O maior paradoxo da
atualidade é que vivemos num mundo inundado de informação, mas sedento de
conhecimento.
Essa afirmação foi
atribuída ao executivo estadunidense Jack Welch. Ela incita-nos a refletir
sobre a nossa situação na sociedade pós-moderna, na qual os avanços
científicos e tecnológicos ganham espaço e em que as relações humanas
tornam-se cada vez mais líquidas, conforme vislumbrado pelo sociólogo polonês
Zygmunt Bauman.
Vivemos em um mundo
movido à velocidade. Tudo é muito rápido e, cada vez mais, os acontecimentos
se dão celeremente. A atualidade é marcada por uma síndrome que se poderia
ironicamente denominar com a sigla SEI – a Síndrome do Excesso de Informação
–, que nos afugenta a uma correria desenfreada para buscas constantes e
insatisfatórias de obter mais e mais, como se abrigássemos em nossa
intimidade um “poço sem fundo” que nunca se logra satisfeito com as fugazes
conquistas ofertadas pela era pós-moderna, ora em curso.
Queremos mais,
desejamos mais, e o mundo está aparentemente pronto para nos oferecer cada
vez mais, numa insanidade quase incontrolável de aparências e ilusões.
É preciso dar uma
pausa, rebobinar o filme da nossa história, ou, randomicamente, acessar o
conteúdo informacional e a ocorrência fática que possam ter originado o que
hoje praticamente não conseguimos suportar.
Para além da
informação, que nos oferta o significado, é indispensável o conhecimento, que
promove a interpretação. Entender o sentido de tudo e conseguir interpretar a
realidade pode “abrir as portas” aos mais adequados caminhos da felicidade
geral.
A difusão dos
postulados espiritistas nos tempos hodiernos é uma necessidade inadiável para
a definitiva implantação do Reino de Deus na Terra, a começar por sua
instalação no coração de cada um de nós. Acessar a informação espírita
enquanto estivermos na caminhada terrena pode provocar a completa mudança na
forma de pensar-sentir-agir do materialista, cético, agnóstico, ateu e, até mesmo,
do religioso aberto a novidades transformadoras.
Por isso, temos o
compromisso de divulgar o Espiritismo por meio das diversas mídias
disponíveis na atualidade. São tantos os recursos de tecnologia da informação
e comunicação, facilitando a interatividade entre as pessoas,
independentemente de distâncias geográficas ou barreiras físicas, que não
podemos descurar da responsabilidade de disseminar a mensagem do Evangelho de
Jesus pelas luzes da Doutrina Espírita a todos os rincões do mundo,
iluminando mentes e consolando corações.
Os mais modernos
instrumentos de comunicações virtuais, digitais e eletrônicas, pela
vulgarização do uso da rede mundial, possibilitaram o intercâmbio entre os
povos dos diversos continentes e a aproximação dos homens pelas relações
sociais e busca de negócios econômico-financeiros ou aqueles empreendimentos
sem fins lucrativos que beneficiam o desenvolvimento das ciências e das
artes, da filosofia e da educação, das condições de vida do ser humano.
Se a informação e o
conhecimento são importantes para a evolução humana, é preciso reconhecer que
estamos hoje na era da interatividade, por meio da qual, espargindo o bem
pelas luzes do Espiritismo, conseguiremos aplicar em nossa vida a mensagem do
Cristo em toda a sua essência para a nossa plenitude e auxílio daqueles que
buscam a paz e a serenidade acalentadas no alvorecer de um mundo de
regeneração.
Com a base que o
Espiritismo nos oferece, é possível atravessar o mar da liquidez, em que a
insegurança será substituída pela certeza e as relações fugazes e
descartáveis cederão lugar aos compromissos sérios e duradouros. À
impermanência sobrevirá a imortalidade, conforme prenunciou o Espírito
Pastorino pela psicografia de Divaldo Franco.
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Geraldo Campetti - vice-presidente da Federação Espírita
Brasileira – Fonte: www.febnet.org.br