segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

O irmão


“A caridade é sofredora, é benigna; a caridade não é invejosa, não trata com leviandade, não se ensoberbece.” Paulo (I Coríntios, 13:4)

 Quem dá para mostrar-se é vaidoso.

Quem dá para torcer o pensamento dos outros, dobrando-o aos pontos de vista que lhe são peculiares, é tirano.

Quem dá para livrar-se do sofredor é displicente.

Quem dá para exibir títulos efêmeros é tolo.

Quem dá para receber com vantagens é ambicioso.

Quem dá para humilhar é companheiro das obras malignas.

Quem dá para sondar a extensão do mal é desconfiado.

Quem dá para afrontar a posição dos outros é soberbo.

Quem dá para situar o nome na galeria dos benfeitores e dos santos é invejoso.

Quem dá para prender o próximo e explorá-lo é delinquente potencial.

Em todas essas situações, na maioria dos casos, quem dá se revela um tanto melhor que todo aquele que não dá, de mente cristalizada na indiferença ou na secura; todavia, para aquele que dá, irradiando o amor silencioso, sem propósitos de recompensa e sem mescla de personalismo inferior, reserva o Plano Maior o título de Irmão.

Emmanuel / Chico Xavier – Vinha de Luz – FEB – cap. 163 

domingo, 3 de janeiro de 2021

Súplica a Jesus

 


Senhor!

Envolve-nos, os Teus servidores fiéis, nas dulcíssimas vibrações do amor, a fim de podermos corresponder à Tua expectativa, no convite que nos fazes para atender a Humanidade sob as sevícias necessárias à sua evolução.

Desde priscas eras convidas-nos todos a compreender o destino que nos está reservado sob as bênçãos do Supremo Pai.

Nas brumas da ignorância em que transitávamos, enviaste-nos, de outro astro celeste, luminosos mensageiros que semearam os pensamentos da libertação das paixões destrutivas, na formação das culturas do passado.

Corporificados na matéria carnal, eles submeteram-se às injunções grotescas do planeta para nos ensinarem a crescer na Tua direção, modelando os equipamentos delicados para que o Espírito melhor se utilizasse, empreendendo o processo de purificação do vaso para tornar-se capaz de alimentar-se de luz.

Depois que eles construíram algumas raças na Eurásia, vieram sob o Teu comando os nobres edificadores da sabedoria para colocarem em nosso íntimo as sementes poderosas do amor e da fraternidade, auxiliando o planeta a diminuir as sombras que o envolviam.

Periodicamente, mesmo durante as conflagrações que se permitiam alguns desses povos, eles a todos convocaram ao respeito a Deus, à Vida, a si mesmos e ao próximo.

Com desvarios coletivos, ergueram-se impérios monumentais que foram transformados em escombros, narrando em silêncio a dor da tragédia que os devastaram.

Sucessivamente, enviaste Espíritos temerários e insensíveis para submeter e domar as más inclinações, e nada quase conseguiram.

Depois de devastações aparvalhantes, vieste, Tu próprio, aureolado pelas estrelas do amor e da caridade, acompanhado de luminares que se encarregaram de imortalizar Teu nome, e a civilização cristã poderia ter modificado o mundo.

Não foram poucos discípulos fiéis que vieram alertar e viver com os réprobos morais e os dominadores de mentira, sem que restaurassem a união das almas num banquete de fraternidade.

...E quando o mundo entrou nos nobres segredos da ciência, da razão, da ética e da igualdade como recurso de vitória, enviaste Allan Kardec e as estrelas que estavam no Céu, para que descessem à terra e a iluminassem com as claridades do Teu Evangelho.

A nova sementeira espraiou-se, mas a colheita está pífia, e, não tendo alternativa, envias a peste, para que sejam revistos os códigos dos valores humanos e o amor seja a grande luz que embale as vidas nos próximos dias de regeneração.

Eis-nos às Tuas ordens, Senhor dos Espíritos e do planeta terrestre sob o Teu comando, repetindo:

Glória a Deus nas alturas e Jesus entre os homens de boa vontade!

 

Irmão Antúlio

 

Manoel Philomeno de Miranda / Divaldo Franco – Livro: No rumo do mundo de regeneração

sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

Mensagem de Ano Novo

 


Os rios correm entre duas margens que parecem distantes, às vezes, em abismos assustadores. No entanto, uma ponte gentil pode ligá-los, facilitando o trânsito com segurança.

A Palestina possui dois mares: um generoso - o mar da Galileia - e o outro de águas paradas, porque salgadas e quase metálicas – o Mar Morto. O primeiro escoa suas águas na razão direta em que elas fluem das nascentes. O outro as absorve e as transforma em sal...

Há duas janelas abertas para a vida: uma que olha na direção do sofrimento e outra que oferece a visão feliz da alegria.

Abismos multiplicam-se entre os picos montanhosos, demonstrando em tudo que sempre existem duas opções na caminhada de todos os seres, conhecidas como o bem e o mal.

Elegendo-se qualquer delas, os resultados, inevitavelmente, desenham alegrias ou padecimentos futuros.

Não existem, pois, desafios que não possam ser enfrentados com galhardia, nem provas de impossível superação.

Num mundo de expressões relativas como o é a Terra, nada se apresenta absoluto, exceto a Causalidade Soberana.

Por essas razões, lutar, desfraldando a bandeira da coragem, é o dever que vos deveis impor, cada um exigindo-se mais na busca do triunfo total.

Bem-aventurados os que choram, porque se redimem!

Ai dos que galhofam, porque se complicam!

 *   *   *

 Tende coragem no estrugir das vossas dores, nos vossos testemunhos silenciosos.

Seres intangíveis, que vos amam, partilham das vossas preocupações e sustentam-vos nos testemunhos diários.

Não desfaleçais ante as perspectivas dolorosas.

Mantende a irrestrita confiança em Deus, que vos elege para o Seu sólio de amor.

Quando algo vos parecer impossível de ser transposto ou superado, pensai na ponte da Misericórdia Divina e as duas margens serão alcançadas.

Quando a janela do sofrimento estiver escancarada, mostrando tormentos que não cessam, recordai-vos de que o Senhor colocou às vossas costas outro retângulo aberto, rico de alegria para o vosso júbilo.

E quando o mar, todo morte e desolação, ameaçar os vossos dias, avançai, assim mesmo, na direção daquele, o da Galileia, onde Jesus cantou a sinfonia imperecível do Seu Evangelho.

Nas baixadas das cordilheiras da vida, olhai as cumeadas que vos aguardam, avançando sem temor para alcançá-las, embora as dificuldades enfrentadas.

Nunca estareis a sós! Portanto, amai sem cessar, porque o amor é a solução para todos os enigmas existenciais.

Saudando o ano novo que surge no calendário terrestre, vossos amigos espirituais, assim como nós outra, aqui presentes, rogamos ao Pai Celestial que vos abençoe com esperança e saúde moral da qual decorrem a física, a emocional e a mental, tornando os vossos dias no mundo terrestre enriquecidos pela paz do dever cumprido.

Abraça-vos, a servidora maternal e humílima de sempre.

 Joanna de Ângelis

 Psicografia de Divaldo Franco – Livro: Compromissos de Amor


A luz inextinguível

 

“A caridade jamais se acaba.” Paulo (I Coríntios, 13:8)

 

Permaneces no campo da experiência humana, em plena atividade transformadora.

Todas as situações de que te envaideces, comumente, são apenas ângulos necessários, mas, instáveis de tua luta.

A fortuna material, se não a fundamentas no trabalho edificante e contínuo, é patrimônio inseguro.

A família humana, sem laços de verdadeira afinidade espiritual, é ajuntamento de almas, em experimentação de fraternidade, da qual te afastarás, um dia, com extremas desilusões.

A eminência diretiva, quando não solidificada em alicerces robustos de justiça e sabedoria, de trabalho e consagração ao bem, é antecâmara do desencanto.

A posição social é sempre um jogo transitório.

As emoções da esfera física, em sua maior parte, apagam-se como a chama duma vela.

A mocidade do corpo denso é floração passageira.

A fama e a popularidade costumam ser processos de tortura incessante.

A tranquilidade mentirosa é introdução a tormentos morais.

A festa desequilibrante é véspera de laborioso reparo.

O abuso de qualquer natureza compele ao reajustamento apressado.

Tudo, ao redor de teus passos, na vida exterior, é obscuro e problemático.

O amor, porém, é a luz inextinguível.

A caridade jamais se acaba.

O bem que praticares, em algum lugar, é teu advogado em toda parte.

Através do amor que nos eleva, o mundo se aprimora.

Ama, pois, em Cristo, e alcançarás a glória eterna.

 

Emmanuel / Chico Xavier – Vinha de Luz – FEB – cap. 162

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

A prece de Cerinto

 


Senhor de Infinita Bondade.

No santuário da oração, marco renovador do meu caminho, não Te peço por mim, Espírito endividado, para quem reservaste os tribunais de Tua Excelsa Justiça.

A Tua compaixão é como se fora o orvalho da esperança em minha noite moral, e isto basta, ao revel pecador que tenho sido.

Não Te peço, Senhor, pelos que choram.

Clamo por Teu amor e benefício dos que fazem as lágrimas.

Não Te venho pedir pelos que padecem.

Suplico-Te a bênção para todos aqueles que provocam sofrimento.

Não Te lembro os fracos da Terra.

Recordo-Te quantos se julgam poderosos e vencedores.

Não intercedo pelos que soluçam de fome.

Rogo-Te amor para os que lhes furtam o pão.

Senhor Todo-Bondoso!...

Não Te trago os que sangram de angústia.

Relaciono diante de Ti os que golpeiam e ferem.

Não Te peço pelos que sofrem injustiças.

Rogo-Te pelos empreiteiros do crime.

Não Te apresento os desprotegidos da sorte.

Sugiro Teu amparo aos que estendem a aflição e a miséria.

Não Te imploro mercê para as almas traídas.

Exorto-Te o socorro para os que tecem os fios envenenados da ingratidão.

Pai compassivo!...

Estende as mãos sobre os que vagueiam nas trevas...

Anula o pensamento insensato.

Cerra os lábios que induzem à tentação.

Paralisa os braços que apedrejam.

Detém os passos daqueles que distribuem a morte...

Ajuda-nos a todos nós, filhos do erro, porque somente assim, ó Deus piedoso e justo, poderemos edificar o paraíso do bem com todos aqueles que já Te compreendem e obedecem, extinguindo o inferno daqueles que, como nós, se atiram desprevenidos, aos insanos torvelinhos do mal!...

 Cerinto / Chico Xavier – Livro: Vozes do grande Além


sábado, 26 de dezembro de 2020

No alvorecer de Novo Ano

 


Maravilhosa e sublime, abre-se a cortina da vida, mais uma vez, no reflorir do tempo, para dar passagem à manifestação promissora de um Novo Ano.

Estejamos atentos para bem aproveitar mais esta oportunidade que a Divina Providência nos enseja ao serviço do crescimento de nossa estatura espiritual.

 Cada dia do Novo Ano do calendário humano representará o acréscimo de um capítulo no percurso de nossa trajetória terrena. Que saibamos grafar, em cada uma de suas páginas, poemas de espiritualidade e de ascensão em nossa escalada evolutiva. Que os lapsos e senões da negligência e do menor esforço, do medo e do egoísmo, da ociosidade e do comodismo, do tédio e do desânimo, dos fascínios e seduções das ilusões e fantasias, das degenerescências do sexo e dos desvarios do orgulho não representem borrões em nossas atitudes e ações, em nossos gestos e atos, enfeiando-nos os registros dos quadros do dia a dia, a fim de que possamos compulsar, gratificados, as páginas de mais um capítulo autobiográfico do que fomos e fizemos no curso das horas dos dias de nossa passagem por todo um ano.

 Construamos obra salutar! Escrevamos com os nossos suores e lágrimas, com as nossas renúncias e gestos fraternos, com os nossos impulsos generosos e testemunhos de solidariedade as linhas, data após data, do diário que conterá os nossos próprios depoimentos, outorgando-nos a faculdade de podermos usufruir de gratificante tranquilidade de espírito e de inefável paz de consciência.

Estimulando-nos ao trabalho de renovação espiritual, teremos sempre junto a nós, ao longo de nossa caminhada, como cicerones atentos e leais, os Emissários do Senhor, Amigos certos das horas incertas, encorajando-nos a que perseveremos no bom combate.

 Novo Ano – mais uma etapa a vencer! São novas oportunidades que se aproximam. São novas perspectivas de lutas remissoras que se nos ensejam para consecução de nossa marcha ascensional. Novos desafios, na arena da vida, de terçarmos armas pelo nosso renascimento em espírito. Novos esforços pelo Bem. Novas arremetidas para a Luz.

Novo Ano – ponto de recomeço de redobradas porfias pela aquisição crescente de maiores e melhores coisas que edifiquem para a Eternidade! Outras esperanças surgirão. Outros desejos inflamarão nossos corações.

Outras aspirações bafejarão nossas mentes.

Outros sonhos e anseios irromperão dos arcanos indevassáveis do nosso ser.

Novo Ano – sucessão de surpresas! Quem de nós sabe, acaso, o que traz ele para as horas porvindouras?

Por certo, inúmeras coisas se ocultam sob o seu longo manto de 365 dias e entre elas as que nos dizem respeito diretamente.

Em verdade, ignoramos o que cada Novo Ano nos reserva em acontecimentos, mas não podemos nem devemos desconhecer as condições espirituais em que precisamos estar, de permanente sintonia com o Alto, para viver qualquer de suas horas e resolver, segundo os imperativos cristãos, as nossas próprias atitudes.

Indispensável, pois, pensemos apenas o que for bom e, necessariamente, falemos e façamos tão somente o que se ajustar aos desígnios de Deus.

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Daí a necessidade de rigorosa vigilância a todas as manifestações de nossos impulsos íntimos, reprimindo umas, selecionando outras, depurando-as sempre para não sermos depois presas fáceis e indefesas de suas consequências penosas, se desajustadas aos desígnios da Suprema Vontade do Sempiterno.

É, pois, ante essas perspectivas de amanhã, na vida futura – fruto genuíno das coisas e causas a que hoje damos lugar – que precisamos nos resguardar do fermento dos fariseus e dos ressaibos do homem velho, procurando apresentar-nos a Deus com um coração renovado em Cristo e como obreiros aprovados em todas as experimentações.

Passos Lírio – Revista Reformador – Janeiro/1999

Carta de Ano Bom


Entre um ano que se vai

E outro que se inicia,

Há sempre nova esperança,

Promessas de Novo Dia...

 

Considera, meu amigo,

Nesse pequeno intervalo,

Todo o tempo que perdeste

Sem saber aproveitá-lo.

 

Se o ano que se passou

Foi de amargura sombria,

Nosso Pai nunca está pobre

Do pão de luz da alegria.

 

Pensa que o céu não esquece

A mais ínfima criatura,

E espera resignado

O teu quinhão de ventura.

 

Considera, sobretudo

Que precisas, doravante,

Encher de luz todo o tempo

Da bênção de cada instante.

 

Sê na oficina do mundo

O mais perfeito aprendiz,

Pois somente no trabalho

Teu ano será feliz.

 

Não esperes recompensas

Dos bens da vida terrestre,

Mas, volve toda a esperança

A paz do Divino Mestre.

 

Nas lutas, nunca te esqueça

Deste conceito profundo:

O reino da luz de Cristo

Não reside neste mundo.

 

Não olhes faltas alheias,

Não julgues o teu irmão,

Vive apenas no trabalho

De tua renovação.

 

Quem se esforça de verdade

Sabe a prática do bem,

Conhece os próprios deveres

Sem censurar a ninguém.

 

Ano Novo!... Pede ao Céu

Que te proteja o trabalho,

Que te conceda na fé

O mais sublime agasalho.

 

Ano Bom!... Deus te abençoe

No esforço que te conduz

Das sombras tristes da Terra

Para as bênçãos de Jesus.

 

Casimiro Cunha
Médium: Francisco Cândido Xavier – Livro: Cartas do Evangelho

sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

Cristãos


“Se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo algum entrareis no Reino dos Céus.” Jesus (Mateus, 5 :20)

Cumpriam deveres públicos e privados.

Respeitavam as leis estabelecidas.

Reverenciavam a Revelação Divina.

Atendiam aos preceitos da fé.

Jejuavam.

Pagavam impostos.

Não exploravam o povo.

Naturalmente, em casa, deviam ser excelentes mordomos do conforto familiar.

Entretanto, para o Emissário Celeste a justiça deles deixava a desejar.

Adoravam o Eterno Pai, mas não vacilavam em humilhar o irmão infeliz.

Repetiam fórmulas verbais no culto à prece, todavia, não oravam expondo o coração. Eram corretos na posição exterior, contudo, não sabiam descer do pedestal de orgulho falso em que se erigiam, para ajudar o próximo e desculpá-lo até o próprio sacrifício.

Raciocinavam perfeitamente no quadro de seus interesses pessoais, todavia, eram incapazes de sentir a verdadeira fraternidade, suscetível de conduzir os vizinhos ao regaço do Supremo Senhor.

Eis por que Jesus traça aos aprendizes novo padrão de vida.

O cristão não surgiu na Terra para circunscrever-se à casinhola da personalidade; apareceu, com o Mestre da Cruz, para transformar vidas e aperfeiçoá-las com a própria existência que, sob a inspiração do Mentor Divino, será sempre um cântico de serviço aos semelhantes, exalçando o amor glorioso e sem fim, na direção do Reino dos Céus que começa, invariavelmente, dentro de nós mesmos.

 

Emmanuel / Chico Xavier – Vinha de Luz – FEB – cap. 161