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sábado, 26 de abril de 2025

Ouvirás decerto

 

“Salva-te a ti mesmo e desce da cruz.” — (Marcos, 15:30)

 

Se te encontras realmente empenhado na execução do bem, ouvirás, decerto, as provocações do mal em todos os instantes de testemunho.

— “Se, em verdade, vives à procura do Cristo, por que choras sob o fardo das provações?”

— “De que te serve a fé para o caminho de tanta dor?”

— “Se és médium com tarefa na caridade, onde estão os Espíritos protetores que te não aliviam as amarguras?”

— “Se guardas confiança em Jesus, mostra-te livre dos obstáculos…”

— “Se louvas o Espiritismo como Doutrina de luz, por que te demoras na sombra das aflições?”

Registarás interrogações como essas a cada passo.

É necessário te reveles à altura do conhecimento superior com que a Bondade Divina te favorece, demonstrando que os princípios sublimes de tua fé não se movimentam na direção do conforto imediatista da carne, mas sim no rumo do burilamento espiritual, pelos tempos afora.

Ensinarás com o teu exemplo que o Evangelho não é oficina de vantagens na experiência material, mas sim templo de trabalho redentor para que venhamos a consertar nós mesmos, diante da Vida Eterna.

Farás da mediunidade instrumento para a lavoura do bem, ainda mesmo te custe imensuráveis sacrifícios, ajudando aos outros sem cogitar de auxílio a ti mesmo, como quem sabe que a Lei do Amor é o sustentáculo do Universo, providenciando socorro natural a quem se consagra ao socorro dos semelhantes.

Converterás o Espiritismo, na tua senda, em força educativa da alma, sem exigir que o mundo se te afeiçoe às conveniências.

Buscarás a luz onde a luz se encontre.

Desculparás toda ofensa.

Elegerás na fraternidade a tua bandeira.

Conjugarás o verbo servir onde estiveres.

Começarás o trabalho de redenção em ti mesmo.

Orarás por quem te fira ou calunie.

Amarás os próprios adversários.

Ajudarás sem exigência.

Contudo, para o exercício de semelhante apostolado, não passarás sobre a Terra sem o assédio da incompreensão e do escárnio, porque o próprio Cristo foi por eles visado, através daqueles que, em lhe rodeando o madeiro de sacrifício, lhe gritavam, zombeteiros e irônicos:

— “Salva-te a ti mesmo e desce da cruz.”

Emmanuel / Chico Xavier

Livro: Palavras de Vida Eterna – Lição 25



sábado, 19 de abril de 2025

Liberdade em Cristo

 

“Estais pois firmes na liberdade com que o Cristo nos libertou e não vos submetais de novo ao jugo da escravidão.” — Paulo (Gálatas, 5:1)

 

Meditemos na liberdade com que o Cristo nos libertou das algemas da ignorância e da crueldade.

Não lhe enxergamos qualquer traço de rebeldia em momento algum.

Através de todas as circunstâncias, sem perder o dinamismo da própria fé, submete-se, valoroso, ao arbítrio de nosso Pai.

Começa a Missão Divina, descendo da Glória Celestial para o estreito recinto da manjedoura desconhecida.

Não exibe uma infância destacada no burgo em que se acolhe a sua equipe familiar; respira o ambiente da vida simples, não obstante a Luz Sublime com que supera o nível intelectual dos doutores de sua época.

Inicia o apostolado da Boa Nova, sem constranger as grandes inteligências a lhe aceitarem a doutrina santificante, contentando-se com a adesão dos pescadores de existência singela.

Fascinando as multidões com a sua lógica irresistível, não lhes açula qualquer impulso de reivindicação social, ensinando-as a despertar no próprio coração os valores do espírito.

Impondo-se pela grandeza única que lhe assinala a presença, acenam-lhe com uma coroa de rei, que Ele não aceita.

Observando o povo jugulado por dominadores estrangeiros, não lhe aconselha qualquer indisciplina, recomendando-lhe, ao invés disso, “dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.”

Sabe que Judas, o companheiro desditoso, surge repentinamente possuído por desvairada ambição política, firmando conchavos com perseguidores da sua Causa Sublime, contudo, não lhe promove a expulsão do círculo mais íntimo.

Não ignora que Simão Pedro traz no âmago da alma a fraqueza com que o negará diante do mundo, mas não se exaspera, por isso, e ajuda-o cada vez mais.

Ele, que limpara leprosos e sarara loucos, que restituíra a visão aos cegos e o movimento aos paralíticos, não se exime à prisão e ao escárnio público, à flagelação e à cruz da morte.

Reflitamos, pois, que a liberdade, segundo o Cristo, não é o abuso da faculdade de raciocinar, empreender e fazer, mas sim a felicidade de obedecer a Deus, construindo o bem de todos, ainda mesmo sobre o nosso próprio sacrifício, porque somente nessa base estamos enfim livres para atender aos desígnios do Eterno Pai, sem necessidade de sofrer o escuro domínio das arrasadoras paixões que nos encadeiam o espírito por tempo indeterminado às trevas expiatórias.

 

Emmanuel / Chico Xavier

Livro: Palavras de Vida Eterna – Lição 24

 


sábado, 12 de abril de 2025

Adoração e fraternidade

 

“Ora, temos da parte dele este mandamento, que aquele que ama a Deus, ame também a seu irmão.” — João (I João, 4:21)

 

Construirás santuários primorosos no culto ao Senhor da Vida…

Pronunciarás orações sublimes, exaltando-Lhe a glória excelsa…

Tecerás com cintilações divinas a palavra comovente e bela com que Lhe definirás a grandeza…

Combinarás com mestria os textos da Escritura Divina para provar-Lhe a existência…

Exibirás dons mediúnicos dos mais excelentes de modo a falares d’Ele, com eficiência e segurança, às criaturas irmãs…

Escreverás livros admiráveis, comentando-Lhe a sabedoria…

Comporás poemas preciosos, tentando ornamentar-Lhe a magnificência…

Clamarás por Ele, em súplicas ardentes, revelando confiança e fidelidade…

Adorá-Lo-ás com a tua prece, com a tua arte, com o teu carinho e com a tua inteligência…

Contudo, se não amas a teu irmão, por amor a Ele, Pai Amoroso e Justo, de que te vale o culto filial, estéril e egoísta?

Um simples pai de família, no campo da Humanidade imperfeita, alegra-se e dilata-se nos filhos que, em lhe compreendendo a dedicação, se empenham no engrandecimento da própria casa, através do amparo constante aos irmãos menos felizes.

Incontestavelmente, a lealdade de tua fé representa o perfume de alegria nas tuas relações com o Eterno Senhor, mas não olvides que o teu incessante serviço, na plantação e extensão do bem, é a única maneira pela qual podes realmente servi-Lo.

Seja qual for a igreja em que externas a tua reverência à Majestade Divina, guarda, pois, a oração por lâmpada acesa em tua luta de cada dia, mas não te esqueças de que somente amparando os nossos irmãos inexperientes e frágeis, caídos e desditosos, é que, de fato, honraremos a Bênção de Nosso Pai.

 

 

Emmanuel / Chico Xavier

Livro: Palavras de Vida Eterna – Lição 23


sábado, 5 de abril de 2025

Na palavra e na ação

 

“E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai.” — Paulo (Colossenses, 3:17)

 

Dizes-te cristão, declaras-te seguidor de Jesus, afirmas-te cultor do Evangelho…

Isso quer dizer que o nome do Senhor se encontra empenhado em tuas mãos.

Se buscamos o Cristo, decerto é necessário refleti-lo.

É imprescindível, assim, saibamos agir como se lhe fôssemos representantes fiéis, no caminho em que estagiamos.

Lembra-te de semelhante obrigação e, cumprindo-a, libertar-te-ás com facilidade das sombras que te atormentam a marcha.

Assevera-nos o Apóstolo: — “e tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai.”

Efetivamente, a palavra e os atos representam a força de exteriorização dos nossos sentimentos e pensamentos.

O coração inspira o cérebro. O cérebro dirige a existência.

A emoção cria a ideia. A ideia plasma as ações.

É preciso, pois, sentir com Jesus para que aprendamos a raciocinar e a servir com ele.

Alguém nos sugere a extensão da maledicência, nas teias do julgamento precipitado? Há quem nos chame à contemplação das chagas e cicatrizes alheias? Surgem desavenças e mágoas em nosso campo de ação?

Usemos a palavra nos moldes do Benfeitor Sublime, ajudando para o bem de todos, entre a bondade e o perdão.

Somos tentados ao revide por ofensas inesperadas? Sofremos preterição e calúnia, apodo e perseguição? Padecemos íntimo desencanto ou desgostos e angústias no templo familiar?

Usemos a conduta do Sublime Benfeitor, ajudando para o bem de todos, entre o perdão e a bondade.

Seja onde for e com quem for, busca o lado luminoso das criaturas, mobilizando o amor puro, a fim de que estejas em verdade na companhia do Excelso Cultivador, purificando a eira do mundo.

Não basta declarar a nossa condição de aprendizes do Mestre dos mestres. É indispensável estejamos realmente com ele, para com ele colaborar na construção da Vida Melhor.

 

 

Emmanuel / Chico Xavier

Livro: Palavras de Vida Eterna – Lição 22

 


sábado, 29 de março de 2025

Compreendendo

 

“Temos, porém, este tesouro em vasos de barro para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós.” — Paulo (II Coríntios, 4:7)

 

Sigamos compreendendo.

Lembra-te de que os talentos da fé e o conhecimento superior, o dom de consolar e a capacidade de servir, não obstante laboriosamente conquistados por teu esforço, constituem bênçãos do Criador em teu coração de criatura.

Não te furtes, desse modo, à lavoura do bem, a pretexto de te sentires ainda sob a influência do mal.

Até alcançarmos triunfo pleno sobre os nossos desejos malsãos, sofreremos na vida, seja no corpo de carne ou além dele, os flagelos da tentação.

Tentação da luxúria…

Tentação da vingança…

Tentação da cobiça…

Tentação da crueldade…

Tentações de todos os matizes que emergem do poço de nossos impulsos instintivos ainda não dominados…

Se a tentação, contudo, nasce de nós, a flama da educação e do aprimoramento vem de Deus, conduzindo-nos para a Esfera Superior.

Não te espantes, assim, à frente do conflito da luz e da treva em ti mesmo…

Segue a luz e acertarás o caminho.

Riqueza mediúnica, fulgurações da inteligência, recursos geniais e consagração à virtude são tesouros do Senhor que, na feliz definição do Apóstolo Paulo, transportamos no vaso de barro de nossa profunda inferioridade, a fim de que saibamos reconhecer que todo amor, toda sabedoria, toda santificação, toda excelência e toda beleza da vida não nos pertencem de modo algum, mas sim à glória de Nosso Pai, a quem nos cabe obedecer e servir, hoje e sempre.

 

 

Emmanuel / Chico Xavier

Livro: Palavras de Vida Eterna – Lição 21

 


sábado, 22 de março de 2025

Vigiando

 

“… Se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento.” — Paulo (Filipenses, 4:8)

 

Trabalhemos vigiando.

Aquilo que nos ocupa o pensamento é a substância de que se nos constituirá a própria vida.

Retiremos, dessa forma, o coração de tudo o que não seja material de edificação do Reino Divino, em nós próprios.

Em verdade, muita sugestão criminosa buscará enevoar-nos a mente, muito lodo da estrada procurar-nos-á as mãos na jornada de cada dia e muito detrito do mundo tentará imobilizar-nos os pés.

É a nuvem da incompreensão conturbando-nos o ambiente doméstico…

É a injúria nascida na palavra inconsciente dos desafetos gratuitos…

É a acusação indébita de permeio com a calúnia destruidora…

É a maledicência convidando-nos à mentira e à leviandade…

É o amigo de ontem que se rende às requisições da treva, passando à condição de censor das nossas qualidades ainda em processo de melhoria…

Entretanto, à frente de todos os percalços, não te prendas às teias da perturbação e da sombra.

Em todas as situações e em todos os assuntos, guardemos a alma nos ângulos em que algo surja digno de louvor, fixando o bem e procurando realizá-lo com todas as energias ao nosso alcance.

Aos mais infelizes, mais amparo.

Aos mais doentes, mais socorro.

E, ocupando o nosso pensamento com os valores autênticos da vida, aprenderemos a sorrir para as dificuldades, quaisquer que sejam, construindo gradativamente, em nós mesmos, o templo vivo da luz para a comunhão constante com o nosso Mestre e Senhor.

 

Emmanuel / Chico Xavier

Livro: Palavras de Vida Eterna – Lição 20




sábado, 15 de março de 2025

Ação de graças

 

“Tomou o cálice e, tendo dado graças, o deu aos discípulos, dizendo: “Bebei dele todos.” — (Mateus, 26:27)

 

No mundo, as festividades gratulatórias registram invariavelmente os triunfos passageiros da experiência física.

Lautos banquetes comemoram reuniões da família consanguínea, músicas alegres assinalam o término de contendas na justiça dos homens, nas quais, muitas vezes, há vítimas ignoradas, soluçando na sombra.

Com Jesus, no entanto, vemos um ato de ação de graças que parece estranho à primeira vista.

O Mestre Divino ergue hosanas ao Pai, justamente na hora em que vai partir ao encontro do sacrifício supremo:

Conhecerá desoladora solidão no Jardim das Oliveiras…

Padecerá injuriosa prisão…

Meditará na incompreensão de Judas…

Ver-se-á negado por Simão Pedro…

Experimentará o escárnio público…

Será preterido por Barrabás, o delinquente infeliz…

Sorverá fel, sob a coroa de espinhos…

Recolherá o abandono e o insulto.

Sofrerá injustificável condenação…

E receberá a morte na cruz entre dois malfeitores…

Entretanto, agradece…

É que na lógica do Senhor, acima de tudo; brilham os valores eternos do espírito.

O Cristo louva o Todo-Misericordioso pela oportunidade de completar com segurança o seu divino apostolado na Terra, rendendo graças pela confiança com que o Pai o transforma em exemplo vivo para a redenção das criaturas humanas, embora essa redenção lhe custe martírio e flagelação, suor e lágrimas.

Não te percas, desse modo, em lances festivos sobre pretensas conquistas na carne que a morte confundirá hoje ou amanhã, mas, no turbilhão da luta que santifica e aperfeiçoa, saibamos agradecer os recursos com que Deus nos aprimora para a beleza da Luz e para a glória da Vida.

 

 

Emmanuel / Chico Xavier

Livro: Palavras de Vida Eterna – Lição 19


sábado, 8 de março de 2025

Atitudes essenciais

 

“Qualquer que não tomar a sua cruz e vier após mim, não pode ser meu discípulo.” — Jesus (Lucas, 14:27)

 

 

Neste passo do Novo Testamento, encontramos a verdadeira fórmula para o ingresso ao Sublime Discipulado.

“Qualquer que não tomar a sua cruz e vier após mim, não pode ser meu discípulo” — afirma-nos o Mestre.

Duas atitudes fundamentais recomenda-nos o Eterno Benfeitor se nos propomos desfrutar-lhe a intimidade — tomar a cruz redentora de nossos deveres e seguir-lhe os passos.

Muitos acreditam receber nos ombros o madeiro das próprias obrigações, mas fogem ao caminho do Cristo; e muitos pretendem perlustrar o caminho do Cristo, mas recusam o madeiro das obrigações que lhes cabem.

Os primeiros dizem aceitar o sofrimento, todavia, andam agressivos e desditosos, espalhando desânimo e azedume por onde passam.

Os segundos creem respirar na senda do Cristo, mas abominam a responsabilidade e o serviço aos semelhantes, detendo-se no escárnio e na leviandade, embora saibam interpretar as lições do Evangelho, apregoando-as com arrazoado enternecedor.

Uns se agarram à lamentação e ao aviltamento das horas.

Outros se cristalizam na ironia e na ociosidade, menosprezando os dons da vida.

Não nos esqueçamos, assim, de que é preciso abraçar a cruz das provas indispensáveis à nossa redenção e burilamento, com amor e alegria, marchando no espaço e no tempo, com o verdadeiro espírito cristão de trabalho infatigável no bem, se aspiramos a alcançar a comunhão com o Divino Mestre.

Não vale apenas sofrer. É preciso aproveitar o sofrimento.

Nem basta somente crer e mostrar o roteiro da fé. É imprescindível viver cada dia, segundo a fé salvadora que nos orienta o caminho. 

 

 

Emmanuel / Chico Xavier

Livro: Palavras de Vida Eterna – Lição 18

 


sábado, 1 de março de 2025

Na exaltação do Reino Divino

 

“Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto e assim tornar-vos-eis meus discípulos.” — Jesus (João, 15:8)

 

Glorificarás o Senhor Supremo e serás discípulo do Grande Mestre…

Contudo, não apenas porque te mostres entendido nas Divinas Escrituras…

Não somente porque saibas apregoar os méritos da Sublime Revelação, comovendo a quem te ouve…

Não apenas por guardares de cor as tradições dos antepassados…

Não somente por te sustentares assíduo no culto externo…

Não apenas pelo reconforto recebido de mensageiros da Vida Superior…

Não somente por escreveres páginas brilhantes…

Não apenas porque possuas dons espirituais…

Não somente porque demonstres alevantadas aspirações…

A palavra do Evangelho é insofismável.

Glorifiquemos a Deus e converter-nos-emos em discípulos do Cristo, produzindo frutos de paz e aperfeiçoamento, regeneração e progresso, luz e misericórdia.

A semente infecunda, por mais nobre, é esperança cadaverizada no seio da terra.

Assim também, por mais ardente, a fé que não se exprime em obras de educação e de amor, redenção e bondade, é talento morto.

Se te dizes seguidor de Jesus, segue-lhe os passos.

Ajuda, ampara, consola, instrui, edifica e serve sempre.

Façamos algo na extensão do bem de todos.

Somente assim, cresceremos para o Céu, na construção do Reino de Deus.

 

 

Emmanuel / Chico Xavier

Livro: Palavras de Vida Eterna – Lição 17


sábado, 22 de fevereiro de 2025

Na senda do Cristo

 

“Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem.” — Jesus (Mateus, 5:44)

 

O caminho de Jesus é de vitória da luz sobre as trevas e, por isso mesmo, repleto de obstáculos a vencer.

Senda de espinhos gerando flores, calvário e cruz indicando ressurreição…

O próprio Mestre, desde o início do apostolado, desvenda às criaturas o roteiro da elevação pelo sacrifício.

Sofre, renunciando ao divino esplendor do Céu, para acomodar-se à sombra terrestre na estrebaria.

Experimenta a incompreensão de sua época.

Auxilia sem paga.

Serve sem recompensa.

Padece a desconfiança dos mais amados.

Depois de oferecer sublime espetáculo de abnegação e grandeza, é içado ao madeiro por malfeitor comum.

Ainda assim, perdoa aos verdugos, olvida as ofensas e volta do túmulo para ajudar.

Todos os seus companheiros de ministério, restaurados na confiança, testemunharam a Boa Nova, atravessando dificuldade e luta, martírio e flagelação.

Inúteis, desse modo, nos círculos de nossa fé, os petitórios de protecionismo e vantagens inferiores.

Ressurgindo no Espiritismo, o Evangelho faz-nos sentir que tornamos à carne para regenerar e reaprender.

Com o corpo físico, retomamos nossos débitos, nossas deficiências, nossas fraquezas e nossas aversões…

E não superaremos os entraves da própria liberação, providenciando ajuste inadequado com os nossos desejos inconsequentes.

Acusar, reclamar, queixar-se, não são verbos conjugáveis no campo de nossos princípios.

Disse-nos o Senhor — “Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem.”

Isso não quer dizer que devamos ajoelhar em pranto de penitência ao pé de nossos adversários, mas sim que nos compete viver de tal modo que eles se sintam auxiliados por nossa atitude e por nosso exemplo, renovando-se para o bem, de vez que, enquanto houver crime e sofrimento, ignorância e miséria no mundo, não podemos encontrar sobre a Terra a luz do Reino do Céu.

 

Emmanuel / Chico Xavier

Livro: Palavras de Vida Eterna – Lição 16




sábado, 15 de fevereiro de 2025

No roteiro da fé

 

“Se alguém quer vir após mim, negue a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-me.” — Jesus (Lucas, 9:23)

 

O Aviso do Senhor é insofismável.

“Siga-me” — diz o Mestre.

Entretanto, há muita gente a lamentar-se de fracassos e desilusões, em matéria de fé, nas escolas do Cristianismo, por não Lhe acatarem o conselho.

Buscam Jesus, fazendo a idolatria em derredor de seus intermediários humanos e, como toda criatura terrestre, os intermediários humanos do Evangelho não podem substituir o Cristo, junto à sede das almas.

Aqui, é o padre católico, caridoso e sincero, contudo, incapaz de oferecer a santidade perfeita.

Ali, é o pastor da Igreja Reformada, atento e nobre, mas inabilitado à demonstração de todas as virtudes.

Acolá, é o médium espírita, abnegado e diligente, todavia distante da própria sublimação.

Mais além, surgem doutrinadores e comentaristas, companheiros e parentes, afeiçoados ao estudo e excelentes amigos, mas ainda longe da integração com o Benfeitor Eterno.

E quase sempre aqueles que os acompanham, na suposição de buscarem o Cristo, ante os mínimos erros a que se arrojam, por força da invigilância ou inexperiência, retiram-se, apressados, do serviço espiritual, alegando desapontamento e amargura.

O convite do Senhor, no entanto, não deixa margem à dúvida.

Não desconhecia Jesus que todos nós, os Espíritos encarnados ou desencarnados que suspiramos pela comunhão com Ele, somos portadores de cicatrizes e aflições, dívidas e defeitos muitas vezes escabrosos. Daí o recomendar-nos: — “Se alguém quer vir após mim, negue a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-me.”

Se te dispõe, desse modo, a encontrar o Senhor para a edificação da tua felicidade, renuncia com desassombro às bagatelas da estrada, suporta corajosamente as consequências dos teus atos de ontem e de hoje e procura Jesus por Divino Modelo.

Não olvides que há muita diferença entre seguir ao Cristo e seguir aos cristãos.

Emmanuel / Chico Xavier

Livro: Palavras de Vida Eterna – Lição 15

 


sábado, 8 de fevereiro de 2025

Benignidade

 

“Sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus em Cristo vos perdoou.” — Paulo (Efésios, 4:32)

 

Meditemos na Tolerância Divina, para que não venhamos a cair nos precipícios da violência.

Basta refletir na desculpa incessante do Céu às nossas fraquezas e crueldades, à frente do Cristo, para que abracemos a justa necessidade da compaixão infatigável uns para com os outros.

Desce Jesus da Espiritualidade Solar, dissipando-nos a sombra. Negamos-Lhe guarida. O Supremo Senhor, porém, não nos priva de Sua augusta presença.

O Divino Benfeitor exemplifica o amor incondicional, sanando-nos as mazelas do corpo e da alma, a ensinar-nos a bondade e a renúncia como normas de justa felicidade; contudo, recompensamo-lo com a saliva do escárnio e com a cruz da morte. A Infinita Sabedoria, no entanto, não nos recusa a herança do Seu Evangelho renovador.

Em nome do Mestre Sublime, protótipo do amor e da paz, fizemos guerras de ódio, acendendo fogueiras de perseguição e extermínio; todavia, o Altíssimo Pai não nos cassa a oportunidade de prosseguir caminhando no tempo e no espaço, em busca da evolução.

Reflete na magnanimidade de Deus e não coleciones desapontamentos e mágoas, para que o bem te encontre à feição de canal seguro e limpo.

Guardar ressentimento e vingança, melindre e rancor, é o mesmo que transformar o coração num vaso de fel.

Segundo a advertência do apóstolo Paulo, usemos constante benignidade uns para com os outros, porque somente assim viveremos no clima de Jesus, que nos trouxe à vida a ilimitada compaixão e o auxílio incessante da Providência Celestial.

 

Emmanuel / Chico Xavier

Livro: Palavras de Vida Eterna – Lição 14


sábado, 1 de fevereiro de 2025

Boas obras

 

“Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos Céus.” — Jesus (Mateus, 5:16)

 

“Brilhe vossa luz” — disse-nos o Mestre, — e muitas vezes julgamo-nos unicamente no dever de buscar as alturas mentais.

E suspiramos inquietos pela dominação do cérebro.

Contudo, o Cristo foi claro e simples no ensinamento.

“Brilhe também a vossa luz diante dos homens para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos Céus.”

Não apenas pela cultura intelectual.

Não somente pela frase correta.

Nem só pelo verbo flamejante.

Não apenas pela interpretação eficiente das Leis Divinas.

Não somente pela prece labial, apurada e comovedora.

Nem só pelas palavras e pelos votos brilhantes.

É indiscutível que não podemos menosprezar a educação da inteligência, mesmo porque a escola, em todos os Planos, é obra sublime com que nos cabe honrar o Senhor, mas Jesus, com a referência, convidava-nos ao exercício constante das boas obras, seja onde for, pois somente o coração tem o poder de tocar o coração, e, somente aperfeiçoando os nossos sentimentos, conseguiremos nutrir a chama espiritual em nós, consoante o divino apelo.

Com o amor estimularemos o amor…

Com a humildade geraremos a humildade…

Com a paz em nós ajudaremos a construir a paz dos outros…

Com a nossa paciência edificaremos a paciência alheia.

Com a caridade em nosso passo, semearemos a caridade nos passos do próximo.

Com a nossa fé garantiremos a fé ao redor de nós mesmos.

Atendamos, pois, ao nosso próprio burilamento, porquanto apenas contemplando a luz das boas obras em nós é que os outros entrarão no caminho das boas obras, glorificando a Bondade e a Sabedoria de Deus.

 

Emmanuel / Chico Xavier

Livro: Palavras de Vida Eterna – Lição 13

 

 


sábado, 25 de janeiro de 2025

Perante Jesus

 

“Porventura sou eu, Senhor?” — (Mateus, 26:22)

 

Diante da palavra do Mestre, reportando-se ao espírito de leviandade e defecção que o cercava, os discípulos perguntaram afoitos:

— “Porventura sou eu, Senhor?”

E quase todos nós, analisando o gesto de Judas, incriminamo-lo em pensamento.

Por que teria tido a coragem de vender o Divino Amigo por trinta moedas?

Entretanto, bastará um exame mais profundo em nós mesmos, a fim de que vejamos nossa própria negação à frente do Cristo.

Judas teria cedido à paixão política dominante, enganado pelas insinuações de grupos famintos de libertação do jugo romano… Teria imaginado que Jesus, no Sinédrio, avocaria a posição de emancipador da sua terra e da sua gente, exibindo incontestável triunfo humano…

E, apenas depois da desilusão dolorosa e terrível, teria assimilado toda a verdade!…

Mas nós?

Em quantas existências e situações tê-lo-emos vendido no altar do próprio coração, ao preço mesquinho de nosso desvairamento individual?

Nos prélios da vaidade e do orgulho…

Nas exigências do prazer egoísta…

Na tirania da opinião…

Na crueldade confessa…

Na caça da fortuna material…

Na rebeldia destruidora…

No olvido de nossos deveres…

No aviltamento de nosso próprio trabalho…

Na edificação íntima do Reino de Deus, meditemos nossos erros conscientes ou não, definindo nossas responsabilidades e débitos para com a vida, para com a Natureza e para com os semelhantes e, em todos os assuntos que se refiram à deserção perante o Cristo, teremos bastante força para desculpar as faltas do próximo, perguntando, com sinceridade, no âmago do coração:

— “Porventura existirá alguém mais ingrato para contigo do que eu, Senhor?”

 

Emmanuel / Chico Xavier

Livro: Palavras de Vida Eterna – Lição 12