Como pode um homem, e
um homem inteligente, não crer na imortalidade da alma e, consequentemente,
numa vida futura, que não é outra senão a do Espiritismo? Em que se tornariam
esse amor imenso que a mãe devota ao filho, esses cuidados com que o cerca na
infância, essa atitude esclarecida que o pai dedica à educação desse ser bem-amado?
Tudo isso seria, então, aniquilado no momento da morte ou da separação?
Seríamos, assim,
semelhantes aos animais, cujo instinto é admirável, sem dúvida, mas que não
cuidam de sua progênie com ternura senão até o momento em que ela cessa de
ter necessidade dos cuidados maternos?
Chegado esse momento,
os pais abandonam os filhos e tudo está acabado: o corpo está criado, a alma
não existe.
Mas o homem não teria
uma alma, e uma alma imortal! E o gênio sublime, que só se pode comparar a
Deus, tanto d’Ele emana, esse gênio que gera prodígios, que cria obras
primas, seria aniquilado pela morte do homem!
Profanação! Não se pode
aniquilar assim as coisas que vêm de Deus. Um Rafael, um Newton, um Miguel Ângelo
e tantos outros gênios sublimes abarcam ainda o Universo em seu Espírito,
embora seus corpos não mais existam.
Não vos enganeis; eles
vivem e viverão eternamente. Quanto a se comunicarem convosco, é menos fácil
de admitir pela generalidade dos homens.
Somente pelo estudo e pela observação eles
podem adquirir a certeza de que isso é possível.
|
Fénelon – Revista
Espírita - abril/1860
Nenhum comentário:
Postar um comentário