terça-feira, 21 de janeiro de 2020
O Espiritismo Diante da História e da Igreja
(Pelo abade Poussin,
professor do Seminário de Nice)
(...) É verdade que o Espiritismo não
reconhece nos fenômenos psíquicos um caráter sobrenatural; ele os explica pelas
faculdades e pelos atributos da alma; e como a alma está na Natureza, os
considera como efeitos naturais, que se produzem em virtude de leis especiais, até
então desconhecidas, e que o Espiritismo dá a conhecer. Realizando-se esses
fenômenos aos nossos olhos, em condições idênticas, acompanhados das mesmas
circunstâncias e por intermédio de indivíduos que nada têm de excepcional, daí
conclui pela possibilidade dos que se passaram em tempos mais recuados, e isto
pela mesma causa natural.
O Espiritismo não se dirige às pessoas
convictas da existência desses fenômenos, e que são perfeitamente livres para
neles ver milagres, se tal é sua opinião, mas aos que os negam precisamente por
causa do caráter miraculoso que lhes querem dar.
Provando que esses fatos não têm de
sobrenatural senão a aparência, ele os faz aceitar pelos mesmos que os
repeliam. Os espíritas foram recrutados, em imensa maioria, entre os incrédulos
e, contudo, hoje não há um só que negue os fatos realizados pelo Cristo. Ora, o
que vale mais: crer na existência desses fatos, sem o sobrenatural, ou neles
não crer absolutamente? Os que os admitem a um título qualquer não estão mais
perto de vós do que os que os rejeitam completamente? Desde que o fato seja
admitido, não resta senão provar a sua fonte miraculosa, o que deve ser mais
fácil, se a fonte for real, do que quando o próprio fato é contestado. (...)
Como dissemos, o Espiritismo é
recrutado, em grande maioria, entre os incrédulos. Com efeito, perguntai aos
nove décimos dos adeptos, em que acreditavam antes de ser espíritas; eles
responderão que não acreditavam em nada ou, pelo menos, que duvidam de tudo;
para eles a existência da alma era uma hipótese, sem dúvida desejável, mas
incerta; a vida futura uma quimera; Cristo era um mito ou, no máximo, um
filósofo; Deus, se existisse, devia ser injusto, cruel e parcial, daí por que
tanto gostavam de crer que ele não existia.
Hoje creem e sua fé é inabalável,
porque assentada na evidência e na demonstração, e porque satisfaz à razão; o
futuro não é mais uma esperança, mas uma certeza, porque veem a vida espiritual
manifestar-se aos seus olhos; dela não duvidam mais do que duvidam do nascer do
Sol. É verdade que não creem nos demônios e nem nas chamas eternas do inferno,
mas, em compensação, acreditam firmemente num Deus soberanamente justo, bom e
misericordioso; não creem que o mal venha dele, que é a fonte de todo bem, nem
dos demônios, mas das próprias imperfeições do homem; que o homem se reforma e
o mal não existirá mais; vencer-se a si mesmo é vencer o demônio. Tal é a fé
dos espíritas, e a prova de sua força é que se esforçam por se tornarem
melhores, domarem suas inclinações más e porem em prática as máximas do Cristo,
olhando todos os homens como irmãos, sem acepção de raças, de castas, nem de
seitas, perdoando aos seus inimigos, retribuindo o mal com o bem, a exemplo do
divino modelo.
Sobre quem o Espiritismo devia ter mais
fácil acesso?
Não é sobre os que tinham fé e a quem
esta bastava, que nada pediam e de nada precisavam; mas sobre aqueles a quem
faltava a fé. Como o Cristo, foi aos doentes, e não aos que gozam de saúde; aos
que têm fome, e não aos que estão saciados. Ora, os doentes são os que se acham
torturados pelas angústias da dúvida e da incredulidade.
E que fez para os trazer a si? Uma
maciça propaganda? Indo pregar a doutrina nas praças públicas? Violentando
consciências? Absolutamente, porque estes são os meios da fraqueza; e se os
tivesse usado, teria mostrado que duvidava de sua força moral. Ele tem como
regra invariável, conforme a lei de caridade, ensinada pelo Cristo, não
constranger ninguém, respeitar todas as convicções; contentou-se em enunciar os
seus princípios, desenvolver em seus escritos as bases sobre as quais estão
assentadas as suas crenças, e deixou vir a ele os que quisessem. Se vieram
muitos, é que a muitos conveio e muitos nele acharam o que não haviam
encontrado alhures. Se recrutou principalmente entre os incrédulos, e se em
alguns anos enlaçou o mundo, é porque os incrédulos e os que não estão
satisfeitos com o que lhes dão são numerosos, desde que não se é atraído senão
para onde se encontra algo melhor do que o que se tem. Dissemos centenas de
vezes:
Querem combater o Espiritismo? Que deem
melhor que ele. (...)
Allan Kardec –
Excertos extraídos da Revista Espírita de janeiro/1868, rebatendo o livro "O Espiritismo diante da história e da igreja", de autoria do abade Poussin, que tem por objetivo refutar o Espiritismo.
A fuga
“E
orai para que a vossa fuga não aconteça no inverno, nem no sábado.” Jesus
(Mateus, 24:20)
A
permanência nos círculos mais baixos da natureza institui para a alma um
segundo modo de ser, em que a viciação se faz obsidente e imperiosa. Para que
alguém se retire de semelhantes charcos do espírito é imprescindível que fuja.
Raramente,
porém, a vítima conseguirá libertar-se, sem a disciplina de si mesma.
Muita
vez, é preciso violentar o próprio coração. Somente assim demandará novos
planos.
Justo,
pois, recorrer à imagem do Mestre, quando se reportou ao Planeta em geral,
salientando as necessidades do indivíduo.
É
conveniente a todo aprendiz a fuga proveitosa da região lodacenta da vida,
enquanto não chega o “inverno” ou os derradeiros recursos de tempo, recebidos
para o serviço humano.
Cada
homem possui, com a existência, uma série de estações e uma relação de dias,
estruturadas em precioso cálculo de probabilidades.
Razoável
se torna que o trabalhador aproveite a primavera da mocidade, o verão das
forças físicas e o outono da reflexão, para a grande viagem do inferior para o
superior; entretanto, a maioria aguarda o inverno da velhice ou do sofrimento
irremediável na Terra, quando o ensejo de trabalho está findo.
As
possibilidades para determinada experiência jazem esgotadas.
Não
é o fim da vida, mas o termo de preciosa concessão. E, naturalmente, o servidor
descuidado, que deixou para sábado o trabalho que deveria executar na
segunda-feira, será obrigado a recapitular a tarefa, sabe Deus quando!
Livro Vinha de Luz – Emmanuel por Chico Xavier – Lição
113
No campo Espírita
Amigos,
Jesus nos ampare.
Em
verdade, partilhamos no Espiritismo os júbilos de uma festa.
Assemelhamo-nos
a convivas privilegiados num banquete de luz.
Tudo
claro. Tudo sublime.
No
entanto, ninguém se iluda. Não somos trazidos à exaltação da gula. Fomos
chamados a trabalhar.
A
Terra de agora é a Terra de há milênios. E somos, por nossa vez, os mesmos
protagonistas do drama evolutivo.
Remanescentes
da animalidade e da sombra...
Ossuários
na retaguarda, campos de luta no presente...
Meta
luminosa por atingir no futuro distante. Somos almas transitando em roupagens
diversas.
Cada
criatura renasce no Planeta vinculada às teias do pretérito. Problemas da vida
espiritual são filtrados no berço.
E,
por isso, na carne, somos cercados por escuros enigmas do destino.
Obsessões
renascentes. Moléstias congeniais. Dificuldades e inibições. Ignorância e
miséria.
Em
todos os escaninhos da estrada, o serviço a desafiar-nos.
Cristo
em nós, reclamando-nos o esforço. A renovação mental rogando a renovação da
existência.
O
Evangelho insistindo por expressar-se. Mas, quase sempre, esposamos a fantasia.
Cegos,
ante a Revelação Divina, suspiramos por facilidades.
E
exigimos consolações e vantagens, doações e favores. Suplicamos intercessões
indébitas. Requisitamos bênçãos imerecidas. Nossa Doutrina, porém, é um templo
para o coração, uma escola para o cérebro e uma oficina para os braços.
Ninguém
se engane. Não basta predicar. Não vale fugir aos problemas da elevação.
Muitos
possuem demasiada ciência, mas ciência sem bondade.
Outros
guardam a bondade consigo, mas bondade sem instrução.
No
trabalho, porém, que é de todos, todos devemos permutar os valores do concurso
fraterno para que o Espiritismo alcance os seus fins. Precisamos da coragem de
subir para aprender.
Necessitamos
da coragem de descer dignamente para ensinar. Caridade de uns para com os
outros. Compreensão incansável e auxílio mútuo.
Em
nossos lares de fé, lamentamos as aflitivas questões que surgem...
As
rogativas extravagantes, exibindo mazelas morais.
As
frustrações domésticas. Os desequilíbrios da treva. Os insucessos da luta
material. As calamidades do sentimento. As escabrosas petições.
E
proclamamos com azedia que semelhantes assuntos não constituem temas espíritas.
Realmente,
temas espíritas não são.
Mas
são casos para a caridade do Espiritismo e de nós outros que lhe recolhemos a
luz.
Problemas
que nos solicitam a medicina espiritual preventiva contra a epidemia da
obsessão.
Mais
vale atender ao doente, antes da crise mortal, que socorrê-lo, em nome do bem,
quando o ensejo da cura já passou. Em razão disso, o trabalho para nós é
desafio constante.
Trabalho
que não devemos transferir a companheiros da Vida Espiritual, algumas vezes
mais necessitados de luz que nós mesmos.
O
serviço de amparo moral ao próximo é das nossas mais preciosas oportunidades de
comunhão com Jesus, Nosso Mestre e Senhor, porque, comumente, uma boa
conversação extingue o incêndio da angústia. Um simples entendimento pode
ajudar muitas vidas.
No
reino da compreensão e da amizade, uma prece, uma frase, um pensamento,
conseguem fazer muito.
Quem
ora, auxilia além do corpo físico. Ao poder da oração, entra o homem na faixa
de amor dos anjos. Mas, se em nome do Espiritismo relegamos ao mundo espiritual
qualquer petição que aparece, somos servidores inconscientes, barateando o
patrimônio sagrado, transformando-nos em instrumentos da sombra, quando somente
à luz nos cabe reverenciar e servir.
Também
fui médium, embriagado nas surpresas do intercâmbio. Deslumbrado, nem sempre
estive desperto para o justo entendimento.
Por
esse motivo, ainda sofro o assédio dos problemas que deixei insolúveis nas mãos
dos companheiros que me buscavam, solícitos. Ajudemos a consciência que nos
procura, na procura do Cristo. Só Jesus é bastante amoroso e bastante sábio
para solucionar os nossos enigmas.
Formemos,
assim, pequenas equipes de boa-vontade em nossos templos de serviço,
amparando-nos uns aos outros e esclarecendo-nos mutuamente.
Assim
como nos preocupamos no auxílio às crianças e aos velhos, aos famintos e aos
nus, não nos esqueçamos do irmão desorientado que a guerra da treva expia.
Doemos,
em nome do Espiritismo, a esmola de coração e do cérebro, no socorro à mente
enfermiça, porque se é grande a caridade que satisfaz aos requisitos do corpo,
em trânsito ligeiro, divina é a caridade que socorre o Espírito, infatigável
romeiro da Vida Eterna.
Pascoal
Comanducci / Chico Xavier – Livro: Instruções Pisicofônicas
sexta-feira, 17 de janeiro de 2020
Campanha: Conduta Espírita
UEM e COFEMG lançam a
campanha "Conduta Espírita - Atitudes Cristãs", que é dedicada às
Casas Espíritas e tem por objetivo divulgar e incentivar ações de conduta e
boas práticas através das obras doutrinárias e do Evangelho de Jesus.
O dedo de Deus
Nós vos demos a entrever a aurora da
regeneração humana. Nisto, como em toda a marcha da Humanidade através das
idades, deveis ver o dedo de Deus.
Já vo-lo dissemos muitas vezes: Tudo
que acontece aqui na Terra, como tudo quanto se passa no Universo inteiro, está
submetido a uma lei geral: a do progresso.
Inclinai-vos ante ela todos vós que,
orgulhosos e soberbos, pretendeis colocar-vos acima dos desígnios do
Todo-Poderoso! Buscai por toda parte a causa de vossas desgraças, como de
vossos prazeres, e aí reconhecereis sempre o dedo de Deus.
Mas, direis, então o dedo de Deus é o
fatalismo! Ah! guardai-vos de confundir essa palavra ímpia com as leis que a Providência
vos impôs, essa mesma Providência que vos deve ter deixado o livre-arbítrio,
para, ao mesmo tempo, vos deixar o mérito de vossos atos, mas que lhes tempera
o rigor por essa voz, tantas vezes desconhecida, que vos adverte do perigo a
que vos expondes.
O fatalismo é a negação do dever,
porquanto, sendo nossa sorte fixada previamente, não nos cabe mudá-la.
Em que se tornaria o mundo com essa
horrível teoria, que abandonaria o homem às pérfidas sugestões das piores paixões?
Onde estaria o objetivo da criação? Onde a razão de ser da ordem admirável que
impera no Universo?
Ao contrário, o dedo de Deus é a
punição sempre suspensa sobre a cabeça do culpado; é o remorso que corrói o coração,
censurando-lhe os crimes a cada instante do dia; é o horrendo pesadelo que o
tortura durante longas noites insones; é esse rastro sangrento que o segue em
todos os lugares, como para reproduzir aos seus olhos, incessantemente, a
imagem de sua malvadez; é a febre que atormenta o egoísta; são as perpétuas angústias
do mau rico, que vê em todos que dele se aproximam espoliadores dispostos a lhe
roubar um bem mal adquirido; é a dor que experimenta em sua última hora por não
poder levar seus inúteis tesouros!
O dedo de Deus é a paz do coração
reservada ao justo; é o suave perfume que vos repleta a alma após uma boa ação;
é esse doce prazer que se experimenta sempre ao fazer o bem; é a bênção do
pobre que se assiste; é o doce olhar de uma criança cujas lágrimas enxugamos; é
a prece fervorosa de uma pobre mãe, a quem se proporcionou o trabalho que a
deve arrancar da miséria; é, numa palavra, o contentamento consigo mesmo.
O dedo de Deus, enfim, é a justiça
grave e austera, temperada pela misericórdia! O dedo de Deus é a esperança, que
não abandona o homem em seus mais cruéis sofrimentos, que o consola sempre e
deixa entrever ao mais criminoso, a quem o arrependimento tocou, um recanto da
morada celeste, do qual se julgava rejeitado para sempre!
Um Espírito familiar – Revista Espírita – setembro/1863
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Ciência e temperança
“E à ciência, a temperança; à
temperança, a paciência; à paciência, a piedade.” (II Pedro,1:6)
Quem sabe precisa ser sóbrio.
Não vale saber para destruir.
Muita gente, aos primeiros contatos com a fonte do conhecimento, assume atitudes
contraditórias. Impondo ideias, golpeando aqui e acolá, semelhantes expositores
do saber nada mais realizam que a perturbação.
É por isso que a ciência, em suas expressões diversas, dá mão forte a conflitos
ruinosos ou inúteis em política, filosofia e religião.
Quase todos os desequilíbrios do mundo se originam da intemperança naqueles
que aprenderam alguma coisa.
Não esqueçamos. Toda ciência, desde o recanto mais humilde ao mais elevado
da Terra, exige ponderação. O homem do serviço de higiene precisa temperança,
a fim de que a sua vassoura não constitua objeto de tropeço, tanto quanto o
homem de governo necessita sobriedade no lançamento das leis, para não conturbar
o espírito da multidão. E não olvidemos que a temperança, para surtir o êxito
desejado, não pode eximir-se à paciência, como a paciência, para bem demonstrar-se,
não pode fugir à piedade, que é sempre compreensão e concurso fraternal.
Se algo sabes na vida, não te precipites a ensinar como quem tiraniza, menosprezando
conquistas alheias. Examina as situações características de cada um e
procura, primeiramente, entender o irmão de luta.
Saber não é tudo. É necessário fazer. E para bem fazer, homem algum dispensará
a calma e a serenidade, imprescindíveis ao êxito, nem desdenhará a cooperação,
que é a companheira dileta do amor.
Livro
Vinha de Luz – Emmanuel por Chico Xavier – Lição 112
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quinta-feira, 16 de janeiro de 2020
O desafio do momento
Louvadas sejam as mãos
que operam as ações do Bem, dirigidas por mentes devotadas à fidelidade aos
norteamentos do Consolador.
Não é fácil
encontrar-se na Terra muitas almas dispostas a renúncias e sacrifícios em
favor dos tempos novos que, paradoxalmente, todos aguardam.
A impressão que se tem
é que mentes muito poderosas, mas negativas, que conhecem bastante a esfera
das fragilidades humanas, atuam no sentido de minar o bom ânimo ou de insuflar
desesperança em muitos corações, afastando-os dos caminhos seguros do Senhor.
Nada obstante, as
falanges do Bem, capitaneadas por Prepostos de Jesus Cristo, diligentes e
discretas, seguem firmes no empenho de desfazer espessas sombras que
desorganizam e perturbam, além de iluminar consciências, incentivando-as à
esperada fidelidade aos ensinamentos do Espiritismo.
É com essa reflexão que
convidamos todos os irmãos de boa vontade para participarem da Caravana do
Amor, que não se pode desmontar nem atarantar diante das investidas negativas
do tempo presente.
O labor do Cristo nunca
encontrou, na Terra, terreno fácil ou aceitação tranquila, mesmo entre
indivíduos que se afirmam como seguidores do Bem. Para muitos deles seria
mais interessante que a Mensagem Espírita não os retirasse das zonas de
conforto nas quais se alocam, sem nenhum anseio de desacomodar-se, de ir à
luta ou de efetuar as indispensáveis mudanças pelos caminhos da existência.
Como o Mestre afirmou
que não se pode atender aos interesses de dois senhores, pelo risco de não se
conseguir agradar a ambos igualmente, sentimos que já é tempo de optarmos
pela polaridade mais importante para nós, ou seja, de fazermos as nossas
escolhas definitivas para a vida.
É preciso que definamos
a própria escala de valores, uma vez que ao assumirmos compromisso com a
Verdade que liberta e com o Bem que alimenta, correremos menor risco de
resvalar ou de nos conturbar à frente dos serviços a cumprir Seara afora.
A nossa união em torno
do ideal Espírita não pode ser procrastinada, sob pena de perdermos o passo
do progresso anelado nas idas do nosso Movimento Espírita, que se propõe
difundir a exuberante mensagem do Mundo Maior.
Não temos mais tempo
para qualquer modalidade de fuga, de defecção ou de negligência perante os
compromissos com o futuro, que já começou.
Vários grupos de
companheiros domiciliados nos Campos do Além, com os quais cooperamos
pessoalmente, têm se somado às Falanges do Cristo, no sentido de reativar
mentes incontáveis e de sensibilizar um sem número de corações, para que não
mais percamos a oportunidade de servir fielmente a Jesus.
Unamo-nos, pois,
irmãos, fortalecendo-nos, reciprocamente, para que, devidamente reforçados e
responsáveis, alcancemos a excelência da reencarnação e realizemos o nosso
melhor esforço pela construção do sonhado mundo novo, a começar de nós mesmos
e dos nossos dependentes intelectuais ou afetivos.
Para tanto, não
deveremos nos afastar do estudo aprofundado do Espiritismo, por meio de
sérias meditações, de discussões e análises graves sobre seus conteúdos tão
felizes.
Não mais podemos ver o
mundo a incendiar-se sem que nos apresentemos como operadores da paz e da
alegria, da lucidez e do trabalho, sem qualquer omissão indevida.
No ensejo, bons amigos,
contamos com a companhia dos caros Jaime Rolemberg e Leopoldo Machado, embora
outros valorosos servidores desencarnados participem desses luminosos
interesses.
O nosso grandioso
Espiritismo, enfim, deve ser a nossa filosofia de vida ou não resistiremos ao
peso do anticristo, que se materializa de diversas formas, pelas estradas da
nossa evolução para o Criador. O tempo melhor, pois, é o agora!
Embora saibamos não ser
fácil corporificar no mundo o projeto de Jesus Cristo, não poderemos esquecer
que o nosso tempo é, de fato, o agora, e o nosso melhor dia é o de hoje.
Desejo abraçar a todos
os irmãos que sustentam com seriedade o nosso Movimento, em todos os lugares,
e despedir-me com fraternal carinho, sua irmã,
Nancy Leite de Araújo
Psicografia de José Raul Teixeira, em 5 de novembro de
2010, durante a Reunião Ordinária do Conselho Federativo Nacional da
Federação Espírita Brasileira, em Brasília, Distrito Federal. Fonte:
www.raulteixeira.com.br
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sexta-feira, 10 de janeiro de 2020
Tua cooperação
O teu próximo necessita
de tudo quanto a ti é valioso na vida.
Concede-lhe o tesouro
da tua cooperação, irradiando, na sua direção, pensamentos de bondade e de simpatia.
Ninguém vive sem o
milagre da cooperação.
Mesmo que o não
percebas, tudo e todos cooperam para que vivas e cresças no rumo da meta para
a qual renasceste.
O teu próximo,
igualmente, não prescinde dos teus pensamentos positivos nem da tua cordialidade.
É certo que há pessoas
portadoras de expressões que as tornam antipáticas à tua convivência. Não
obstante, é necessário envolvê-las nas tuas vibrações de ternura.
Da mesma forma, não te
enganes. Exteriorizas, sem que o percebas, manifestações psíquicas que te
fazem animoso e antipático a outras pessoas.
Gostarias que o teu
próximo dissimulasse as dificuldades e limitações que possuis, oferecendo-te receptividade
agradável e cordial.
Age da mesma forma, em
relação aos que te parecem desagradáveis.
Coopera com Deus, na
edificação do bem irrepreensível, não te escusando à lavoura da gentileza,
nem ao contributo da tua amizade.
Ninguém sobrevive sem o
auxílio da afeição de outrem, quanto vida alguma se desenvolve sem o ar de
que se nutre, salvadas, apenas, as bactérias anaeróbias de existência breve.
Um tijolo cooperando
com outro levanta a construção.
Um grão se une a outro,
no silêncio do solo, e eis nascente a seara luxuriante.
Uma molécula se agrega
a outra e a galáxia se espraia pelo infinito.
Doa a tua cooperação,
por menor te pareça.
Ao fazê-lo, evita o
impositivo da tua paixão, a exigência da tua forma de ser, pois que isto
representa uma cobrança do que supões ofertar.
Quando alguém oferece
algo a outrem, a si próprio se enriquece.
O pólen, arrastado pelo
vento, é responsável pela fecundação, sem qualquer imposição de sua parte.
A chuva tomba, generosa
e espontânea, sustentando a vida e reverdecendo o solo.
Não te imponhas nunca.
Jesus, cooperando com o
homem, não obstante a voz imperativa que lhe caracteriza toda a mensagem, foi
claro ao dizer: Aquele que quiser vir após mim, tome a sua cruz e siga-me”,
mediante a condicional da vontade de cada um.
No entanto, é o sublime
Construtor da Terra e tudo que nela existe.
Coopera, portanto, com
a vida, esparzindo bênçãos onde estejas, com quem te encontres, conforme
surja a oportunidade.
Retribui com amor ao
amor que a vida te oferta...
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Joanna de Ângelis/Divaldo Franco – Livro: Alerta
Sublime recomendação
“Jesus, porém, não lho permitiu, mas
disse-lhe: Vai para tua casa, para os teus e anuncia-lhes quão grandes coisas
o Senhor te fez, e como teve misericórdia de ti.” (Marcos, 5:19)
|
Eminentemente expressiva a palavra de Jesus ao endemoninhado que recuperara
o equilíbrio, ao toque de seu divino amor.
Aquele doente que, após a cura, se sentia atormentado de incompreensão, rogava
ao Senhor lhe permitisse demorar ao seu lado, para gozar-lhe a sublime companhia.
Jesus, porém, não lho permite e recomenda-lhe procure os seus, para anunciar-lhes
os benefícios recebidos.
Quantos discípulos copiam a atitude desse doente que se fazia acompanhar
por uma legião de gênios perversos!
Olhos abertos à verdade, coração tocado de nova luz, à primeira
dificuldade do caminho pretendem fugir ao mundo, famintos de repouso ao lado
do Nazareno, esquecendo-se de que o Mestre trabalha sem cessar.
O problema do aprendiz do Cristo não é o de conquistar feriados
celestes, mas de atender aos serviços ativos, a que foi convocado, em
qualquer lugar, situação, idade e tempo.
Se recebeste a luz do Senhor, meu amigo, vai servir ao Mestre junto dos teus,
dos que se prendem à tua caminhada. Se não possuis a família direta, possuis
a indireta. Se não contas parentela, tens vizinhos e companheiros. Anuncia os
benefícios do Salvador, exibindo a própria cura. Quem demonstra a renovação
de si mesmo, em Cristo, habilita-se a cooperar na renovação espiritual dos
outros. Quanto ao bem-estar próprio, serás chamado a ele, no momento
oportuno.
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Livro
Vinha de Luz – Emmanuel por Chico Xavier – Lição 111
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