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O Cristo
vitorioso
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O jugo leve
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O divino
convite
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Sirvamos
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Senhor,
ensina-nos
Leia conosco: https://mailchi.mp/634e7dd3735b/o-cristo-vitorioso
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O Cristo
vitorioso
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O jugo leve
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O divino
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Sirvamos
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Senhor,
ensina-nos
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Estava ali um homem, enfermo havia trinta e oito anos.
Havia em Jerusalém o tanque chamado Betesda, que,
periodicamente, adquiria propriedades curativas, depois que um Anjo — ou
Espírito Superior — descia e lhe agitava as águas, magnetizando-as.
Quem entrasse primeiro, uma vez agitadas as águas, ficava
curado de qualquer doença.
Era natural, e bem humano, que ali se reunisse uma
multidão de enfermos, esperando o momento exato em que o Celeste mensageiro
deveria agitar o tanque, em nome das forças do bem.
Bem humano, também, era a disputa que se verificava, um
procurando antecipar-se ao outro, pois, como era notório, quem primeiro
entrasse ficaria curado.
Entre os doentes, naquele dia, encontrava-se um homem
acometido de paralisia havia trinta e oito anos.
Um paralítico no meio de dezenas de paralíticos. Jesus
passava na direção do templo, para as festividades israelitas.
Vendo aquele homem no auge da ansiedade, perguntou-lhe:
“Queres ser curado”?
E, ante a melancólica explicação do paralítico, de que
não podia caminhar, diz-lhe o Mestre: — “Levanta-te, toma o teu leito e anda”.
O episódio sugere inúmeras considerações.
É de se notar, em princípio, a espontaneidade de Jesus,
no interesse por aquele enfermo, cuja atitude não foi igual à de outras
personagens beneficiadas pelo Senhor.
Bartimeu, por exemplo, o conhecido “cego de Jericó”,
atraiu a atenção de Jesus com tremendo alarido: — “Filho de David, tem
misericórdia de mim” — insistindo de tal modo que muitos o repreendiam.
E o Divino Amigo, compadecendo-se, restituiu-lhe a visão
corporal.
De outra vez, um homem coberto de chagas prostrou-se-lhe
aos pés, suplicando: — “Senhor, se quiseres, podes purificar-me”!
A mulher siro-fenícia, cuja filha fora tomada por um
Espírito obsessor, pediu tanto a Jesus que a curasse, que os discípulos,
irritados, rogavam ao Mestre:
— “Despede-a, pois vem chorando atrás de nós”.
Mas Jesus, exaltando-lhe a fé, atendeu-a.
* * *
Com o paralítico do tanque das ovelhas, tudo se passou
diferentemente.
Ele não reconhecera a Jesus.
Não lhe pedira que o curasse.
Não sabia que o Mestre por ali andava.
O que desejava — isto sim — era dar o mergulho salvador
em primeiro lugar.
Ignorava que o Cristo podia curá-lo com um simples
pensamento, com uma simples vibração, com um simples impulso de Sua vontade.
Era paralítico e ninguém o conduzia ao tanque - eis a sua
resposta, franca e sincera, ao ser interrogado por Jesus.
Por suas palavras, depreende-se que desejava apenas ajuda
física: - “Senhor, não tenho quem me ponha no tanque, quando a água é agitada;
pois, enquanto eu vou, desce outro antes de mim.”
Houve, então, o gesto sublime, espontâneo, generoso,
fraternal:
“Levanta-te, toma o teu leito e anda”.
* * *
O Amor de Jesus transcende fronteiras.
Abrange o Universo.
Limitado em suas expressões de fraternidade, pretende o
homem, quase sempre, bitolar, medir, estereotipar o Amor do Cristo,
enclausurar-Lhe a Misericórdia.
Esquecido do:
“Tende por Templo - o Universo
Por imagem - Deus
Por Lei - a Caridade
Por altar - a Consciência”.
Situa-o, muita vez, entre as quatro paredes de uma
igreja, de uma casa.
O fenômeno, contudo, é compreensivelmente humano e
humanamente compreensível.
A irradiação do Amor de Jesus envolve todos os seres que
evolucionam nos círculos planetários e interplanetários.
A não compreensão da excelsitude, da grandeza do Cristo,
reflete um grau evolutivo.
Traduz “uma visão”.
Onde pulse um coração sincero — aí está Jesus, estendendo
braços amigos, mãos generosas, como o fez com o doente do tanque.
Mesmo que esse coração ainda gravite noutros rumos
evolutivos, polarizado por outras atrações — far-se-á Jesus presente, embora
nem sempre possa ser percebido.
O que importa ao Cristo é curar, salvar, educar.
Restituir ao homem do mundo o que o homem do mundo
perdeu: o endereço de Deus.
* * *
O paralítico de trinta e oito anos simboliza o homem de
boa vontade.
O homem que levou até o fim a sua cruz.
O homem anônimo, cuja alma valorosa se esconde, muitas
vezes, num corpo imobilizado.
Retrata a multidão de aflitos que o mundo não conhece,
mas que o percuciente olhar de Jesus alcança, cheio de amor.
O interesse do Mestre, restituindo-o à dinâmica da vida,
representa confortadora retribuição a quantos perlustram, com dignidade, os
caminhos da Terra, arrastando dificuldades.
A cura do paralítico demonstra que a administração do
mundo está, acima de tudo, com o Supremo Poder.
Revela que, dando a cada um segundo as suas obras,
milhares de almas retomam a carruagem física, em processos de reajuste e
aperfeiçoamento.
É que o Cristo permanece, vitorioso, no leme da
Embarcação Terrestre, desde os primórdios da vida planetária, apascentando, com
inexcedível ternura, as ovelhas que o Pai lhe confiou.
Martins Peralva – Livro: Estudando o Evangelho
“Servindo de boa vontade, como sendo ao Senhor, e não aos homens”. Paulo (Efésios, 6:7)
Se legislas, mas não aplicas a Lei,
segundo os desígnios do Senhor, que considera as necessidades de todos,
caminhas entre perigosos abismos, cavados por tuas criações indébitas, sem
recolheres os benefícios de tua gloriosa missão na ordem coletiva.
Se administras, mas não observas os
interesses do Senhor, na estrada em que te movimentas na posição de mordomo da
vida, sofres a ameaça de soterrar o coração em caprichos escuros, sem
desfrutares as bênçãos da função que exerces no ministério público.
Se julgas os semelhantes e não te
inspiras no Senhor, que conhece todas as particularidades e circunstâncias dos
processos em trânsito nos tribunais, vives na probabilidade de cair,
espetacularmente, na mesma senda a que se acolhem quantos precipitadamente
aprecies, sem retirares, para teu proveito, os dons da sabedoria que a Justiça
conserva em tua inteligência.
Se trabalhas na cor ou no mármore, no
verbo ou na melodia, sem traduzires em tuas obras a correção, o amor e a luz do
Senhor, guardas a tremenda responsabilidade de quem estabelece imagens
delituosas para consumo da mente popular, perdendo, em vão, a glória que te
enriquece os sentimentos.
Se foste chamado à obediência, na
estruturação de utilidades para o mundo, sem o espírito de compreensão com o
Senhor, que ajudou as criaturas, amando-as até o sacrifício pessoal, vives
entre os fantasmas da indisciplina e do desânimo, sem fixares em ti mesmo a
claridade divina do talento que repousa em tuas mãos.
Amigo, a passagem pela Terra é
aprendizado sublime.
O trabalho é sempre o instrutor do
aperfeiçoamento.
Sirvamos sem prender-nos.
Em todos os lugares do vale humano, há
recursos de ação e aprimoramento para quem deseja seguir adiante.
Sirvamos, em qualquer parte, de boa vontade,
como sendo ao Senhor e não às criaturas, e o Senhor nos conduzirá para os cimos
da vida.
Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 029
Senhor!
Sabemos o que nos dizes.
Ensina-nos a escutar-te.
Conhecemos o caminho.
Ensina-nos a percorrê-lo.
Procuramos a paz.
Ensina-nos a descobri-la.
Possuímos o amor.
Ensina-nos a sublimá-lo.
Temos o trabalho.
Ensina-nos a servir.
Concedeste-nos a fé.
Ensina-nos a mantê-la.
Assimilamos a cultura.
Ensina-nos a iluminá-la.
Colhemos o benefício.
Ensina-nos a plantá-lo.
Admiramos a humildade.
Ensina-nos a adquiri-la.
Medimos o tempo.
Ensina-nos a aproveitá-lo.
Retemos recursos.
Ensina-nos a distribuí-los.
Necessitamos da ordem.
Ensina-nos a guardá-la.
Ansiamos por mais luz.
Ensina-nos a estendê-la.
Senhor!
Onde estivermos, e com quem
estivermos; sejam quais forem as nossas dificuldades e problemas; faze-nos
reconhecer que somos Teus aprendizes!
Por acréscimo de misericórdia, não nos
entregues a nós mesmos!
Renova-nos no que somos para que
sejamos o que devemos ser, de acordo com os Teus Desígnios!
E seja qual for a tarefa em que a Tua
Infinita Bondade nos situe, ensina-nos, Senhor, a compreender e amar, abençoar
e servir contigo hoje e sempre.
Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Recanto de Paz
Leia e reflita conosco:
Enquanto a história relaciona a intervenção de fadas,
referindo–se aos gênios tutelares, aos palácios ocultos e às maravilhas da
floresta desconhecida, as crianças escutam atentas, estampando alegria e
interesse no semblante feliz.
Todavia, quando o narrador modifica a palavra, fixando-a
nas realidades educativas, retrai–se à mente infantil, contrafeita, cansada...
Não compreende a promessa da vida futura, com os seus
trabalhos e responsabilidades.
Os corações, ainda tenros, amam o sonho, aguardam
heroísmo fácil, estimam o menor esforço, não entendem, de pronto, o labor
divino da perfeição eterna e, por isso, afastam-se do ensinamento real,
admirados, espantadiços. A vida, porém, espera-os com as suas leis imutáveis e
revela-lhes a verdade, gradativamente, sem ruídos espetaculares, com serenidade
de mãe.
As páginas de André Luiz recordam essa imagem.
Enquanto os Espíritos Sábios e Benevolentes trazem a
visão celeste, alargando o campo das esperanças humanas, todos os companheiros encarnados
nos ouvem, extáticos, venturosos. É a consolação sublime, O conforto desejado.
Congregam-se os corações para receber as mensagens do céu. Mas, se os
emissários do plano superior revelam alguns ângulos da vida espiritual, falando-lhes
do trabalho, do esforço próprio, da responsabilidade pessoal, da luta
edificante, do estudo necessário, do autoaperfeiçoamento, não ocultam a
desagradável impressão.
Contrariamente às suposições da primeira hora, não
enxergam o céu das facilidades, nem a região dos favores, não divisa
acontecimentos milagrosos nem observam a beatitude repousante. Ao invés do
paraíso próximo, sente-se nas vizinhanças de uma oficina incansável, onde o
trabalhador não se elevará pela mão beijada do protecionismo e sim à custa de
si mesmo, para que deva à própria consciência a vitória ou a derrota. Percebem
a lei imperecível que estabelece o controle da vida, em nome do Eterno, sem
falsos julgamentos.
Compreendem que as praias de beleza divina e os palácios
encantados da paz aguardam o Espírito noutros continentes vibratórios do
Universo, reconhecendo, no entanto, que lhes compete suar e lutar, esforçar-se
e aprimorar-se por alcançá-los, bracejando no imenso mar das experiências.
A maioria espanta-se e tenta o recuo. Pretende um céu
fácil, depois da morte do corpo, que seja conquistado por meras afirmativas
doutrinais.
Ninguém, contudo, perturbará a lei divina; a verdade
vencerá sempre e a vida eterna continuará ensinando, devagarzinho, com
paciência maternal.
Ao Espiritismo cristão cabe, atualmente, no mundo,
grandiosa e sublime tarefa. Não basta definir-lhe as características veneráveis
de Consolador da Humanidade, são preciso também lhe revelar a feição de movimento
libertador de consciências e corações.
A morte física não é o fim. É pura mudança de capítulo no
livro da evolução e do aperfeiçoamento. Ao seu influxo, ninguém deve esperar
soluções finais e definitivas, quando sabemos que cem anos de atividade no
mundo representa uma fração relativamente curta de tempo para qualquer
edificação na vida eterna.
Infinito campo de serviço aguarda a dedicação dos
trabalhadores da verdade e do bem. Problemas gigantescos desafiam os Espíritos
valorosos, encarnados na época presente, com a gloriosa missão de preparar a
nova era, contribuindo na restauração da fé viva e na extensão do entendimento
humano.
Urge socorrer a Religião, sepultada nos arquivos
teológicos dos templos de pedra, e amparar a Ciência, transformada em gênio
satânico da destruição. A espiritualidade vitoriosa percorre o mundo,
regenerando-lhe as fontes morais, despertando a criatura no quadro realista de
suas aquisições. Há chamamentos novos para o homem descrente, do século XX,
indicando-lhe horizontes mais vastos, a demonstrar-lhe que o Espírito vive
acima das civilizações que a guerra transforma ou consome na sua voracidade de
dragão multimilenário.
Ante os tempos novos e considerando o esforço grandioso
da renovação, requisita-se o concurso de todos os servidores fiéis da verdade e
do bem para que, antes de tudo, vivam a nova fé, melhorando-se e elevando-se cada
um, a caminho do mundo melhor, a fim de que a edificação do Cristo prevaleça
sobre as meras palavras das ideologias brilhantes.
Na consecução da tarefa superior, congregam-se encarnados
e desencarnados de boa vontade, construindo a ponte de luz, através da qual a Humanidade
transporá o abismo da ignorância e da morte.
É por este motivo, leitor amigo, que André Luiz vem, uma
vez mais, ao teu encontro, para dizer-te algo do serviço divino dos
“Missionários da Luz”, esclarecendo, ainda, que o homem é um Espírito Eterno
habitando temporariamente o templo vivo da carne terrestre, que o perispírito
não é um corpo de vaga neblina e sim organização viva a que se amoldam às
células materiais; que a alma, em qualquer parte, recebe segundo as suas
criações individuais; que os laços do amor e do ódio nos acompanham em qualquer
círculo da vida; que outras atividades são desempenhadas pela consciência encarnada,
além da luta vulgar de cada dia; que a reencarnação é orientada por sublimes
ascendentes espirituais e que, além do sepulcro, a alma continua lutando e aprendendo,
aperfeiçoando-se e servindo aos desígnios do Senhor, crescendo sempre para a
glória imortal a que o Pai nos destinou.
Se a leitura te assombra, se as afirmativas do Mensageiro te parecem revolucionárias, recorre à oração e agradece ao Senhor o aprendizado, pedindo-lhe te esclareça e ilumine, para que a ilusão não te retenha em suas malhas. Lembra-te de que a revelação da verdade é progressiva e, rogando o socorro divino para o teu coração, atende aos sagrados deveres que a Terra te designou para cada dia, consciente de que a morte do corpo não te conduzirá à estagnação e sim a novos campos de aperfeiçoamento e trabalho, de renovação e luta bendita, onde viverás muito mais, e mais intensamente.
Emmanuel
Pedro Leopoldo, 13 de maio de
1945.
Chico Xavier – Livro: Missionários da luz
“Não necessitam de médico os que estão sãos, mas sim os que estão enfermos”. Jesus (Lucas, 5:31)
Quem sabe ler, não se esqueça de
amparar o que ainda não se alfabetizou.
Quem dispõe de palavra esclarecida,
ajude ao companheiro, ensinando-lhe a ciência da frase correta e expressiva.
Quem desfruta o equilíbrio orgânico
não despreze a possibilidade de auxiliar o doente.
Quem conseguiu acender alguma luz de
fé no próprio espírito, suporte com paciência o infeliz que ainda não se abriu
a mínima noção de responsabilidade perante o Senhor, auxiliando-o a
desvencilhar-se das trevas.
Quem possua recursos para trabalhar,
não olvide o irmão menos ajustado ao serviço, conduzindo-o, sempre que possível,
a atividade digna.
Quem estime a prática da caridade,
compadeça-se das almas endurecidas, beneficiando-as com as vibrações da prece.
Quem já esteja entesourando a
humildade não se afaste do orgulhoso, conferindo-lhe, com o exemplo, os
elementos indispensáveis ao reajuste.
Quem seja detentor da bondade não
recuse assistência aos maus, de vez que a maldade resulta invariavelmente da
revolta ou da ignorância.
Quem estiver em companhia da paz,
ajude aos desesperados.
Quem guarde alegria, divida a graça do
contentamento com os tristes.
Asseverou o Senhor que os sãos não
precisam de médico, mas, sim, os enfermos.
Lembra-te dos que transitam no mundo
entre dificuldades maiores que as tuas.
A vida não reclama o teu sacrifício
integral, em favor dos outros, mas, a benefício de ti mesmo, não desdenhes
fazer alguma coisa na extensão da felicidade comum.
Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 028
Senhor Jesus:
Uma sementeira tão grande, uma tão
escassa colheita de luz!
A gleba fértil e a plantação
danificada.
O solo ubérrimo e o verdor fenecendo.
Dois mil anos de Cristianismo e tão
pouca manifestação de bênçãos.
Até quando Te requereremos ajuda, por
quanto tempo Te suplicaremos socorro, rogando a Tua misericórdia?
Convidaste-nos, Senhor, para o aprisco
da fraternidade.
Chamaste-nos para o dever da
solidariedade humana.
Penosamente detemo-nos a rés-do-chão,
negando-nos a ascender na direção dos rumos felizes.
Apiada-te de nós, Amigo Bem-aventurado
de todas as horas, e enriquece os vazios depósitos do nosso espírito com as
messes fecundas da tua paz!
Não somos outros, Senhor, senão
aqueles atormentados, que volvemos ao Teu coração magnânimo a rogar.
Ainda repetimos a experiência sem
êxito, de pedir sem doar, de rogar sem oferecer, de suplicar sem ajudar.
Apiada-te de nós e favorece-nos com os
tesouros, apreciáveis das tuas mercês, para que Te possamos honrar os títulos
de enobrecimento e de amor.
Neste momento de comunhão, em que
confraternizamos, encarnados e desencarnados, em atitude reverente, nós Te
pedimos, Amigo Divino, que nos abençoes, que mitigues a nossa sede de paz, que
socorras as nossas necessidades, que amenizes as nossas aflições.
Despede-nos em paz, neste breve
momento, Senhor, concedendo-nos a fortuna da harmonia íntima, nesta hora de
tanta tecnologia e de tanta amargura, de tanto poder e de quanta mesquinhez!
No excesso de glórias e no acume de
misérias, sê Tu a força que nos comande.
Seja a Tua a presença que nos
harmonize.
Permaneça em nós, Amigo de todos, a Tua paz, a Tua bênção e a Tua caridade.
Francisco Spinelli / Divaldo Franco – Livro: Terapêutica de emergência
Leia conosco:
Deveres imediatos
A verdadeira propriedade
Destruição e miséria
Oração Fraternal
Porque perseverem, no mundo, as separações
discriminativas da sociedade, isolando as classes e as raças humanas e formando
grupos infelizes; porque o abuso do poder propicie a subtração das liberdades e
dos direitos humanos; porque o homem continue escravo do homem e as conjunturas
econômicas respondam pela miséria das massas; porque o obscurantismo a respeito
da cultura real domine verdadeiras multidões e o acesso às escolas que libertam
e burilam o pensamento constitua um privilégio para as minorias dominantes,
devemo-nos empenhar em esforço hercúleo para mudar as estruturas vigentes.
Enquanto a dor física desgaste a alma, ou os problemas psíquicos
gerem enfermidades orgânicas, ou as conjunturas emocionais produzam distúrbios
na economia espiritual dos homens; enquanto a indiferença dos ricos marginalize
o sofrimento dos pobres e o menor esforço receba estipêndios vultosos num
atentado ao sacrifício das classes trabalhadoras; enquanto a morte pela fome
dizime centenas de milhões de vidas ou apenas uma vida, o homem necessita
modificar a forma de comportar-se, na Terra, ampliando os recursos da
solidariedade e do auxílio fraterno.
Viceje o vício, que ceifa a juventude e entenebrece a
vida; predomine a corrupção, que envilece a criatura; permaneçam os promotores
da degradação dos costumes; assente-se o triunfo nos pântanos da vergonha
moral; prospere a injustiça, mascarada de direito; reinem a violência e a
agressividade, atestando a situação de primitivismo e semibarbárie da civilização,
faz-se imprescindível educar o ser humano e conscientizá-lo das superiores
finalidades da sua vilegiatura no curto período do trânsito somático.
Desde que o egoísmo tenha prioridade no relacionamento entre
os homens em face do êxito da intriga e da calúnia bem forjadas; diante da
traição que se mascara de amizade; frente ao suborno da dignidade e da
consciência, na disputa dos valores de monta insignificante, porque mui
passageiros; perante a vitória da impunidade, da delinquência de qualquer espécie,
a real cultura não se pode entorpecer pelos vapores do adesismo de frutos
apodrecidos, mas levantar-se para profligar o abuso e exalçar as conquistas do
bem, do verdadeiro e do belo.
Como ainda predomine o comércio de vidas, nos bordéis da licenciosidade
e nos escritórios de luxo, que vendem "imagens" ao público ávido de
sensações; desde que permanece o tráfico de drogas e de alucinógenos,
enlouquecendo dezenas de milhões de vidas jovens e aniquilando-as sob os
disfarces da insensatez e do prazer; porque sobreviva a chantagem moral e a
financeira e a submissão indigna faça parte da metodologia de situações vantajosas,
eleitas pelo equívoco dos aproveitadores, é justo que o silêncio acumpliciador
das mentes e caracteres honrados seja substituído pelo verbo quente e pela ação
repulsiva ao estado de decomposição moral em que se encontra a quase totalidade
do organismo social.
A quietação do homem justo diante do disparate do crime é
conivência inconsciente para com a delinquência.
A acomodação da dignidade responde pela prevalência da desordem.
A imoralidade não espera a anuência da virtude para assentar
o seu quartel, antes impõe-se, chocante e intempestiva, produzindo, pela
violência dos costumes, uma aceitação a princípio tímida e depois aplaudida.
Justo que os contornos da honra não fiquem diluídos em sombras,
nem os deveres do bem cedam lugar às permissividades a pretexto de tolerância e
progresso.
O código irrefragável do "amor a Deus sobre todas as
coisas e ao próximo como a si mesmo" tem preferência a quaisquer outras
posturas, porque é uma síntese soberana da lei moisaica e do antigo direito
romano, que ainda, teoricamente, serve de base à Justiça humana.
As débeis tentativas da persistência do bem e da ordem deverão
fortalecer-se e amiudar-se tomando o terreno que foi arbitrariamente cedido às
paixões nefastas para prejuízo da harmonia social.
O homem tem o dever de recompor-se moralmente para viver
em harmonia consigo mesmo e com as leis que vigem em a Natureza, refletindo a
ordem da Criação.
Nunca se fizeram tão necessários quanto hoje os esforços pelo
bem geral das comunidades e jamais houve tão grande urgência para as lideranças
enobrecidas.
Substituir os hábitos perniciosos por comportamentos corretos;
gerar atitudes e compromissos salutares no relacionamento com as demais
criaturas; promover o trabalho realizador e educar o povo; produzir leis justas
e fomentar o respeito pela sua vigência são as tarefas do homem integrado na vera
filosofia do Cristianismo, desvestido de arbitrariedades e sofismas,
acomodações utilitaristas e dogmas absurdos, numa tentativa de restauração do
otimismo, que cede lugar à angústia e à neurose, ao mesmo tempo antecipando o
amanhã pacífico e ditoso da Humanidade.
Victor Hugo / Divaldo Franco – Livro: Roteiro de libertação