sábado, 5 de junho de 2021

Na grande romagem

 

“Pela fé, Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia...” Paulo (Hebreus, 11:8)

Pela fé, o aprendiz do Evangelho é chamado, como Abraão, à sublime herança que lhe é destinada.

A conscrição atinge a todos.

O grande patriarca hebreu saiu sem saber para onde ia...

E nós, por nossa vez, devemos erguer o coração e partir igualmente.

Ignoramos as estações de contato na caminhada enorme, mas estamos informados de que o nosso objetivo é Cristo Jesus.

Quantas vezes seremos constrangidos a pisar sobre espinheiros da calúnia?

Quantas vezes transitaremos pelo trilho escabroso da incompreensão? Quantos aguaceiros de lágrimas nos alcançarão o espírito? Quantas nuvens estarão interpostas, entre o nosso pensamento e o Céu, em largos trechos da senda?

Insolúvel a resposta. Importa, contudo, marchar sempre, no caminho interior da própria redenção, sem esmorecimento.

Hoje, é o suor intensivo; amanhã, é a responsabilidade; depois, é o sofrimento e, em seguida, é a solidão...

Ainda assim, é indispensável seguir sem desânimo.

Quando não seja possível avançar dois passos por dia, desloquemo-nos para diante, pelo menos, alguns milímetros...

Abre-se a vanguarda em horizontes novos de entendimento e bondade, iluminação espiritual e progresso na virtude.

Subamos, sem repouso, pela montanha escarpada:

Vencendo desertos...

Superando dificuldades...

Varando nevoeiros...

Eliminando obstáculos...

Abraão obedeceu, sem saber para onde ia, e encontrou a realização da sua felicidade.

Obedeçamos, por nossa vez, conscientes de nossa destinação e convictos de que o Senhor nos espera, além da nossa cruz, nos cimos resplandecentes da eterna ressurreição.

Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 003

sábado, 29 de maio de 2021

O grande restaurador


 

Mateus, 4:24 e 25; João, 9:2 e 3; Mateus, 11:28

 

As palavras que Ele pronunciava, emolduravam-se com os atos que Ele realizava. Identificado com Deus, Suas mãos produziam as curas mais diversas, e que nunca haviam acontecido antes.

De todo lugar, portanto, particularmente da Síria, traziam doentes: paralíticos, cegos, surdos, lunáticos, infelizes de todo porte, que chegavam exibindo suas dores mais cruéis e padecimentos sem conforto.

Jesus, tomado de compaixão, atendia-os, ministrando-lhes o bálsamo da misericórdia que escorria pelas mãos e alterava a tecedura orgânica desorganizada, restaurando-lhes a saúde.

Era natural que, à medida que libertava os enfermos das suas mazelas, que eles próprios haviam buscado através da insensatez, da perversidade e do crime, mais necessitados O buscassem com avidez e tormentos. Ele, porém, não atendia a todos quantos se Lhe apresentassem procurando a recuperação orgânica, emocional ou mental. A Sua era uma terapia de profundidade, que sempre convocava o paciente a não voltar a pecar, evitando-se novos comprometimentos tormentosos, para que não acontecesse nada pior. Essa, sim, seria a cura real, a de natureza interior, mediante a transformação moral, em razão de se encontrar no imo do ser a causa do seu padecimento.

Conhecendo que todos os seres procedem de outros caminhos, os mais variados, que foram percorridos pelos multifários renascimentos carnais, cada qual imprime nos tecidos delicados do espírito os atos que praticaram, fazendo jus às ocorrências de dor e sombra em que se encontravam, assim como das alegrias e da saúde que os visitavam. A criatura é a semeadora, mas também a ceifeira dos próprios atos, que se insculpem nos refolhos do ser, desenhando as futuras experiências humanas no corpo.

Eis por que nem todos os doentes Lhe recebiam a atenção que esperavam encontrar. Não estavam em condições de ser libertados das aflições que engendraram antes para eles próprios, correndo o risco de logo que se encontrassem menos penalizados, corressem na busca de novas inquietações.

A sabedoria de Jesus é inigualável, porque penetra no âmago dos acontecimentos, de onde retira o conhecimento que faculta entender o que sucede com cada qual que O procura.

Aqueles homens e mulheres alienados, de membros paralisados, sem audição nem claridade ocular, procediam de abismos morais em que se atiraram espontaneamente, desde que luz em toda criatura a noção da Verdade, do dever e se encontram ínsitos os impulsos do amor e da paz. Não obstante, a teimosia rebelde despreza os sinais de perigo e impõe os caprichos da personalidade inquieta, desejando alterar os impositivos das leis universais a seu benefício, em detrimento das demais pessoas, no que resultam os dramas imediatos e futuros que sempre alcançam os infratores.

Jesus não se permitia alterar os soberanos códigos, beneficiando aqueles que se encontravam incursos nos resgates não concluídos, deixando outros ao abandono. A Sua é a justiça ideal, que não privilegia, nem esquece.

Temos a real demonstração no atendimento ao nato-cego. Aquele homem nascera cego e sofria, mas não reclamava. Quando Jesus passou próximo a ele, os amigos interrogaram:

— Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?

Como ele era cego de nascença, não poderia ter pecado na atual existência e igualmente não poderia resgatar dívidas de seus pais, caso fossem pecadores.

Jesus, que lhe penetrara a causalidade da cegueira, redarguiu, sereno:

— Nem ele pecou nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus.

Tratava-se de um voluntário, que se apresentava no ministério de Jesus, a fim de que se pudessem manifestar as obras de Deus, o poder de que se encontrava possuidor o Mestre. E, ato contínuo, curou o homem, utilizando-se de um processo especial, que pudesse impressionar os circunstantes.

A Sua autoridade moral produzia vibrações que afastavam os Espíritos perversos, para os quais o verbo franco e gentil não lograva o êxito que se fazia necessário. Perdidos em si mesmos, conheciam da vida apenas o temor que experimentavam e que infligiam nas suas vítimas. Outros enfermos, no entanto, ao leve contato das Suas mãos recebiam a energia vitalizadora, que restaurava o campo vibratório onde se encontravam as matrizes geradoras das aflições, modificando-lhes as estruturas e reabilitando o equilíbrio.

Dessa forma, era facultado ao endividado recuperar-se moralmente pelo Bem que pudesse fazer, pela utilidade de que se tornava portador, auxiliando outras pessoas que dele se acercassem.

A humanidade ainda padece essas conjunturas aflitivas que merece.

Existem muitos seres humanos que andam, porém, são paralíticos para o Bem, encontrando-se mutilados morais, dessa maneira sem interesse por movimentarem a máquina orgânica de que se utilizam para a própria como para a edificação do seu próximo. Caminham, e seus passos os dirigem para as sombras, a que se atiram com entusiasmo e expectativas de prazer, imobilizando-se nas paixões dissolventes que terão de vencer...

Há outros que pensam, mas a alucinação faz parte da sua agenda mental: devaneando no gozo, asfixiando-se nos vapores entorpecentes, longe de qualquer realização enobrecedora. Intoxicados pela ilusão dos sentidos, não conseguem liberar-se das fixações perniciosas que os atraem e os dominam.

(...) E quantos que têm olhos e ouvidos, mas apenas deles se utilizam para os interesses servis a que se entregam raramente direcionando a visão para o Alto e a audição para a mensagem de eterna beleza da vida?

Ainda buscam Jesus nos templos de fé, a que recorrem, uma que outra vez, mantendo a fantasia de merecer privilégios, de desfrutar regalias, sem qualquer compromisso com a realidade ou expectativa ditosa para o amanhã, sem a mórbida inclinação para o vício, para a perversão.

Alguns conseguem encontrá-lo, e se fascinam por breves momentos, logo O abandonando, porque não tiveram a sede de gozo atendida, nem se fizeram capazes de sacrificar a dependência tormentosa a fim de serem livres.

Não são poucos aqueles que se encontram escravizados à infelicidade por simples prazer a que se acostumaram, disputando a alegria de permanecer no pantanal das viciações morais.

Estão na luz do dia e deambulam nas sombras da noite. Possuem razão e discernimento, no entanto, os direcionam exclusivamente para os apetites apimentados do insaciável gozo.

Vivem iludidos e se exibem extravagantes, no palco terrestre, até quando as enfermidades dilaceradoras — de que ninguém se pode evadir —, ou a morte os dominam e consomem. Despertam, mais tarde, desiludidos e sem glórias, sem poder, empobrecidos de valores morais, que nunca os acumularam.

Jesus é, portanto, o grande restaurador, mas cada espírito tem o dever de permitir-se o trabalho de autorrenovação em favor da própria felicidade.

A Sua voz continua ecoando na acústica das almas:

- Vinde a mim, (...), e eu vos aliviarei!

É necessário, porém, ir a Ele...


Amélia Rodrigues / Divaldo Franco – Livro: Vivendo com Jesus

Oração da Caridade

 


Amigo!

Em meu manto, constelado de amor, guardo todas as criaturas.

Tenho estado contigo, desde a hora primeira.

Embalei-te o berço frágil.

Acalentei-te nos beijos de tua mãe.

Segui-te os passos na escola, orientei-te as mãos no trabalho.

Venho ao teu encontro, por inspiração de Jesus, a quem obedeço, em nome do Pai Excelso.

Com Ele estive, em todos os instantes de apostolado.

Fui eu quem lavou as chagas dos leprosos tocados pelas Divinas Mãos, em sublime retorno à Luz.

Reuni os pobres e os fracos, os desesperados e os oprimidos, para que Lhe ouvissem, na Terra, o Sermão da Montanha.

Conversei com Zaqueu iludido pela vaidade da posse e abracei a Madalena, que os homens desprezavam...

Fui ainda eu quem Lhe escutou a solicitação, nos tormentos da cruz, pedindo socorro e compreensão para Judas, o apóstolo desditoso!

Procuro-te agora, suplicando asilo e cooperação.

Alivia comigo as chagas dos que padecem e dar-te-ei o esquecimento das próprias dores.

Cede-me tua palavra, para que o fel se extinga no mundo e entrega-me teus braços, para que o bem se espalhe vitorioso...

Ouve-me e perceberás as revelações de Deus.

Acompanha-me e conhecerás a felicidade.

Não te detenhas.

Ainda hoje necessito de ti, para que gemidos emudeçam e lágrimas se estanquem.

Não importa o que tenhas sido. Importa que te rendas ao Cristo, para que a Terra te abençoe a passagem.

Vem e socorre-me!

Levanta-te e ajuda-me!

Amando e servindo, chegaremos juntos à Glória Celestial.

Emmanuel / Chico Xavier – Livro: À Luz da Oração

Modo de fazer

 

" De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus”. Paulo (Filipenses 2:5)

Todos fazem alguma coisa na vida humana, mas raros não voltam à carne para desfazer quanto fizeram.

Ainda mesmo a criatura ociosa, que passou o tempo entre a inutilidade e a preguiça, é constrangida a tornar à luta, a fim de desintegrar a rede de inércia que teceu ao redor de si mesma.

Somente constrói, sem necessidade de reparação ou corrigenda, aquele que se inspira no padrão de Jesus para criar o bem.

Fazer algo em Cristo é fazer sempre o melhor para todos:

Sem expectativa de remuneração.

Sem exigências.

Sem mostrar-se.

Sem exibir superioridade.

Sem tributos de reconhecimento.

Sem perturbações.

Em todos os passos do Divino Mestre, vemo-lo na ação incessante, em favor do indivíduo e da coletividade, sem prender-se.

Da carpintaria de Nazaré à cruz de Jerusalém, passa fazendo o bem, sem outra paga além da alegria de estar executando a Vontade do Pai.

Exalta o vintém da viúva e louva a fortuna de Zaqueu, com a mesma serenidade.

Conversa amorosamente com algumas criancinhas e multiplica o pão para milhares de pessoas, sem alterar-se.

Reergue Lázaro do sepulcro e caminha para o cárcere, com a atenção centralizada nos Desígnios Celestes.

Não te esqueças de agir para a felicidade comum, na linha infinita dos teus dias e das tuas horas. Todavia, para que a ilusão te não imponha o fel do desencanto ou da soledade, ajuda a todos, indistintamente, conservando, acima de tudo, a glória de ser útil, "de modo que haja em nós o mesmo sentimento que vive em Jesus Cristo".

Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 002

sábado, 22 de maio de 2021

Paciência não se perde

 


"Pela paciência possuireis as vossas almas."


É muito comum ouvirmos esta exclamação: perdi a paciência! Como sabem, porém, que perderam a paciência? Porque quando precisaram daquela virtude para se manterem calmos e serenos não a encontraram consigo, e, por isso, exasperaram-se, praticaram desatinos, proferiram impropérios e blasfêmias?

Só pelo fato de não encontrarem em seu patrimônio moral aquela virtude, alegam logo que a perderam. Como poderiam, porém, perder o que não possuíam?

Será melhor que os homens se convençam de que eles não têm paciência, que ainda não alcançaram essa preciosa qualidade que, no dizer do Mestre insigne, é a que nos assegura a posse de nós mesmos: Pela paciência possuireis as vossas almas. E não pode haver maior conquista que a conquista própria. Já alguém disse, com justeza, que o homem que se conquistou a si mesmo vale mais que aquele que conquistou um reino.

Os reinos são usurpados mediante o esforço e o sangue alheio, enquanto que a posse de si mesmo só pode advir do esforço pessoal, da porfia enérgica e perseverante da individualidade própria, agindo sobre si mesma.

Todos esses, pois, que vivem constantemente alegando que perderam a paciência, confessam involuntariamente que jamais a tiveram. Paciência não se perde como qualquer objeto de uso ou como uma soma de dinheiro. Os que ainda não lograram alcançá-la, revelam essa falha precisamente no momento em que se exasperam, em que perdem a compostura e cometem despautérios. Quando, depois, o ânimo serena, o homem diz: perdi a paciência. Não perdeu coisa alguma; não tenho paciência é o que lhe compete reconhecer e confessar.

Às virtudes, esta ou aquela, fazem parte de uma certa riqueza cujo valor imperecível Jesus encarece sobremaneira em seu Evangelho, sob estas sugestivas palavras: Granjeai aquela riqueza que o ladrão não rouba, a traça não rói, o tempo não consome e a morte não arrebata.

Tais bens são, por sua natureza, inacessíveis às contingências da temporalidade, e não podem, portanto, desaparecer em hipótese alguma. Constituem propriedade inalienável e legitimamente adquirida pelo Espírito, que jamais a perderá.

Não é fácil adquirirmos certas virtudes, entre as quais se acha a paciência. A aquisição da paciência depende da aquisição de outras virtudes que lhe são correlatas, que se acham entrelaçadas com ela numa trama perfeita. A paciência — podemos dizer — é filha da humildade e irmã da fortaleza, do valor moral. O orgulho é o seu grande inimigo. A fraqueza de Espírito é outro obstáculo à conquista daquele precioso tesouro. Todos os movimentos intempestivos, todo ato violento, toda atitude colérica são oriundos da suscetibilidade do nosso amor próprio exagerado.

A seu turno, os desesperos, as aflições incontidas, os estados de alucinação, os impropérios e blasfêmias são consequências de fraqueza de ânimo ou debilidade moral. A calma e a serenidade de ânimo, em todas as emergências e conjunturas difíceis da vida, só podem ser conservadas mediante a fortaleza e a humildade de Espírito. É essa condição inalterável de ânimo que se denomina paciência. Ela é incontestavelmente atestado eloquente de alto padrão moral.

Naturalmente, em épocas de calmaria, quando tudo corre ao sabor dos nossos desejos, parece que possuímos aquele preciosíssimo bem. Os homens, quando dormem, são todos bons e inocentes. É exatamente nas horas aflitivas, nos dias de amargura, quando suportamos o batismo de fogo, que verificamos, então, a inexistência da sublime virtude conosco.

No mundo, observou o Mestre, tereis tribulações, mas tende bom ânimo: eu venci o mundo. Como ele venceu, cumpre a nós outros, como discípulos, imitá-lo, vencendo também. Cristo é o sublime modelo, é o grande paradigma. Não basta conhecer seus ensinamentos, é preciso praticá-los.

Daí a necessidade de fortificarmos nosso Espírito, retemperando-o nos embates cotidianos como o ferreiro que, na forja, tempera o aço até que o torna maleável e resistente.

A existência humana é urdida de vicissitudes e de imprevistos. Tais são as condições que havemos de suportar como consequências do nosso passado. A cada dia a sua aflição — reza o Evangelho em sua empolgante sabedoria. Portanto, cumpre nos tornemos fortes para vencermos.

Fomos dotados dos predicados para isso. Tudo que eu faço, asseverou o Mestre, vós também podeis fazer. Se nos é dado realizar os feitos maravilhosos do Cristo de Deus, porque permanecemos neste estado de miserabilidade moral? Simplesmente porque temos descurado a obra de nossa educação.

A educação do Espírito é o problema universal.

A obra da salvação é obra de educação, nunca será demais afirmar esta tese.

A religião que o momento atual da Humanidade reclama é aquela que apela para a educação sob todos os aspectos: educação física, educação intelectual, educação cívica, educação mental, educação moral.

A fé que há de salvar o mundo é aquela que resulta desta sentença: Sede perfeitos como vosso Pai celestial é perfeito.

  Pedro Camargo / Livro: Em torno do Mestre

Prece de Clementino

 


“Divino Mestre, lança compassivo olhar sobre a nossa família aqui reunida...

“Viajores de muitas romagens, repousamos neste instante sob a árvore bendita da prece e te imploramos amparo!

“Todos somos endividados para contigo, todos nos achamos empenhados à tua bondade infinita, à maneira de servos insolventes para com o senhor.

“Mas, rogando-te por nós todos, pedimos particularmente agora pelo companheiro que, decerto, encaminhas ao nosso coração, qual se fora uma ovelha que torna ao aprisco ou um irmão consanguíneo que volta ao Lar...

“Mestre, dá-nos a alegria de recebê-lo de braços abertos.

“Sela-nos os lábios para que lhe não perguntemos de onde vem e descerra-nos a alma para a ventura de tê-lo conosco em paz.

“Inspira-nos a palavra a fim de que a imprudência não se imiscua em nossa língua, aprofundando as chagas interiores do irmão, e ajuda-nos a sustentar o respeito que lhe devemos...

“Senhor, estamos certos de que o acaso não te preside às determinações!

“Teu amor, que nos reserva invariavelmente o melhor, cada dia, aproxima-nos uns dos outros para o trabalho justo.

“Nossas almas são fios da vida em tuas mãos!

“Ajusta-os para que obtenhamos do Alto o favor de servir contigo!

“Nosso Libório é mais um irmão que chega de longe, de recuados horizontes do passado...

“Ó Senhor, auxilia-nos para que ele não nos encontre proferindo o teu nome em vão!...”

 

André Luiz / Chico Xavier – Livro: Nos domínios da mediunidade

Ante a lição

 

"Considera o que te digo, porque o Senhor te dará entendimento em tudo." Paulo (II Timóteo, 2:7)

 

Ante a exposição da verdade, não te esquives à meditação sobre as luzes que recebes.

Quem fita o céu, de relance, sem contemplá-lo, não enxerga as estrelas; e quem ouve uma sinfonia, sem abrir-lhe a acústica da alma, não lhe percebe as notas divinas.

Debalde escutarás a palavra inspirada de pregadores ardentes, se não descerrares o coração para que o teu sentimento mergulhe na claridade bendita daquela.

Inúmeros seguidores do Evangelho se queixam da incapacidade de retenção dos ensinos da Boa Nova, afirmando-se ineptos à frente das novas revelações, e isto porque não dispensam maior trato à lição ouvida, demorando-se longo tempo na província da distração e da leviandade.

Quando a câmara permanece sombria, somos nós quem desata o ferrolho à janela para que o sol nos visite.

Dediquemos algum esforço à graça da lição e a lição nos responderá com as suas graças.

O apóstolo dos gentios é claro na observação. "Considera o que te digo, porque, então, o Senhor te dará entendimento em tudo."

Considerar significa examinar, atender, refletir e apreciar.

Estejamos, pois, convencidos de que, prestando atenção aos apontamentos do Código da Vida Eterna, o Senhor, em retribuição à nossa boa vontade, dar-nos-á entendimento em tudo.

Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 001