Leia e reflita conosco:
- Ante os tempos novos
- A vida futura
- Alguma coisa (Fonte Viva - 28)
- Rogativa de fé
Leia e reflita conosco:
Enquanto a história relaciona a intervenção de fadas,
referindo–se aos gênios tutelares, aos palácios ocultos e às maravilhas da
floresta desconhecida, as crianças escutam atentas, estampando alegria e
interesse no semblante feliz.
Todavia, quando o narrador modifica a palavra, fixando-a
nas realidades educativas, retrai–se à mente infantil, contrafeita, cansada...
Não compreende a promessa da vida futura, com os seus
trabalhos e responsabilidades.
Os corações, ainda tenros, amam o sonho, aguardam
heroísmo fácil, estimam o menor esforço, não entendem, de pronto, o labor
divino da perfeição eterna e, por isso, afastam-se do ensinamento real,
admirados, espantadiços. A vida, porém, espera-os com as suas leis imutáveis e
revela-lhes a verdade, gradativamente, sem ruídos espetaculares, com serenidade
de mãe.
As páginas de André Luiz recordam essa imagem.
Enquanto os Espíritos Sábios e Benevolentes trazem a
visão celeste, alargando o campo das esperanças humanas, todos os companheiros encarnados
nos ouvem, extáticos, venturosos. É a consolação sublime, O conforto desejado.
Congregam-se os corações para receber as mensagens do céu. Mas, se os
emissários do plano superior revelam alguns ângulos da vida espiritual, falando-lhes
do trabalho, do esforço próprio, da responsabilidade pessoal, da luta
edificante, do estudo necessário, do autoaperfeiçoamento, não ocultam a
desagradável impressão.
Contrariamente às suposições da primeira hora, não
enxergam o céu das facilidades, nem a região dos favores, não divisa
acontecimentos milagrosos nem observam a beatitude repousante. Ao invés do
paraíso próximo, sente-se nas vizinhanças de uma oficina incansável, onde o
trabalhador não se elevará pela mão beijada do protecionismo e sim à custa de
si mesmo, para que deva à própria consciência a vitória ou a derrota. Percebem
a lei imperecível que estabelece o controle da vida, em nome do Eterno, sem
falsos julgamentos.
Compreendem que as praias de beleza divina e os palácios
encantados da paz aguardam o Espírito noutros continentes vibratórios do
Universo, reconhecendo, no entanto, que lhes compete suar e lutar, esforçar-se
e aprimorar-se por alcançá-los, bracejando no imenso mar das experiências.
A maioria espanta-se e tenta o recuo. Pretende um céu
fácil, depois da morte do corpo, que seja conquistado por meras afirmativas
doutrinais.
Ninguém, contudo, perturbará a lei divina; a verdade
vencerá sempre e a vida eterna continuará ensinando, devagarzinho, com
paciência maternal.
Ao Espiritismo cristão cabe, atualmente, no mundo,
grandiosa e sublime tarefa. Não basta definir-lhe as características veneráveis
de Consolador da Humanidade, são preciso também lhe revelar a feição de movimento
libertador de consciências e corações.
A morte física não é o fim. É pura mudança de capítulo no
livro da evolução e do aperfeiçoamento. Ao seu influxo, ninguém deve esperar
soluções finais e definitivas, quando sabemos que cem anos de atividade no
mundo representa uma fração relativamente curta de tempo para qualquer
edificação na vida eterna.
Infinito campo de serviço aguarda a dedicação dos
trabalhadores da verdade e do bem. Problemas gigantescos desafiam os Espíritos
valorosos, encarnados na época presente, com a gloriosa missão de preparar a
nova era, contribuindo na restauração da fé viva e na extensão do entendimento
humano.
Urge socorrer a Religião, sepultada nos arquivos
teológicos dos templos de pedra, e amparar a Ciência, transformada em gênio
satânico da destruição. A espiritualidade vitoriosa percorre o mundo,
regenerando-lhe as fontes morais, despertando a criatura no quadro realista de
suas aquisições. Há chamamentos novos para o homem descrente, do século XX,
indicando-lhe horizontes mais vastos, a demonstrar-lhe que o Espírito vive
acima das civilizações que a guerra transforma ou consome na sua voracidade de
dragão multimilenário.
Ante os tempos novos e considerando o esforço grandioso
da renovação, requisita-se o concurso de todos os servidores fiéis da verdade e
do bem para que, antes de tudo, vivam a nova fé, melhorando-se e elevando-se cada
um, a caminho do mundo melhor, a fim de que a edificação do Cristo prevaleça
sobre as meras palavras das ideologias brilhantes.
Na consecução da tarefa superior, congregam-se encarnados
e desencarnados de boa vontade, construindo a ponte de luz, através da qual a Humanidade
transporá o abismo da ignorância e da morte.
É por este motivo, leitor amigo, que André Luiz vem, uma
vez mais, ao teu encontro, para dizer-te algo do serviço divino dos
“Missionários da Luz”, esclarecendo, ainda, que o homem é um Espírito Eterno
habitando temporariamente o templo vivo da carne terrestre, que o perispírito
não é um corpo de vaga neblina e sim organização viva a que se amoldam às
células materiais; que a alma, em qualquer parte, recebe segundo as suas
criações individuais; que os laços do amor e do ódio nos acompanham em qualquer
círculo da vida; que outras atividades são desempenhadas pela consciência encarnada,
além da luta vulgar de cada dia; que a reencarnação é orientada por sublimes
ascendentes espirituais e que, além do sepulcro, a alma continua lutando e aprendendo,
aperfeiçoando-se e servindo aos desígnios do Senhor, crescendo sempre para a
glória imortal a que o Pai nos destinou.
Se a leitura te assombra, se as afirmativas do Mensageiro te parecem revolucionárias, recorre à oração e agradece ao Senhor o aprendizado, pedindo-lhe te esclareça e ilumine, para que a ilusão não te retenha em suas malhas. Lembra-te de que a revelação da verdade é progressiva e, rogando o socorro divino para o teu coração, atende aos sagrados deveres que a Terra te designou para cada dia, consciente de que a morte do corpo não te conduzirá à estagnação e sim a novos campos de aperfeiçoamento e trabalho, de renovação e luta bendita, onde viverás muito mais, e mais intensamente.
Emmanuel
Pedro Leopoldo, 13 de maio de
1945.
Chico Xavier – Livro: Missionários da luz
“Não necessitam de médico os que estão sãos, mas sim os que estão enfermos”. Jesus (Lucas, 5:31)
Quem sabe ler, não se esqueça de
amparar o que ainda não se alfabetizou.
Quem dispõe de palavra esclarecida,
ajude ao companheiro, ensinando-lhe a ciência da frase correta e expressiva.
Quem desfruta o equilíbrio orgânico
não despreze a possibilidade de auxiliar o doente.
Quem conseguiu acender alguma luz de
fé no próprio espírito, suporte com paciência o infeliz que ainda não se abriu
a mínima noção de responsabilidade perante o Senhor, auxiliando-o a
desvencilhar-se das trevas.
Quem possua recursos para trabalhar,
não olvide o irmão menos ajustado ao serviço, conduzindo-o, sempre que possível,
a atividade digna.
Quem estime a prática da caridade,
compadeça-se das almas endurecidas, beneficiando-as com as vibrações da prece.
Quem já esteja entesourando a
humildade não se afaste do orgulhoso, conferindo-lhe, com o exemplo, os
elementos indispensáveis ao reajuste.
Quem seja detentor da bondade não
recuse assistência aos maus, de vez que a maldade resulta invariavelmente da
revolta ou da ignorância.
Quem estiver em companhia da paz,
ajude aos desesperados.
Quem guarde alegria, divida a graça do
contentamento com os tristes.
Asseverou o Senhor que os sãos não
precisam de médico, mas, sim, os enfermos.
Lembra-te dos que transitam no mundo
entre dificuldades maiores que as tuas.
A vida não reclama o teu sacrifício
integral, em favor dos outros, mas, a benefício de ti mesmo, não desdenhes
fazer alguma coisa na extensão da felicidade comum.
Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 028
Senhor Jesus:
Uma sementeira tão grande, uma tão
escassa colheita de luz!
A gleba fértil e a plantação
danificada.
O solo ubérrimo e o verdor fenecendo.
Dois mil anos de Cristianismo e tão
pouca manifestação de bênçãos.
Até quando Te requereremos ajuda, por
quanto tempo Te suplicaremos socorro, rogando a Tua misericórdia?
Convidaste-nos, Senhor, para o aprisco
da fraternidade.
Chamaste-nos para o dever da
solidariedade humana.
Penosamente detemo-nos a rés-do-chão,
negando-nos a ascender na direção dos rumos felizes.
Apiada-te de nós, Amigo Bem-aventurado
de todas as horas, e enriquece os vazios depósitos do nosso espírito com as
messes fecundas da tua paz!
Não somos outros, Senhor, senão
aqueles atormentados, que volvemos ao Teu coração magnânimo a rogar.
Ainda repetimos a experiência sem
êxito, de pedir sem doar, de rogar sem oferecer, de suplicar sem ajudar.
Apiada-te de nós e favorece-nos com os
tesouros, apreciáveis das tuas mercês, para que Te possamos honrar os títulos
de enobrecimento e de amor.
Neste momento de comunhão, em que
confraternizamos, encarnados e desencarnados, em atitude reverente, nós Te
pedimos, Amigo Divino, que nos abençoes, que mitigues a nossa sede de paz, que
socorras as nossas necessidades, que amenizes as nossas aflições.
Despede-nos em paz, neste breve
momento, Senhor, concedendo-nos a fortuna da harmonia íntima, nesta hora de
tanta tecnologia e de tanta amargura, de tanto poder e de quanta mesquinhez!
No excesso de glórias e no acume de
misérias, sê Tu a força que nos comande.
Seja a Tua a presença que nos
harmonize.
Permaneça em nós, Amigo de todos, a Tua paz, a Tua bênção e a Tua caridade.
Francisco Spinelli / Divaldo Franco – Livro: Terapêutica de emergência
Leia conosco:
Deveres imediatos
A verdadeira propriedade
Destruição e miséria
Oração Fraternal
Porque perseverem, no mundo, as separações
discriminativas da sociedade, isolando as classes e as raças humanas e formando
grupos infelizes; porque o abuso do poder propicie a subtração das liberdades e
dos direitos humanos; porque o homem continue escravo do homem e as conjunturas
econômicas respondam pela miséria das massas; porque o obscurantismo a respeito
da cultura real domine verdadeiras multidões e o acesso às escolas que libertam
e burilam o pensamento constitua um privilégio para as minorias dominantes,
devemo-nos empenhar em esforço hercúleo para mudar as estruturas vigentes.
Enquanto a dor física desgaste a alma, ou os problemas psíquicos
gerem enfermidades orgânicas, ou as conjunturas emocionais produzam distúrbios
na economia espiritual dos homens; enquanto a indiferença dos ricos marginalize
o sofrimento dos pobres e o menor esforço receba estipêndios vultosos num
atentado ao sacrifício das classes trabalhadoras; enquanto a morte pela fome
dizime centenas de milhões de vidas ou apenas uma vida, o homem necessita
modificar a forma de comportar-se, na Terra, ampliando os recursos da
solidariedade e do auxílio fraterno.
Viceje o vício, que ceifa a juventude e entenebrece a
vida; predomine a corrupção, que envilece a criatura; permaneçam os promotores
da degradação dos costumes; assente-se o triunfo nos pântanos da vergonha
moral; prospere a injustiça, mascarada de direito; reinem a violência e a
agressividade, atestando a situação de primitivismo e semibarbárie da civilização,
faz-se imprescindível educar o ser humano e conscientizá-lo das superiores
finalidades da sua vilegiatura no curto período do trânsito somático.
Desde que o egoísmo tenha prioridade no relacionamento entre
os homens em face do êxito da intriga e da calúnia bem forjadas; diante da
traição que se mascara de amizade; frente ao suborno da dignidade e da
consciência, na disputa dos valores de monta insignificante, porque mui
passageiros; perante a vitória da impunidade, da delinquência de qualquer espécie,
a real cultura não se pode entorpecer pelos vapores do adesismo de frutos
apodrecidos, mas levantar-se para profligar o abuso e exalçar as conquistas do
bem, do verdadeiro e do belo.
Como ainda predomine o comércio de vidas, nos bordéis da licenciosidade
e nos escritórios de luxo, que vendem "imagens" ao público ávido de
sensações; desde que permanece o tráfico de drogas e de alucinógenos,
enlouquecendo dezenas de milhões de vidas jovens e aniquilando-as sob os
disfarces da insensatez e do prazer; porque sobreviva a chantagem moral e a
financeira e a submissão indigna faça parte da metodologia de situações vantajosas,
eleitas pelo equívoco dos aproveitadores, é justo que o silêncio acumpliciador
das mentes e caracteres honrados seja substituído pelo verbo quente e pela ação
repulsiva ao estado de decomposição moral em que se encontra a quase totalidade
do organismo social.
A quietação do homem justo diante do disparate do crime é
conivência inconsciente para com a delinquência.
A acomodação da dignidade responde pela prevalência da desordem.
A imoralidade não espera a anuência da virtude para assentar
o seu quartel, antes impõe-se, chocante e intempestiva, produzindo, pela
violência dos costumes, uma aceitação a princípio tímida e depois aplaudida.
Justo que os contornos da honra não fiquem diluídos em sombras,
nem os deveres do bem cedam lugar às permissividades a pretexto de tolerância e
progresso.
O código irrefragável do "amor a Deus sobre todas as
coisas e ao próximo como a si mesmo" tem preferência a quaisquer outras
posturas, porque é uma síntese soberana da lei moisaica e do antigo direito
romano, que ainda, teoricamente, serve de base à Justiça humana.
As débeis tentativas da persistência do bem e da ordem deverão
fortalecer-se e amiudar-se tomando o terreno que foi arbitrariamente cedido às
paixões nefastas para prejuízo da harmonia social.
O homem tem o dever de recompor-se moralmente para viver
em harmonia consigo mesmo e com as leis que vigem em a Natureza, refletindo a
ordem da Criação.
Nunca se fizeram tão necessários quanto hoje os esforços pelo
bem geral das comunidades e jamais houve tão grande urgência para as lideranças
enobrecidas.
Substituir os hábitos perniciosos por comportamentos corretos;
gerar atitudes e compromissos salutares no relacionamento com as demais
criaturas; promover o trabalho realizador e educar o povo; produzir leis justas
e fomentar o respeito pela sua vigência são as tarefas do homem integrado na vera
filosofia do Cristianismo, desvestido de arbitrariedades e sofismas,
acomodações utilitaristas e dogmas absurdos, numa tentativa de restauração do
otimismo, que cede lugar à angústia e à neurose, ao mesmo tempo antecipando o
amanhã pacífico e ditoso da Humanidade.
Victor Hugo / Divaldo Franco – Livro: Roteiro de libertação
“Em seus caminhos há destruição e miséria” Paulo (Romanos. 3:16)
Quando o discípulo se distancia da
confiança no Mestre e se esquiva à ação nas linhas do exemplo que o seu divino
apostolado nos legou, preferindo a senda vasta de infidelidade à própria consciência,
cava, sem perceber, largos abismos de destruição e miséria por onde passa.
Se cristaliza a mente na ociosidade,
elimina o bom ânimo no coração dos trabalhadores que o cercam e estrangula as
suas próprias oportunidades de servir.
Se desce ao desfiladeiro da negação,
destrói as esperanças tenras no sentimento de quantos se abeiram da fé e tece
vasta rede de sombras para si mesmo.
Se transfere a alma para a residência
escura do vício, sufoca as virtudes nascentes nos companheiros de jornada e
adquire débitos pesados para o futuro.
Se asila o desespero, apaga o tênue
clarão da confiança na alma do próximo e chora inutilmente, sob a tormenta de
lágrimas destrutivas.
Se busca refúgio na casa fria da
tristeza, asfixia o otimismo naqueles que o acompanham e perde a riqueza do
tempo, em lamentações improfícuas.
A determinação divina para o aprendiz
do Evangelho é seguir adiante, ajudando, compreendendo e servindo a todos.
Estacionar é imobilizar os outros e
congelar-se.
Revoltar-se é chicotear os irmãos e ferir-se.
Fugir ao bem é desorientar os
semelhantes e aniquilar-se.
Desventurados aqueles que não seguem o Mestre que encontraram, porque conhecer Jesus Cristo em espírito e viver longe dele será espalhar a destruição, em torno de nossos passos, e conservar a miséria dentro de nós mesmos.
Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 027
Irmão nosso, que estás na Terra!
Glorificada seja tua vontade, em favor
do Infinito bem.
Trabalha incessantemente pelo Reino
Divino, com tua cooperação espontânea.
Seja atendida a tua aspiração elevada,
com esquecimento de todos os caprichos inferiores.
Tanto no lar da Carne, quanto no
Templo do Universo.
O pão nosso de cada dia, que vem do
Celeste Celeiro, usa com respeito e divide santamente.
Desculpa nossas faltas para contigo,
assim como o Eterno Pai tem perdoado nossa dividas em comum.
Não permitas que a tua existência se
perca pela tentação dos maus pensamentos.
Livra-te dos males que procedem do
próprio coração.
Porque te pertence, agora, a gloriosa
oportunidade de elevação para o reino do poder, da justiça, da paz, da glória e
do amor para sempre.
Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Duzentas mensagens
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