Meus filhos:
Permaneça Jesus sendo o nosso zênite e o nosso
nadir.
Dealba dia novo!
Não obstante, sombras teimosas permanecem
dificultando a claridade solar; as perspectivas de luminosidade plena ainda não
se puderam tornar realidade total.
Na grande transição, há predominância do
instinto humano sobre a razão, que abre espaço lentamente para a intuição.
O homem e a mulher ancestrais com dificuldade
vêm abandonando os arcabouços nos quais se aprisionavam para, encorajados,
avançar com decisão no rumo da grande luz.
Neste momento, contabilizamos glórias da
Ciência, da Tecnologia, do pensamento, da arte, da beleza, mas não podemos
ignorar as devastadoras estatísticas da perversidade que se deriva dos
transtornos comportamentais, da sexolatria que resulta da alucinação do ser
humano na busca do intérmino gozo sensual, da violência que é um remanescer dos
atavismos, ganhando campo nas imensas planícies da perturbação que grassa na
Terra, combatidas tenazmente a ética, a moral, as instituições dignificadoras
como o matrimônio, a família, o respeito que se deve manter umas pelas outras
pessoas.
Sentimos que as criaturas humanas ainda não
encontraram o ponto de realização plenificadora. Isto porque Jesus tem sido
motivo de excogitações imediatistas no campeonato das projeções pessoais, na
religião, na política e nos interesses mesquinhos.
Graças às claridades incomparáveis do
Espiritismo, nosso Modelo e Guia assume o verdadeiro lugar que o Pai Lhe
concedeu na história do planeta terrestre.
Ao Espiritismo, pois, tem cabido a tarefa de
colocar Jesus no centro das aspirações humanas, em considerando a Lei de Amor
de que Ele se fez especial modelo para viger entre todas as criaturas.
Madrugada é esta de desafios! …
As incompreensões e as lutas fazem-se
amiudadas. A resistência dos ideais de
enobrecimento, porém, deve suportar a ardência dos combates férreos
direcionados contra os objetivos em pauta.
Medem-se a força e a grandeza de um ideal pelas
resistências que oferece, superando as batalhas que lhe são direcionadas.
É necessário preservar o Espiritismo conforme o
herdamos do eminente Codificador, mantendo-lhe a claridade dos postulados, a
limpidez dos seus conteúdos, não permitindo que se lhe instale adenda perniciosa,
que somente irá confundir os incautos e os menos conhecedores das suas
diretrizes.
Não se trata aqui de estabelecer um grupo de
conservadores ante o avanço de modernistas. O Espiritismo jamais se candidatará
a divisionismos nas suas fileiras. É uma Doutrina séria porque tem a ver com o
ser imortal. Não pode converter-se num clube de divertimentos em nome da
alegria, do espairecimento e das necessidades de entretenimentos.
A Boa Nova ou notícias de alegria produz júbilo
interno e não algazarra exterior. Por isso mesmo, no renascimento do Evangelho,
ínsito na Codificação, não é lícito que nos transformemos em pessoas insensatas
no trato com as questões espirituais. Preservar, portanto, a pulcritude e a
seriedade da Doutrina no Movimento Espírita é dever que nos compete a todos e
particularmente ao Conselho Federativo Nacional através das Entidades
Federadas.
Jamais o Espiritismo servirá para os prazeres
egoicos, as conversações chulas e o preenchimento dos espaços vazios entre
mentes ociosas de pessoas frívolas. Por isso mesmo, a mediunidade deve ser
exercida santamente, cristãmente, com responsabilidade e critérios de elevação
para não se transformar em instrumento de perturbação e desídia.
Vós sois a luz do mundo! – Propõe o Evangelho
novo, porquanto a Grande Luz é o Mestre, que deveremos insculpir no mundo
íntimo, para que brilhe através de nós.
Não revidar ofensas, manter a consciência do
dever acima de quaisquer conjunturas, perseverar quando outros abandonam ou são
vítimas de defecções, porfiar no bem comum e viver a caridade sob todos os
aspectos possíveis, dominados pelo amor que deflui do incomparável Amigo e
Benfeitor, são as diretrizes de ontem como de hoje.
Mantende o espírito de paz, preservando os
objetivos abraçados e, caso seja necessário selar vosso compromisso com
testemunho, não titubeeis.
Cristo ou Mamon? É fácil eleger Aquele que deu a
Sua pela nossa vida, ensinando-nos mansuetude, retidão e paz.
Meus filhos, é necessário que os atos confirmem
as palavras e que o Espírito do Cristo, habitando em nós, seja a nossa resposta
aos desafios do momento, trabalhando em favor do meio dia da madrugada que
começa.
Muita paz! Que o Senhor nos abençoe!
São os votos do servidor humílimo e paternal de
sempre,
Bezerra
Psicofonia de Divaldo Franco, em 9 de novembro de 2003, no encerramento da Reunião do Conselho Federativo Nacional, na sede da Federação Espírita Brasileira, em Brasília. – Fonte: Jornal Mundo Espírita