sábado, 7 de setembro de 2019

Cães e coisas santas

“Não deis aos cães as coisas santas”. Jesus (Mateus, 7:6)

Certo, o cristão sincero nunca se lembrará de transformar um cão em partícipe do serviço evangélico, mas, de nenhum modo, se reportava Jesus à feição literal da sentença.
O Mestre, em lançando o apelo, buscava preservar amigos e companheiros do futuro contra os perigos da imprevidência.
O Evangelho não é somente um escrínio celestial de sublimes palavras. É também o tesouro de dádivas da Vida Eterna.
Se é reprovável o desperdício de recursos materiais, que não dizer da irresponsabilidade na aplicação das riquezas sagradas?
O aprendiz inquieto na comunicação de dons da fé às criaturas de projeção social, pode ser generoso, mas não deixa de ser imprudente.
Porque um homem esteja bem trajado ou possua larga expressão de dinheiro, porque se mostre revestido de autoridade temporária ou se destaque nas posições representativas da luta terrestre, isto não demonstra a habilitação dele para o banquete do Cristo.
Recomendou o Senhor seja o Evangelho pregado a todas as criaturas; entretanto, com semelhante advertência não espera que os seguidores se convertam em demagogos contumazes e, sim, em mananciais ativos do bem a todos os seres, através de ações e ensinamentos, cada qual na posição que lhe é devida.
Ninguém se confie à aflição para impor os princípios evangélicos, nesse ou naquele setor da experiência que lhe diga respeito.
Muitas vezes, o que parece amor não passa de simples capricho, e em consequência dessa leviandade é que encontramos verdadeiras maltas de cães avançando em coisas santas.

Livro Vinha de Luz – Emmanuel por Chico Xavier – Lição 93

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