sábado, 5 de setembro de 2020

Demonstrações

“E saíram os fariseus e começaram a disputar com ele, pedindo-lhe, para o tentarem, um sinal do Céu.” (Marcos, 8:11)

No Espiritismo cristão, de quando em quando aparecem aprendizes do Evangelho sumamente interessados em atender a certas requisições, no capítulo da fenomenologia psíquica.
Exigem sinais do Céu, tangíveis, incontestáveis.
Na maioria das vezes, porém, a movimentação não passa de simples repetição do gesto dos fariseus antigos.
Médiuns e companheiros outros, em grande número, não se precatam de que os pedidos de demonstrações celestes são formulados, quase que invariavelmente, em obediência a propósitos inferiores.
Há ilações lógicas no assunto, que importa não desprezarmos.
Se um espírito permanece encarnado na Terra, como poderá fornecer sinais de Júpiter? Se as solicitações dessa natureza, endereçadas ao próprio Cristo, foram situadas no âmbito das tentações, com que argumento poderão impô-las os discípulos novos aos seus amigos do invisível?
Ao invés disso, aliás, os aprendizes fiéis devem estar preparados para o trabalho demonstrativo de Jesus, na Terra.
É óbvio que o cristão não possa provocar uma tela mágica sobre as nuvens errantes, mas pode revelar como se exerce o ministério da fraternidade no mundo.
Não poderá desdobrar a paisagem total onde se movimentam as criaturas desencarnadas, em outros campos vibratórios; entretanto, está habilitado a prestar colaboração intensiva no esclarecimento dos homens do presente e do futuro.
Quem reclama sinais do Céu será talvez ignorante ou portador de má-fé; contudo, o seguidor da Boa Nova que procura satisfazer o insensato é distraído ou louco.
Se te requisitam demonstrações exóticas, replica, resoluto, que não foste designado para a produção de maravilhas e esclarece a teu irmão que permaneces determinado a aprender com o Mestre a ciência da Vida Abundante, a fim de ofereceres à Terra o teu sinal de amor e luz, inquebrantável na fé, para não sucumbir às tentações.

Emmanuel / Chico Xavier – Vinha de Luz – FEB – cap.145

sábado, 29 de agosto de 2020

Homenagem

Amigo Amaro,

Pelas virtudes que expendias imaginamos que já prelibavas dessa semeadura mesmo aqui entre nós.

Podemos escolher o seu sorriso simpático, amigo, acolhedor e inesquecível, para ser o ícone representativo dessas virtudes, pois nos julgamos sem a devida competência para enumerá-las sem prejuízo ao registro de todas.

Agora, nobre amigo, certamente usufruirás com mais intensidade daquilo que plantou em toda a sua existência.

Diz Emmanuel: 
“madureza física nunca foi obstáculo para o Espírito sequioso de progresso.” 

Foste tu assim, aqui na carne querido amigo. 

E pelo que aprendemos com a nossa Doutrina Consoladora, agora podes mais, pois estás pássaro livre e certamente se lembrará do Cristo ensinando-nos:
“Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também.”

Sê feliz e bom trabalho, caro irmão!

Equipe DCSE/CEJG

Bezerra de Menezes


Aniversário de Bezerra de Menezes, incansável trabalhador e exemplo para todos nós.
Saiba mais sobre o "médico dos pobres":
https://www.uemmg.org.br/noticias/homenagem-bezerra-de-menezes



sexta-feira, 28 de agosto de 2020

Sê fiel até o final


Por mais perturbadoras e afligentes sejam as circunstâncias e a convivência com as demais pessoas do teu círculo de amizade ou não, porfia nos teus bons ideais e objetivos existenciais.

Não aguardes entendimento e cooperação dos outros em relação ao que realizas, porquanto a tua é a atividade que faculta a libertação da ignorância e da crueldade.

Embora esperes consciente ou inconscientemente compreensão e ajuda porque anelas pelo bem da coletividade, talvez os demais não estejam interessados no que te fascina e não têm qualquer compromisso contigo. O deles é um destino diferente ao qual se vinculam.

Estão contigo, mas têm as suas próprias aspirações, buscando diferentes formas de viver. Alguns são simpáticos contigo, o que não significa terem compromisso com o que faças ou estimas. De igual maneira ocorre contigo em relação a eles.

Desde quando passaste a reflexionar nos ensinamentos de Jesus e compreendeste os enganos em que te movimentavas, compreendeste a necessidade de operar mudanças interiores e oferecer esses conhecimentos libertadores a todos que conheces ou não, na expectativa de que seria recebido com júbilo.

Ledo engano que cultivas vitimado pela ingenuidade.

Cada ser tem o seu próprio destino, o que não justifica, porém, voltar-se contra ti e tentar crucificar-te.

Percebeste a excelência da paz que te fazia muita falta, embora não o identificasses de maneira clara.

Sentias o fastio que o erro produz nos indivíduos, o vigoroso mal-estar que expressa a inutilidade de certos prazeres que mais comprometem do que agradam sem proporcionarem harmonia.

Quando sentias os prejuízos das irregularidades praticadas, em vez de meditação necessária à reparação mais chafurdavas nos lôbregos embriagadores dos sentidos e perdias a capacidade do discernimento.

Desconhecias a mensagem de Jesus, ou melhor, tinhas notícias a seu respeito, porém, nunca te detiveste a examinar os conteúdos maravilhosos de que é portadora.

Ouvias falar-se a seu respeito, mas não entendias o poder que possui de modificar a estrutura do pensamento vulgar e proporcionar lucidez para a existência digna e tranquila.

Ao tomar-lhe conhecimento, hoje desvelada pelos Imortais que te vieram demonstrar a plenitude do após desencarnação, tirou-te a venda dos olhos e percebeste a grandeza luminosa da vida que antes se te apresentava sombria e pesada...

É natural, portanto, que sofras discriminação e suspeita, qual fazias também àqueles que se dedicavam à abnegação e ao trabalho de autoiluminação.

Todo missionário do bem, do amor, e do conhecimento sedimenta os seus ideais sobre a argamassa das lágrimas, dos tormentos que lhe são impostos, do exílio, quando não lhe são solicitados testemunhos mais severos.

Não te permitas, porém, desfalecimento nem receios ante as agressões dos iludidos no poder temporal, dos vaidosos, dos comprometidos com realidade nenhuma.

Cabe-te semear exemplos de fé que demonstrem a tua capacidade de promover a verdade.

Quando se prepara um pomar ou um jardim a tarefa inicial é sempre desafiadora.

Tem-se que trabalhar o solo adusto ou sem vitalidade, coberto ou não de cardos e relvas perversas.

À hora de semear surgem novos perigos que devem ser vencidos, logo após, pelas plântulas frágeis e pelos seus zeladores.

Somente com a perseverança no tempo é que se pode ver a vida vegetal triunfar.

Confia no teu esforço e na Divina Providência que está sempre vigilante, pronta para auxiliar todos aqueles que se lhe entregam.

A História demonstra-nos mediante lições empolgantes o valor da fidelidade aos próprios ideais.

Abraham Lincoln, por exemplo, para alcançar a glória da imortalidade, candidatou-se a posições políticas de relevo várias vezes e perdeu-as todas. Insistiu até à exaustão e logrou os seus objetivos como Presidente da República do seu país.

Libertou os escravos, viveu a terrível Guerra de Secessão e pagou com a vida a coragem de amar e servir ao seu país.

O jovem pastor Luther King teve o sonho de ver livres os seus irmãos de ascendência africana e foi sacrificado, apesar das homenagens que recebeu em vida, padecendo angústias inimagináveis.

Os discípulos de Jesus saíram a ensinar e a viver o Evangelho, porém, foram perseguidos, cruelmente caluniados até serem sacrificados em inomináveis holocaustos pelo ideal.

Mandela experimentou o cárcere e o abandono por quase três décadas, a fim de conseguir libertar o seu povo.

Apesar de tuberculoso, Pasteur prosseguiu na caça dos bichinhos voadores, sofrendo sarcasmos de toda ordem e abriu novos horizontes à ciência médica.

Nunca houve exceção para os apóstolos do Bem na Terra.

Para que a sociedade desfrutasse de comodidades e bem-estar, houve a escravidão odienta e as guerras mortíferas.

Faz a tua parte.

O teu triunfo não será agora como ocorreu com todos os mártires, heróis e idealistas.

Insiste e dispõe-te a pagar com sorrisos os dardos da malquerença e da ingratidão.

Nada vence o amor que é a força viva mais atuante do Universo.

Continua amando mesmo desamado moralmente.

Os anjos guardiães que zelam por ti e pelo destino da Humanidade estão vigilantes e ativos ao teu lado.

Invisíveis, mas não inoperantes, confortam-te nas horas graves, estimulam-te ao prosseguimento e dão-te força em nome do Amigo crucificado que ressuscitou para que sejas fiel até o fim...

 Joanna de Ângelis - Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica de 6 de abril de 2020, na Mansão do Caminho, em Salvador, Bahia. Fonte: http://divaldofranco.com.br

quinta-feira, 27 de agosto de 2020

Em meio de lobos

“Ide! Eis que vos mando como cordeiros ao meio de lobos.” Jesus (Lucas, 10:3)

Naturalmente Jesus, em pronunciando semelhante recomendação, reportava-se a cordeiros fortes que conseguissem respirar em plano superior aos lobos vorazes.
Seria razoável enviar ovelhas frágeis a bestas violentas? Seria o mesmo que ajudar a carnificina.
O Mestre, indubitavelmente, desejava as qualidades de ternura e magnanimidade dos continuadores, mas não lhes endossaria as vacilações e fraquezas.
Aliás, para serviço de tal envergadura, desdobrado em verdadeiras batalhas espirituais, ele necessitava de cooperadores fiéis, bondosos, prudentes, mas valorosos. Enviava os discípulos ao centro de conflito áspero, não no gesto de quem remete carneiros ao matadouro, e sim à gleba de serviço, onde pudessem semear novos e sublimados dons espirituais, entre os lobos famintos, através da exemplificação no bem incessante.
Entretanto, há companheiros, ainda hoje, que se acreditam colaboradores do Cristo apenas porque levantam aos céus as mãos postas, em atitude suplicante.
Esquecem-se de que Jesus afirmou, peremptório: “Ide! Eis que vos mando!...”
Em tal determinação, vemos claramente que existem trabalhos a efetuar, ações beneméritas a instituir.
O mundo é o campo, onde o trabalhador encontrará a sua cota de colaboração.
É preciso realmente ir aos lobos. Seria perigoso esperá-los.
Muitos lidadores, porém, reclamam contra a cruz e o martírio, olvidando que o Senhor e seus corajosos sucessores neles encontraram a ressurreição e a eternidade através da resistência construtiva contra o mal.
Se os madeiros e leões retornassem, deveriam encontrar o trabalhador no esforço que lhe compete e nunca em atitude de inércia, a distância do ministério que lhe foi confiado.
O apelo do Cristo ressoa, ainda agora...
É imprescindível caminhar na direção dos lobos, não na condição de fera contra fera, mas na posição de cordeiros embaixadores; não por emissários da morte, mas por doadores da vida eterna.

Emmanuel / Chico Xavier – Vinha de Luz – FEB – cap.144