sábado, 6 de agosto de 2022

Estudos - CEJG

 


Vem, hoje

 


O convite do Senhor é claro e vazado em termos de síntese: “Vem hoje trabalhar na minha Vinha”!

De forma impositiva, a ilustração do Mestre determina tempo e local de ação.

Não deixa condicional liberativa, nem faculta uma porta de evasão para a irresponsabilidade.

De maneira incisiva, apresenta a necessidade redentora em termos finalistas.

Não abre ensancha a divagações que permitam a transferência, tampouco enseja ao discípulo a oportunidade de adiar o compromisso.

Hoje é a medida de tempo que se está vivendo.

Nem ontem — hoje passado —, nem amanhã — hoje porvindouro.

Equivale dizer, agora, porquanto, ontem é a oportunidade que foi e amanhã, talvez, não seja alcançado nas mesmas circunstâncias, com as características azadas dentro dos recursos próprios para a realização do cometimento.

Há tempo, em razão disso, para semear como há oportunidade para colher.

Hoje, na Vinha do Senhor, é o imperativo para que produzamos no bem, a fim de que, no futuro, possamos recolher na messe da luz a contribuição da claridade que esparzimos.

Nesse sentido, o apelo do Mestre determina, também, o campo de trabalho.

Nem a esfera da divagação filosófica nem o campo da investigação científica incessante, nem a contemplação religiosa fantasista da adoração inoperante.

A Sua Vinha são as dores do mundo, os tormentos e percalços, os mananciais de lágrimas e os rios de sofrimento.

...

Refletir filosofando, perquirir examinando, para crer ajudando.

“Vem hoje trabalhar na minha Vinha”, ainda é apelo para nós, dos mais veementes e concisos.

Eis um ângulo da Vinha do Senhor no qual somente os afervorados discípulos se dispõem a trabalhar: o inadiável socorro aos irmãos desencarnados em aflição pelo contributo do intercâmbio mediúnico. Ante eles, nem o azedume do fastio emocional, nem a prepotência da vaidade humana, tampouco a imposição do desequilíbrio.

A palavra de ordem, o roteiro de fé e a compreensão fraterna do trabalhador que na Vinha do Senhor não tem outra meta senão ajudar a fim de ajudar-se, eficazmente, porquanto amanhã estará, também, transitando pelos mesmos caminhos.

João Cléofas / Divaldo Franco / Livro: Depoimentos vivos

Semeadores

 “Eis que o semeador saiu a semear”. Jesus (Mateus, 13:3)

 

Todo ensinamento do Divino Mestre é profundo e sublime na menor expressão. Quando se dispõe a contar a parábola do semeador, começa com ensinamento de inestimável importância que vale relembrar.

Não nos fala que o semeador deva agir, através do contrato com terceiras pessoas, e sim que ele mesmo saiu a semear.

Transferindo a imagem para o solo do espírito, em que tantos imperativos de renovação convidam os obreiros da boa vontade à santificante lavoura da elevação, somos levados a reconhecer que o servidor do Evangelho é compelido a sair de si próprio, a fim de beneficiar corações alheios.

É necessário desintegrar o velho cárcere do "ponto de vista" para nos devotarmos ao serviço do próximo.

Aprendendo a ciência de nos retirarmos da escura cadeia do "eu", excursionaremos através do grande continente denominado "interesse geral". E, na infinita extensão dele, encontraremos a "terra das almas", sufocada de espinheiros, ralada de pobreza, revestida de pedras ou intoxicada de pântanos, oferecendo-nos a divina oportunidade de agir a benefício de todos.

Foi nesse roteiro que o Divino Semeador pautou o ministério da luz, iniciando a celeste missão do auxílio entre humildes tratadores de animais e continuando-a através dos amigos de Nazaré e dos doutores de Jerusalém, dos fariseus palavrosos e dos pescadores simples, dos justos e dos injustos, ricos e pobres, doentes do corpo e da alma, velhos e jovens, mulheres e crianças...

Segundo observamos, o semeador do Céu ausentou-se da grandeza a que se acolhe e veio até nós, espalhando as claridades da Revelação e aumentando-nos a visão e o discernimento. Humilhou-se para que nos exaltássemos e confundiu-se com a sombra a fim de que a nossa luz pudesse brilhar, embora lhe fosse fácil fazer-se substituído por milhões de mensageiros, se desejasse.

Afastemo-nos, pois, das nossas inibições e aprendamos com o Cristo a “sair para semear.


Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 064

Oração do pintor


         Senhor!...

Através de pincéis e tintas, cores e telas, concedeste-me o trabalho de que se me honorifica a existência.

Obtenho os recursos que se me fazem necessários, criando imagens com que influencio o espírito alheio. Deste-me, porém, tanta facilidade para exteriorizar a minha própria imaginação que, às vezes, receio descambar para figurações menos felizes, capazes de conturbar quem as vê, simplesmente pela sede de popularidade ou dinheiro fácil.

Ensina-me, Senhor, a compreender a harmonia com que distribuíste sabidamente as cores nos quadros da natureza, no orbe que nos emprestaste para viver.

Tingiste o firmamento de azul e a vegetação de verde, as cores repousantes que nos tranquilizam o campo mental, mas, imprimiste ao sangue o vermelho alarmante e agressivo para que, ao menor sinal de perigo, venhamos a defender prontamente a vida corpórea.

Situaste as cores resplendentes do Sol, de cima para baixo, como dar-nos a ideia da marcha que a todos nos compele da sombra para a luz.

Entretanto, não puseste cor alguma no ar, a fim de que ninguém possa criar o mínimo traço de privilégio ou separatividade na distribuição do agente essencial à sustentação de todas as criaturas da Terra.

Coloriste a verdade com o realismo que lhe é próprio, mas não desprezaste a beleza e o sonho inventando para o nosso olhar as maravilhas do arco-íris que não existe como elemento substancial e, sim, como inspiração de paz e harmonia que nos sublime os impulsos.

Senhor!...

Ensina-me equilíbrio e o respeito aos outros para que eu apenas crie formas do bem e para o bem, a fim de que eu possa cooperar na segurança e na ordem, na serenidade e na alegria permanentes de tua obra, hoje e sempre.


Meimei / Chico Xavier – Livro: Sentinelas da Alma

sábado, 30 de julho de 2022

Mais Luz - Edição 589 - 31/07/2022

 

Leia conosco nesta edição:

  • O grande educandário - Livro: Roteiro
  • Ante o Evangelho: Destinação da Terra. – Causa das misérias humanas
  • Poema: Em vão – Augusto dos Anjos
  • Diferenças – Livro Fonte Viva
  • Súplica - Livro: Apostilas da Vida

 

Clique:

https://mailchi.mp/552e926e8371/o-grande-educandrio

sexta-feira, 29 de julho de 2022

O grande educandário

De portas abertas à glória do ensino, a Terra, nas linhas da atividade carnal, é, realmente, uma universidade sublime, funcionando, em vários cursos e disciplinas, com dois bilhões de alunos, aproximadamente, matriculados nas várias raças e nações.

Mais de vinte bilhões de almas conscientes, desencarnadas, sem nos reportarmos aos bilhões de inteligências sub-humanas que são aproveitadas nos múltiplos serviços do progresso planetário, cercam o domicílio terrestre, demorando-se noutras faixas de evolução.

Para a maioria dessas criaturas, necessitadas de experiência nova e mais ampla, a reencarnação não é somente um impositivo natural, mas também um prêmio pelo ensejo de aprendizagem.

Assim é que, sob a iluminada supervisão das Inteligências Divinas, cada povo, no passado ou no presente, constitui uma seção preparatória da Humanidade, à frente do porvir.

Ontem, aprendíamos a ciência no Egito, a espiritualidade na Índia, o comércio na Fenícia, a revelação em Jerusalém, o direito em Roma e filosofia na Grécia. Hoje, adquirimos a educação na Inglaterra, a arte na Itália, a paciência na China, a técnica industrial na Alemanha, o respeito à liberdade na Suíça e a renovação espiritual nas Américas.

Cada nação possui tarefa específica no aprimoramento do mundo. E ainda mesmo quando os blocos raciais, em desvairo, se desmandam na guerra, movimentam-se à procura de valores novos no próprio engrandecimento.

Nos círculos do Planeta, vemos as mais primitivas comunidades dirigindo-se para as grandes aquisições culturais.

Se é verdade que a civilização refinada de hoje voa, pelo mundo, contornando-o em algumas horas, caracterizando-se pelos mais altos primores da inteligência, possuímos milhões de irmãos pela forma, infinitamente distantes do mundo moral. Quase nada diferindo dos irracionais, não conseguiram ainda fixar a mínima noção de responsabilidade.

Os anões docos da Abissínia, sem qualquer vestuário e pronunciando gritos estranhos à guisa de linguagem, mais se assemelham aos macacos.

Os nossos irmãos negros de Kytches passam os dias estirados no chão, à espera de ratos com que possam mitigar a própria fome.

Entre grande parte dos africanos orientais, não existe ligação moral entre pais e filhos.

Os Latucas, no interior da África, não conhecem qualquer sentimento de compaixão ou dever.

Remanescentes dos primitivos habitantes das Filipinas erram nas montanhas, à maneira de animais indomesticáveis.

E, não longe de nós, os botocudos, entregues à caça e à pesca, são exemplares terríveis de bruteza e ferocidade.

No imenso educandário, há tarefas múltiplas e urgentes para todos os que aprendem que a vida é movimento, progresso, ascensão.

Na fé religiosa como na administração dos patrimônios públicos, na arte tanto quanto na indústria, nas obras de instrução como nas ciências agrícolas, a individualidade encontra vastíssimo campo de ação, com dilatados recursos de evidenciar-se.

O trabalho é a escada divina de acesso aos lauréis imarcescíveis do espírito.

Ninguém precisa pedir transferência para Júpiter ou Saturno, a fim de colaborar na criação de novos céus. A Terra, nossa casa e nossa oficina, em plena paisagem cósmica, espera por nós, a fim de que a convertamos em glorioso paraíso.

 Emmanuel / Chico Xavier / Livro: Roteiro 

Diferenças

“Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros”. Jesus (João, 13:35)

 

Nas variadas escolas do Cristianismo, vemos milhares de pessoas que, de alguma sorte, se ligam ao Mestre e Senhor.

Há corações que se desfazem nos louvores ao Grande Médico, exaltando-lhe a intercessão divina nos acontecimentos em que se reconheceram favorecidos, mas não passam das afirmativas espetaculares, qual se vivessem indefinidamente mergulhados em maravilhosas visões.

São os simplesmente beneficiários e sonhadores.

Há temperamentos ardorosos que impressionam da tribuna, através de preleções eruditas e comoventes, em que relacionam a posição do Grande Renovador, na religião, na filosofia e na história, não avançando, contudo, além dos discursos preciosos.

São os simplesmente sacerdotes e pregadores.

Há inteligências primorosas que vazam páginas sublimes de crença consoladora, arrancando lágrimas de emoção aos leitores ávidos de conhecimento revelador, todavia, não ultrapassam o campo do beletrismo religioso.

São os simplesmente escritores e intelectuais.

Todos guardam recursos e méritos especializados.

Existe, no entanto, nos trabalhos da Boa Nova, um tipo de cooperador diferente.

Louva o Senhor com pensamentos, palavras e atos, cada dia.

Distribui o tesouro do bem, por intermédio do verbo consolador, sempre que possível.

Escreve conceitos edificantes, em torno do Evangelho, toda vez que as circunstâncias lho permitem.

Ultrapassa, porém, toda pregação falada ou escrita, agindo incessantemente na sementeira do bem, em obras de sacrifício próprio e de amor puro, nos moldes de ação que o Cristo nos legou.

Não pede recompensa, não pergunta por resultados, não se sintoniza com o mal. Abençoa e ajuda sempre.

Semelhante companheiro é conhecido por verdadeiro discípulo do Senhor, por muito amar.

Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 063