quinta-feira, 13 de maio de 2021

Humildade

 

"Bem-aventurados os humildes - afirmou o Divino Mestre porque deles é o reino dos céus". E ainda: "Aquele que se humilha, será exaltado, e o que se exalta será humilhado". A exaltação do humilde é a glória de Deus; e a que maior nível poderia o homem aspirar, e que maior prêmio lhe poderia ser concedido? A humildade do Espírito condu-lo às elevadas regiões do Incognoscível; a exaltação do seu próprio "eu", por suas forças mesmas, em arremesso de soberbia, lança-o, pelo contrário, às "trevas exteriores", aos abismos negregosos da degradação. Por mais estranho que pareça, é assim que se dá, e deste modo, à força de querer exaltar-se, por   sobrelevar-se aos demais, desprezando-os, o homem cada vez mais se atasca no lodo que produzem os pés a castigar a terra; e, em breve, essa argamassa o afoga, quando esperava ele alçar-se e construir um castelo em tão frouxa e inconsistente base.

Não há de ser assim, portanto. Não será a matéria pesada que se eleve, mas essa outra que, sublimada, se alcandore nos espaços; e por ser verdade que a matéria atrai a matéria, tais sejam suas naturezas haverá atração para o inferno das sombras ou para o céu da luz. O que parecia, pois, incompreensível absurdo, é a consequência lógica da lei da atração universal, em toda a sua pujança e amplitude. "Quem se humilhar será exaltado" é conceito profundo que importa compreender, por isso mesmo, com simplicidade e que não entendem os soberbos, os que impam de orgulho, os que não enxergam senão o seu mundo - que é, afinal, sua mísera pessoa; é natural corolário, ou melhor, inalienável parte do princípio único e eterno que rege a tudo quanto existe.

É lídima consequência dessa norma inabalável que os convictos de sua sabedoria nada possam entender do muito que ignorem; estando consigo mesmo satisfeitos, nada mais perscrutam; tudo pretendendo saber, nada mais lhes interessa, e a razão de tudo a encontram no angusto círculo que se criaram, fugindo ao contato do mundo exterior, onde existe realmente a razão de todas as coisas. Nem há o mundo de se amoldar a tão ridícula fôrma, senão que há o homem de fazer para si o molde que se ajuste à fôrma geral.

As forças, que imagina esse homem cheio de vaidade ter criado, não só incapazes são de levá-lo à compreensão da ordem universal, mas também mais e mais o agrilhoam num cárcere voluntário. Procurando exaltar-se, encontrará quem lhe diga: "Muda-te para o último lugar, pois outro conviva existe mais digno do que tu, e a esse quero conceder o lugar de honra". E muito admirado fica de que haja alguém que lhe seja superior; e inflama-se de cólera, julgando-se ofendido, por não só não lhe apreciarem os méritos, senão também por o olharem de cima para baixo.

De que teria sido isto resultado? Apenas dum falso juízo a seu próprio respeito; e a consequência fatal será sofrer o exaltado a admoestação humilhante, que bem devera ter evitado.  Por que, então - perguntará - aquele obscuro conviva, de cuja presença ele nem se dera conta há de ocupar o lugar de honra? Pois ele se olha cheio de merecimentos, crê-se de todos conhecido pretende as homenagens de toda a gente; e aquele, que veio sem estardalhaço, que todo o tempo, antes do banquete, se sentou a um canto da sala; de quem ele jamais ouvira falar – aquele é que mereça as honras da noite, enquanto ele é degradado, como um verme desprezível, digno de escárnio? De que lhe valeram - continua - todos os esforços por sobressair da massa ignara, lutando por enriquecer-se de saber, buscando um nível donde pudesse rir da estulta populaça, enchendo-se de vento por escapar às emanações deletérias do charco, onde coleiam répteis imundos? Atiram-lhe à face essa mesma lama, cujo afrontoso contato ele tanto evitara! Fazem-no descer ao mesmo degrau, de onde pensara que viera, vituperando-lhe os brios! Mas, ai, é que nunca deixara a lama, nem jamais se movera do primeiro degrau! Nada mais fizera senão acomodar-se à vasa, a qual, já por fim, transformara, por autossugestão, num jardim florido; e, ainda, numa verdadeira ilusão de sentidos deformados, pensara realizado o sonho de voltejar acima de si mesmo... 

Não! Decerto não serão tais forças, oriundas do orgulho e da vaidade, que exalcem o indivíduo às regiões que sonha. Da mesma forma que a pesada névoa da manhã desce do céu aos montes e se imiscui nos vales que ainda modorram, subindo e, por fim, desfazendo-se ao toque mágico do raio do Sol, assim também tem o homem de receber o toque duma luz que o sublime, carreando-o muito acima dos vapores duma atmosfera adensada. Por sua própria natureza, as névoas não transpõem a altura das nuvens; mas, de essência diversa, o Espírito se elevará a regiões jamais cogitadas, tangido por força dessa energia superior que demora muito além do astro central de nosso sistema.

Essa, a real exaltação de quem não dispõe de forças, mas espera-as duma Fonte capaz de sublimá-lo; e quanto mais humilde se faça, tanto mais alto se eleva, pois, é do vale que sobe o nevoeiro, e é esse nevoeiro que se transforma em nuvens, e são essas nuvens a bênção dos Céus, nas chuvas que dessedentam.

Correm, humildes, os ribeiros, e glorificam o Senhor, a cantar entre as pedras, tão humildes quanto as águas modestas; mas são essas águas uma potência, de que se utiliza o homem para seu sustento. Humildes e ocultas são as raízes, sem as quais, entretanto, não se erigem os troncos, não despontam as folhas, não se enfloram as ramagens - ainda feridas pelos meigos e vivificantes raios do nosso foco material de luz e de calor. Águas e raízes trabalham à sombra de sua santa humildade, enaltecendo-se por isso mesmo que enaltecem a Forca da qual recoltam forças. Não pretendem mais alto posto, justamente porque acreditam já lhes ser muito ser parte do grande Todo, essa realidade que, só ela, é efetivamente grande. Realidade é essa, com efeito, e tudo o mais é jactância. Quanto maior a pedra, tanto mais se afunda no atoleiro; torne-se ela permeável ao ar, e flutuará no aguaçal. Quanto mais o homem se encharque da bazófia mundana, tanto mais preso se achará à grosseira matéria desse mundo: permita que se lhe infiltrem os fluidos celestes, e com eles subirá, exaltando-se aos olhos do Senhor. Enquanto, porém, se esforçar por crescer aos olhos dos homens, continuará pequeno e cada vez menor; pois os homens buscarão, antes, esmagá-lo e carregá-lo de seus fluidos pesados.

Por isto disse o Mestre: "Bem-aventurados os humildes, porque deles é o reino dos céus".  Humilhou-se ele mesmo, sofrendo o que ninguém pudera sofrer, podendo, com um só golpe de sua enorme vontade, exterminar seus algozes; mas humilhou-se, para ascender, no termo de seu suplício, aos Céus, donde viera para esse exemplo vivo de humildade. Desceram os primeiros cristãos aos circos do sacrifício, padeceram como se nada pudessem, tendo, - no entanto, ao lado o exército invisível do Senhor, o qual poderia ajudá-los desbaratando-lhes todos os inimigos; tudo viveram, para uma vida maior, numa atitude excelsa de encantadora humilhação.  Humilhou-se o publicano, que, orando, sem ousar levantar os olhos, exclamou: "O' Deus, sê benevolente comigo, pecador", e do qual disse o Nazareno: "Digo-vos que este desceu justificado para sua casa"; ao passo que o fariseu, ao lado, dizendo: "O' Deus, graças te dou por não ser como os demais homens, que são ladrões, injustos, adúlteros, nem ainda como este publicano", recebeu a reprovação do Messias. Exaltamo-nos toda vez que nos recolhemos à nossa humildade; somos humilhados sempre que vivemos para nossa exaltação.

A muitos repugna o humilhar-se - afirmou Kardec - à vista, mesmo, do juízo do mundo, que os impede de fazê-lo, ainda que o quisessem; baste-nos, porém, pensar em que a cada passo nos humilhamos, em mil ocorrências da vida diária. São esses nadas que nos vão polindo, como as águas correntes vão desbastando as arestas das pedras, transformando estas em seixos rolados, em areia fina, em pó impalpável, que rodopia no ar. Humilhamo-nos, sem querer e sem o sentir, sob o peso – não o peso estulto da vanglória, mas da Lei Divina, que ampara os humildes para dar-lhes o lugar reservado aos eleitos dos Céus.

É mister, contudo, ainda mais: o domínio do próprio íntimo naturalmente rebelde, sempre disposto a irrefletida reação aos golpes do que o homem julga da adversidade. Cumpre esgotar o cálice da amargura, sorvendo-o gota a gota, que abrasa e parece destruir, fibra a fibra, a alma atormentada; o cáustico é, porém, o remédio desse Médico de todos nós, e de sua penosa, mas salutar ação resultará novo tecido, com que se eleve o Espírito aos páramos de seu real objetivo.

Se do Mestre somos seguidores, imitemo-lo; se lhe somos discípulos, obedeçamos-lhe; humilhou-se, para exaltar-se: façamos nós o mesmo.

  Porto Carreiro Neto / Revista Reformador – novembro/1947


Com Jesus e por Jesus

 

Na introdução de "O Livro dos Espíritos", recolhemos de Allan Kardec esta afirmação expressiva:

"As comunicações entre o mundo espiritual e o mundo corpóreo estão na ordem natural das coisas e não constituem fato sobrenatural, tanto que de tais comunicações se acham vestígios entre todos os povos e em todas as épocas. Hoje se generalizaram e tornaram patentes a todos."

No item VIII das páginas de conclusão do mesmo livro, o Codificador assevera com segurança:

"Jesus veio mostrar aos homens o caminho do verdadeiro bem. Por que, tendo-o enviado para fazer lembrar sua lei que estava esquecida, não havia Deus de enviar hoje os Espíritos, a fim de a lembrarem novamente aos homens, e com maior precisão, quando eles a olvidam para tudo sacrificar ao orgulho e à cobiça?"

E sabemos que, de permeio, o grande livro que lançou os fundamentos do Espiritismo trata, dentre valiosos assuntos, das leis de adoração, trabalho, sociedade, progresso, igualdade, liberdade, justiça, amor, caridade e perfeição moral, bem como das esperanças e das consolações.

Reportamo-nos a tais referências para recordar que o fenômeno espírita sempre esteve presente no mundo, em todos os lances evolutivos da Humanidade, e que Allan Kardec, desde o início do ministério a que se consagrou, imprimiu à sua obra o cariz religioso de que não podia ela ausentar-se, tendo até acentuado que o Espiritismo é forte porque assenta sobre os fundamentos mesmos da Religião: Deus, a alma, as penas e as recompensas futuras.

Aceitamos, perfeitamente, as bases científicas em que repousa a Doutrina Espírita, as quais nos ensejam adquirir a "fé raciocinada capaz de encarar a razão face a face", contudo, sobre semelhantes alicerces, vemo-la, ainda e sempre, em sua condição de Cristianismo restaurado, aperfeiçoando almas e renovando a vida na Terra, para a vitória do Infinito Bem, sob a égide do Cristo, nosso Divino Mestre e Senhor.

O apóstolo da Codificação não desconhecia o elevado mandato relativamente aos princípios que compilava, e, por isso mesmo, desde a primeira hora, preocupou-se com os impositivos morais de que a Nova Revelação se reveste, tendo salientado que as consequências do Espiritismo se resumem em melhorar o homem e, por conseguinte, torná-lo menos infeliz, pela prática da mais pura moral evangélica.

Sabemos que a retorta não sublima o caráter e que a discussão filosófica nada tem que ver com caridade e justiça. Com todo o nosso respeito, pois, pela filosofia que indaga e pela ciência que esclarece, reconheceremos sempre no Espiritismo o Evangelho do Senhor, redivivo e atuante, para instalar com Jesus a Religião Cósmica do Amor Universal e da Divina Sabedoria sobre a Terra.

Espíritos desencarnados aos milhões e em todos os graus de inteligência enxameiam o mundo, requisitando, tanto quanto os encarnados, o concurso da educação.

Não podemos, por isso, acompanhar os que fazem de nossa Redentora Doutrina mera tribuna discutidora ou simples caçada a demonstrações de sobrevivência, apenas para a realização de torneios literários ou para longos cavacos de gabinete e anedotas de salão, sem qualquer consequência espiritual para o caminho que lhes é próprio.

Estudemos, assim, as lições do Divino Mestre e aprendamo-las na prática de cada dia.

A morte a todos nos reunirá para a compreensão da verdadeira vida... E, sabendo que a justiça definir-nos-á segundo as nossas obras, abracemos a Codificação Kardequiana, prosseguindo para a frente, com Jesus e por Jesus.

Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – Prefácio

Oração no templo espírita

 


Senhor Jesus, vimos de longe para agradecer-Te a bondade.

Viajantes do tempo, procedemos de Tebas, da Babilônia, de Heliópolis, de Atenas, de Esparta, de Roma ...

Tantas vezes respiramos na grandeza terrestre! ...

Petrificados na ilusão, povoamos palácios de orgulho, castelos de soberba, casas solarengas da vaidade e dominamos cruelmente os fracos, desconhecendo a bênção do amor ...

Reunidos aqui, hoje, em nosso pouso de fraternidade e oração, rogamos-Te força para converter a existência em colaboração Contigo!

Nós que temos guerreado e ferido a outrem, imploramos-Te, agora, recursos para guerrear as nossas fraquezas e ferir, de rijo, nossas antigas viciações, a fim de que nos transformemos, afinal, em Teus servos ...

Ajuda-nos a regenerar o coração pela Tua Doutrina de Luz, para que estejamos conscientes de nosso mandato.

Para isso, porém, Senhor, faze-nos pequeninos, simples e humildes ...

Oleiro Divino, toma em Tuas mãos o barro de nossas possibilidades singelas e plasma a nossa individualidade nova, ao calor de Tua inspiração, para que, como a fonte, possamos estender sem alarde os dons de Tua misericórdia, na gleba de ação em que nos convidas a servir.

Sem Tuas mãos, estaremos relegados às nossas próprias deficiências; sem Teu amor, peregrinaremos abandonados à miséria de nós mesmos ...

Mestre, cujos ouvidos vigilantes escutam no grande silêncio e cujo coração pulsa, invariável, em todas as necessidades e esperanças, dores e alegrias da Terra, nós Te agradecemos pelo muito que nos tens dado e, ainda uma vez, suplicamos-Te acréscimo de força para que não estejamos distraídos ...

Senhor, cumpra-se em nós a Tua vontade e que a nossa vida seja, enfim colocada a Teu serviço, agora e sempre ...

Emmanuel / Chico Xavier – Livro: À luz da oração

sexta-feira, 7 de maio de 2021

Prece à mãe santíssima

 


Mãe Santíssima!...

Enquanto as mães do mundo são reverenciadas, deixa te recordemos a pureza incomparável e o exemplo sublime...

Soberana, que recebeste na palha singela o Redentor da Humanidade, sem te rebelares contra as mães felizes, que afagavam espíritos criminosos em palácios de ouro, ensina-nos a entesourar as bênçãos da humanidade.

Lâmpada de ternura, que apagaste o próprio brilho para que a luz do Cristo fulgurasse entre os homens, ajuda-nos a buscar na construção do bem para os outros o apoio de nossa própria felicidade.

Benfeitora, que te desvelaste, incessantemente, pelo Mensageiro da Eterna Sabedoria, sofrendo-lhe as dores e compartilhando-lhe as dificuldades, sem qualquer pretensão de furtá-lo aos propósitos de Deus, auxilia-nos a extirpar do sentimento as raízes do egoísmo e da crueldade com que tantas vezes tentamos reter na inconformação e no desespero os corações que mais amamos.

Senhora, que viste na cruz da morte o Filho Divino, acompanhando-lhe a agonia com as lágrimas silenciosas de tua dor, sem qualquer sinal de reclamação contra os poderes do Céu e sem qualquer expressão de revolta contra as criaturas da Terra, conduza-nos para a fé que redime e para a renúncia que eleva.

Missionária, salva-nos do erro.

Anjo, estende sobre nós as níveas asas!...

Estrela, clareia-nos a estrada com teu lume...

Mãe querida, agasalha-nos a existência em teu manto constelado de amor!...

E que todas nós, mulheres desencarnadas e encarnadas em serviço na terra, possamos repetir, diante de Deus, cada dia, a tua oração de suprema felicidade:

“- Senhor, eis aqui tua serva, cumpra-se em mim segundo a tua palavra”.

 

Anália Franco / Chico Xavier – Livro: Mãe

No apostolado feminino

 


O apostolado das Mães é o serviço silencioso com o Céu, em que apenas a Sabedoria Divina pode ajuizar com exatidão.

Ser mãe é ser anjo na carne, heroína desconhecida, oculta à multidão, mas identificada pelas mãos de Deus.

Ele conhece o holocausto das mães sofredoras e desoladas e sustenta-lhes o ânimo através de processos maravilhosos de sua sabedora infinita, assim como alimenta a seiva recôndita das árvores benfeitoras.

Um instituto doméstico, em muitos casos, é cadinho purificador.

Aí dentro, as opiniões fervilham na contenda inútil das palavras, sem edificações úteis; velhos ódios surgem à tona das discussões e sentimentos, que deveriam permanecer esquecidos para sempre, aparecem à superfície das situações, embora muitas vezes imanifestos nos entendimentos verbais.

O que nos interessa, porém, é a nossa redenção.

O sacrifício é a nossa abençoada oportunidade de iluminação.

Sabemos, no entanto, que para o carinho maternal, o combate é intraduzível.

Na batalha sem sangue no coração.

No espinheiro ignorado.

Na dor que os olhos não visitam.

O devotamento feminino será sempre o manancial do conforto e da benção.

Quando se interrompe o curso dessa fonte divina, ainda mesmo temporariamente, a vida do lar sofre ameaças cruéis.

As experiências no sexo masculino conferem à alma um senso maior de liberdade ante os patrimônios da vida, e o homem sente maior dificuldade para apreciar as questões do sentimento como convém.

Para os que se confundem na enganosa claridade dos dias terrenos, a existência carnal é somente recurso a incentivar paixões e alegrias mentirosas, todavia, para quantos fixem o problema da eternidade, com a crença renovadora no altar do espírito, a romagem planetária é divino aprendizado para a redenção. O lar terreno é a antecâmara do Lar Divino, quando lhe aproveitamos as bênçãos do trabalho santificante, porque, na realidade, se o martelo e o buril são os elementos que aprimoram a pedra, a dor e o serviço são as forças que nos aperfeiçoam a alma.

Trabalhar e sofrer são talvez os maiores bens que nossa alma pode recolher nos pedregulhos da Terra.

Toda dor é renascimento, toda renúncia é elevação e toda morte é ressurreição na verdade.

O Tesouro Divino não se empobrece e, para Deus, os filhos mais ricos são aqueles que canalizaram os recursos do serviço a bem de todos, sem cristalizarem a fortuna amoedada nos cofres de ferro, que às vezes, cedo se convertem nos fantasmas de angústia além do sepulcro.

Aqui, entendemos, com clareza mais ampla, o caminho da eternidade.

Mais vale semear rosas entre espinhos para a colheita do futuro, que nos inebriarmos no presente, com as rosas efêmeras dos enganos terrestres, preparando a seara de espinhos na direção do porvir.

Não percamos o dia para que o tempo não nos desconheça.

A dificuldade é nossa benção.

Amemos, trabalhando nas sombras de hoje, a fim de que possamos penetrar em companhia do Amor, na divina luz do Amanhã.

Agar / Chico Xavier – Livro: Mãe