“Senhor,
Ensina-nos a
respeitar a força do direito alheio na estrada do nosso dever.
Ante as
vicissitudes do caminho, recorda-nos de que no supremo sacrifício da Cruz,
entre o escárnio da multidão e o desprezo da Lei, erigiste um monumento à
justiça, na grandeza do amor.
Ajuda-nos,
assim, a esquecer todo o mal, cultivando a árvore generosa do perdão.
Estimula-nos à claridade do bem sem limites, para que o nosso entusiasmo na fé
não seja igual a ligeiro meteoro riscando o céu de nossas esperanças, para
apagar-se depois…
Concede-nos a
felicidade ímpar de caminhar na trilha do auxílio porque, só aí, através do
socorro aos nossos irmãos, aprendemos a cultivar a própria felicidade. Tu que
nos ensinaste sem palavras no testemunho glorioso da crucificação, ajuda-nos a
desculpar incessantemente, trabalhando dentro de nós mesmos pela transformação
do nosso espírito, na sucessão do tempo, dia-a-dia, noite-a-noite, a fim de
que, lapidado, possamos apresentá-lo a Ti no termo da nossa jornada.
Ensina-nos a
enxergar a Tua ressurreição sublime, mas permite também que recordemos o
suplício da Tua solidão, a coroa de espinhos, a cruz infamante, o silêncio
tumular que a precederam, como lições incomparáveis para nós na hora do
sofrimento, quando nos chegue.
Favorece-nos com a segurança da ascensão aos altos cimos, porém, não nos deixes olvidar que após a jornada silenciosa durante quarenta dias e quarenta noites, entre jejum e meditação, experimentaste a perturbação do mundo e dos homens em tentações implacáveis que, naturalmente, atravessaram também nossos caminhos.
Dá-nos a
certeza do Reino dos Céus, todavia não nos deixes esquecer que na Terra, por
enquanto, não há lugar para os que te servem tanto quanto não houve para ti
mesmo, auxiliando-nos, entretanto, a viver no mundo até a conclusão da nossa
tarefa redentora.
Ajuda-nos,
Divino Companheiro, a pisar os espinhos sem reclamação, vencendo as
dificuldades sem queixas, porque é vivendo nobremente que fazemos jus a uma
desencarnação honrada como pórtico de uma ressurreição gloriosa.
Senhor Jesus,
ensina-nos a perdoar, ajudando-nos a esquecer todo o mal, para sermos dignos de
Ti!”
Manoel Philomeno de
Miranda / Divaldo Franco
Nenhum comentário:
Postar um comentário