Manoel Philomeno de Baptista de Miranda nasceu no dia
14 de novembro de 1876, em Jangada, Município do Conde, no Estado da Bahia.
Foram seus pais Manoel Baptista de Miranda e Umbelina Maria da Conceição.
Mais conhecido como Philomeno de Miranda, diplomou-se
pela Escola Municipal da Bahia (hoje Faculdade de Ciências Econômicas da
Universidade Federal da Bahia), colando grau na turma de 1910, como ‘Bacharel
em Comércio e Fazenda’. Exerceu sua
profissão com muita probidade, sendo um exemplo de operosidade no campo
profissional. Ajudava sempre aqueles que o procuravam, pudessem ou não
retribuir os seus serviços. Foi tão grande em sua conduta, como na modéstia.
Em 1914, foi debilitado por uma enfermidade pertinaz,
e tendo recorrido a diversos médicos, sem qualquer resultado positivo, foi
curado pelo médium Saturnino Favila, na cidade de Alagoinhas, com passes e água
fluidificada, complementando a cura com alguns remédios da Flora Medicinal.
Nessa época, indo a Salvador, conheceu José Petitinga,
que o convidou a frequentar a União Espírita Baiana. A partir daí, Philomeno de
Miranda interessou-se pelo estudo e prática do Espiritismo, tornando-se um dos
mais firmes adeptos de seus ensinamentos. Fiel discípulo de Petitinga, foi
autêntico diplomata no trato com o Movimento Espírita da Bahia, com capacidade
para resolver todos os assuntos pertinentes às Casas Espíritas. A serviço da
causa, visitava periodicamente as Sociedades Espíritas, da Capital e do
Interior, procurando soluções para qualquer dificuldade.
Delicado, educado, porém decidido na luta, não dava
trégua aos ataques descabidos, arremetidos por religiosos e cientistas que
tentavam destruir o trabalho dos espíritas. Na União Espírita Baiana (hoje
Federação Espírita do Estado da Bahia), exerceu os cargos de 2º Secretário, de
1921 a 1922, e de 1º Secretário, de 1922 a 1939, juntamente com José Petitinga
e uma plêiade de grandes trabalhadores.
Dedicou-se com muito carinho às reuniões mediúnicas,
especialmente, às de desobsessão. Achava
imprescindível que as instituições espíritas se preparassem convenientemente
para o intercâmbio espiritual, sendo de bom alvitre que os trabalhadores das
atividades desobsessivas se resguardassem ao máximo, na oração, na vigilância e
no trabalho superior. Salientava a importância do trabalho da caridade, para se
precaverem de sofrer ataques das entidades que se sentem frustradas nos planos
nefastos de perseguições. É o caso de muitas Casas Espíritas que, a título de
falta de preparo, se omitem dos trabalhos mediúnicos.
Mesmo modesto, não pôde impedir que suas atividades
sobressaíssem nas diversas frentes de trabalho que empreendeu em favor da
Doutrina. Na literatura escreveu Resenha do Espiritismo na Bahia e Excertos que
justificam o Espiritismo, que publicou omitindo o próprio nome. Em resposta ao
Padre Huberto Rohden, publicou um opúsculo intitulado Por que sou Espírita.
Philomeno de Miranda foi eleito Presidente da União
Espírita Baiana, em substituição a José Petitinga, quando este desencarnou, em
25 de março de 1939, em Salvador. Por mais de vinte e quatro anos consecutivos,
Miranda vinha trabalhando na Federativa, em especial, na administração, no
socorro espiritual como grande doutrinador, e nos serviços da caridade, zelando
sempre pelo bom nome da Doutrina, com todo o desvelo de que era possuído.
Sofrendo do coração, subia as escadas a fim de não faltar às sessões, sempre
animado e sorrindo. Queria extinguir-se no seu cumprimento.
Seu desencarne ocorreu no dia 14 de julho de 1942. Na
antevéspera, o devotado trabalhador da Seara do Cristo, impossibilitado de
comparecer fisicamente à lide na Federativa Espírita Baiana, assim o disse,
segundo relata A. M. Cardoso e Silva: “Agora sim! Não vou porque não posso
mais. Estou satisfeito porque cumpri o meu dever. Fiz o que pude... o que me
foi possível. Tome conta dos trabalhos, conforme já determinei.”
Querido de quantos o conheceram, até o último instante
demonstrou a firmeza da tranquilidade dos justos, proclamando e testemunhando a
grandeza imortal da Doutrina Espírita.
Fonte: Sítio
da UEM (https://www.uemmg.org.br/biografias/manoel-philomeno-de-miranda)
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