Ao ensejo da campanha
“Setembro Amarelo” com foco na valorização da vida e prevenção do suicídio
tornam-se oportunos alguns comentários sob a ótica espírita.
A questão da
imortalidade é tratada de forma aprofundada pelo Espiritismo e esta é sua
tarefa fundamental, inclusive evocando o Mestre: “[…] eu vim para que tenham
vida e a tenham em abundância” (João, 10.10).
No livro inaugural do
Espiritismo – O livro dos espíritos – há uma clara definição: “Qual o
primeiro de todos os direitos naturais do homem? – O de viver. Por isso é que
ninguém tem o direito de atentar contra a vida de seu semelhante, nem de
fazer o que quer que possa comprometer-lhe a existência corporal” (questão
880).
Em outras considerações
interessantes com base no Cristianismo e no Espiritismo, destacamos o
apóstolo Paulo: “Glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso
espírito, os quais pertencem a Deus.” (I Cor., 6.20), e, o espírito André Luiz
define com clareza em dois comentários: “O corpo é o primeiro empréstimo
recebido pelo Espírito trazido à carne” (de Conduta Espírita); “[…] temos
necessidade da luta que corrige, renova, restaura e aperfeiçoa. A
reencarnação é o meio, a educação divina é o fim” (de Missionários da Luz).
Nas citações de o Novo
Testamento, de obras de Allan Kardec e do espírito André Luiz, nota-se a
coerência entre os ensinos do Cristo e do Espiritismo a respeito do valor do
corpo. A certeza de que somos espíritos reencarnados e em processo de
aprimoramento é de fundamental importância para a melhor compreensão dos
valores e da oportunidade da vida corpórea e também para se compreender o
porquê de se realizar a profilaxia de todos os processos que podem
interromper a vida.
À vista desses
conceitos, altera-se o conceito de morte, pois o que morre é o corpo; o
espírito é imortal. Após a morte do corpo o espírito mantém sua
individualidade e identidade, como mostram milhares de cartas psicografadas
por Chico Xavier onde os chamados “mortos” se dirigem a seus familiares.
Em mensagens
espirituais históricas incluídas por Allan Kardec no livro O céu e o inferno
e outras psicografadas por Chico Xavier, nota-se a surpresa de espíritos que
partiram para o mundo espiritual na condição de suicidas, pois apesar de
terem encerrado a existência material prosseguiam vivos, pensando, reagindo e
sentindo a situação de terem interrompido a vida do organismo.
Sempre há caminhos e
soluções para os momentos de dificuldades e de impasses existenciais e devem
ser procurados e valorizados os apoios de profissionais especializados e de
natureza espiritual ou religiosos. O espírito Emmanuel, orientador de Chico
Xavier, conclama: “Guarda, pois, a existência como dom inefável, porque teu
corpo é sempre instrumento divino, para que nele aprendas a crescer para a
luz e a viver para o amor, ante a glória de Deus”.
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Antônio César Perri de Carvalho - Ex-presidente
da USE-SP e da FEB – Fonte: www.grupochicoxavier.com.br