quarta-feira, 9 de agosto de 2023

Possuímos o que damos

 “É mais bem-aventurado dar do que receber.” — Paulo. (Atos, 20:35)

 

Quando alguém se refere à passagem evangélica que considera a ação de dar mais alta bem-aventurança que a ação de receber, quase todos os aprendizes da Boa Nova se recordam da palavra “dinheiro”.

Sem dúvida, em nos reportando aos bens materiais, há sempre mais alegria em ajudar que em ser ajudado, contudo, é imperioso não esquecer os bens espirituais que, irradiados de nós mesmos, aumentam o teor e a intensidade da alegria em torno de nossos passos.

Quem dá recolhe a felicidade de ver a multiplicação daquilo que deu.

Oferece a gentileza e encorajarás a plantação da fraternidade.

Estende a bênção do perdão e fortalecerás a justiça.

Administra a bondade e terás o crescimento da confiança.

Dá o teu bom exemplo e garantirás a nobreza do caráter.

Os recursos da Criação são distribuídos pelo Criador com as Criaturas, a fim de que em doação permanente se multipliquem ao Infinito.

Serás ajudado pelo Céu, conforme estiveres ajudando na Terra.

Possuímos aquilo que damos.

Não te esqueças, pois, de que és mordomo da vida em que te encontras.

Cede ao próximo algo mais que o dinheiro de que possas dispor. Dá também teu interesse afetivo, tua saúde, tua alegria e teu tempo e, em verdade, entrarás na posse dos sublimes dons do amor, do equilíbrio, da felicidade e da paz, hoje e amanhã, neste mundo e na vida eterna.

 

Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Fonte Viva – Cap. 117



Mais Luz - Edição 642 - 06/08/2023

 

Confira nesta edição:

https://mailchi.mp/2e75e7caac73/a-fora-do-exemplo

 

A força do exemplo – Hilário Silva

Ante o Evangelho: Missão dos espíritas

Mensagem da Semana: Ir e ensinar – Fonte Viva – 116

Poema: Com Cristo – José do Patrocínio

Oração dos servos - Emmanuel



sexta-feira, 4 de agosto de 2023

Ir e ensinar

 “Portanto, ide e ensinai…” — Jesus. (Mateus, 28:19)

 

Estudando a recomendação do Senhor aos discípulos, — ide e ensinai, — é justo não olvidar que Jesus veio e ensinou.

Veio da Altura Celestial e ensinou o caminho de elevação aos que jaziam atolados na sombra terrestre.

Poderia o Cristo haver mandado a lição por emissários fiéis… poderia ter falado brilhantemente, esclarecendo como fazer…

Preferiu, contudo, para ensinar com segurança e proveito, vir aos homens e viver com eles, para mostrar-lhes como viver no rumo da perfeição.

Para isso, antes de tudo, fez-se humilde e simples na Manjedoura, honrou o trabalho e o estudo no lar e, em plena atividade pública, foi o irmão providencial de todos, amparando a cada um, conforme as suas necessidades.

Com indiscutível acerto, Jesus é chamado o Divino Mestre.

Não porque possuísse uma cátedra de ouro…

Não porque fosse o dono da melhor biblioteca do mundo…

Não porque simplesmente exaltasse a palavra correta e irrepreensível…

Não porque subisse ao trono da superioridade cultural, ditando obrigações para os ouvintes…

Mas sim porque alçou o próprio coração ao amor fraterno e, ensinando, converteu-se em benfeitor de quantos lhe recolhiam os sublimes ensinamentos.

Falou-nos do Eterno Pai e revelou-nos, com o seu sacrifício, a justa maneira de buscá-lo.

Se te propões, desse modo, cooperar com o Evangelho, recorda que não basta falar, aconselhar e informar.

“Ide e ensinai”, na palavra do Cristo, quer dizer “ide e exemplificai para que os outros aprendam como é preciso fazer”.

 

Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Fonte Viva – Cap. 116



quinta-feira, 3 de agosto de 2023

A força do exemplo

 


José do Espírito Santo, modesto espírita de Nilópolis, Estado do Rio, falava à porta do Centro, a pequeno grupo de amigos:

— Sim, meus irmãos, a caridade é a maior bênção.


Nisso, passam dois estudantes, ouvem breves trechos da palestra e avançam conversando:

— Você ouviu? Todo espírita é só “fachada”!

— Realmente. Fazem as coisas “para inglês ver”.

Logo depois, os rapazes deparam com infeliz mendigo. Pálido e doente. Sem paletó. Camisa em frangalhos. Pele à mostra.

A tiritar de frio, estende-lhes a mão magra.

Um dos estudantes dá-lhe alguns centavos.

Notam, então, que José do Espírito Santo vem vindo sozinho, pela rua. E um deles diz:

— Olhe! Lá vem o “tal”! Aposto que não dará nada a esse homem.

— Sim. Vamos ver. Afastemos um pouco, senão ele vai querer “fazer cartaz”.

Os dois jovens ficaram escondidos na esquina, um pouco adiante.

O pedinte roga auxílio.

José chega junto dele e o abraça, fraterno.

Em seguida, apalpa os bolsos e exclama:

— Infelizmente, meu amigo, estou sem um níquel…

Os jovens entreolham-se, rindo… Um deles recorda:

— Não lhe disse?…

O espírita condoeu-se, vendo a nudez do homem que tremia de frio. Deitou um olhar em torno para ver se estava sendo observado. Sentiu a rua deserta.

Num gesto espontâneo, tirou o paletó. Dependurou a peça num portão de residência próxima, arrancou a camisa felpuda e, seminu, vestiu-a no companheiro boquiaberto, mas encantado.

A seguir, após recobrir, à pressa, o busto nu com o paletó, disse com simplicidade:

— Meu amigo, é só isso que tenho hoje. Volte aqui mesmo amanhã.

E estugou o passo para a frente, enquanto o necessitado sorria, feliz.

No outro dia, os dois estudantes estavam no templo espírita, ouvindo a pregação.

 


Hilário Silva / Waldo Vieira – Livro: Almas em desfile

*Imagens retiradas do blog Aulas para Evangelização Infantil


quarta-feira, 2 de agosto de 2023

Oração dos servos

 


Senhor!…

Auxilia-nos a entender:

que não nos ouvirás unicamente pelas palavras que pronunciemos, mas, acima de tudo, por intermédio dos sentimentos que nos nasçam do coração;

que não te compreenderemos tão só, através dos preceitos que venhamos a expender em torno de teus ensinos, mas, sobretudo, pela aceitação do que somos e tais quais somos, como nos permites ser, para que se realize o rendimento do bem comum;

que não nos testemunharás confiança, exclusivamente, pelos protestos verbais de veneração que te revelemos, e sim, além de tudo, pelo trabalho e pelo modo de servir no criterioso emprego das possibilidades que nos emprestas;

que não nos entenderás tão somente pelas petições que te enderecemos e pela maneira determinada de articulá-las, mas, em particular, pelas tarefas, com que te responderemos a generosidade, distribuindo o bem e a paz em teu nome, e pela forma desinteressada com que nos empenhemos a fazê-lo.

Observamos, sim, que a palavra e a instrução, o culto da oração e o trabalho da fé viva são sempre muito importantes e que não nos cabe descurar de semelhantes valores ao servir-te; entretanto, Senhor, faze-nos reconhecer que não valemos tanto pelo que sintamos, pensemos, falemos ou façamos, mas sim pelo que já possas sentir, pensar, falar e fazer em nós e por nós, hoje e sempre.

 

Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Recados da vida

 

Palestras CEJG - Agosto/2023

 


Com Cristo

 

Irmãos: ide e pregai, com a palavra e com a vida,

A lição de Jesus renovadora e bela…

O mundo é mar revolto, onde a angústia revela

A torva escravidão à sombra indefinida.

 

A civilização é nau espavorida

Ao sinistro Aquilão* de indômita procela*;

Sigamos com Jesus, no amor que se desvela,

Desfazendo os grilhões da Terra envilecida.

 

Em quase toda parte, a treva brande o açoite;

Penetremos, servindo, os cárceres da morte

E acendamos a luz no pélago* profundo…

 

Porque somente em Cristo a vida se levanta,

Renovada e feliz, regenerada e santa,

No reinado de paz da redenção do mundo.

 

José do Patrocínio/ Chico Xavier

Livro: Relicário de luz


* Aquilão: Vento Norte;

Procela: Forte tempestade no mar (agitação);

Pélago: abismo oceânico (abismo).


sábado, 29 de julho de 2023

Mais Luz - Edição 641 - 30/07/2023

 

E nesta edição refletimos sobre:

 

Fidelidade – Batuíra

Ante o Evangelho: O dever

Guardemos lealdade – Fonte Viva 115

Poema: O bem agora – Casimiro Cunha

Oração da Tarefa

 

Clique e confira: https://mailchi.mp/9bbfd42ff000/fidelidade 


Fidelidade

 


Sem dúvida, não nos pede o Senhor votos reluzentes na boca, nem promessas brilhantes.

Jesus não necessita nem mesmo das nossas afirmações labiais de fé, nem tampouco de manifestações adorativas.

Conta, sim, com a nossa fidelidade, sejam quais forem as circunstâncias.

Se o dia resplende o céu azul, tenhamos a coragem de romper com todas as sugestões de conforto próprio, avançando à frente…

Se a tempestade relampeia no teto do mundo, cultivemos bastante abnegação para sofrer o granizo e o vento, demandando o horizonte que nos cabe atingir.

De todos os lados, invariavelmente, chegarão apelos que nos convidam à deserção. Elogios e injúrias, pedrada e incenso aparecerão, decerto, como procurando entorpecer-nos a consciência, no entanto, a cavaleiro de uns e outros, é imperioso recordar o Divino Mestre, na pessoa do próximo, e buscá-lo sem pausa, através do bem incessante.

Somos poucos; no entanto, com Ele no coração, teremos o suficiente para executar as obrigações com que fomos honrados.

Saibamos conservar a fidelidade, como quem alça ininterruptamente a luz nas trevas, pois que, em muitos lances da vida, precisamos muito mais de lealdade no Espírito que de pão para o corpo.

Para que semelhante vitória nos coroe o caminho, tanta vez solitário e espinhoso, o segredo é suportar, e o lema é servir.

Batuíra / Chico Xavier – Livro: Paz e renovação


Guardemos lealdade

 

“Além disso, requer-se nos despenseiros que cada um se ache fiel.” — Paulo. (1 Coríntios, 4:2)

 

Vivamos cada dia fazendo o melhor ao nosso alcance.

Se administras, sê justo na distribuição do trabalho.

Se legislas, sê fiel ao bem de todos.

Se espalhas os dons da fé, não te descuides das almas que te rodeiam.

Se ensinas, sê claro na lição.

Se te devotas à arte, não corrompas a inspiração divina.

Se curas, não menosprezes o doente.

Se constróis, atende à segurança.

Se aras o solo, faze-o com alegria.

Se cooperas na limpeza pública, abraça na higiene o teu sacerdócio.

Se edificaste um lar, sublima-o para as bênçãos de amor e luz, ainda mesmo que isso te custe aflição e sacrifício.

Não te inquietes por mudanças inesperadas, nem te impressione a vitória aparente daqueles que cuidam de múltiplos interesses, com exceção dos que lhes dizem respeito.

Recorda o Olhar Vigilante da Divina Providência que nos observa todos os passos.

Lembra-te de que vives, onde te encontras, por iniciativa do Poder Maior que nos supervisiona os destinos e guardemos lealdade às obrigações que nos cercam. E, agindo incessantemente na extensão do bem, no campo de luta que a vida nos confia, esperemos por novas decisões da Lei a nosso respeito, porque a própria Lei nos elevará de Plano e nos sublimará as atividades no momento oportuno.

 

Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Fonte Viva – Cap. 115