sábado, 23 de novembro de 2019

Efeméride: Nascimento de Amélie-Gabrielle Boudet


Amélie-Gabrielle Boudet foi professora de Letras e Belas Artes, artista plástica e autora das obras “Contos Primaveris” (1825), “Noções de Desenho” (1826) e “O essencial em Belas Artes” (1828). Foi esposa de Hippolyte-Léon-Denizard Rivail, o Codificador da Doutrina Espírita, sob o pseudônimo de Allan Kardec.

"Sexo e Destino" - Andrezinho fala sobre responsabilidade


O avatar da Microcampanha “A Vida no Mundo Espiritual”, Andrezinho, aborda a consciência e a responsabilidade do conhecimento, lição presente em “Sexo e Destino”, a décima segunda obra da série.
O livro foi ditado por André Luiz a Chico Xavier e a Waldo Vieira, e completa 54 anos de lançamento em 2019.

sexta-feira, 15 de novembro de 2019

A imortalidade


Como pode um homem, e um homem inteligente, não crer na imortalidade da alma e, consequentemente, numa vida futura, que não é outra senão a do Espiritismo? Em que se tornariam esse amor imenso que a mãe devota ao filho, esses cuidados com que o cerca na infância, essa atitude esclarecida que o pai dedica à educação desse ser bem-amado? Tudo isso seria, então, aniquilado no momento da morte ou da separação?
Seríamos, assim, semelhantes aos animais, cujo instinto é admirável, sem dúvida, mas que não cuidam de sua progênie com ternura senão até o momento em que ela cessa de ter necessidade dos cuidados maternos?
Chegado esse momento, os pais abandonam os filhos e tudo está acabado: o corpo está criado, a alma não existe.
Mas o homem não teria uma alma, e uma alma imortal! E o gênio sublime, que só se pode comparar a Deus, tanto d’Ele emana, esse gênio que gera prodígios, que cria obras primas, seria aniquilado pela morte do homem!
Profanação! Não se pode aniquilar assim as coisas que vêm de Deus. Um Rafael, um Newton, um Miguel Ângelo e tantos outros gênios sublimes abarcam ainda o Universo em seu Espírito, embora seus corpos não mais existam.
Não vos enganeis; eles vivem e viverão eternamente. Quanto a se comunicarem convosco, é menos fácil de admitir pela generalidade dos homens.
 Somente pelo estudo e pela observação eles podem adquirir a certeza de que isso é possível.

Fénelon – Revista Espírita - abril/1860

Perante a multidão


“E outros, zombando, diziam: Estão cheios de mosto.” (Atos, 2:13)

A lição colhida pelos discípulos de Jesus, no Pentecostes, ainda é um símbolo vivo para todos os aprendizes do Evangelho, diante da multidão.
A revelação da vida eterna continua em todas as direções.
Aquele “som como de um vento veemente e impetuoso” e aquelas “línguas de fogo” a que se refere a descrição apostólica, descem até hoje sobre os continuadores do Cristo, entre os filhos de todas as nações.
As expressões do Pentecostes dilatam-se, em todos os países, embora as vibrações antagônicas das trevas.
Todavia, para milhares de ouvintes e observadores apenas funcionam alguns raros apóstolos, encarregados de preservarem a divina luz.
Realmente, são inumeráveis aqueles que, consciente ou inconscientemente, recebem os benefícios da celeste revelação; entretanto, não são poucos os zombadores de todos os tempos, dispostos à irreverência e à ironia, diante da verdade.
Para esses, os leais seguidores do Mestre estão embriagados e loucos. Não compreendem a humildade que se consagra ao bem, a fraternidade que dá sem exigências descabidas e a fé que confia sempre, não obstante as tempestades.
É indispensável não estranhar o assédio desses pobres inconscientes, se te dispões, efetivamente, a servir ao Senhor da Vida.
Cercar-te-ão o trabalho, acusando-te de bêbado; criticar-te-ão as atitudes, chamando-te covarde; escutar-te-ão as palavras de amor, conservando a ironia na boca. Para eles, a tua abnegação será envilecimento, a tua renúncia significará incapacidade, a tua fé será interpretada à conta de loucura.
Não hesites, porém, no espírito de serviço. Permaneces, como os primeiros apóstolos, nas grandes praças, onde se acotovelam homens e mulheres, ignorantes e sábios, velhos e crianças...
Aperfeiçoa tuas qualidades de recepção, onde estiveres, porque o Senhor te chamou para intérprete de Sua Voz, ainda que os maus zombem de ti.
 Livro Vinha de Luz – Emmanuel por Chico Xavier – Lição 103

O céu e o inferno


A genialidade de Allan Kardec possibilitou a materialização da Doutrina Espírita na Terra. Originário da sabedoria dos Espíritos Superiores, o Espiritismo foi codificado pelo pedagogo francês Hippolyte Léon Denizard Rivail. Para assinar as obras básicas que revelariam a mensagem de renovação social da Humanidade, preferiu humildemente adotar o pseudônimo Allan Kardec. Este nome se deve a uma encarnação sua como druida na época de Jesus.
A nova doutrina atesta o caráter de revelação espiritual pelo registro em cinco livros. Como ocorreu com a primeira revelação da Justiça personificada em Moisés (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio) e a segunda revelação do Amor personificada em Jesus (Evangelho segundo Mateus, Marcos, Lucas, João e Atos dos Apóstolos), assim também se deu com a terceira revelação da Verdade, de origem espiritual coletiva (O livro dos espíritos, O livro dos médiuns, O evangelho segundo o espiritismo, O céu e o inferno e A gênese). Todas registradas para a história em cinco livros principais, conhecidas como Torá, Pentateuco ou Obras Básicas.
A didática estruturação kardequiana da principal e primeira obra espírita, O livro dos espíritos (1. ed. 1857 e edição definitiva, a 2. ed., em 1860) deu origem aos outros quatro livros do Pentateuco kardequiano. Da segunda parte do LE surgiu O livro dos médiuns (1. ed. 1861 e edição definitiva, a 2. ed., em 1861). Da terceira parte, O evangelho segundo o espiritismo (1. ed. 1864 e edição definitiva, a 3. ed., em 1866). Da quarta, O céu e o inferno (1. ed. 1865 e edição definitiva, a 4. ed., em 1869). E a primeira parte deu origem ao livro A gênese (1. ed. 1868 e edição definitiva, a 5. ed., em 1872).
Todas as cinco obras são importantes. Entretanto, para destacar especificamente O céu e o inferno, podemos resumir assim:
É uma das cinco obras básicas da Codificação do Espiritismo. Seu principal escopo é explicar a Justiça de Deus à luz da Doutrina Espírita. Objetiva demonstrar a imortalidade do Espírito e a condição que ele usufruirá no Mundo Espiritual, como consequência de seus próprios atos. Divide-se em duas partes: A primeira estabelece um exame comparado das doutrinas religiosas sobre a vida após a morte. Mostra fatos como a morte de crianças, acidentes coletivos e uma gama de problemas que só a imortalidade da alma e a reencarnação explicam satisfatoriamente. Kardec procura elucidar temas como: anjos, céu, demônios, inferno, penas eternas, purgatório, temor da morte, a proibição mosaica sobre a evocação dos mortos, dentre outros. Apresenta, também, a explicação espírita contrária à doutrina das penas eternas. A segunda parte, resultante de um trabalho prático, reúne exemplos acerca da situação da alma durante e após a desencarnação. São depoimentos de criminosos arrependidos, de Espíritos endurecidos, de Espíritos felizes, medianos, sofredores, suicidas e em expiação terrestre.
Da primeira parte, destacamos o capítulo 7, que apresenta o Código Penal da Vida Futura, em 33 artigos. Ali, aprendemos que o sofrimento do Espírito é inerente a sua imperfeição. O uso inadequado do livre-arbítrio nos faz sofrer, mas o seu correto uso conduz-nos à felicidade como resultante de nossas escolhas acertadas. Kardec conclui o citado código com a assertiva de Jesus: “a cada um segundo as suas obras”, como prerrogativa da Justiça de Deus.
Com a palavra o Codificador no 33º artigo:
Em que pese à diversidade de gêneros e graus de sofrimentos dos Espíritos imperfeitos, o código penal da vida futura pode resumir-se nestes três princípios: 1. O sofrimento é inerente à imperfeição. 2. Toda imperfeição, assim como toda falta dela promanada, traz consigo o próprio castigo nas consequências naturais e inevitáveis: assim, a moléstia pune os excessos e da ociosidade nasce o tédio, sem que haja mister de uma condenação especial para cada falta ou indivíduo. 3. Podendo todo homem libertar-se das imperfeições por efeito da vontade, pode igualmente anular os males consecutivos e assegurar a futura felicidade. A cada um segundo as suas obras, no Céu como na Terra - tal é a lei da Justiça Divina.
A abertura da segunda parte traz um tratado sobre o passamento. Allan Kardec inicia com sua peculiar arguição, sensata e provocativa:
A certeza da vida futura não exclui as apreensões quanto à passagem desta para a outra vida. Há muita gente que teme não a morte, em si, mas o momento da transição. Sofremos ou não nessa passagem? Por isso se inquietam, e com razão, visto que ninguém foge à lei fatal dessa transição. Podemos dispensar-nos de uma viagem neste mundo, menos essa. Ricos e pobres, devem todos fazê-la, e, por dolorosa que seja a franquia, nem posição nem fortuna poderiam suavizá-la.
O estudo das obras de Allan Kardec nos dão segurança para o conhecimento da Doutrina Espírita em seus fundamentos. A leitura de O céu e o inferno possibilita-nos conhecer qual será a nossa situação no Mundo Espiritual após a desencarnação, e como nos preparar para a transição do fenômeno natural e inevitável da morte, que é o passaporte para a verdadeira Vida.

             Geraldo Campetti Sobrinho - vice-presidente da Federação Espírita Brasileira
Fonte: www.febnet.org.br




sábado, 9 de novembro de 2019

“Mecanismos da Mediunidade” - Entrevista com Ruth Salgado







A coordenadora da Área
de Orientação Mediúnica (AOM) da União Espírita Mineira, Ruth Salgado
Magalhães, fala sobre o livro “Mecanismos da Mediunidade”, de autoria de
André Luiz e psicografias de Chico Xavier e Waldo Vieira.
A obra completa 59 anos
de lançamento em 2019 e é a décima primeira abordada pela Microcampanha “A
Vida no Mundo Espiritual” - realizada pela União Espírita Mineira e Conselho
Federativo Espírita de Minas Gerais (COFEMG).


Desculpismo


E todos a uma vez começaram a escusar-se. Disse-lhe o primeiro: comprei um campo e importa ir vê-lo; rogo-te que haja escusado.” Jesus – ( LUCAS, 14:18)

Desculpismo sempre foi a porta de escape dos que abandonam as próprias obrigações.
Irmãos nossos que tiveram a infelicidade de escorregar na delinquência costumam justificar-se com vigoroso poder de persuasão, mas isso não lhes exonera a consciência do resgate preciso.
Companheiros que arruínam o corpo em hábitos viciosos arquitetam largo sistema de escusas, tentando legitimar as atitudes infelizes que adotam, comovendo a quem os ouve, entretanto, acabam suportando em si mesmos as consequências das responsabilidades a que se afeiçoam.
E, ainda agora, quando a Doutrina Espírita revive o Evangelho, concitando os homens à construção do bem na Terra, surgem às pencas desculpas disfarçando deserções:
- Estou muito jovem ainda...
- Sou velho demais...
- Assumi compromissos de monta e não posso atender...
- Minhas atribulações são enormes...
- Obrigações de família estão crescendo...
- Os negócios não me permitem qualquer atividade espiritual...
- Empenhei-me a débitos que me afligem...
- Os filhos tomam tempo...
- Problemas são muitos...
Tantas são as evasivas e tão veementes aparecem que os ouvintes mais argutos terminam convencidos de que se encontram à frente de grandes sofredores ou de criaturas francamente incapazes, passando até mesmo a sustentá-los na fuga.
Os convidados para a lavoura de luz, no entanto, engodados por si próprios, acordam para a verdade no momento oportuno e, atados às ruinosas consequências da própria leviandade, não encontram outra providência restauradora senão a de esperarem por outras reencarnações.

Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Palavras de vida eterna