiritismo
Confira, divulgue e imprima os folhetos preparados pela Federação Espírita Brasileira para facilitar o entendimento sobre Espiritismo e o Movimento Espírita.
A bênção da legítima fraternidade
Filhas e filhos da alma, mantende-vos em
paz!
Ouvi o que vos foi dito: Amareis aos que vos
amam e odiareis aqueles que vos odeiam. Eu, porém, vos digo: amai os vossos
inimigos para ganhardes o galardão do Reino dos Céus.
Em outras palavras, Jesus nos convida à
renúncia total dos sentimentos egoísticos, acenando-nos com a bênção da
legítima fraternidade.
Deu-nos o exemplo, Ele próprio, amando os
adversários do Bem, de que Ele era a representação máxima na Terra.
Esse desafio permanece há vinte séculos,
convidando-nos a reflexões profundas.
Na atualidade, quando as comodidades
confraternizam com a avareza, a deslealdade, o suborno, amam-se as criaturas de
acordo com os interesses que lhes dizem respeito especialmente em relação às
paixões subalternas.
Não poucas vezes, ficais aturdidos ante o
mundo devorador e a retidão do comportamento espírita.
Tende, porém, bom ânimo e sede fiéis à
fraternidade que deve viger entre todos porque dela partem os nobres
sentimentos da solidariedade, da compaixão, da caridade: os diletos filhos do
amor.
Tende-vos preocupado com as diretrizes de
segurança para o futuro do nosso Movimento e em agir com sabedoria sob a
inspiração superior.
Vindes traçando as metas que devem ser
alcançadas de forma a contribuirdes em prol do mundo melhor de amanhã. Mas não
vos tendes esquecido de que a semente do Evangelho de Jesus é a perene luz
guiando a Humanidade ao seu destino sublime.
São dias, estes, de inquietações e de desafios.
As inquietações fazem parte das crises e toda crise vivenciada abre portas ao
progresso porque amadurece os lutadores. E, ao mesmo tempo, através dos
desafios desenvolvem-se as faculdades de discernimento para a ação correta
segundo as determinações do Mestre incomparável.
Também Ele viveu no momento histórico de
crises internacionais, socioeconômicas, de natureza variada, e foi graças a
essas crises que Ele aceitou o desafio de implantar na Terra o amor.
Observai! É a única personalidade que exalta
o amor capaz de vencer dois milênios de lutas e transformar-se na mais eficaz
psicoterapia de que necessita a criatura humana.
O amor, porém, de entrega total, sem os
vícios dos interesses recíprocos, das ofertas retributivas, mas o sentimento de
oferta pelo ideal da Vida Eterna.
Viveis o grandioso momento da transição que
impõe diretrizes seguras de comportamento para que os apêndices de fugas
psicológicas não vos desviem da segura diretriz para o encontro com a Verdade.
Porfiai, filhas e filhos da alma, não poucas
vezes, com o coração destroçado, mas a alma aceitando os impositivos do
progresso e vivendo o anonimato da renúncia, para que brilhe o Senhor e não o
ego individual.
É certamente o grande desafio do momento
servir à Causa sem servir-se da Casa e da Doutrina que ela alberga. Compreender
que, na condição de servo, a satisfação máxima é atender às determinações do
Senhor sem qualquer queixa ou reclamação.
Aqueles que antes vieram e deixaram pegadas
luminosas para que seguísseis estão preparando-se para o retorno a fim de
avançarem pelas trilhas que agora traçais.
Exultai, filhas e filhos da alma, por vos
manterdes fiéis ao Cristo de Deus, muitas vezes com desagrado dos nossos afetos
queridos, daqueles que partilham das nossas alegrias e dores, mas não têm a
maturidade de compreender os sentimentos que entregais ao Guia e Protetor de
todos nós.
Não tergiverseis nunca!
Tolerância, mas não conivência.
Fraternidade, mas, de maneira nenhuma,
vulgaridade de comportamento.
Trabalho dentro do limite das forças, porque
aquele que faz o que pode, realiza o máximo.
Os vossos mentores espirituais e os vossos
amigos devotados do mais Além estamos a postos para que os empreendimentos
libertadores sejam abençoados pelo Senhor e possam tornar-se realidade na
construção da Era da fraternidade legítima.
Os Espíritos-espíritas, que estamos
convosco, prosseguiremos na santa lide de edificar o Reino dos Céus em cada
coração, a fim de que se expanda por toda a Terra, embora a dimensão do tempo
que se lhe faça necessária.
Jesus triunfará sem qualquer restrição, pois
que Ele é o Caminho para a Verdade e para a Vida.
Que Ele a todos nos abençoe e nos guarde na
sua dúlcida paz, são os votos do servidor humílimo e paternal de sempre,
Bezerra
de Menezes - Mensagem psicofônica pelo
médium Divaldo Pereira Franco, no encerramento da reunião ordinária do Conselho
Federativo Nacional, em Brasília, na manhã de 10/11/2013.
Fonte:
www.divaldofranco.com.br
Iluminemos o santuário
“Pois nós somos um
santuário do Deus vivo.” Paulo (II Coríntios, 6:16)
O esforço individual estabelece a necessária
diferenciação entre as criaturas, mas a distribuição das oportunidades divinas
é sempre a mesma para todos.
Indiscriminadamente, todas as pessoas
recebem possibilidades idênticas de crescimento mental e elevação ao campo
superior da vida.
Todos somos, pois, consoante a sentença de
Paulo, santuários do Deus vivo.
Apesar disso, inúmeras pessoas se declaram
afastadas da luz eterna, deserdadas da fé. Enquanto dispõem da saúde e do
tesouro das possibilidades humanas, fazem anedotário leve e irônico. Ao apagar
das luzes terrestres, porém, inabilitados à movimentação no campo da fantasia,
revoltam-se contra a Divindade e precipitam-se em abismo de desespero. São
companheiros invigilantes que ocuparam o santuário do espírito com material
inadequado.
Absorvidos pelas preocupações imediatistas
da esfera inferior, transformaram esperanças em ambições criminosas, expressões
de confiança em fanatismo cego, aspirações do Alto em interesses da zona mais
baixa.
Debalde se faz ouvir a palavra delicada e
pura do Senhor, no santuário interno, quando a criatura, obcecada pelas ilusões
do plano físico, perde a faculdade de escutar. Entre os seus ouvidos e a sublime
advertência, erguem-se fronteiras espessas de egoísmo cristalizado e de viciosa
aflição. E, pouco a pouco, o filho de Deus encarnado na Terra, de rico de
ideais humanos e realizações transitórias, passa à condição de mendigo de luz e
paz, na velhice e na morte...
O Senhor continua ensinando e amando,
orientando e dirigindo, mas, porque a surdez prossegue sempre, chegam a seu
tempo as bombas renovadoras do sofrimento, convidando a mente desviada e
obscura à descoberta dos valores que lhe são próprios, reintegrando-a no
santuário de si mesma para o reencontro sublime com a Divindade.
Emmanuel
/ Chico Xavier – Vinha de Luz – FEB – cap.138
A caridade
Nestes dias tempestuosos, com a repetição de
desastres e calamidades de todos os tipos, a Caridade é convidada a visitar-nos
em regime de emergência.
O Apóstolo Paulo denominou-a como a maior
das virtudes, especialmente em referência à Fé e à Esperança, isto porque a
Caridade as engloba em seu sublime desiderato.
Quando falham os sentimentos conhecidos no comportamento
dos seres humanos, o Evangelho de Jesus nos convoca à prática da Caridade para
com eles, ampliando o seu valor a tudo quanto existe.
Desta forma, a Caridade abarca o amor na sua
mais elevada expressão. Não se trata de uma fundamentação religiosa, mas
conquista de uma excelente virtude de integração da criatura na Criação.
Confunde-se, invariavelmente, a Caridade com
a esmola, o doar de valores e coisas que já não servem e mantêm aqueles que a
recebem em situação deplorável de necessidade.
O verdadeiro objetivo da Caridade é o de
dignificar aquele que é beneficiado, assim como se engrandece no silêncio e no
anonimato daqueloutro que a exerce.
Em razão disso, a Caridade pode ser material
e espiritual, no seu aspecto enobrecedor de natureza moral. Bem orientada,
socorre a fome, a sede, a nudez, a enfermidade, mas também ilumina o
desconforto moral, o abandono afetivo, a loucura das paixões dissolventes, as
situações de abandono, sem olvidar a iluminação das consciências.
Nunca se perverte, nem depende de nada,
exceto de ser vivenciada com naturalidade, arrancando o necessitado da situação
em que padece, concedendo-lhe recursos morais para levantar-se da queda e
recomeçar a avançar na jornada mil vezes.
Quando as criaturas compreendermos que somos
interdependentes umas das outras, e que a solidão, a distância entre os seres
humanos são estados patológicos ou filhos rebeldes da ignorância assim como do
orgulho vão, desaparecerão as diferenças de classes, as presunçosas
manifestações do preconceito de qualquer natureza, porque todos serão vistos
como irmãos em estágios diferentes da evolução, todos trabalhando para a sua
ascensão moral e construção do mundo de legítima fraternidade.
A evolução do pensamento nas suas
manifestações éticas, culturais, científicas, civilizatórias tem como alvo a
união de todas as criaturas, mesmo animais e vegetais em harmonia, que se pode
considerar sinfônica, pois que, cada qual, como se fosse um instrumento
musical, é indispensável, portador de importância igual a todos demais.
Qualquer expressão restritiva na conduta
humana em relação ao seu próximo é atraso moral que a Caridade corrige.
Nesta hora de pandemia virótica, em que
predomina a pandemia da miséria moral de mulheres e homens mesquinhos, eles nos
merecem o espírito de Caridade, para serem menos infelizes.
Divaldo
Franco – Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna
Opinião, 9 de julho de 2020.
Fonte: www.febnet.org.br
Fonte: www.febnet.org.br
quinta-feira, 9 de julho de 2020
Houve alguma pandemia à época de Allan Kardec? Quais foram as recomendações doutrinárias?
Na Revista Espírita de novembro de 1865,
Kardec escreveu um artigo denominado “O Espiritismo e o Cólera”, eis que muitos
adversários compararam o Espiritismo a uma peste que tomava conta da
humanidade.
Kardec, sempre educado, refuta a tese e
aproveita para escrever algo sobre a pandemia da cólera.
Registre-se que no período de 1845 a 1860
houve a terceira onda pandêmica de cólera, que ceifou milhares de vidas no
mundo. Segundo alguns historiadores, essa pandemia causou o maior número de
mortes no século XIX.
A cólera é uma doença bacteriana intestinal,
normalmente causada pela ingestão de alimentos ou água contaminados.
No artigo, Kardec cita a carta de um leitor
de Constantinopla, onde teria ocorrido mais de 70 mil mortes, tendo o leitor
sugerido que os espíritas de lá, pela crença religiosa, teriam sido preservados
do flagelo pandêmico.
De imediato, Kardec discorda da tese do
leitor, afirmando que a fé espírita não poderia ser um antídoto contra a
cólera, mas faz uma excelente abordagem no sentido de que o conhecimento espírita propicia uma força moral que é capaz
de nos preservar de muitas doenças, porquanto essa força moral repercute no
corpo físico, inclusive no sistema imunológico.
Há diversos estudos que correlacionam o
binômio fé/saúde, que não se limita, é claro, apenas na crença espírita.
Kardec falou do medo da morte, que atinge
uma quantidade imensa de pessoas quando se instala uma pandemia. O medo
patológico, que vige nesse momento, por si só, já gera um estado emocional
desarmonizado, que repercute na saúde física e mental, fazendo com que o
indivíduo permaneça num estado de alerta intenso, gerando ansiedade e estresse.
Para
o espírita não deve haver esse temor da morte, porque acredita na
imortalidade da alma, que segue viva em outras dimensões da vida, o que,
segundo Kardec, serve também para sustentar a aludida força moral.
O fato de não se temer a morte não significa
que não damos valor para a vida física, tanto que Kardec expressamente fala que devemos seguir as medidas sanitárias,
ou seja, o espírita segue as diretrizes e as normas das autoridades públicas,
visando prolongar a vida, não por apego, mas por desejo de progredir. Veja que
orientação atual para o coronavírus.
Kardec
comenta sobre a importância da serenidade, que será vital para nossa saúde
emocional e mental. A serenidade deve ser trabalhada, conquistada, de forma que
devemos aproveitar o período de isolamento social imposto pelo coronavírus, a
fim de buscar a meditação, a viagem interior e o autoconhecimento, ajudando na
conquista da serenidade.
A oração
será recurso primordial por nos manter conectados com Deus e com as forças
superiores mantenedoras da vida.
Kardec
também fala que o espírita deve mudar completamente seus hábitos. Vemos que o
coronavírus nos impôs mudanças profissionais, familiares e sociais, de tal
sorte que o espírita deve ser obediente e resignado, ajustando sua conduta às necessidades
atuais, visando a saúde pessoal e coletiva.
No final do artigo, Kardec insere uma
mensagem espiritual do Dr. Demeure, que foi médico na sua última encarnação, e
este espírito traz recomendações oportunas, aplicáveis ao período de pandemia
que vivemos na atualidade.
O espirito do Dr. Demeure acentua a importância da higiene e para
se evitar os resfriados. Parece que ele está falando para a humanidade dos dias
vigentes.
O referido espírito insiste para se evitar o medo, que é pior do que
o próprio mal pandêmico. Que cabe ao espírita manter a calma dada pela fé e não
recear a morte.
O médico desencarnado ainda fala para não se ignorar os primeiros sintomas da
doença, que recomendarão medidas específicas. É claro que ele está
falando da cólera, mas veja como se aplica ao coronavírus.
O espírito enfatiza a necessidade da confiança em si mesmo e em Deus
como fatores vitais e propiciatórios de saúde.
Por fim, o Dr. Demeure toca no assunto do temperamento espiritual, que, na
realidade, diz respeito à nossa saúde emocional e mental, e a forma que devemos
evitar mágoas, ódios, tristezas, angústias, ansiedades etc., investindo na
brandura, na amorosidade, na tranquilidade, no perdão, que nos ajudarão a
manter a saúde espiritual, ainda que o corpo venha a adoecer.
Que artigo impressionante de 1865 e que tem
plena validade para esse período de coronavírus.
Que orientações extraordinárias, morais e materiais, de Kardec e
do Dr. Demeure, que devem ser seguidas de forma integral pelos espíritas.
Aproveitemos essas lições valiosas e que
possamos seguir confiantes, com Jesus e Kardec.
É necessário, porém, ir a Ele...
Alessandro Viana Vieira de Paula - Escritor
e palestrante espírita – Fonte: usesp.org.br
quarta-feira, 8 de julho de 2020
Vida Conjugal
“Assim também vós,
cada um em particular, ame a sua própria mulher como a si mesmo, e a mulher reverencie
o seu marido.” Paulo (Efésios, 5:33)
As tragédias da vida conjugal costumam
povoar a senda comum.
Explicando o desequilíbrio, invoca-se a
incompatibilidade dos temperamentos, os desencantos da vida íntima ou as
excessivas aflições domésticas.
O marido disputa companhias novas ou
entretenimentos prejudiciais, ao passo que, em muitos casos, abre-se a mente
feminina ao império das tentações, entrando em falso rumo.
Semelhante situação, porém, será sempre
estranhável nos lares formados sobre as escolas da fé, nos círculos do
Cristianismo.
Os cônjuges, com o Cristo, acolhem, acima de
tudo, as doces exortações da fraternidade.
É possível que os sonhos, muita vez, se
desfaçam ao toque de provas salvadoras, dentro dos ninhos afetivos, construídos
na árvore da fantasia. Muitos homens e mulheres exigem, por tempo vasto, flores
celestes sobre espinhos terrenos, reclamando dos outros atitudes e diretrizes
que eles são, por enquanto, incapazes de adotar, e o matrimônio se lhes
converte em instituição detestável.
O cristão, contudo, não pode ignorar a
transitoriedade das experiências humanas. Com Jesus, é impossível destruir os
divinos fundamentos da amizade real.
Busque-se o lado útil e santo da tarefa e
que a esperança seja a lâmpada acesa no caminho...
Tua esposa mantém-se em nível inferior à tua
expectativa?
Lembra-te de que ela é mãe de teus filhinhos
e serva de tuas necessidades.
Teu esposo é ignorante e cruel? Não olvides
que ele é o companheiro que Deus te concedeu...
Emmanuel
/ Chico Xavier – Vinha de Luz – FEB – cap.137
terça-feira, 7 de julho de 2020
A cura própria
"Pregando o
Evangelho do Reino e curando todas as enfermidades". Mateus, 9:35.
Cura a catarata e a conjuntivite, mas
corrige a visão espiritual de teus olhos.
Defende-te contra a surdez; entretanto
retifica o teu modo de registrar as vozes e solicitações variadas que te
procuram.
Medica a arritmia e a dispneia; contudo não
entregues o coração à impulsividade arrasadora.
Combate a neurastenia e o esgotamento; no
entanto cuida de reajustar as emoções e tendências.
Persegue a gastralgia, mas educa teus
apetites à mesa.
Melhora as condições do sangue; todavia não
o sobrecarregues com os resíduos de prazeres inferiores.
Guerreia a hepatite; entretanto livra o
fígado dos excessos em que te comprazes.
Remove os perigos da uremia; contudo não
sufoques os rins com venenos de taças brilhantes.
Desloca o reumatismo dos membros, reparando,
porém, o que fazes com teus pés, braços e mãos.
Sana os desacertos cerebrais que te ameaçam;
todavia aprende a guardar a mente no idealismo superior e nos atos nobres.
Consagra-te à própria cura, mas não esqueças
a pregação do reino divino aos teus órgãos, eles são vivos e educáveis.
Sem que teu pensamento se purifique e sem
que a tua vontade comande o barco do organismo para o bem, a intervenção dos
remédios humanos não passará de medida em trânsito para a inutilidade.
Emmanuel
/ Chico Xavier – Livro: Segue-me
sábado, 4 de julho de 2020
O grande restaurador
As palavras que Ele pronunciava,
emolduravam-se com os atos que Ele realizava. Identificado com Deus, Suas mãos
produziam as curas mais diversas, e que nunca haviam acontecido antes.
De todo lugar, portanto, particularmente da
Síria, traziam doentes: paralíticos, cegos, surdos, lunáticos, infelizes de
todo porte, que chegavam exibindo suas dores mais cruéis e padecimentos sem
conforto.
Jesus, tomado de compaixão, atendia-os,
ministrando-lhes o bálsamo da misericórdia que escorria pelas mãos e alterava a
tecedura orgânica desorganizada, restaurando-lhes a saúde.
Era natural que, à medida que libertava os
enfermos das suas mazelas, que eles próprios haviam buscado através da
insensatez, da perversidade e do crime, mais necessitados O buscassem com
avidez e tormentos. Ele, porém, não atendia a todos quantos se Lhe
apresentassem procurando a recuperação orgânica, emocional ou mental. A Sua era
uma terapia de profundidade, que sempre convocava o paciente a não voltar a
pecar, evitando-se novos comprometimentos tormentosos, para que não acontecesse
nada pior. Essa sim, seria a cura real, a de natureza interior, mediante a
transformação moral, em razão de se encontrar no imo do ser a causa do seu
padecimento.
Conhecendo que todos os seres procedem de
outros caminhos, os mais variados, que foram percorridos pelos multifários
renascimentos carnais, cada qual imprime nos tecidos delicados do Espírito os
atos que praticaram, fazendo jus às ocorrências de dor e sombra em que se
encontravam, assim como das alegrias e da saúde que os visitavam. A criatura é
a semeadora, mas também a ceifeira dos próprios atos, que se insculpem nos
refolhos do ser, desenhando as futuras experiências humanas no corpo.
Eis porque, nem todos os doentes Lhe
recebiam a atenção que esperavam encontrar. Não estavam em condições de ser
libertados das aflições que engendraram antes para eles próprios, correndo o
risco de, logo que se encontrassem menos penalizados, corressem na busca de novas
inquietações.
A sabedoria de Jesus é inigualável, porque
penetra no âmago dos acontecimentos, de onde retira o conhecimento que faculta
entender o que sucede com cada qual que O procura.
Aqueles homens e mulheres alienados, de
membros paralisados, sem audição, nem claridade ocular, procediam de abismos
morais em que se atiraram espontaneamente, desde que luz em toda criatura a
noção da verdade, do dever e se encontram ínsitos os impulsos do amor e da paz.
Não obstante, a teimosia rebelde despreza os sinais de perigo e impõe os
caprichos da personalidade inquieta, desejando alterar os impositivos das Leis
universais a seu benefício e em detrimento das demais pessoas, no que resultam
os dramas imediatos e futuros que sempre alcançam os infratores.
Jesus não se permitiria alterar os Soberanos
Códigos, beneficiando aqueles que se encontravam incursos nos resgates não
concluídos, deixando outros ao abandono. A Sua é a justiça ideal, que não
privilegia, nem esquece.
Temos a real demonstração no atendimento ao
nado cego. Aquele homem nascera cego e sofria, mas não reclamava. Quando Jesus
passou próximo a ele, os amigos interrogaram: - Senhor, quem pecou, ele ou seus
pais, para que nascesse cego?
Como ele era cego de nascença, não poderia
ter pecado na atual existência, e igualmente não poderia resgatar dívidas de
seus pais, caso fossem pecadores.
Jesus, que lhe penetrara a causalidade da
cegueira, redarguiu, sereno:
- Nem ele, nem seus pais pecaram, mas foi
assim para que se manifestem nele as obras de Deus.
Tratava-se de um voluntário, que se
apresentava no ministério de Jesus, a fim de que se pudessem manifestar as
obras de Deus, o poder de que se encontrava possuidor o Mestre. E, ato
contínuo, curou o homem, utilizando-se de um processo especial, que pudesse
impressionar os circunstantes.
A Sua autoridade moral produzia vibrações
que afastavam os Espíritos perversos, para os quais, o verbo franco e gentil
não lograva o êxito que se fazia necessário. Perdidos em si mesmos, conheciam da
vida apenas o temor que experimentavam e que infligiam nas suas vítimas. Outros
enfermos, no entanto, ao leve contato das Suas mãos recebiam a energia
vitalizadora, que restaurava o campo vibratório onde se encontravam as matrizes
geradoras das aflições, modificando-lhe as estruturas e reabilitando o
equilíbrio.
Dessa forma, era facultado ao endividado
recuperar-se moralmente pelo bem que pudesse fazer, pela utilidade de que se
tornava portador, auxiliando outras pessoas que dele se acercassem.
A humanidade ainda padece essas conjunturas
aflitivas que merece.
Existem muitos seres humanos que andam,
porém, são paralíticos para o bem, encontrando-se mutilados morais, dessa
maneira, sem interesse por movimentarem a máquina orgânica de que se utilizam
para a própria como a edificação do seu próximo. Caminham, e seus passos os
dirigem para as sombras, a que se atiram com entusiasmo e expectativas de
prazer, imobilizando-se nas paixões dissolventes, que terão de vencer...
Há outros que pensam, mas a alucinação faz
parte da sua agenda mental: devaneando no gozo, asfixiando-se nos vapores
entorpecentes, longe de qualquer realização enobrecedora. Intoxicados pela
ilusão dos sentidos, não conseguem liberar-se das fixações perniciosas, que os
atraem e os dominam.
... E quantos que têm olhos e ouvidos, mas
apenas os utilizam para os interesses servis a que se entregam, raramente
direcionando a visão para o Alto e a audição para a mensagem de eterna beleza
da vida?
Ainda buscam Jesus nos templos de fé, a que
ocorrem, uma que outra vez, mantendo a fantasia de merecer privilégios, de
desfrutar regalias, sem qualquer compromisso com a realidade, ou expectativa
ditosa para o amanhã, sem a mórbida inclinação para o vício, para a perversão.
Alguns conseguem encontrá-Lo e se fascinam
por breves momentos, logo O abandonando, porque não tiveram a sede de gozo
atendida, nem se fizeram capazes de sacrificar a dependência tormentosa, a fim
de serem livres.
Não são poucos aqueles que se encontram
escravizados à infelicidade por simples prazer, a que se acostumaram,
disputando a alegria de permanecer no pantanal das viciações morais.
Estão na luz do dia e deambulam nas sombras
da noite. Possuem razão e discernimento, no entanto, os direcionam
exclusivamente para os apetites apimentados do insaciável gozo.
Vivem iludidos e se exibem, extravagantes,
no palco terrestre, até quando as enfermidades dilaceradoras - de que ninguém
se pode evadir - ou a morte os dominam e consomem. Despertam, mais tarde,
desiludidos e sem glórias, sem poder, empobrecidos de valores morais, que nunca
os acumularam.
Jesus, é, portanto, o grande restaurador,
mas cada Espírito tem o dever de permitir-se o trabalho de autorrenovação, em
favor da própria felicidade.
A Sua voz continua ecoando na acústica das
almas:
- Vinde a mim... Eu vos aliviarei!
É necessário, porém, ir a Ele...
Amélia
Rodrigues por Divaldo Franco – Fonte: Jornal Mundo Espírita de Outubro de 2000
Ante o Evangelho: Maneira de orar
O dever primordial de toda criatura humana,
o primeiro ato que deve assinalar a sua volta à vida ativa de cada dia, é a
prece. Quase todos vós orais, mas quão poucos são os que sabem orar! Que
importam ao Senhor as frases que maquinalmente articulais umas às outras,
fazendo disso um hábito, um dever que cumpris e que vos pesa como qualquer
dever?
A prece do cristão, do espírita, seja qual
for o culto, deve ele dizê-la logo que o Espírito haja retomado o jugo da
carne; deve elevar-se aos pés da majestade divina com humildade, com
profundeza, num ímpeto de reconhecimento por todos os benefícios recebidos até
aquele dia; pela noite transcorrida e durante a qual lhe foi permitido, ainda
que sem consciência disso, ir ter com os seus amigos, com os seus guias, para
haurir, no contato com eles, mais força e perseverança. Deve ela subir humilde
aos pés do Senhor, para lhe recomendar a vossa fraqueza, para lhe suplicar
amparo, indulgência e misericórdia. Deve ser profunda, porquanto é a vossa alma
que tem de elevar-se para o Criador, de transfigurar-se, como Jesus no Tabor, a
fim de lá chegar nívea e radiosa de esperança e de amor.
A vossa prece deve conter o pedido das
graças de que necessitais, mas de que necessitais em realidade. Inútil,
portanto, pedir ao Senhor que vos abrevie as provas, que vos dê alegrias e
riquezas. Rogai-lhe que vos conceda os bens mais preciosos da paciência, da
resignação e da fé. Não digais, como o fazem muitos: “Não vale a pena orar,
porquanto Deus não me atende.” Que é o que, na maioria dos casos, pedis a Deus?
Já vos tendes lembrado de pedir-lhe a vossa melhoria moral? Oh! não; bem poucas
vezes o tendes feito. O que preferentemente vos lembrais de pedir é o bom êxito
para os vossos empreendimentos terrenos e haveis com frequência exclamado:
“Deus não se ocupa conosco; se se ocupasse, não se verificariam tantas
injustiças.” Insensatos! Ingratos! Se descêsseis ao fundo da vossa consciência,
quase sempre depararíeis, em vós mesmos, com o ponto de partida dos males de
que vos queixais. Pedi, pois, antes de tudo, que vos possais melhorar e vereis
que torrente de graças e de consolações se derramará sobre vós. (Cap. V, item
4.)
Deveis orar incessantemente, sem que, para
isso, se faça mister vos recolhais ao vosso oratório, ou vos lanceis de joelhos
nas praças públicas. A prece do dia é o cumprimento dos vossos deveres, sem
exceção de nenhum, qualquer que seja a natureza deles. Não é ato de amor a Deus
assistirdes os vossos irmãos numa necessidade, moral ou física? Não é ato de
reconhecimento o elevardes a Ele o vosso pensamento, quando uma felicidade vos
advém, quando evitais um acidente, quando mesmo uma simples contrariedade
apenas vos roça a alma, desde que vos não esqueçais de exclamar: Sede bendito,
meu Pai?! Não é ato de contrição o vos humilhardes diante do supremo Juiz,
quando sentis que falistes, ainda que somente por um pensamento fugaz, para lhe
dizerdes: Perdoai-me, meu Deus, pois pequei (por orgulho, por egoísmo, ou por
falta de caridade); dai-me forças para não falir de novo e coragem para a
reparação da minha falta?!
Isso independe das preces regulares da
manhã, da noite e dos dias consagrados. Como o vedes, a prece pode ser de todos
os instantes, sem nenhuma interrupção acarretar aos vossos trabalhos. Dita
assim, ela, ao contrário, os santifica. Tende como certo que um só desses
pensamentos, se partir do coração, é mais ouvido pelo vosso Pai celestial do
que as longas orações ditas por hábito, muitas vezes sem causa determinante e
às quais apenas maquinalmente vos chama a hora convencional. – V. Monod. (Bordeaux,
1862.)
O Evangelho Segundo o Espiritismo – Cap.
XXVII – Pedi e obtereis – item 22
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