sábado, 1 de novembro de 2025

A Comunicação Social no Movimento Espírita

 


“Uma publicidade em larga escala, feita nos jornais
de maior circulação, levaria ao mundo inteiro, até as
localidades mais distantes, o conhecimento das ideias
espíritas, despertaria o desejo de aprofundá-las e,
multiplicando-lhes os adeptos, imporia silêncio aos
detratores, que logo teriam de ceder, diante do ascendente
da opinião geral.”¹
Allan Kardec

 

A comunicação nos grupos sociais é o processo de troca de mensagens e informações entre seus indivíduos com um propósito comum, sendo crucial para a colaboração, tomada de decisões e alcance de objetivos.

Assim, no movimento espírita, faz-se necessária a criação de uma equipe que deverá especializar-se no estudo e prática de técnicas para a realização do trabalho de divulgação da Doutrina Espírita por meio de todos os veículos de comunicação social compatíveis com os princípios ético-morais espíritas cobrindo as suas funções evangelizadora, integradora e midiática.

Em nossa casa, esta equipe tem tentado desempenhar a tarefa com muito esforço e dedicação com o apoio de toda a diretoria administrativa e executiva, com investimentos financeiros e incentivo pessoal para que tudo seja conforme programamos.
Os objetivos são sempre nobres, voltados ao atendimento do escopo da codificação, conforme vemos no recorte, colocado logo no cabeçalho deste texto, assinado pelo excelente mestre lionês: ...levaria ao mundo inteiro, até as localidades mais distantes, o conhecimento das ideias espíritas…”.

Não desconsiderando as inumeráveis possibilidades de, lançando mão dos recursos das novas tecnologias que se multiplicam em prazos curtíssimos, levar informações por processos cada vez mais rápidos e tão reais a qualquer ponto do planeta, os desafios sempre se fazem presentes para mantermos a fidelidade necessária para o trabalho com o conteúdo que abraçamos ao ingressarmos nas lides do movimento espírita.

Com um público bastante diversificado, que varia entre todas as faixas etárias, grupos sociais que atravessam os vários graus de conhecimento e amadurecimento no trato da interpretação das linguagens utilizadas em cada nicho social, a palavra do Cristo deverá prevalecer em sua pureza para todos e em todos os meios disponíveis.
Feitas estas considerações importantes, chegamos a uma pergunta inevitável: Como abraçar a todos os grupos (nichos) mantendo a pureza doutrinária necessária?

Apesar da aparência de inextricável questão, a resposta já se encontra no riquíssimo conteúdo trazido no trabalho do Espírito Verdade: “Espíritas! Amai-vos, eis o primeiro mandamento. Instruí-vos, eis o segundo.”² Não há um meio de comunicar direto à mente (dimensões do intelecto e sentimento) do outro, como deve ser, sem a compreensão das Leis que regem a todos em seus variados aspectos cognitivos e a disposição de amar a todas as criaturas do nosso universo! Dediquemo-nos ao estudo sério e disponhamo-nos ao trabalho na Grande Seara!

A comunicação perpassa por todas as nossas atividades inevitavelmente e abre amplas possibilidades de trabalho para todos nós. Diz-nos o Espírito Emmanuel na obra Estude e Viva: “...o Espiritismo nos solicita uma espécie permanente de caridade – a caridade da sua própria divulgação.”³ O Cristo permanece nos aguardando para este trabalho inadiável da divulgação da sua doutrina de amor. Não nos convém demorar inertes entre as distrações do mundo. Coloquemos a mão na charrua e não olhemos para trás a fim de termos garantido o salário do trabalho nesta última hora!

Jesus com todos!

Equipe DCSE – CEJG



Referências:
    1 - Allan Kardec - Obras Póstumas, “Projeto 1868”.
    2 - Allan Kardec - O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. VI, item 5.
    3 - Emmanuel - Estude e viva, Cap. 40, FEB.

 


Você conhece a história de Ernesto Bozzano?

 

Ernesto Bozzano nasceu em 9 de janeiro de 1862, em Savona, na Itália, em uma família abastada, sendo o quarto de cinco irmãos. Desde jovem, demonstrou grande interesse por Filosofia, Psicologia, Astronomia, Ciências Naturais e Parapsicologia. Aos 14 anos, interrompeu os estudos por insistência do pai, que o fez trabalhar em uma atividade que não o agradava. Ainda assim, sua paixão pelo conhecimento permaneceu viva, e ele se dedicou intensamente à leitura de obras humanísticas e filosóficas, o que moldou sua formação intelectual.

Antes de se aproximar do Espiritismo, Bozzano foi materialista, cético e positivista, refletindo o pensamento predominante de sua época. Ele mesmo chegou a afirmar que não conseguia conceber como pessoas instruídas pudessem acreditar na sobrevivência da alma. Contudo, seu espírito investigativo o levou, mais tarde, a se aprofundar nas obras de Allan Kardec, Léon Denis, Gabriel Delanne, Paul Gibier, William Crookes e Alexander Aksakof, entre outros, despertando nele o interesse por estudar os fenômenos espirituais com rigor científico.

Professor da Universidade de Turim, Bozzano estruturou seu trabalho de pesquisa de modo sistemático. Organizou um classificador alfabético com os conteúdos das obras que estudava, método que o acompanhou por toda a vida. Fundou, em Gênova, o Círculo Científico Minerva, primeira sociedade de estudos psíquicos da cidade, onde realizou experimentos entre 1891 e 1906, registrando manifestações físicas e mediúnicas variadas. Também trabalhou com a famosa médium Eusápia Palladino, obtendo fenômenos de materialização em plena luz, que fortaleceram suas convicções sobre a realidade espiritual.

Durante mais de cinquenta anos de pesquisa, Bozzano conduziu experiências com dezenas de médiuns e elaborou diversas monografias e estudos detalhados. Suas investigações alcançaram repercussão internacional, contribuindo para o reconhecimento do Espiritismo como campo legítimo de estudo. Entre suas mais de trinta e cinco obras, destacam-se "A Crise da Morte, Animismo ou Espiritismo, A Hipótese Espírita e as Teorias Científicas, Fenômenos de Talestesia e Os Enigmas da Psicometria", que se tornaram referências clássicas na literatura espírita e parapsicológica.

A morte de sua mãe, em 1912, marcou profundamente sua trajetória e consolidou sua fé espírita. Durante uma sessão mediúnica, Bozzano recebeu uma mensagem psicografada com os versos exatos que havia deixado no túmulo dela, fato que o comoveu e o fez reafirmar sua crença na sobrevivência da alma. Fiel à pesquisa e à verdade, dedicou-se ao estudo do Espiritismo até sua desencarnação em 24 de junho de 1943, em Savona. Seu legado foi preservado por Gastone De Boni, que criou a Fondazione Biblioteca Bozzano De Boni, instituição que até hoje conserva seu acervo e mantém viva a memória de um dos mais notáveis pesquisadores espíritas da história. 


Texto baseado na biografia encontrada no site da União Espírita Mineira 


Palestras CEJG - Novembro/2025