quarta-feira, 22 de novembro de 2023

Tendo medo…

 

“E, tendo medo, escondi na terra o teu talento…” — (Mateus, 25:25)

 

Na parábola dos talentos, o servo negligente atribui ao medo a causa do insucesso em que se infelicita.

Recebera mais reduzidas possibilidades de ganho.

Contara apenas com um talento e temera lutar para valorizá-lo.

Quanto aconteceu ao servidor invigilante da narrativa evangélica, há muitas pessoas que se acusam pobres de recursos para transitar no mundo como desejariam. E recolhem-se à ociosidade, alegando o medo da ação.

Medo de trabalhar.

Medo de servir.

Medo de fazer amigos.

Medo de desapontar.

Medo de sofrer.

Medo da incompreensão.

Medo da alegria.

Medo da dor.

E alcançam o fim do corpo, como sensitivas humanas, sem o mínimo esforço para enriquecer a existência.

Na vida, agarram-se ao medo da morte.

Na morte, confessam o medo da vida.

E, a pretexto de serem menos favorecidos pelo destino, transformam-se, gradativamente, em campeões da inutilidade e da preguiça.

Se recebeste, pois, mais rude tarefa no mundo, não te atemorizes à frente dos outros e faze dela o teu caminho de progresso e renovação. Por mais sombria seja a estrada a que foste conduzido pelas circunstâncias, enriquece-a com a luz do teu esforço no bem, porque o medo não serviu como justificativa aceitável no acerto de contas entre o servo e o Senhor.

 

Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Fonte Viva – Cap. 132




sábado, 18 de novembro de 2023

Mais Luz - Edição 657 - 19/11/2023


Confira nesta edição:

https://mailchi.mp/9ed8fa8d0239/amlie-gabrielle-boudet


Amélie-Gabrielle Boudet – Biografia

Ante o Evangelho: Missão do homem inteligente na Terra

Mensagem da Semana: No campo social – Fonte Viva 131

Poema: Mensageiros do bem – Leôncio Correa

Oração do Caminho – Emmanuel




Amélie-Gabrielle Boudet

 


Amélie-Gabrielle Boudet (futura Sra. Kardec) nasceu em Thiais, cidade do menor e mais populoso Departamento francês – o Sena, em 23 de novembro de 1795. Filha única de Julien-Louis Boudet, proprietário e antigo tabelião, e de Julie-Louise Seigneat de Lacombe, era conhecida na intimidade familiar pelo diminutivo Gaby.

Aliando desde cedo grande vivacidade e forte interesse pelos estudos, não foi um problema para os pais, que, a par de fina educação moral, lhe proporcionaram apurados dotes intelectuais. Após cursar o colégio primário, estabeleceu-se em Paris com a família, ingressando numa Escola Normal, de onde saiu diplomada em professora de 1ª classe.

De acordo com o Dr. Canuto de Abreu, a senhorinha Amélie foi, também, professora de Letras e Belas Artes, trazendo de encarnações passadas a tendência inata, por assim dizer, para a poesia e o desenho. Culta e inteligente, chegou a dar à luz três obras: Contos Primaveris (1825); Noções de Desenho (1826), e O Essencial em Belas Artes (1828).

Vivendo em Paris, no mundo das letras e do ensino, quis o Destino que a Srta. Amélie deparasse com o Professor Hippolyte Denizard Rivail.

De estatura baixa, mas bem proporcionada, de olhos pardos e serenos, gentil e graciosa, vivaz nos gestos e na palavra, denunciando inteligência admirável, Amélie Boudet, aliando ainda a todos esses predicados um sorriso terno e bondoso, logo se fez notar pelo circunspecto Prof. Rivail, em quem reconheceu, de imediato, um homem verdadeiramente superior, culto, polido e reto.

Casaram-se, então, no dia 6 de fevereiro de 1832. Amélie tinha nove anos mais que o Prof. Rivail, mas tal era a sua jovialidade física e espiritual, que a olhos vistos aparentava a mesma idade do marido. Jamais essa diferença constituiu entrave à felicidade de ambos.

Após concluir seus estudos com Pestalozzi, o Prof. Rivail fundara em Paris um Instituto Técnico, com orientação baseada nos métodos pestalozzianos. Madame Rivail associou-se ao esposo na difícil tarefa educacional que ele vinha desempenhando no referido Instituto há mais de cinco anos.

Em 1835, o casal sofreu doloroso revés. O Instituto foi obrigado a cerrar suas portas e a entrar em liquidação. Possuindo, porém, esposa altamente compreensiva, resignada e corajosa, fácil lhe foi sobrepor-se a esses tormentosos acontecimentos. Amparando-se mutuamente, ambos se lançaram a maiores trabalhos. Durante o dia, enquanto Rivail se encarregava da contabilidade de casas comerciais, sua esposa colaborava de alguma forma na preparação dos cursos gratuitos que haviam organizado na própria residência, e que funcionaram de 1835 a 1840.

À noite, novamente juntos, não se davam a descanso justo e merecido, mas improdutivo. Além de escrever novas obras de ensino, que, aliás, tiveram grande aceitação, o Prof. Rivail realizava traduções de obras clássicas, preparava para os cursos de Lévi-Alvarès, frequentados por toda a juventude parisiense do bairro de São Germano, e se dedicava, ainda, em dias certos da semana, juntamente com sua esposa, a lecionar as matérias estatuídas para cursos gratuitos a crianças e jovens.

Amélie Boudet era dessas mulheres boas, nobres e puras, e que, despojadas das vaidades mundanas, descobrem no matrimônio missões nobilitantes a serem desempenhadas. Nos cursos públicos de Matemáticas e Astronomia que o Prof. Rivail semanalmente lecionou, de 1843 a 1848, e aos quais assistiram não só alunos, mas também professores, no “Liceu Polimático” que fundou e dirigiu até 1850, não faltou em tempo algum o auxílio eficiente e constante de sua dedicada consorte.

Todas essas realizações e outras mais, a bem do povo, se originaram das palestras costumeiras entre os dois cônjuges, mas, como salientou a Condessa de Ségur, deve-se principalmente à mulher, as inspirações que os homens concretizam. No que toca à Madame Rivail, além de conselheira, ela foi a inspiradora de vários projetos que o marido pôs em execução. Aliás, é o que confirma o Sr. P.J. Leymarie (que com ambos estivera) ao declarar que Kardec tinha em grande consideração as opiniões de sua esposa. (...)

 

Fonte: https://www.uemmg.org.br/biografias/amelie-gabrielle-boudet



Oração do Caminho


Senhor Jesus,

Ampara-nos na jornada que empreendemos.

Não nos permitas interromper a caminhada ante as serpes do caminho.

Que acima da estrada em sombra possamos vencer as pedras e eliminar os espinhos.

Em nome do teu amor, não nos concedas, Senhor, o luxo do repouso desnecessário, e sim, deixa-nos subir com a nossa cruz ao Calvário, pelo trabalho incessante, nas lutas de cada instante.

Queremos seguir contigo em teu longo itinerário, para alcançarmos um dia, sob a perfeita alegria, o teu reinado de amor.

 

Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Uma vida de amor e caridade


 

Mensageiros do bem

 

Mensageiros do Bem, ante o campo lá fora

Onde se espalha a dor da vida descontente,

O próprio sonho erguei por facho resplendente,

Dando paz a quem luta e conforto a quem chora…

 

Ao coração sem fé que a lágrima devora,

E ao cérebro sem luz torturado e descrente,

Acendei o clarão da Vida Renascente

Do futuro que surja e brilhe desde agora.

 

Obreiros do porvir, revelai a Era Nova,

Caridade e união, entendimento e prova,

São traços da missão que o vosso encargo encerra!

 

Do suor que verteis no trabalho fecundo,

Semeando a bondade e renovando o mundo,

Cristo fará do amor a redenção da Terra.

 

Leôncio Correa / Chico Xavier

Livro: Confia e serve



No campo social

 

“Ele respondeu e disse-lhes: Dai-lhes vós de comer…” — (Marcos, 6:37)

 

Diante da multidão fatigada e faminta, Jesus recomenda aos apóstolos: — “Dai-lhes vós de comer.”

A observação do Mestre é importante, quando realmente poderia ele induzi-los a recriminar a multidão pela imprudência de uma jornada exaustiva até o monte, sem a garantia do farnel.

O Mestre desejou, porém, gravar no espírito dos aprendizes a consagração deles ao serviço popular. Ensinou que aos cooperadores do Evangelho, perante a turba necessitada, compete tão somente um dever, — o da prestação de auxílio desinteressado e fraternal.

Naquela hora do ensinamento inesquecível, a fome era naturalmente do corpo, vencido de cansaço, mas, ainda e sempre, vemos a multidão carecente de amparo, dominada pela fome de luz e de harmonia, vergastada pelos invisíveis azorragues da discórdia e da incompreensão.

Os colaboradores de Jesus são chamados, não a obscurecê-la com o pessimismo, não a perturbá-la com a indisciplina ou a imobilizá-la com o desânimo, mas sim a nutri-la de esclarecimento e paz, fortaleza moral e sublime esperança.

Se te encontras diante do povo, com o anseio de ajudá-lo, se te propões contribuir na regeneração do campo social, não te percas em pregações de rebelião e desespero. Conserva a serenidade e alimenta o próximo com o teu bom exemplo e com a tua boa palavra.

Não olvides a recomendação do Senhor: — “Dai-lhes vós de comer.”

 

Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Fonte Viva – Cap. 131



 

domingo, 12 de novembro de 2023

Mais Luz - Edição 656 - 12/11/2023

 

Venha degustar conosco mais uma edição do nosso boletim:

https://mailchi.mp/82d499d8438a/manoel-philomeno-de-miranda

 

Manoel Philomeno de Miranda – Biografia

Ante o Evangelho: Nem todos os que dizem: “Senhor! Senhor!” — entrarão no Reino dos Céus

Mensagem da Semana: Na esfera íntima – Fonte Viva 130

Poema: Na graça do Senhor – João de Deus

Em oração – Manoel Philomeno 



sexta-feira, 10 de novembro de 2023

Manoel Philomeno de Miranda

 


Manoel Philomeno de Baptista de Miranda nasceu no dia 14 de novembro de 1876, em Jangada, Município do Conde, no Estado da Bahia. Foram seus pais Manoel Baptista de Miranda e Umbelina Maria da Conceição.

Mais conhecido como Philomeno de Miranda, diplomou-se pela Escola Municipal da Bahia (hoje Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal da Bahia), colando grau na turma de 1910, como ‘Bacharel em Comércio e Fazenda’.  Exerceu sua profissão com muita probidade, sendo um exemplo de operosidade no campo profissional. Ajudava sempre aqueles que o procuravam, pudessem ou não retribuir os seus serviços. Foi tão grande em sua conduta, como na modéstia.

Em 1914, foi debilitado por uma enfermidade pertinaz, e tendo recorrido a diversos médicos, sem qualquer resultado positivo, foi curado pelo médium Saturnino Favila, na cidade de Alagoinhas, com passes e água fluidificada, complementando a cura com alguns remédios da Flora Medicinal.

Nessa época, indo a Salvador, conheceu José Petitinga, que o convidou a frequentar a União Espírita Baiana. A partir daí, Philomeno de Miranda interessou-se pelo estudo e prática do Espiritismo, tornando-se um dos mais firmes adeptos de seus ensinamentos. Fiel discípulo de Petitinga, foi autêntico diplomata no trato com o Movimento Espírita da Bahia, com capacidade para resolver todos os assuntos pertinentes às Casas Espíritas. A serviço da causa, visitava periodicamente as Sociedades Espíritas, da Capital e do Interior, procurando soluções para qualquer dificuldade.

Delicado, educado, porém decidido na luta, não dava trégua aos ataques descabidos, arremetidos por religiosos e cientistas que tentavam destruir o trabalho dos espíritas. Na União Espírita Baiana (hoje Federação Espírita do Estado da Bahia), exerceu os cargos de 2º Secretário, de 1921 a 1922, e de 1º Secretário, de 1922 a 1939, juntamente com José Petitinga e uma plêiade de grandes trabalhadores.

Dedicou-se com muito carinho às reuniões mediúnicas, especialmente, às de desobsessão.  Achava imprescindível que as instituições espíritas se preparassem convenientemente para o intercâmbio espiritual, sendo de bom alvitre que os trabalhadores das atividades desobsessivas se resguardassem ao máximo, na oração, na vigilância e no trabalho superior. Salientava a importância do trabalho da caridade, para se precaverem de sofrer ataques das entidades que se sentem frustradas nos planos nefastos de perseguições. É o caso de muitas Casas Espíritas que, a título de falta de preparo, se omitem dos trabalhos mediúnicos.

Mesmo modesto, não pôde impedir que suas atividades sobressaíssem nas diversas frentes de trabalho que empreendeu em favor da Doutrina. Na literatura escreveu Resenha do Espiritismo na Bahia e Excertos que justificam o Espiritismo, que publicou omitindo o próprio nome. Em resposta ao Padre Huberto Rohden, publicou um opúsculo intitulado Por que sou Espírita.

Philomeno de Miranda foi eleito Presidente da União Espírita Baiana, em substituição a José Petitinga, quando este desencarnou, em 25 de março de 1939, em Salvador. Por mais de vinte e quatro anos consecutivos, Miranda vinha trabalhando na Federativa, em especial, na administração, no socorro espiritual como grande doutrinador, e nos serviços da caridade, zelando sempre pelo bom nome da Doutrina, com todo o desvelo de que era possuído. Sofrendo do coração, subia as escadas a fim de não faltar às sessões, sempre animado e sorrindo. Queria extinguir-se no seu cumprimento.

Seu desencarne ocorreu no dia 14 de julho de 1942. Na antevéspera, o devotado trabalhador da Seara do Cristo, impossibilitado de comparecer fisicamente à lide na Federativa Espírita Baiana, assim o disse, segundo relata A. M. Cardoso e Silva: “Agora sim! Não vou porque não posso mais. Estou satisfeito porque cumpri o meu dever. Fiz o que pude... o que me foi possível. Tome conta dos trabalhos, conforme já determinei.”

Querido de quantos o conheceram, até o último instante demonstrou a firmeza da tranquilidade dos justos, proclamando e testemunhando a grandeza imortal da Doutrina Espírita.

 

Fonte: Sítio da UEM (https://www.uemmg.org.br/biografias/manoel-philomeno-de-miranda)

 


quinta-feira, 9 de novembro de 2023

Na graça do Senhor

 

Há na Graça Divina do Senhor

Mais alegria em dar que em receber.

E há mais bênçãos nas pedras do dever

Que nas rosas do gozo tentador.

 

A sublime renúncia por amor

Vale mais que o domínio do prazer.

Servir ao bem é a glória de viver

E o sacrifício é campo redentor.

 

Desenganos, angústias, chagas mil

São promessas de luz primaveril

Na fé renovadora, bela e sã.

 

Caminhar sob a graça de Jesus,

Aceitar o rigor de nossa cruz,

É iluminar a Terra de amanhã.

 

João de Deus / Chico Xavier

Livro: Nosso livro



Em oração

 


“Senhor,

Ensina-nos a respeitar a força do direito alheio na estrada do nosso dever.

Ante as vicissitudes do caminho, recorda-nos de que no supremo sacrifício da Cruz, entre o escárnio da multidão e o desprezo da Lei, erigiste um monumento à justiça, na grandeza do amor.

Ajuda-nos, assim, a esquecer todo o mal, cultivando a árvore generosa do perdão. Estimula-nos à claridade do bem sem limites, para que o nosso entusiasmo na fé não seja igual a ligeiro meteoro riscando o céu de nossas esperanças, para apagar-se depois…

Concede-nos a felicidade ímpar de caminhar na trilha do auxílio porque, só aí, através do socorro aos nossos irmãos, aprendemos a cultivar a própria felicidade. Tu que nos ensinaste sem palavras no testemunho glorioso da crucificação, ajuda-nos a desculpar incessantemente, trabalhando dentro de nós mesmos pela transformação do nosso espírito, na sucessão do tempo, dia-a-dia, noite-a-noite, a fim de que, lapidado, possamos apresentá-lo a Ti no termo da nossa jornada.

Ensina-nos a enxergar a Tua ressurreição sublime, mas permite também que recordemos o suplício da Tua solidão, a coroa de espinhos, a cruz infamante, o silêncio tumular que a precederam, como lições incomparáveis para nós na hora do sofrimento, quando nos chegue.

Favorece-nos com a segurança da ascensão aos altos cimos, porém, não nos deixes olvidar que após a jornada silenciosa durante quarenta dias e quarenta noites, entre jejum e meditação, experimentaste a perturbação do mundo e dos homens em tentações implacáveis que, naturalmente, atravessaram também nossos caminhos. 

Dá-nos a certeza do Reino dos Céus, todavia não nos deixes esquecer que na Terra, por enquanto, não há lugar para os que te servem tanto quanto não houve para ti mesmo, auxiliando-nos, entretanto, a viver no mundo até a conclusão da nossa tarefa redentora.

Ajuda-nos, Divino Companheiro, a pisar os espinhos sem reclamação, vencendo as dificuldades sem queixas, porque é vivendo nobremente que fazemos jus a uma desencarnação honrada como pórtico de uma ressurreição gloriosa.

Senhor Jesus, ensina-nos a perdoar, ajudando-nos a esquecer todo o mal, para sermos dignos de Ti!”

 

Manoel Philomeno de Miranda / Divaldo Franco