quarta-feira, 25 de julho de 2018
sábado, 14 de julho de 2018
quinta-feira, 12 de julho de 2018
Yvonne do Amaral Pereira
Nascida a 24 de dezembro
de 1900, ela viveu oitenta e três anos, desde cedo dedicando-se a bem do
próximo. Seu pai costumava levar para casa pessoas necessitadas e a menina
Yvonne conviveu com mendigos, que comiam na mesma mesa e dormiam sob o mesmo
teto que ela.
Toda sua vida foi de
renúncias e dedicação aos sofredores. Desde os cinco anos de idade, passou a
ter percepções mediúnicas. Via os Espíritos com tal nitidez que, por vezes,
confundia a si mesma e aos seus familiares.
As lembranças de vida
anterior não contribuíram menos para lhe causar tormentos pois, à tarde, ao ser
banhada, ela exigia o vestido bonito e reclamava pela carruagem que a deveria
levar a passeio.
No relacionamento com
seu pai, mais de uma vez, em sendo chamada a atenção, olhava-o e dizia que ele
não era seu pai, apontando para o nada, afirmando que aquele que era o seu pai.
Referia-se ao Espírito Charles, que via com constância, e que lhe fora
companheiro de muitas jornadas e pai amoroso.
Sentia, ademais, imensas
saudades de Charles, a quem desejava abraçar, sofrendo por sua ausência física.
Aos vinte e nove dias de
nascida, teve um colapso letárgico e tudo foi disposto para seu enterro. Sua
mãe insistia que ela não estava morta e, preparando-se as pessoas para levar o
pequeno caixão à sepultura, se recolheu ao quarto, orou à Maria, mãe de Jesus,
pedindo que ela permitisse que algo ocorresse, a fim de que sua pequena não
fosse sepultada. E prometeu dar-lhe o nome de Maria.
O pai, contudo, tinha
sua própria vontade e a registrou com o nome de Yvonne – Yvonne do Amaral
Pereira. No entanto, a própria Yvonne confidenciou a amigos que, na
Espiritualidade, os Espíritos a chamavam por Maria, respeitando assim, a
vontade e a promessa de uma mãe aflita.
Yvonne era uma mulher
corajosa. A pedido da Federação Espírita Brasileira – FEB escreveu, em 1982, sua própria biografia, detalhando suas
lutas, seus percalços, que foi publicada na Revista Reformador, da FEB.
Não temeu informar que
ela própria era a personagem de muitas das histórias e romances escritos
mediunicamente, por seu intermédio, descrevendo sua trajetória de acertos e
desajustes, desde o ano 40 da Era cristã à atualidade, conforme os registros em
Sublimação (Lygia/ Nina/ Leila); Nas voragens do pecado (Ruth–Carolina); O
cavaleiro de Numiers (Berthe de Soumerville); O drama da Bretanha (Andrea de
Guzmann).
O casamento não fez
parte de sua vida, embora ela tenha insistido com alguns namoros que, conforme
confessou, somente dissabores lhes trouxeram à alma.
Médium psicógrafa, receitista,
de desdobramento, psicofonia, vidência, de efeitos físicos (materializações),
era amiga dos suicidas. Lia os jornais e anotava em caderno especial o nome dos
que descobria terem tirado a própria vida, orando por eles, diariamente,
sabedora das dores que os alcançavam.
Isso lhe granjeou muitas
amizades espirituais. Trabalhou sempre, mesmo quando as condições lhe eram mais
adversas. Quando, no Rio de Janeiro, não foi aceita em vários centros
espíritas, trabalhou sozinha, fornecendo receituário mediúnico e os
medicamentos, realizando aulas de evangelização a crianças, psicografando.
Aplicava injeções em
doentes pobres. Costurava para eles. Estabeleceu aulas de costura e bordados a
moças e meninas de favela próxima de onde residia.
Manteve-se fiel à FEB,
mesmo após ter tido suas duas primeiras produções mediúnicas rejeitadas
(Memórias de um suicida e Amor e Ódio). Reconheceu que fora o Alto que tornara
seu instrumento Manuel Quintão, pois faltava conteúdo doutrinário ao Memórias.
Léon Denis, o Apóstolo do Espiritismo, seria quem lhe daria a feição
doutrinária necessária.
Yvonne teve oportunidade
de saber da reencarnação de seu grande amor, um amor de várias reencarnações,
chegando a se corresponder com ele, em Esperanto e orientá-lo, após a morte
física. Ele nascera na Polônia.
A descrição dos
encontros espirituais desses dois Espíritos é sublime. Possivelmente, para o
coração de Yvonne, os poucos momentos de felicidade de que podia fruir, além
das horas de trabalho psicográfico de literatura, que, confessava, eram de
intensa felicidade, as únicas horas felizes que conheceu em sua vida. Eram
oportunidades de convívio com os Espíritos.
Dedicou cinquenta e
quatro anos e meio às curas através do receituário homeopático, passes e
preces. Curou obsessões, sempre assistida por Espíritos de alta envergadura
como Bezerra de Menezes, Bittencourt Sampaio, Charles, Roberto de Canallejas.
Foi oradora espírita
durante quarenta e quatro anos. Disciplinada, diariamente, matinha um trabalho
de irradiações, que realizava a sós, com seus guias.
Nessas verdadeiras
sessões, ela lia trechos da Doutrina Espírita, oferecendo-os aos desencarnados,
desejando que pudessem se esclarecer e se ilustrar com as leituras.
Atuou orientando médiuns
e Centros Espíritas, reconciliando cônjuges, reequilibrando lares
desarmonizados, consolando corações, evitando suicídios e esclarecendo
Espíritos sofredores.
Estudiosa da Doutrina
Espírita, na Codificação alicerçava todo seu trabalho, seguindo fielmente as
prescrições de O livro dos médiuns, no exercício da própria faculdade.
Deixou um legado de
extraordinárias obras:
Memórias de um suicida
(1954)
Nas telas do infinito
(1955)
Amor e ódio (1956)
A tragédia de Santa
Maria (1957)
Nas voragens do pecado
(1960)
Ressurreição e vida
(1963)
Devassando o invisível
(1964)
Dramas da obsessão
(1964)
Recordações da
mediunidade (1966)
O drama da Bretanha
(1973)
Sublimação (1973)
O cavaleiro de Numiers
(1975)
Cânticos do coração – v.
I e II (1994)
À luz do Consolador
(1997)
Um caso de reencarnação
(2000).
Yvonne retornou ao Mundo
Espiritual no dia 9 de março de 1984, tendo desencarnado no Hospital da Lagoa,
no Rio de Janeiro.
Fonte: www.mundoespirita.com.br
sábado, 30 de junho de 2018
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sábado, 9 de junho de 2018
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