sexta-feira, 2 de outubro de 2020

Kardec e vida


Jesus nos trouxe a verdade.
Kardec, porém, nos trouxe a interpretação.
Daí o nosso dever de comunicar Allan Kardec a todos os setores da vida individual e coletiva, razão pela qual nos reconhecemos na obrigação de reafirmar:
Kardequizar é a legenda de agora.

Sintetizemos em linhas rápidas o que entendemos por Kardequização e seus resultados:

- Kardequização do sentimento: equilíbrio.

- Kardequização do raciocínio: visão.

- Kardequização da ciência: humanidade.

- Kardequização da filosofia: discernimento.

- Kardequização da fé: racionalidade.

- Kardequização da inteligência: orientação.

- Kardequização do estudo: esclarecimento.

- Kardequização do trabalho: organização.

- Kardequização do serviço: eficiência.

- Kardequização das relações: sinceridade.

- Kardequização do progresso: elevação.

- Kardequização da liberdade: disciplina.

- Kardequização do lar: harmonia.

- Kardequização do debate: proveito.

- Kardequização do sexo: responsabilidade.

- Kardequização da personalidade: autocrítica.

- Kardequização da corrigenda: compreensão.

- Kardequização da existência: caridade.

Kardequizemos para evoluir com acerto à frente do Cristo de Deus.

A Terra é a nossa escola milenária e, em suas classes múltiplas, somos companheiros uns dos outros. Kardequizarmo-nos na carteira de obrigações a que estamos transitoriamente jungidos é a fórmula ideal de ascensão.

Estudemos e trabalhemos sempre.

Bezerra de Menezes / Chico Xavier – Livro: Vereda de Luz

Escamas


“E logo lhe caíram dos olhos como que umas escamas, e recuperou a vista.” (Atos, 9:18)

A visita de Ananias a Paulo de Tarso, na aflitiva situação de Damasco, sugere elevadas considerações.
Que temos sido nas sombras do pretérito senão criaturas recobertas de escamas pesadas sob todos os pontos de vista? Não somente os olhos se cobriram de semelhantes excrescências. Todas as possibilidades confiadas a nós outros hão sido eclipsadas pela nossa incúria, através dos séculos. Mãos, pés, língua, ouvidos, todos os poderes da criatura, desde milênios permanecem sob o venenoso revestimento da preguiça, do egoísmo, do orgulho, da idolatria e da insensatez.
O socorro concedido a Paulo de Tarso oferece, porém, ensinamento profundo. Antes de recebê-lo, o ex-perseguidor rende-se incondicionalmente ao Cristo; penetra a cidade, em obediência à recomendação divina, derrotado e sozinho, revelando extrema renúncia, onde fora aplaudido triunfador. Acolhido em hospedaria singela, abandonado de todos os companheiros, confiou em Jesus e recebeu-lhe a sublime cooperação.
É importante notar, contudo, que o Senhor, utilizando a instrumentalidade de Ananias, não lhe cura senão os olhos, restituindo-lhe o dom de ver. Paulo sente que lhe caem escamas dos órgãos visuais e, desde então, oferecendo-se ao trabalho do Cristo, entra no caminho do sacrifício, a fim de extrair, por si mesmo, as demais escamas que lhe obscureciam as outras zonas do ser.
Quanto lutou e sofreu Paulo, a fim de purificar os pés, as mãos, a mente e o coração? Trata-se de pergunta digna de ser meditada em todos os tempos.
Não te esqueças, pois, de que na luta diária poderás encontrar os Ananias da fraternidade, em nome do Mestre; aproximar-se-ão, compassivos, de tuas necessidades, mas não olvides que o Senhor apenas permite que te devolvam os olhos, a fim de que, vendo claramente, retifiques a vida por ti mesmo.

Emmanuel / Chico Xavier – Vinha de Luz – FEB – cap.149

O homem no mundo

Um sentimento de piedade deve sempre animar o coração dos que se reúnem sob as vistas do Senhor e imploram a assistência dos bons Espíritos. Purificai, pois, os vossos corações; não consintais que neles demore qualquer pensamento mundano ou fútil. Elevai o vosso espírito àqueles por quem chamais, a fim de que, encontrando em vós as necessárias disposições, possam lançar em profusão a semente que é preciso germine em vossas almas e dê frutos de caridade e justiça.
Não julgueis, todavia, que, exortando-vos incessantemente à prece e à evocação mental, pretendamos vivais uma vida mística, que vos conserve fora das leis da sociedade onde estais condenados a viver. Não; vivei com os homens da vossa época, como devem viver os homens. Sacrificai às necessidades, mesmo às frivolidades do dia, mas sacrificai com um sentimento de pureza que as possa santificar.
Sois chamados a estar em contato com espíritos de naturezas diferentes, de caracteres opostos: não choqueis a nenhum daqueles com quem estiverdes. Sede joviais, sede ditosos, mas seja a vossa jovialidade a que provém de uma consciência limpa, seja a vossa ventura a do herdeiro do Céu que conta os dias que faltam para entrar na posse da sua herança.
Não consiste a virtude em assumirdes severo e lúgubre aspecto, em repelirdes os prazeres que as vossas condições humanas vos permitem. Basta reporteis todos os atos da vossa vida ao Criador que vo-la deu; basta que, quando começardes ou acabardes uma obra, eleveis o pensamento a esse Criador e lhe peçais, num arroubo de alma, ou a sua proteção para que obtenhais êxito, ou a sua bênção para ela, se a concluístes. Em tudo o que fizerdes, remontai à Fonte de todas as coisas, para que nenhuma de vossas ações deixe de ser purificada e santificada pela lembrança de Deus.
A perfeição está toda, como disse o Cristo, na prática da caridade absoluta; os deveres da caridade alcançam todas as posições sociais, desde o menor até o maior. Nenhuma caridade teria a praticar o homem que vivesse insulado. Unicamente no contato com os seus semelhantes, nas lutas mais árduas é que ele encontra ensejo de praticá-la. Aquele, pois, que se isola priva-se voluntariamente do mais poderoso meio de aperfeiçoar-se; não tendo de pensar senão em si, sua vida é a de um egoísta. (Cap. V, item 26.)
Não imagineis, portanto, que, para viverdes em comunicação constante conosco, para viverdes sob as vistas do Senhor, seja preciso vos cilicieis e cubrais de cinzas. Não, não, ainda uma vez vos dizemos. Ditosos sede, segundo as necessidades da Humanidade; mas que jamais na vossa felicidade entre um pensamento ou um ato que o possa ofender, ou fazer se vele o semblante dos que vos amam e dirigem. Deus é amor, e aqueles que amam santamente Ele os abençoa. – Um Espírito protetor. (Bordeaux, 1863.)

O Evangelho Segundo o Espiritismo – Cap. XVII – Sede perfeitos – item 10

quinta-feira, 24 de setembro de 2020

Palestras CEJG - 66 anos - Aspectos da Transição Planetária


Solidariedade x Responsabilidade


Queridos irmãos, que a paz do Senhor esteja em vossos corações,
Obreiros queridos desta casa que por misericórdia do Pai foi confiada à minha orientação, sei quão grandiosa é a responsabilidade que vos pesa sobre os ombros de trabalhadores, que imbuídos da mais digna e santa responsabilidade procuram preservar esta Casa dos desvios de toda sorte que se faz alvo a toda obra do Mestre Jesus.
Contudo irmãos amados, apesar das investidas constantes daqueles irmãozinhos menos esclarecidos, as forças do bem estão alertas, preservando os pórticos dessa Casa Bendita, onde a caridade, a solidariedade e o amor universal são sempre forças do bem a garantir-lhes toda proteção e segurança do nosso plano.
Continuem, pois, firmes e confiantes, dando sempre o carinho fraternal de vossos corações aos irmãozinhos necessitados que batem a estas portas quais enfermos que vergastados pela invigilância, muitas vezes comum nos caminhos árduos da vida, são também merecedores da oportunidade bendita de renovação para se recuperarem e se reerguerem para as tarefas integrando-se às fileiras dos obreiros do Cristo.
Muitos baterão às portas desta Casa neste momento em que as atribulações do mundo aumentam assustadoramente.
Estejais, pois, preparados para ajudá-los no reerguimento e concedendo novas oportunidades, muitas vezes perdidas em existências outras, ou mesmo na atual, mas sempre aquele que realmente se acha preparado para renovação íntima deve marchar confiante dando tudo de si mesmo para valorizar os momentos atuais de regeneração e serviço, elevação e progresso na jornada transitória da vida terrena.
Amigos de meu coração, sensibiliza-me a dedicação, a abnegação com que enfrentais o leme da embarcação da solidariedade e do amor fraterno no encapelado mar da vida, enfrentando as mais temíveis tempestades íntimas, mas sempre a postos nesta Casa, defrontando com o sofrimento e a angústia dos irmãos que aqui aportam e sufocando as próprias dores escondendo as próprias lágrimas, para ajudar incansavelmente, estendendo as mãos amigas aos vossos irmãos e enxugando-lhes as lágrimas carinhosamente.
Alegro-me de vê-los nesta jornada, com o coração aberto. A alma renovada é capaz de compreender na essência o problema de cada irmão, ajudando-os a reencontrarem o próprio caminho nas lições benditas do evangelho, no exemplo de trabalho e constância que os despertarão para que trabalhem eles também em busca da própria renovação.
Abençoados sejam, obreiros meus.
Estarei sempre ao vosso lado.
Que Jesus os abençoe e ampare na grandiosa missão que abraçais presentemente.

Muita Paz!
Joseph Gleber

quarta-feira, 23 de setembro de 2020

Membros Divinos

“Ora vós sois corpo do Cristo e seus membros em particular.” Paulo (I Coríntios, 12:27)

Não é admissível que alguém entregue o espírito à direção do Cristo e a veste corporal aos adversários da Luz Divina.
Muitos crentes transviados realizam estações de prazer, nos continentes do crime, e exclamam, inconscientes: 
- “Hoje, meu corpo atende a fatalidades do mundo, mas, amanhã, estarei na igreja com Jesus.”
Outros, depois de confiarem a mocidade à tutela do vício, aguardam a decrepitude, a fim de examinarem os magnos problemas espirituais.
Existem, igualmente, os que flagelam a carne, através de mortificações descabidas, supondo cooperar no aprimoramento da alma, empregando, para isso, tão somente alguns fenômenos de epiderme.
Todos os aprendizes dessa classe desconhecem que a vida em Cristo é equilíbrio justo, encarnando-lhe os sentimentos e os desígnios, em todas as linhas do serviço terrestre. Paulo de Tarso assevera que somos os membros do Mestre, “em particular”.
Onde estivermos, atendamos ao impositivo de nossas tarefas, convencidos de que nossas mãos substituem as do Celeste Trabalhador, embora em condição precária.
O Senhor age em nós, a favor de nós.
É indiscutível que Jesus pode tudo, mas, para fazer tudo, não prescinde da colaboração do homem que lhe procura as determinações. Os cooperadores fiéis do Evangelho são o corpo de trabalho em sua obra redentora.
Haja, pois, entre o servo e o orientador legítimo entendimento.
Jesus reclama instrumentos e companheiros. Quem puder satisfazer ao imperativo sublime, recorde que deve comparecer diante d’Ele, demonstrando harmonia de vistas e objetivos, em primeiro lugar.

Emmanuel / Chico Xavier – Vinha de Luz – FEB – cap.148