sábado, 5 de março de 2022

Inquebrantável fibra

 


A sua vida foi uma trajetória de formidáveis realizações, constelada de belezas, capazes de deixar para o mundo o que há de mais sazonado, em termos de exemplo de enfibratura moral e talento intelectual, tudo isto, associado a uma sensibilidade expressiva.

Nascida num lar de poucos recursos, na cidade de Varsóvia, em 1867, na velha Polônia, abrigava na alma o anseio de estudar, de avançar e de ser útil à ciência e às criaturas humanas, suas irmãs da lida comum.

Após as oportunidades de estudar, que concedeu às irmãs mais jovens do que ela, que era a primogênita, seguiu para Paris, a fim de formar-se em ciências físicas, químicas e em matemática, o que logrou em pouco tempo, exitosamente.

Consorciada com o celebrado professor Pierre Curie, Marya Klodowska passará à história como a excelente Marie Curie, ou, simplesmente, Madame Curie.

Não obstante as condições de vida nada fáceis, desenvolveu-se como mulher, esposa, mãe e cientista, sem relegar nenhuma tarefa, sem abastardar-se, sem encharcar-se de materialismo, apaixonada pela vida, entusiasmada por tudo o que realizava.

Estudou, pesquisou, amou e converteu-se no único cientista a receber por duas vezes o prêmio Nobel, o que jamais ocorrera, até então.

Tendo sido a primeira mulher a tornar-se professora na Sorbonne, após a morte do marido, permaneceu vibrante e simples, compreendendo que a missão que Deus delega à mulher é sempre de caráter especial e sublime, para que ela se perca nos vales de ilusões e sombras do mundo.

Após anos de ingentes lutas por alcançar os seus objetivos, após ser alvo das homenagens de inumeráveis instituições universitárias e científicas pelo mundo, conclui seus dias na reencarnação, assinalada pela grave enfermidade que o excesso de radiações, oriundas dos minérios que examinava, sem os necessários cuidados, hoje existentes, lhe impusera.

Do hospital suíço de Sancellemoz, Marie Curie pode contemplar, ainda no corpo físico, os resultados maravilhosos do seu labor em prol do crescimento da Humanidade inteira.

Para que a mulher estude, não precisa negligenciar o lar.

Para que se desenvolva intelectualmente, não necessita rechaçar os filhos.

Para que seja independente e se faça grandiosa, não carecerá de abrir mão do seu valor moral, estribado na ética do bem e do amor.

Se se levantarem, em toda parte, valores femininos com essa inquebrantável fibra de Madame Curie, e de outras mulheres excelentíssimas, com certeza a ciência será tocada pela sensibilidade da alma, os filhos não serão relegados para a realização profissional de suas progenitoras, e, com a mente mais voltada para a sua função mais alta, a mulher não se deixará explorar tanto, pela indústria da prostituição e da loucura, que toma conta da Terra, nesses tempos definidores dos verdadeiros valores da alma.

Francisco de Paula Vitor / José Raul Teixeira – Livro: Vida e Mensagem

 

Nota da Equipe de Divulgação:

À guisa de informação, foi Madame Curie quem desenvolveu a teoria da "radioatividade" (um termo que ela cunhou), técnicas para isolar isótopos radioativos.

Marie e Pierre Curie apresentam ao mundo científico a descoberta de dois novos elementos químicos, o polônio e o rádio. Com essas pesquisas, Pierre, em particular, verificou que a radiação podia matar células de tecido doente, ou seja, iniciou o estudo da radioterapia. Sob a direção de Madame Curie, foram conduzidos os primeiros estudos para o tratamento de neoplasias usando isótopos radioativos. (Fonte: Google)

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