Aos Companheiros de Ideal!
Aos queridos amigos do Triângulo Mineiro:
A nossa marcha continua e, como sempre, irmãos meus,
confirmo a promessa de seguir convosco até a suprema vitória espiritual.
Os anos correm incessantemente, a morte estabelece apreciáveis
modificações, as paisagens se transformam, todavia, nossa confiança em Deus
permanece inabalável.
Somos numerosa caravana em serviço das divinas realizações.
Velhos amigos nossos, ouvindo-me a palavra, sentirão os
olhos úmidos. Para vós que ainda permaneceis na Terra, a travessia dos
obstáculos parece mais dolorosa.
As saudades orvalhadas das lágrimas vicejam ao lado das flores
da esperança. As recordações represam-se na alma.
Alguns companheiros estacionaram em caminho, atraídos pelo
engano do mundo ou esmagados pelo desalento; não foram poucos os que
desanimaram, receosos da luta. Por isso mesmo, as dificuldades se fizeram mais
duras, a jornada mais difícil.
Mas a nós, que temos sentido e recebido a bênção do Senhor,
no mais íntimo d’alma, não será lícito o repouso.
Nossas mãos continuam enlaçadas na cooperação pelo
engrandecimento da verdade e do bem, e minha saudade, antes de ser um
sofrimento, é um perfume do Céu. No coração, vibram nossas antigas esperanças,
e continuamos a seguir, a seguir sempre, no ideal de sublime unificação com o
Divino Mestre.
Tenhamos, para com os nossos irmãos ainda frágeis, a
ternura do amor que examina e compreende. As ilusões passam como os rumores do
vento. Prossigamos, desse modo, com a verdade, para a verdade.
Falando-vos em nome de companheiros numerosos da
Espiritualidade, assinalo a nossa alegria pelo muito que já realizastes, no
entanto, amigos, outras edificações nos esperam, requisitando-nos o esforço. É
preciso contar com os tropeços de toda sorte. O obstáculo sempre serviu para medir
a fé, e o espírito de inferioridade nunca perdoou as árvores frutíferas.
Quase toda gente deixa em paz o arbusto espinhoso a fim
de atacar a árvore generosa, que estende os ramos em frutos aos viajantes que
passam fatigados. A sombra, muita vez, ameaçará ainda os nossos esforços, os espinhos
surgirão, inesperadamente, na estrada, a incompreensão cruel aparecerá, de
surpresa. Conservemos, porém, a limpidez de nosso horizonte espiritual, como
quem espera as dificuldades, convictos de que a vida real se estende muito além
dos círculos acanhados da Terra.
Guardando a energia de nossa união, dentro da sublimidade
do ideal, teremos, à frente, o archote poderoso da fé que remove montanhas.
Quando o desânimo vos tente, intensificai os passos na estrada da realização.
Não esperemos por favores do mundo, quando o próprio Jesus não os teve. A paz na
Terra, muitas vezes, não merece outro nome, além de ociosidade.
Procuremos, pois, a paz de Cristo, que excede o
entendimento das criaturas. Semelhante vitória somente poderá ser conquistada
através de muita renúncia aos caprichos que nos ameaçam a marcha. Não seria
justo aguardar as vantagens transitórias do plano material, quando o trabalho
áspero ainda representa a nossa necessidade e o nosso galardão.
Jamais vos sintais sozinhos na luta. Estamos convosco e
seguiremos ao vosso lado. Invisibilidade não significa ausência.
O Mestre espera que façamos, do coração, o templo destinado
à sua Presença Divina.
Enche-vos o mundo de sombras? Verificam-se deserções, dissabores,
tempestades? Continuemos sempre.
Atendamos ao programa de Cristo. Que ninguém permaneça nas
ilusões venenosas de um dia.
Deste “Outro Lado” da vida, nós vos estendemos as mãos
fraternas. Unindo-nos mais intensamente no trabalho, em vão rugirá a tormenta.
Jamais vos entregueis à hesitação ou ao desalento, porque, ao nosso lado, flui
a fonte eterna das consolações, com o amor de Jesus Cristo.
Primeira mensagem transmitida a Francisco Cândido Xavier,
em 30/04/1950, pelo Espírito de Eurípedes Barsanulfo.
Mensagem extraída do livro Eurípedes – O Homem e a Missão, autora Corina Novelino, Ide Editora
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