sexta-feira, 13 de agosto de 2021

A primeira mensagem de Eurípedes Barsanulfo

 

Aos Companheiros de Ideal!

Aos queridos amigos do Triângulo Mineiro:

A nossa marcha continua e, como sempre, irmãos meus, confirmo a promessa de seguir convosco até a suprema vitória espiritual.

Os anos correm incessantemente, a morte estabelece apreciáveis modificações, as paisagens se transformam, todavia, nossa confiança em Deus permanece inabalável.

Somos numerosa caravana em serviço das divinas realizações.

Velhos amigos nossos, ouvindo-me a palavra, sentirão os olhos úmidos. Para vós que ainda permaneceis na Terra, a travessia dos obstáculos parece mais dolorosa.

As saudades orvalhadas das lágrimas vicejam ao lado das flores da esperança. As recordações represam-se na alma.

Alguns companheiros estacionaram em caminho, atraídos pelo engano do mundo ou esmagados pelo desalento; não foram poucos os que desanimaram, receosos da luta. Por isso mesmo, as dificuldades se fizeram mais duras, a jornada mais difícil.

Mas a nós, que temos sentido e recebido a bênção do Senhor, no mais íntimo d’alma, não será lícito o repouso.

Nossas mãos continuam enlaçadas na cooperação pelo engrandecimento da verdade e do bem, e minha saudade, antes de ser um sofrimento, é um perfume do Céu. No coração, vibram nossas antigas esperanças, e continuamos a seguir, a seguir sempre, no ideal de sublime unificação com o Divino Mestre.

Tenhamos, para com os nossos irmãos ainda frágeis, a ternura do amor que examina e compreende. As ilusões passam como os rumores do vento. Prossigamos, desse modo, com a verdade, para a verdade.

Falando-vos em nome de companheiros numerosos da Espiritualidade, assinalo a nossa alegria pelo muito que já realizastes, no entanto, amigos, outras edificações nos esperam, requisitando-nos o esforço. É preciso contar com os tropeços de toda sorte. O obstáculo sempre serviu para medir a fé, e o espírito de inferioridade nunca perdoou as árvores frutíferas.

Quase toda gente deixa em paz o arbusto espinhoso a fim de atacar a árvore generosa, que estende os ramos em frutos aos viajantes que passam fatigados. A sombra, muita vez, ameaçará ainda os nossos esforços, os espinhos surgirão, inesperadamente, na estrada, a incompreensão cruel aparecerá, de surpresa. Conservemos, porém, a limpidez de nosso horizonte espiritual, como quem espera as dificuldades, convictos de que a vida real se estende muito além dos círculos acanhados da Terra.

Guardando a energia de nossa união, dentro da sublimidade do ideal, teremos, à frente, o archote poderoso da fé que remove montanhas. Quando o desânimo vos tente, intensificai os passos na estrada da realização. Não esperemos por favores do mundo, quando o próprio Jesus não os teve. A paz na Terra, muitas vezes, não merece outro nome, além de ociosidade.

Procuremos, pois, a paz de Cristo, que excede o entendimento das criaturas. Semelhante vitória somente poderá ser conquistada através de muita renúncia aos caprichos que nos ameaçam a marcha. Não seria justo aguardar as vantagens transitórias do plano material, quando o trabalho áspero ainda representa a nossa necessidade e o nosso galardão.

Jamais vos sintais sozinhos na luta. Estamos convosco e seguiremos ao vosso lado. Invisibilidade não significa ausência.

O Mestre espera que façamos, do coração, o templo destinado à sua Presença Divina.

Enche-vos o mundo de sombras? Verificam-se deserções, dissabores, tempestades? Continuemos sempre.

Atendamos ao programa de Cristo. Que ninguém permaneça nas ilusões venenosas de um dia.

Deste “Outro Lado” da vida, nós vos estendemos as mãos fraternas. Unindo-nos mais intensamente no trabalho, em vão rugirá a tormenta. Jamais vos entregueis à hesitação ou ao desalento, porque, ao nosso lado, flui a fonte eterna das consolações, com o amor de Jesus Cristo.

 

Primeira mensagem transmitida a Francisco Cândido Xavier, em 30/04/1950, pelo Espírito de Eurípedes Barsanulfo.

Mensagem extraída do livro Eurípedes – O Homem e a Missão, autora Corina Novelino, Ide Editora

Ergamo-nos

 

 “Levantar-me-ei e irei ter com meu pai”. (Lucas, 15:18)

 

Quando o filho pródigo deliberou tornar aos braços paternos, resolveu intimamente levantar-se.

Sair da cova escura da ociosidade para o campo da ação regeneradora.

Erguer-se do chão frio da inércia para o calor do movimento reconstrutivo.

Elevar-se do vale da indecisão para a montanha do serviço edificante.

Fugir à treva e penetrar a luz.

Ausentar-se da posição negativa e absorver-se na reestruturação dos próprios ideais.

Levantou-se e partiu no rumo do Lar Paterno.

Quantos de nós, porém, filhos pródigos da Vida, depois de estragarmos as mais valiosas oportunidades, clamamos pela assistência do Senhor, de acordo com os nossos desejos menos dignos, para que sejamos satisfeitos? Quantos de nós descemos, voluntariamente, ao abismo, e, lá dentro, atolados na sombria corrente de nossas paixões, exigimos que o Todo Misericordioso se faça presente, ao nosso lado, através de seus divinos mensageiros, a fim de que os nossos caprichos sejam atendidos?

Se é verdade, no entanto, que nos achamos empenhados em nosso soerguimento, coloquemo-nos de pé e retiremo-nos da retaguarda que desejamos abandonar.

Aperfeiçoamento pede esforço.

Panorama dos cimos pede ascensão.

Se aspiramos ao clima da Vida Superior, adiantemo-nos para a frente, caminhando com os padrões de Jesus.

― Levantar-me-ei, disse o moço da parábola.

― Levantemo-nos, repitamos nós.

Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 013

Ave Maria

 


Ave Maria! Senhora

Do amor que ampara e redime,

Ai do mundo se não fora

A vossa missão sublime!

 

Cheia de graça e bondade,

É por vós que conhecemos

A eterna revelação

Da vida em seus dons supremos.

 

O Senhor sempre é convosco,

Mensageira da ternura,

Providência dos que choram

Nas sombras da desventura.

 

Bendita sois vós, Rainha!

Estrela da Humanidade,

Rosa mística da fé,

Lírio puro da humildade!

 

Entre as mulheres sois vós

A Mãe das mães desvalidas,

Nossa porta de esperança,

E Anjo de nossas vidas!

 

Bendito o fruto imortal

Da vossa missão de luz,

Desde a paz da Manjedoura,

Às dores, além da Cruz.

 

Assim seja para sempre,

Oh! Divina Soberana,

Refúgio dos que padecem

Nas dores da luta humana.

 

Ave Maria! Senhora

Do amor que ampara e redime,

ai do mundo se não fora,

A vossa missão sublime!  

 

Amaral Ornellas / Chico Xavier - Livro: Parnaso de Além-Túmulo


sexta-feira, 6 de agosto de 2021

Seminário App Boa Nova

 


Seminário abordará uso de aplicativo para desenvolvimento de estudos

 Área de Estudos do 12º Conselho Regional Espírita - Teófilo Otoni realizará seminário para divulgação de aplicativo que visa facilitar o desenvolvimento de Estudo Minucioso do Evangelho, Palestras Públicas, ESDE, entre outros.

 O evento, online e gratuito, será realizado no dia 15 de agosto, das 15h30 às 17h30, com transmissão pelo Canal Oficial do 12º CRE no Youtube e as inscrições podem ser feitas no link a seguir:

 https://forms.gle/jFmjzwFRomqxDnA7A


Missão paterna

 

Muitas vezes as palavras transcendem de tal maneira os seus próprios sentidos léxicos que, ao fazermos uma análise mais ou menos profunda a seu respeito, chegam a nos causar verdadeira surpresa, tão grande a extensão dos significados e diversificadas as interpretações.

Algumas palavras, com acepção exata, quando bem observadas, podem levar-nos por caminhos extraordinariamente variados, no campo da mentalização, capazes de nos transportar aos domínios abscônditos do labirinto da capacidade de inteligência dos homens, tantas maravilhas ainda muito pouco conhecidas encerram.

Tomemos por exemplo a palavra pai. Qual o seu significado? Que é pai? Até aonde ela poderá levar-nos em nossa apreciação?

São indagações oportunas, porque poderão despertar em nós, que somos pais, identificação de algumas particularidades nem sempre depreendidas com facilidade.

Pondo à parte a etimologia da palavra, consideremo-la somente pelo lado léxico; pai, em seu sentido genérico, significa genitor, progenitor, criador.

Assim entendido, o pai é a razão da existência dos filhos; como tal, é o arquiteto que vê neles a promessa de objetivação da perspectiva que concebera; tomada no sentido de criador, de quem trata e cuida, é o zeloso protetor da destinação que lhes augura, ou seja, a consecução de quanto ele mesmo deu em favor da formação intelecto-moral da personalidade de cada um.

Ser pai, na acepção comum da palavra, é relativamente fácil; arquitetar para o filho um futuro vitorioso pode ser também muito cômodo. O difícil mesmo, e a tanto importa seja assim, é ser pai que planeje e execute a estruturação do caráter do filho, fazendo-o um homem de bem, um amigo, um espírito equilibrado, enfim, uma criatura que veja no trabalho o bem, tendo por via de execução o próprio bem.

No entanto, apesar desse empenho paterno, o trabalho do pai seria incompleto sem o da mãe e vice-versa.

A situação dele está de tal maneira ligada à dela, que não podemos entender uma sem subentender a outra; podemos até mesmo afirmar, sem contestação, que a mão de obra educativa de ambos jamais pode deixar de coexistir, porque sem a participação de um dos cônjuges o trabalho se faz incompleto; enquanto a mãe é toda carinho, toda ternura, toda amor, o pai é apoio, sustento e proteção da família.

Hoje o pai e a mãe respondem pela subsistência da prole. Daí a importância de ele, através do seu contributo e, principalmente, de bons exemplos, dever nortear os filhos em busca do melhor caminho para a conquista da verdadeira felicidade, ainda tão pouco entendida pela maioria dos pais e das mães hodiernos.

E, nesse desiderato, achamos que os casais, escudados em exemplificação construtiva, se proponham a instruir os filhos, esclarecendo-os e mostrando-lhes que o lar não se reduz apenas a uma construção de alvenaria ou a um mero grupo comunitário sob o mesmo teto; que o instituto doméstico, em sua precípua finalidade, consiste no mais importante fator de apaziguamento e cordialidade entre os familiares que o formam, nele vivem e convivem; que, no seu recesso, pai e mãe conjuguem esforços no sentido de estarem atentos à preservação da solidariedade e união, solicitude e dedicação, zelo e desvelo, concórdia e paz no ambiente do domicílio – aconchego harmonioso que deve ser do convívio em família, imprescindível ao melhoramento e bem-estar da equipe familiar.

 Passos Lírio –– Revista Reformador – agosto / 2001