sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

Oramos

 


Senhor, neste ano que se inicia...

“Não te pedimos a isenção das provas necessárias, mas apelamos para sua misericórdia, a fim de que as nossas forças consigam superá-las.

Não te rogamos a supressão dos problemas que nos afligem a estrada; no entanto, esperamos o apoio do teu amor, para que lhes confiramos a devida solução com base em nosso próprio esforço.

Não te solicitamos o afastamento dos adversários que nos entravam os passos e obscurecem o caminho; todavia, contamos com o teu amparo de modo que aprendamos a acatá-los, aproveitando-lhes o concurso.

Não te imploramos imunidades contra as desilusões que porventura nos firam, mas exortamos o teu auxílio a fim de que lhes aceitemos sem rebeldia a função edificante e libertadora.

Não te suplicamos para que se nos livre o coração de penas e lágrimas; contudo, rogamos à tua benevolência para que venhamos a sobrestar-lhes o amargor, assimilando-lhes as lições!

Senhor, que saibamos agradecer a tua proteção e a tua bondade nas horas de alegria e de triunfo; entretanto, que nos dias de aflição e de fracasso, possamos sentir conosco a luz de tua vigilância e de tua benção!”...

 

Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Correio Fraterno

sábado, 18 de dezembro de 2021

Mais Luz - Edição 557

 Leia conosco:

·       Elegia do Natal

·       Ante o Evangelho: Advento do Espírito de Verdade

·       Poema: Lembrança do Natal – Auta de Souza

·       Lavradores – Livro: Fonte Viva

·       Oração de Natal

 Clique: https://mailchi.mp/5178386435e4/elegia-do-natal

sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

Elegia do Natal

 


Antes dEle tudo eram sombras de ignorância, de astúcia e de perversidade.

O ser humano encontrava-se reduzido à condição de hilota, estorcegando em sofrimentos inimagináveis.

O predomínio da força trabalhava em favor da hediondez e do crime, enquanto os valores éticos permaneciam desconhecidos, e quando identificados alguns, eram totalmente desrespeitados.

Nunca faltaram, porém, no planeta terrestre, as presenças dos Espíritos nobres que desceram às escuras paisagens para acender a luz do discernimento e oferecer as diretrizes da justiça.

Orgulhosos, aqueles que foram Seus contemporâneos, fizeram-se surdos e cegos às Suas mensagens, permanecendo iludidos pela prepotência, preferindo esmagar os povos que encontravam pela frente, sem qualquer sentimento de humanidade ou de compaixão...

Os carros da guerra espalhavam o horror, enquanto a fome e a hediondez campeavam à solta, esmagando vidas que não dispunham de oportunidade de desenvolver-se.

A juventude louçã e as arbitrárias condições em que alguns indivíduos se encontravam, deles faziam títeres e condutores insanos das massas quase asselvajadas.

É certo que floresceram também a filosofia, as artes, o espiritualismo e as musas desceram várias vezes do Olimpo de cada povo, cantando a beleza, a sabedoria, a bondade e, vez que outra, o amor...

Generalizada a opressão, a sociedade podia ser dividida em apenas três grupos: vencidos, vencedores e não conquistados...

As condições de primarismo então vigentes, tornavam a existência humana de breve curso, durante o qual se deveria fruir de todos os prazeres imagináveis, custassem todo e qualquer sacrifício exigido.

Honra e dignidade valiam o preço da vergonha.

Havia, sim, exceções, que constituíam oásis morais de esperança no imenso deserto dos sentimentos.

As gerações sucediam-se enganadas e enganadoras, como contínuas camadas de areia sopradas pelos ventos ardentes dos tempos de desespero.

Foi nesse cenário moral torpe, embora a magia encantadora da Natureza, que Jesus nasceu.

A sua chegada à Terra, precedida pelos cânticos sinfônicos dos seres angélicos e dos mensageiros da paz, criou uma psicosfera até então desconhecida, iniciando-se um período especial para a sociedade.

Espontâneo como as aragens perfumadas do amanhecer, Ele chegou suavemente e se instalou nos corações.

Nobre como uma labareda crepitante, Ele deu início ao incêndio que faria arder as construções do mal.

Gentil como o sorriso das flores, derramou claridades diamantinas, vencendo a escuridão vigente.

Bom como um favo de mel, adoçou as vidas que defrontou pelos caminhos, que passaram a cultivar a bondade e o amor em Sua memória.

Terno como a esperança, enriqueceu de alegria todos aqueles que se Lhe acercaram.

O Seu Natal é o poema de alegria que vem dos Céus na direção da Terra atormentada, tornando-se um hino de perene beleza, que se sobrepõe à algazarra da zombaria e à balbúrdia do sofrimento...

Ninguém, que jamais se Lhe equipare, na forma como veio e na maneira como permaneceu no meio da estúrdia e perturbada multidão.

A música dos seres celestes na Sua noite assinalou com insuperável sonoridade o planeta.

É verdade que, depois dEle, ainda permaneceram idênticas paisagens morais no mundo...

A diferença, porém, consiste no conhecimento que Ele propiciou para que todos aqueles que desejem vida, tenham-na em abundância.

Alargou as fronteiras da vida para além da morte e fez-se ponte para vencer o aparente abismo existente, facultando a conquista da plenitude.

O Natal de Jesus é, desse modo, o momento culminante dos esponsais do ser humano com a Consciência Cósmica.

A partir dessa ocasião sublime, a criatura humana passou a dispor dos equipamentos e recursos específicos para a aquisição da felicidade, em qualquer situação em que se encontre.

Já não lhe devem importar em demasia as coisas, a aparência, os petrechos que ficam ao lado da disjunção cadavérica, mas os tesouros inapreciados, que são os sentimentos edificantes, os pensamentos ditosos, as ações amorosas.

Neste Natal, canta uma elegia de amor a Jesus, celebrando-Lhe o aniversário com a tua transformação moral para melhor, mantendo a tua aliança com Ele e levando-O em forma de bondade e de misericórdia a todos aqueles que cambaleiam nas sombras da dor, da revolta e do esquecimento social...

Comemora, pois o teu Natal, de forma diferente, recordando-te da singela manjedoura que se transformou com Ele em um palácio sideral.

 

Joanna de Angelis / Divaldo Franco – Livro: Atitudes Renovadas

Lavradores

 “O lavrador que trabalha deve ser o primeiro a gozar dos frutos”. Paulo (II Timóteo, 2:6)

 

Há lavradores de toda classe.

Existem aqueles que compram o campo e exploram-no, através de rendeiros suarentos, sem nunca tocarem o solo com as próprias mãos.

Encontramos em muitos lugares os que relegam a enxada à ferrugem, cruzando os braços e imputando à chuva ou ao solo o fracasso da sementeira que não vigiam.

Somos defrontados por muitos que fiscalizam a plantação dos vizinhos, sem qualquer atenção para com os trabalhos que lhes dizem respeito.

Temos diversos que falam despropositadamente com referência a inutilidades mil, enquanto vermes destruidores aniquilam as flores frágeis.

Vemos numerosos acusando a terra como incapaz de qualquer produção, mas negando à gleba que lhes foi confiada a bênção da gota d’água e o socorro do adubo.

Observamos muitos que se dizem possuídos pela dor de cabeça, pelo resfriado ou pela indisposição e perdem a sublime oportunidade de semear.

A Natureza, no entanto, retribui a todos eles com o desengano, a dificuldade, a negação e o desapontamento.

Mas o agricultor que realmente trabalha, cedo recolhe a graça do celeiro farto.

E assim ocorre na lavoura do espírito.

Ninguém logrará o resultado excelente, sem esforçar-se, conferindo à obra do bem o melhor de si mesmo.

Paulo de Tarso, escrevendo numa época de senhores e escravos, de superficialidade e favoritismo, não nos diz que o semeador distinguido por César ou mais endinheirado seria o legítimo detentor da colheita, mas asseverou, com indiscutível acerto, que o lavrador dedicado às próprias obrigações será o primeiro a beneficiar-se com as vantagens do fruto.

Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 031

Oração de Natal

 


Senhor Jesus!

Agradecemos o teu Natal repleto de esperança e de luz que nos impele a sair de nós mesmos, ao encontro de companheiros em necessidades maiores que as nossas.

Agradecemos-te o pão que nos deste para repartir e o agasalho que nos enviaste para vestir os nossos irmãos expostos à noite.

Entretanto, comparecemos diante de ti rogando-te mais ainda...

Se nos permites, nós te pedimos socorro:

- para os corações desesperados;

- para os que se imobilizam no orgulho, perguntando se existes;

- para os que se cristalizam na sovinice, dando ideia de que trazem unicamente um cifrão por dentro da própria alma;

- para os que se entregam à violência, como se não tivessem de dar contas da selvageria com que arrasam a vida dos semelhantes;

- para os que se confiam às paixões descontroladas e envenenam corações sensíveis e afetuosos, para depois atirá-los nos despenhadeiros do descrédito e do suicídio;

- para os que se transviam na vaidade e se apresentam por donos da verdade com o objetivo de esmagar ou confundir os outros;

- para os que se enquistam no egoísmo da posse e se esquecem de que muitos companheiros de humanidade adoecem de fome, depois de lhes baterem inutilmente às portas do coração;

- para os que abusam da autoridade, pisando sobre a dor dos irmãos ainda fracos e necessitados;

- e para todos nós, Senhor, que te buscamos, de alma e coração, conscientes de nossos próprios encargos, a fim de que não nos falte a força precisa para amar-nos uns aos outros, no serviço que nos confiaste, de modo que, realizando as tarefas de hoje, possamos encontrar no tempo um amanhã mais feliz.

 

Augusto Cezar / Chico Xavier – Livro: Presença de Luz

quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

Jesus e amor

 


A figura humana de Jesus confirma a Sua procedência e realização como o Ser mais perfeito e integral jamais encontrado na Terra.

Toda a Sua vida se desenvolveu num plano de integração profunda com a Consciência Divina, conservando a individualidade em um perfeito equilíbrio psicofísico.

Como consequência, transmitia confiança, porque possuía um caráter com transparência diamantina, que nunca se submetia às injunções vigentes, características de uma cultura primitiva, na qual predominavam o suborno das consciências, o conservadorismo hipócrita, uma legislação tão arbitrária quanto parcial e a preocupação formalística com a aparência em detrimento dos valores legítimos do indivíduo.

Portador de uma lídima coragem, se insurgia contra a injustiça onde e contra quem se apresentasse, nunca se omitindo, mesmo quando o consenso geral atribuía legalidade ao crime.

Paciente e pacífico, mantinha-se em serenidade nas circunstâncias mais adversas, e jovial, nos momentos de alta emotividade, demonstrando a inteireza dos valores íntimos em ritmo de harmonia constante.

Numa sociedade agressiva e perversa, elegeu o amor como a solução para todos os questionamentos, e o perdão irrestrito como terapêutica eficaz para todas as enfermidades.

Não apenas ministrava-o através de palavras, mas, sobretudo, mediante atitudes claras e francas, arriscando-se por dilatá-lo especialmente aos infelizes, aos detestados, aos segregados, aos carentes.

Em momento algum submeteu-se às conveniências perniciosas de raça, ideologia, partido e religião, em detrimento do amor indistinto quanto amplo a todos que O cercavam ou O encontravam.

*

Por amor, elegeu um samaritano desprezado, para dele fazer o símbolo da solidariedade.

Com amor, liberou uma mulher equivocada, tirando-lhe o complexo de culpa.

Pelo amor, atendeu à estrangeira siro-fenícia que Lhe pedia socorro para a enfermidade humilhante.

De amor estavam repletos Seu coração e Suas mãos para esparzi-lo com os espezinhados, fosse um cobrador de Impostos, uma adúltera, o filho pródigo, a viúva necessitada, ou a mãe enlutada.

Sempre havia amor em Sua trajetória, iluminando as vidas e amparando as necessidades dos corpos, das mentes, das almas.

 

*

Compadecia-se de todos; no entanto, mantinha a energia que educa, edifica, disciplina e salva.

Chorou sobre Jerusalém, invectivou a farsa farisaica, advertiu os distraídos, condenou a hipocrisia e deu a própria vida em holocausto de amor.

Nunca se perdeu em sentimentalismos pueris ou agressividades rudes.

O amor norteava-lhe os passos, as palavras e os pensamentos.

Tornou-se e prossegue como sendo o símbolo do amor integral em favor da humanidade, à qual auspicia um sentimento humano profundo e libertador.

 

Joanna de Ângelis / Divaldo Franco – Livro: Jesus e atualidade

Educa

 

“Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?”

Paulo (I Coríntios, 3:16)

Na semente minúscula reside o germe do tronco benfeitor.

No coração da terra, há melodias da fonte.

No bloco de pedra, há obras primas de estatuária.

Entretanto, o pomar reclama esforço ativo.

A corrente cristalina pede aquedutos para transportar-se imaculada.

A joia de escultura pede milagres do buril.

Também o espírito traz consigo o gene da Divindade.

Deus está em nós, quanto estamos em Deus.

Mas, para que a luz divina se destaque da treva humana, é necessário que os processos educativos da vida nos trabalhem no empedrado caminho dos milênios.

Somente o coração enobrecido no grande entendimento pode vazar o heroísmo santificante.

Apenas o cérebro cultivado pode produzir iluminadas formas de pensamento.

Só a grandeza espiritual consegue gerar a palavra equilibrada, o verbo sublime e a voz consoladora.

Interpretemos a dor e o trabalho por artistas celestes de nosso aperfeiçoamento.

Educa e transformarás a irracionalidade em inteligência, a inteligência em humanidade e a humanidade em angelitude.

Educa e edificarás o paraíso na Terra.

Se sabemos que o Senhor habita em nós, aperfeiçoemos a nossa vida, a fim de manifestá-lo.

Emmanuel / Chico Xavier – Fonte Viva – FEB – cap. 030

Consolador prometido

 

Jesus promete outro consolador: o Espírito de Verdade, que o mundo ainda não conhece, por não estar maduro para o compreender, consolador que o Pai enviará para ensinar todas as coisas e para relembrar o que o Cristo há dito. Se, portanto, o Espírito de Verdade tinha de vir mais tarde ensinar todas as coisas, é que o Cristo não dissera tudo; se ele vem relembrar o que o Cristo disse, é que o que este disse foi esquecido ou mal compreendido.

O Espiritismo vem, na época predita, cumprir a promessa do Cristo: preside ao seu advento o Espírito de Verdade. Ele chama os homens à observância da lei; ensina todas as coisas fazendo compreender o que Jesus só disse por parábolas. Advertiu o Cristo: “Ouçam os que têm ouvidos para ouvir.” O Espiritismo vem abrir os olhos e os ouvidos, porquanto fala sem figuras, nem alegorias; levanta o véu intencionalmente lançado sobre certos mistérios. Vem, finalmente, trazer a consolação suprema aos deserdados da Terra e a todos os que sofrem, atribuindo causa justa e fim útil a todas as dores.

Disse o Cristo: “Bem-aventurados os aflitos, pois que serão consolados”. Mas como há de alguém sentir-se ditoso por sofrer, se não sabe por que sofre? O Espiritismo mostra a causa dos sofrimentos nas existências anteriores e na destinação da Terra, onde o homem expia o seu passado. Mostra o objetivo dos sofrimentos, apontando-os como crises salutares que produzem a cura e como meio de depuração que garante a felicidade nas existências futuras. O homem compreende que mereceu sofrer e acha justo o sofrimento. Sabe que este lhe auxilia o adiantamento e o aceita sem murmurar, como o obreiro aceita o trabalho que lhe assegurará o salário. O Espiritismo lhe dá fé inabalável no futuro e a dúvida pungente não mais se lhe apossa da alma. Dando-lhe a ver do alto as coisas, a importância das vicissitudes terrenas some-se no vasto e esplêndido horizonte que ele o faz descortinar, e a perspectiva da felicidade que o espera lhe dá a paciência, a resignação e a coragem de ir até o termo do caminho.

Assim, o Espiritismo realiza o que Jesus disse do Consolador Prometido: conhecimento das coisas, fazendo que o homem saiba donde vem, para onde vai e por que está na Terra; atrai para os verdadeiros princípios da Lei de Deus e consola pela fé e pela esperança. (Allan Kardec)

 

O Evangelho Segundo o Espiritismo – Capítulo VI – O Cristo consolador – item 4