sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

Oração de Natal

 


Senhor Jesus!

Agradecemos o teu Natal repleto de esperança e de luz que nos impele a sair de nós mesmos, ao encontro de companheiros em necessidades maiores que as nossas.

Agradecemos-te o pão que nos deste para repartir e o agasalho que nos enviaste para vestir os nossos irmãos expostos à noite.

Entretanto, comparecemos diante de ti rogando-te mais ainda...

Se nos permites, nós te pedimos socorro:

- para os corações desesperados;

- para os que se imobilizam no orgulho, perguntando se existes;

- para os que se cristalizam na sovinice, dando ideia de que trazem unicamente um cifrão por dentro da própria alma;

- para os que se entregam à violência, como se não tivessem de dar contas da selvageria com que arrasam a vida dos semelhantes;

- para os que se confiam às paixões descontroladas e envenenam corações sensíveis e afetuosos, para depois atirá-los nos despenhadeiros do descrédito e do suicídio;

- para os que se transviam na vaidade e se apresentam por donos da verdade com o objetivo de esmagar ou confundir os outros;

- para os que se enquistam no egoísmo da posse e se esquecem de que muitos companheiros de humanidade adoecem de fome, depois de lhes baterem inutilmente às portas do coração;

- para os que abusam da autoridade, pisando sobre a dor dos irmãos ainda fracos e necessitados;

- e para todos nós, Senhor, que te buscamos, de alma e coração, conscientes de nossos próprios encargos, a fim de que não nos falte a força precisa para amar-nos uns aos outros, no serviço que nos confiaste, de modo que, realizando as tarefas de hoje, possamos encontrar no tempo um amanhã mais feliz.

 

Augusto Cezar / Chico Xavier – Livro: Presença de Luz

quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

Jesus e amor

 


A figura humana de Jesus confirma a Sua procedência e realização como o Ser mais perfeito e integral jamais encontrado na Terra.

Toda a Sua vida se desenvolveu num plano de integração profunda com a Consciência Divina, conservando a individualidade em um perfeito equilíbrio psicofísico.

Como consequência, transmitia confiança, porque possuía um caráter com transparência diamantina, que nunca se submetia às injunções vigentes, características de uma cultura primitiva, na qual predominavam o suborno das consciências, o conservadorismo hipócrita, uma legislação tão arbitrária quanto parcial e a preocupação formalística com a aparência em detrimento dos valores legítimos do indivíduo.

Portador de uma lídima coragem, se insurgia contra a injustiça onde e contra quem se apresentasse, nunca se omitindo, mesmo quando o consenso geral atribuía legalidade ao crime.

Paciente e pacífico, mantinha-se em serenidade nas circunstâncias mais adversas, e jovial, nos momentos de alta emotividade, demonstrando a inteireza dos valores íntimos em ritmo de harmonia constante.

Numa sociedade agressiva e perversa, elegeu o amor como a solução para todos os questionamentos, e o perdão irrestrito como terapêutica eficaz para todas as enfermidades.

Não apenas ministrava-o através de palavras, mas, sobretudo, mediante atitudes claras e francas, arriscando-se por dilatá-lo especialmente aos infelizes, aos detestados, aos segregados, aos carentes.

Em momento algum submeteu-se às conveniências perniciosas de raça, ideologia, partido e religião, em detrimento do amor indistinto quanto amplo a todos que O cercavam ou O encontravam.

*

Por amor, elegeu um samaritano desprezado, para dele fazer o símbolo da solidariedade.

Com amor, liberou uma mulher equivocada, tirando-lhe o complexo de culpa.

Pelo amor, atendeu à estrangeira siro-fenícia que Lhe pedia socorro para a enfermidade humilhante.

De amor estavam repletos Seu coração e Suas mãos para esparzi-lo com os espezinhados, fosse um cobrador de Impostos, uma adúltera, o filho pródigo, a viúva necessitada, ou a mãe enlutada.

Sempre havia amor em Sua trajetória, iluminando as vidas e amparando as necessidades dos corpos, das mentes, das almas.

 

*

Compadecia-se de todos; no entanto, mantinha a energia que educa, edifica, disciplina e salva.

Chorou sobre Jerusalém, invectivou a farsa farisaica, advertiu os distraídos, condenou a hipocrisia e deu a própria vida em holocausto de amor.

Nunca se perdeu em sentimentalismos pueris ou agressividades rudes.

O amor norteava-lhe os passos, as palavras e os pensamentos.

Tornou-se e prossegue como sendo o símbolo do amor integral em favor da humanidade, à qual auspicia um sentimento humano profundo e libertador.

 

Joanna de Ângelis / Divaldo Franco – Livro: Jesus e atualidade

Educa

 

“Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?”

Paulo (I Coríntios, 3:16)

Na semente minúscula reside o germe do tronco benfeitor.

No coração da terra, há melodias da fonte.

No bloco de pedra, há obras primas de estatuária.

Entretanto, o pomar reclama esforço ativo.

A corrente cristalina pede aquedutos para transportar-se imaculada.

A joia de escultura pede milagres do buril.

Também o espírito traz consigo o gene da Divindade.

Deus está em nós, quanto estamos em Deus.

Mas, para que a luz divina se destaque da treva humana, é necessário que os processos educativos da vida nos trabalhem no empedrado caminho dos milênios.

Somente o coração enobrecido no grande entendimento pode vazar o heroísmo santificante.

Apenas o cérebro cultivado pode produzir iluminadas formas de pensamento.

Só a grandeza espiritual consegue gerar a palavra equilibrada, o verbo sublime e a voz consoladora.

Interpretemos a dor e o trabalho por artistas celestes de nosso aperfeiçoamento.

Educa e transformarás a irracionalidade em inteligência, a inteligência em humanidade e a humanidade em angelitude.

Educa e edificarás o paraíso na Terra.

Se sabemos que o Senhor habita em nós, aperfeiçoemos a nossa vida, a fim de manifestá-lo.

Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 030

Consolador prometido

 

Jesus promete outro consolador: o Espírito de Verdade, que o mundo ainda não conhece, por não estar maduro para o compreender, consolador que o Pai enviará para ensinar todas as coisas e para relembrar o que o Cristo há dito. Se, portanto, o Espírito de Verdade tinha de vir mais tarde ensinar todas as coisas, é que o Cristo não dissera tudo; se ele vem relembrar o que o Cristo disse, é que o que este disse foi esquecido ou mal compreendido.

O Espiritismo vem, na época predita, cumprir a promessa do Cristo: preside ao seu advento o Espírito de Verdade. Ele chama os homens à observância da lei; ensina todas as coisas fazendo compreender o que Jesus só disse por parábolas. Advertiu o Cristo: “Ouçam os que têm ouvidos para ouvir.” O Espiritismo vem abrir os olhos e os ouvidos, porquanto fala sem figuras, nem alegorias; levanta o véu intencionalmente lançado sobre certos mistérios. Vem, finalmente, trazer a consolação suprema aos deserdados da Terra e a todos os que sofrem, atribuindo causa justa e fim útil a todas as dores.

Disse o Cristo: “Bem-aventurados os aflitos, pois que serão consolados”. Mas como há de alguém sentir-se ditoso por sofrer, se não sabe por que sofre? O Espiritismo mostra a causa dos sofrimentos nas existências anteriores e na destinação da Terra, onde o homem expia o seu passado. Mostra o objetivo dos sofrimentos, apontando-os como crises salutares que produzem a cura e como meio de depuração que garante a felicidade nas existências futuras. O homem compreende que mereceu sofrer e acha justo o sofrimento. Sabe que este lhe auxilia o adiantamento e o aceita sem murmurar, como o obreiro aceita o trabalho que lhe assegurará o salário. O Espiritismo lhe dá fé inabalável no futuro e a dúvida pungente não mais se lhe apossa da alma. Dando-lhe a ver do alto as coisas, a importância das vicissitudes terrenas some-se no vasto e esplêndido horizonte que ele o faz descortinar, e a perspectiva da felicidade que o espera lhe dá a paciência, a resignação e a coragem de ir até o termo do caminho.

Assim, o Espiritismo realiza o que Jesus disse do Consolador Prometido: conhecimento das coisas, fazendo que o homem saiba donde vem, para onde vai e por que está na Terra; atrai para os verdadeiros princípios da Lei de Deus e consola pela fé e pela esperança. (Allan Kardec)

 

O Evangelho Segundo o Espiritismo – Capítulo VI – O Cristo consolador – item 4

Mestre e Senhor

 


Mestre e Senhor, depois de recebidas numerosas expressões de tua misericórdia infinita, temos os corações genuflexos, agradecendo a tua bondade.

Nada somos, nada temos senão boa vontade, nada representamos senão instrumentos misérrimos de teu amor nas Esferas espirituais que cercam o planeta, como também, quando encarnados, envergando o envoltório perecível da vida material.

Muitos foram os corações que nos buscavam ansiosos! Mas nós nos lembrávamos de quando distribuías as bênçãos de tua bondade indefinível junto daqueles que se encontravam encarcerados nas concepções do mundo. Recordávamos o tempo em que ias de Betsaida ou Cafarnaum para Cesareia de Filipe abençoando as criancinhas. Eram velhos trêmulos, cujas mãos enregeladas te pediam o calor da esperança, eram jovens simples e puros, que solicitavam a verdade de teu Evangelho divino, crianças, que se agasalhavam na tua ternura inesgotável…  Rememorávamos tudo isso e suplicávamos a tua assistência.  Muito foi o que nos deste dos celeiros infinitos da tua graça, não pelo que valemos ou merecemos, mas por acréscimo de misericórdia, que nunca negaste aos espíritos de boa vontade.

Agora, Jesus, nós nos curvamos perante a tua bondade! Dá-nos a força de compreender toda a tua exemplificação de renúncia a caminho desse Reino de Deus, que constitui a esperança sagrada de todas as criaturas.  Concede, Mestre, que os nossos amigos encarnados sintam a vibração de nosso esforço espiritual no círculo fraterno.

Aos que nos buscaram, cheios de angústia no coração, concede fortaleza para o encontro daquele bom ânimo que sempre ensinaste aos teus discípulos. Dissipa as suas amarguras, como o sol radioso e amigo das almas, desfazendo a neblina das ilusões e dos enganos fatais das estradas terrestres!

Aos que vieram saturados de conhecimentos científicos do mundo, muitas vezes submersos na suposta infalibilidade do dogmatismo acadêmico, proporciona a claridade necessária para que se façam simples e felizes, de modo a entenderem aquelas verdades aos pequeninos.

A quantos chegaram atormentados pela saudade de todos os que os precederam no caminho escuro e triste das sepulturas, dá aquela luz maravilhosa da esperança em teu amor, para que, recebendo a tua mensagem eterna no Evangelho, compreendam a redenção espiritual que nos há de reunir um dia sob a árvore divina do teu desvelado amor no Plano da vida imortal.

Que todos os trabalhadores de tua casa se unam na fraternidade legítima e na edificação sincera do teu Reino de luz imorredoura.  Dá-lhes a fortaleza de ânimo que realiza fortaleza recíproca, base segura de todas as obras do teu amor.  Eles são operários de teu jardim no mundo, que se povoa de sombras antagônicas da destruição.

Seus esforços serão, muitas vezes, perturbados pelos contrastes e surpresas do caminho, onde as multidões se desorientam à distância da realização de seus ensinos.  Por teu nome, hão de sofrer, naturalmente, todas as hostilidades da estrada material, mas que todos eles se sintam unidos contigo para a execução da tarefa divina.

Jesus, nós somos aquelas crianças que te pedem proteção e amparo em todos os instantes da vida. No momento da alegria, concede aos operários de tua oficina santa os recursos necessários para a verdadeira compreensão, na vigilância e na oração que nos ensinaste. Nos instantes de dor, sê a coragem da alma triste, que deverá despir todos os desalentos do caminho para a perfeita união com os teus desígnios amorosos e puros.

Mestre, seja a união fraternal de teus trabalhadores o último apelo! Que os nossos irmãos desenvolvam a tarefa santificada que lhes foi cometida sob a fraternidade verdadeira e sincera, onde cada discípulo compreenderá sempre que o maior para o teu coração será sempre aquele que se fizer o menor de todos os teus ensinos.

Que as tuas graças sejam para nós novos motivos de esforço de redenção no sagrado caminho.  E que todos nós, cooperadores do Plano terrestre e operários da Esfera invisível, estejamos sempre unidos no teu Evangelho para o mesmo trabalho de edificação, é a minha súplica humilde, são os votos sinceros de meu coração de humilde servo.

Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Ação, Vida e Luz

sábado, 4 de dezembro de 2021

Mais Luz: Edição 555

·        O Cristo vitorioso

·        O jugo leve

·        O divino convite

·        Sirvamos

·        Senhor, ensina-nos


Leia conosco: https://mailchi.mp/634e7dd3735b/o-cristo-vitorioso

sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

O Cristo vitorioso


 Estava ali um homem, enfermo havia trinta e oito anos.

Havia em Jerusalém o tanque chamado Betesda, que, periodicamente, adquiria propriedades curativas, depois que um Anjo — ou Espírito Superior — descia e lhe agitava as águas, magnetizando-as.

Quem entrasse primeiro, uma vez agitadas as águas, ficava curado de qualquer doença.

Era natural, e bem humano, que ali se reunisse uma multidão de enfermos, esperando o momento exato em que o Celeste mensageiro deveria agitar o tanque, em nome das forças do bem.

Bem humano, também, era a disputa que se verificava, um procurando antecipar-se ao outro, pois, como era notório, quem primeiro entrasse ficaria curado.

Entre os doentes, naquele dia, encontrava-se um homem acometido de paralisia havia trinta e oito anos.

Um paralítico no meio de dezenas de paralíticos. Jesus passava na direção do templo, para as festividades israelitas.

Vendo aquele homem no auge da ansiedade, perguntou-lhe: “Queres ser curado”?

E, ante a melancólica explicação do paralítico, de que não podia caminhar, diz-lhe o Mestre: — “Levanta-te, toma o teu leito e anda”.

O episódio sugere inúmeras considerações.

É de se notar, em princípio, a espontaneidade de Jesus, no interesse por aquele enfermo, cuja atitude não foi igual à de outras personagens beneficiadas pelo Senhor.

Bartimeu, por exemplo, o conhecido “cego de Jericó”, atraiu a atenção de Jesus com tremendo alarido: — “Filho de David, tem misericórdia de mim” — insistindo de tal modo que muitos o repreendiam.

E o Divino Amigo, compadecendo-se, restituiu-lhe a visão corporal.

De outra vez, um homem coberto de chagas prostrou-se-lhe aos pés, suplicando: — “Senhor, se quiseres, podes purificar-me”!

A mulher siro-fenícia, cuja filha fora tomada por um Espírito obsessor, pediu tanto a Jesus que a curasse, que os discípulos, irritados, rogavam ao Mestre:

— “Despede-a, pois vem chorando atrás de nós”.

Mas Jesus, exaltando-lhe a fé, atendeu-a.

* * *

Com o paralítico do tanque das ovelhas, tudo se passou diferentemente.

Ele não reconhecera a Jesus.

Não lhe pedira que o curasse.

Não sabia que o Mestre por ali andava.

O que desejava — isto sim — era dar o mergulho salvador em primeiro lugar.

Ignorava que o Cristo podia curá-lo com um simples pensamento, com uma simples vibração, com um simples impulso de Sua vontade.

Era paralítico e ninguém o conduzia ao tanque - eis a sua resposta, franca e sincera, ao ser interrogado por Jesus.

Por suas palavras, depreende-se que desejava apenas ajuda física: - “Senhor, não tenho quem me ponha no tanque, quando a água é agitada; pois, enquanto eu vou, desce outro antes de mim.”

Houve, então, o gesto sublime, espontâneo, generoso, fraternal:

“Levanta-te, toma o teu leito e anda”.

* * *

O Amor de Jesus transcende fronteiras.

Abrange o Universo.

Limitado em suas expressões de fraternidade, pretende o homem, quase sempre, bitolar, medir, estereotipar o Amor do Cristo, enclausurar-Lhe a Misericórdia.

Esquecido do:

“Tende por Templo - o Universo

Por imagem - Deus

Por Lei - a Caridade

Por altar - a Consciência”.

Situa-o, muita vez, entre as quatro paredes de uma igreja, de uma casa.

O fenômeno, contudo, é compreensivelmente humano e humanamente compreensível.

A irradiação do Amor de Jesus envolve todos os seres que evolucionam nos círculos planetários e interplanetários.

A não compreensão da excelsitude, da grandeza do Cristo, reflete um grau evolutivo.

Traduz “uma visão”.

Onde pulse um coração sincero — aí está Jesus, estendendo braços amigos, mãos generosas, como o fez com o doente do tanque.

Mesmo que esse coração ainda gravite noutros rumos evolutivos, polarizado por outras atrações — far-se-á Jesus presente, embora nem sempre possa ser percebido.

O que importa ao Cristo é curar, salvar, educar.

Restituir ao homem do mundo o que o homem do mundo perdeu: o endereço de Deus.

* * *

O paralítico de trinta e oito anos simboliza o homem de boa vontade.

O homem que levou até o fim a sua cruz.

O homem anônimo, cuja alma valorosa se esconde, muitas vezes, num corpo imobilizado.

Retrata a multidão de aflitos que o mundo não conhece, mas que o percuciente olhar de Jesus alcança, cheio de amor.

O interesse do Mestre, restituindo-o à dinâmica da vida, representa confortadora retribuição a quantos perlustram, com dignidade, os caminhos da Terra, arrastando dificuldades.

A cura do paralítico demonstra que a administração do mundo está, acima de tudo, com o Supremo Poder.

Revela que, dando a cada um segundo as suas obras, milhares de almas retomam a carruagem física, em processos de reajuste e aperfeiçoamento.

É que o Cristo permanece, vitorioso, no leme da Embarcação Terrestre, desde os primórdios da vida planetária, apascentando, com inexcedível ternura, as ovelhas que o Pai lhe confiou.

Martins Peralva – Livro: Estudando o Evangelho

Sirvamos

 “Servindo de boa vontade, como sendo ao Senhor, e não aos homens”. Paulo (Efésios, 6:7)

 

Se legislas, mas não aplicas a Lei, segundo os desígnios do Senhor, que considera as necessidades de todos, caminhas entre perigosos abismos, cavados por tuas criações indébitas, sem recolheres os benefícios de tua gloriosa missão na ordem coletiva.

Se administras, mas não observas os interesses do Senhor, na estrada em que te movimentas na posição de mordomo da vida, sofres a ameaça de soterrar o coração em caprichos escuros, sem desfrutares as bênçãos da função que exerces no ministério público.

Se julgas os semelhantes e não te inspiras no Senhor, que conhece todas as particularidades e circunstâncias dos processos em trânsito nos tribunais, vives na probabilidade de cair, espetacularmente, na mesma senda a que se acolhem quantos precipitadamente aprecies, sem retirares, para teu proveito, os dons da sabedoria que a Justiça conserva em tua inteligência.

Se trabalhas na cor ou no mármore, no verbo ou na melodia, sem traduzires em tuas obras a correção, o amor e a luz do Senhor, guardas a tremenda responsabilidade de quem estabelece imagens delituosas para consumo da mente popular, perdendo, em vão, a glória que te enriquece os sentimentos.

Se foste chamado à obediência, na estruturação de utilidades para o mundo, sem o espírito de compreensão com o Senhor, que ajudou as criaturas, amando-as até o sacrifício pessoal, vives entre os fantasmas da indisciplina e do desânimo, sem fixares em ti mesmo a claridade divina do talento que repousa em tuas mãos.

Amigo, a passagem pela Terra é aprendizado sublime.

O trabalho é sempre o instrutor do aperfeiçoamento.

Sirvamos sem prender-nos.

Em todos os lugares do vale humano, há recursos de ação e aprimoramento para quem deseja seguir adiante.

Sirvamos, em qualquer parte, de boa vontade, como sendo ao Senhor e não às criaturas, e o Senhor nos conduzirá para os cimos da vida.

 

Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 029

Senhor, ensina-nos

 


Senhor!

Sabemos o que nos dizes.

Ensina-nos a escutar-te.

 

Conhecemos o caminho.

Ensina-nos a percorrê-lo.

 

Procuramos a paz.

Ensina-nos a descobri-la.

 

Possuímos o amor.

Ensina-nos a sublimá-lo.

 

Temos o trabalho.

Ensina-nos a servir.

 

Concedeste-nos a fé.

Ensina-nos a mantê-la.

 

Assimilamos a cultura.

Ensina-nos a iluminá-la.

 

Colhemos o benefício.

Ensina-nos a plantá-lo.

 

Admiramos a humildade.

Ensina-nos a adquiri-la.

 

Medimos o tempo.

Ensina-nos a aproveitá-lo.

 

Retemos recursos.

Ensina-nos a distribuí-los.

 

Necessitamos da ordem.

Ensina-nos a guardá-la.

 

Ansiamos por mais luz.

Ensina-nos a estendê-la.

 

Senhor!

Onde estivermos, e com quem estivermos; sejam quais forem as nossas dificuldades e problemas; faze-nos reconhecer que somos Teus aprendizes!

Por acréscimo de misericórdia, não nos entregues a nós mesmos!

Renova-nos no que somos para que sejamos o que devemos ser, de acordo com os Teus Desígnios!

E seja qual for a tarefa em que a Tua Infinita Bondade nos situe, ensina-nos, Senhor, a compreender e amar, abençoar e servir contigo hoje e sempre.

 

Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Recanto de Paz