sábado, 3 de junho de 2023

Lei da vida

 

Indagas, muita vez, alma querida e boa,

Como recuperar a fé perdida,

Quando alguém te vergasta o coração e a vida,

A ofender e ferir, espancar e humilhar…

Sai de ti mesmo e fita o mundo em torno,

Todas as forças lutam, entretanto,

A Natureza pede em cada canto:

Renovar, renovar…

 

A noite envolve a Terra em longa faixa,

Mas a Terra em silêncio espera o dia

E o Sol dissipa a névoa espessa e fria,

Simplesmente a brilhar…

Alteia-se a manhã, o trabalho enxameia…

Do pó ao firmamento em novo brilho,

Ouve-se, em toda parte, o sagrado estribilho:

Renovar, renovar…

 

A semente lançada ao barro agreste

Sofre o assalto do lodo que a devora,

Mas o embrião resiste, luta e aflora,

No anseio de ser pão e alegria no lar…

A princípio, é um rebento pobre e frágil,

Tolera praga e temporal violento,

Faz-se árvore linda e canta entre as notas do vento:

Renovar, renovar…

 

  Arrebatada a pedra ao chão da furna

Quer descanso, sem garbos de obra-prima,

Contudo, o artista chega, corta e lima

A brunir e a sonhar…

Ei-la que escala os topos da escultura

E, estátua em que se estampa a essência da beleza,

Diz à vida que a busca, encantada e surpresa:

Renovar, renovar…

 

 Assim também, alma querida e boa,

Se alguém te impôs olvido, abandono e amargura,

Segue, serve e perdoa o golpe que te apura,

Esquecendo o desprezo e procurando amar…

E ouvirás claramente, entre ascensões mais belas,

Ante a fé no porvir luminoso e risonho,

A própria voz do Céu, ao restaurar-te o sonho:

Renovar, renovar…

 

 

Maria Dolores/ Chico Xavier

Livro: Encontro de paz


Palestras CEJG - Junho/2023

 




Renovemo-nos dia a dia

 “… Transformai-vos pela renovação de vossa mente, para que proveis qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” — Paulo. (Romanos, 12:2)

 

 Não adianta a transformação aparente da nossa personalidade na feição exterior.

Mais títulos, mais recursos financeiros, mais possibilidades de conforto e maiores considerações sociais podem ser simples agravo de responsabilidade.

Renovemo-nos por dentro.

É preciso avançar no conhecimento superior, ainda mesmo que a marcha nos custe suor e lágrimas.

Aceitar os problemas do mundo e superá-los, à força de nosso trabalho e de nossa serenidade, é a fórmula justa de aquisição do discernimento.

Dor e sacrifício, aflição e amargura, são processos de sublimação que o Mundo Maior nos oferece, a fim de que a nossa visão espiritual seja acrescentada.

Facilidades materiais costumam estagnar-nos a mente, quando não sabemos vencer os perigos fascinantes das vantagens terrestres.

Renovemos nossa alma, dia a dia, estudando as lições dos vanguardeiros do progresso e vivendo a nossa existência sob a inspiração do serviço incessante.

Apliquemo-nos à construção da vida equilibrada, onde estivermos, mas não nos esqueçamos de que somente pela execução de nossos deveres, na concretização do bem, alcançaremos a compreensão da vida, e, com ela, o conhecimento da “perfeita vontade de Deus”, a nosso respeito.

  

Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Fonte Viva – Cap. 107


sábado, 27 de maio de 2023

Mais Luz - Edição 632 - 28/05/2023

 Confira conosco:

https://mailchi.mp/f137746e8a39/persevera

 

Persevera – Bezerra de Menezes

Ante o Evangelho: Maneira de orar

Mensagem da semana: Sirvamos ao Bem – Fonte Viva, cap.106

Poema: Segue servindo – Auta de Souza

Oração do pomicultor – Meimei

 

 

sábado, 20 de maio de 2023

Mais Luz - Edição 631 - 21/05/2023

 Não perca nesta edição:

 

O brilho do bem – Richard Simonetti

Ante o Evangelho: Fora da caridade não há salvação

Mensagem da semana: Sois a luz – Fonte Viva, cap. 105

Poema: A lâmpada – Casimiro Cunha

Oração: Prece por luz – Emmanuel

 

https://mailchi.mp/6e9eb65e1c1c/o-brilho-do-bem



sexta-feira, 19 de maio de 2023

O brilho do bem

 


"Vós sois a luz do Mundo. Não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e ilumina todos os que se encontram na casa. Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai que está nos Céus." (Mateus, 5:14-16.)

 

Jesus compara seus seguidores à luz que afugenta as trevas. O Cristianismo, com seus valores morais elevados, com seu empenho pela construção do Reino de Deus, fatalmente se destacaria na História, da mesma forma que seria impossível deixar de ver uma cidade edificada sobre a montanha. Se está claro, nota-se perfeitamente o contorno de seus edifícios; se escurece, suas luzes destacam-se.

Individualizando a figura do cristão, Jesus oferece a sugestiva imagem da candeia. Alqueire era uma espécie de vaso usado para medir líquidos ou cereais. Ninguém acende uma candeia para colocá-la prisioneira sob o alqueire. A luz deve estar no velador, suporte colocado no alto para que ilumine o ambiente. Em linguagem atual: não se liga uma lâmpada dentro de recipiente fechado. Para cumprir sua função ela deve estar livre.

O mesmo acontece com o Evangelho. É a luz que ilumina, que dá significado à Vida e a valoriza, mas, se procurarmos em suas lições apenas conforto e bem-estar para nós, sem compreender seu apelo maior, convocando-nos à Fraternidade, então sua claridade ficará aprisionada no vaso do egoísmo e de nada valerá, pois, apesar de detê-la, continuaremos na escuridão de nossas mazelas.

Ao recomendar "brilhe vossa luz diante dos homens para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos Céus", Jesus ensina que o luzir do Evangelho em nós está condicionado à prática do Bem.

Por isso, o verdadeiro cristão é alguém cujo comportamento é invariavelmente edificante; que estimula à virtude, cultivando seus valores e que converte irresistivelmente ao Evangelho com a força do exemplo.

A esse propósito, lembramos a extraordinária figura de Alcíone, do livro "Renúncia", autoria de Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier. Atingindo estágios angelicais de evolução, eximira-se de voltar à Terra, mas voltou, por iniciativa própria, a fim de ajudar um grupo de tutelados seus.

Sua presença em nosso mundo, embora no anonimato de condição humilde, tornou-se tão marcante que todos quantos com ela conviveram foram invariavelmente influenciados por ela. E como Alcíone realizava semelhante prodígio? Fazendo prevalecer sua autoridade de Anjo? Impondo sua vontade?

Não! Discípula fiel do Cristo, ela simplesmente observava o Evangelho em sua expressão mais pura, não se limitando a perdoar os ofensores, mas achando uma desculpa para eles; não se limitando a tolerar as imperfeições alheias, mas ajudando as pessoas a superá-las com a serenidade de uma paciência sem limites; não apenas cumprindo os deveres de filha, religiosa, serviçal, mas comportando-se com valores de renúncia, dedicação e heroísmo, que fizeram dela uma inesquecível figura de mulher.

Um pequeno episódio nos oferece a medida de seu caráter. Alcíone trabalhava como governanta em rica mansão. Era muito estimada pelo dono da casa, Cirilo, a filha Beatriz e seu sogro Jacques, mas detestada por Susana, a patroa, enciumada de sua benquerença. E não se cansava de fustigá-la, impondo-lhe tarefas rudes, desvinculadas de suas atribuições, com o propósito de levá-la a deixar aquela casa, já que não podia tomar a iniciativa de despedi-la, com o que seus familiares não concordariam.

Certo dia chama a governanta:

Alcíone, a lavadeira está doente e deverás substituí-la.

Sim, senhora.

E lá vai Alcíone cumprir a tarefa alheia às suas responsabilidades. A menina Beatriz, vendo-a no tanque, revolta-se. Chama o pai e acusa a mãe de explorar a serva. O marido irrita-se, recrimina a esposa com aspereza. Susana agita-se. Nervosa, debulha-se em lágrimas. O ambiente torna-se tenso.

Então, Alcíone, que tudo observava, dirige-se ao patrão:
Senhor Cirilo, desculpe-me entrar na conversa, mas pode crer que a senhorita Beatriz está enganada. Dona Susana não me impôs a substituição da lavadeira. Fui eu mesma que ofereci minha colaboração. Não se preocupe. Estou acostumada com esse serviço.

As palavras de Alcíone, pronunciadas com evidente inflexão de sinceridade e boa vontade, desanuviam o ambiente. Pai e filha tranquilizam-se. O gesto da serva, somado a outros iguais em circunstâncias semelhantes, acaba por sensibilizar Susana, que se torna sua amiga.

Assim é o cristão autêntico. Onde ele está a Vida sempre se faz plena de claridades, pois refletem-se nele as luzes do Céu, marcadas por uma dedicação sem limites à causa do Bem.

 

Richard Simonetti – Livro "A voz do monte”.


quinta-feira, 18 de maio de 2023

Oração do pomicultor

 

Senhor!…

Quando o desânimo me entorpeça o espírito, largando-me à feição de terra seca, dá que a chuva de tuas bênçãos me restaure a coragem.

Quando a tua proteção me renove as energias, reaquece-me no calor de tua bondade, a fim de que me faça útil.

Quando eu consiga mostrar algum proveito, concede-me o privilégio de trabalhar à maneira das árvores benfeitoras.

Quando, porém, a felicidade de servir me valorize as horas e a tarefa me absorva tempo e repouso, não me deixe desertar do dever com receio do sacrifício.

Ensina-me a permanecer de pé, qual a planta nobre que suporta assaltos da estrada e vicissitudes do tempo, pragas e golpes, agindo em silêncio e auxiliando constantemente sem nunca reclamar para si mesma os próprios frutos.

Senhor!…

Apara-me a fim de que eu aprenda obediência e serventia com os vegetais amigos aos quais devo atenção e cuidado e coloca a bênção de tua inspiração sobre os meus desejos, de modo a que obtenha da vida a incessante alegria de atender-te aos desígnios.

Assim seja.

 Meimei / Chico Xavier – Livro: Fé 




Sirvamos ao Bem

“A luz resplandece nas trevas…” — (João, 1:5)

 

Não te aflijas porque estejas aparentemente só no serviço do bem.

Jesus era sozinho, antes de reunir os companheiros para o serviço apostólico. Sozinho, à frente do mundo vasto, à maneira de um lavrador, sem instrumentos de trabalho, diante da selva imensa…

Nem por isso o Cristianismo deixou de surgir, por templo vivo do amor, ainda hoje em construção na Terra, para a felicidade humana.

Jesus, porém, não obstante conhecer a força da verdade que trazia consigo, não se prevaleceu da sua superioridade para humilhar ou ferir.

Acima de todas as preocupações, buscou invariavelmente o bem, através de todas as situações e em todas as criaturas.

Não perdeu tempo em reprovações descabidas.

Não se confiou a polêmicas inúteis.

Instituiu o reinado salvador de que se fizera mensageiro, servindo e amando, ajudando sempre e alicerçando cada ensinamento com a sua própria exemplificação.

Continuemos, pois, em nossa marcha regenerativa para a frente, ainda mesmo quando nos sintamos a sós.

Sirvamos ao bem, acima de tudo, entretanto, evitemos discussões e agitações em que o mal possa expandir-se.

Foge a sombra ao fulgor da luz.

Não nos esqueçamos de que milhares de quilômetros de treva, no seio da noite, não conseguem apagar alguns milímetros da chama brilhante de uma vela, contudo, basta um leve sopro de vento para extingui-la.

 

Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Fonte Viva – Cap. 106


Prece por luz

 


Senhor!…

Clareia-nos o entendimento, a fim de que conheçamos em suas consequências os caminhos já trilhados por nós; entretanto, faze-nos essa concessão mais particularmente para descobrirmos, sem enganos, onde as estradas mais retas que nos conduzam à integração com os teus propósitos.

Alteia-nos o pensamento, não somente para identificarmos a essência de nossos próprios desejos, mas sobretudo para que aprendamos a saber quais os planos que traçaste a nosso respeito.

Ilumina-nos a memória, não só de modo a recordarmos com segurança as lições de ontem, e sim, mais especialmente, a fim de que nos detenhamos no dia de hoje, aproveitando-lhe as bênçãos em trabalho e renovação.

Auxilia-nos a reconhecer as nossas disponibilidades; todavia, concede-nos semelhante amparo, a fim de que saibamos realizar com ele o melhor ao nosso alcance.

Inspira-nos, ensinando-nos a valorizar os amigos que nos enviaste; no entanto, mais notadamente, ajuda-nos a aceitá-los como são, sem exigir-lhes espetáculos de grandeza ou impostos de reconhecimento.

Amplia-nos a visão para que vejamos em nossos entes queridos não apenas pessoas capazes de auxiliar-nos, fornecendo-nos apoio e companhia, mas, acima de tudo, na condição de criaturas que nos confiaste ao amor, para que venhamos a encaminhá-los na direção do bem.

Ensina-nos a encontrar a paz na luta construtiva, o repouso no trabalho edificante, o socorro na dificuldade e o bem nos supostos males da vida.

Senhor!…

Abençoa-nos e estende-nos as mãos compassivas, em tua infinita bondade, para que te possamos perceber em espírito na realidade das nossas tarefas e experiências de cada dia, hoje e sempre.

 Assim seja.

 

Emmanuel / Chico Xavier - Livro: Ceifa de Luz


quarta-feira, 17 de maio de 2023

A lâmpada

Em casa, a lâmpada acesa,

Singela e despercebida,

Constitui lição patente

Das mais nobres que há na vida.

 

Contra a noite escura e espessa,

Que se espalha e reproduz,

Envolve-se de energia,

Resplandece e traz a luz.

 

Seu trabalho é grande e simples,

Difundindo o sol do bem.

Não discute, não pergunta,

Dá sempre, não olha a quem.

 

Ilumina o gabinete

De pesquisa ou de leitura,

Como aclara a agulha humilde

Da máquina, de costura.

 

Envolve com a mesma luz

A velhice, a enfermidade,

A infância, a alegria, a dor,

E os sonhos da mocidade.

 

Há tumultos, há prazeres?

Amarguras, agonia?

Se não sofre violência,

Eis que a lâmpada irradia.

 

Serena, silenciosa,

Não se aflige, não consulta,

Nada pede, além da força

Que lhe vem da usina oculta.

 

Revela todo detalhe,

Sem contendas, sem perigo.

A sua demonstração

É o foco que traz consigo.

 

Não exige condições

Por servir e iluminar,

E define seu ruído

Cada cousa em seu lugar.

 

Pensemos em nossa glória

Quando formos, irmãos meus,

Como lâmpadas do Cristo

Na usina do amor de Deus.

 

Casimiro Cunha / Chico Xavier

Livro: Cartilha da Natureza