Filhos, filhas, todos da alma! Metamorfoseando-se, o
materialismo penetra em todos os ramos do conhecimento humano e as religiões
não escapam da sua habilidade camaleônica, permitindo-se os métodos
perturbadores das necessidades corporais do ser humano no seu processo de
evolução.
Indispensável a vigilância para não nos deixarmos engambelar
pelas sereias sedutoras nos seus cânticos que fascinam, entorpecem e
aniquilam a esperança.
Jesus, não poucas vezes, teve que enfrentar a argúcia do
materialismo disfarçado, das manifestações farisaicas que se apresentavam
vestidas de traje impecável quais sepulcros caiados, ocultando cadáveres em
decomposição.
Allan Kardec, não poucas vezes, viu-se sitiado pelas manobras
maniqueístas do Mundo Espiritual inferior através de companheiros da
Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, sendo, no entanto, fiel aos
postulados do Espírito de Verdade.
Na atualidade, de sofreguidão e de tormento, o ser humano
procura uma forma de escapar das provações necessárias ao seu processo
evolutivo, e não raro são atraídas essas almas para as propostas equivocadas
do deus Mamon, e Mamon deísta que fascina, embriaga os invigilantes e os
precipitados.
Indispensável a nossa fidelidade aos postulados espíritas
conforme exarados na Codificação. O mundo estertora, não pela primeira vez.
Periodicamente, conjugam-se fatores cósmicos que se tornam sociológicos e
ético-morais, sacudindo as civilizações e empurrando-as para o aniquilamento,
para logo surgir um período de esperança e de paz.
Às vésperas da grande transição planetária já iniciada desde
há muito, atingimos o clímax que nos pede sacrifício e honradez. Quantos
desertam na hora do testemunho! Quantas almas fragilizadas pela sua
constituição emocional e espiritual, atraídas pela doçura do Homem das
Bem-Aventuranças, mas que não suportam o ferrete do padecimento humano e
optam pela desistência mais uma vez!
Somos alguns deles que retornamos, ouvindo o convite de Jesus
para a mansuetude, para a misericórdia, para a autoiluminação e tendo
baqueado ontem, encontramo-nos necessitados da redenção, tropeçando nas
próprias mazelas, correndo o risco da desistência perigosa. Tenhamos cuidado
para que os encantos rápidos do mundo não nos distraiam tanto.
Algo temos que fazer e o Mestre Incomparável pede-nos
fidelidade da última hora. A noite desce e a treva não se faz total porque as
estrelas do amor brilham no cosmo das reencarnações.
Este é momento grave, filhas e filhos do coração, e vós tendes
a oportunidade de O servir como dantes não lograstes.
Tornai-vos fortes ante a debilidade das forças. Sede fiéis
diante das facilidades do comportamento. Por mais longa seja a existência
física, ela se interrompe e o ser volta à realidade, à Casa Paterna, com os
valores que acumulou durante a trajetória física.
Bendireis amanhã as dificuldades de hoje, as noites, quiçá
indormidas, de preocupações e de zelo, porque o pastor se preocupa
especialmente com as ovelhas que tresmalham e deveis estar atentos para essas
ou para aquelas que são lobos travestidos de cordeiros em nosso meio,
ameaçando a estabilidade do rebanho.
Jesus recomendou-nos a vigilância para, depois, a oração. Sede
prudentes como as serpentes, inocentes como as pombas, parafraseando o
Evangelho, e estai vigilantes, porque amigos vossos de ontem, que se
encontram conduzindo as leiras do Espiritismo com Jesus abrem as portas
imensas da Imortalidade para que as atravesseis em triunfo e em glória.
Bendizei, portanto, as dificuldades que também experimentamos
quando estávamos na indumentária carnal. Ninguém em caráter de exceção.
Quantas vezes choramos convosco, abraçando-vos e dizendo-vos: “bom ânimo,
crede e perseverai”, recordando-nos de Paulo, sob as ruinas da acrópole antiga
em Atenas, renovada, ouvindo as vozes espirituais depois do insucesso da sua
pregação aos gregos que ele tanto amava. E ele soube esperar, trabalhar,
insistir e amar, fazendo que depois Atenas recebesse o divino pábulo do
Evangelho e o legado sublime de Jesus.
Estamos em uma nova Atenas, que teima em não nos aceitar, em
substituir Jesus pela tradição dos velhos deuses de Dionísio a Momo, de Baco
às expressões mais vis do humano comportamento.
O triunfo, sem dúvida, é de Jesus. Ide e pregai com o exemplo,
vivendo o Evangelho a qualquer preço, não conforme as teologias, mas de
acordo com a ética moral de que se utilizou Allan Kardec para perpetuar esse
modelo e guia da Humanidade que nos conduz!
Ide, amados! Antes, servos e, agora, irmãos do Mestre em triunfo,
na Era de Luz que se iniciará em madrugada próxima, logo seja terminada a
noite de trevas.
Mantende-vos em paz e amai, ajudando-vos uns aos outros nas
suas debilidades e fraquezas, pois que são eles que precisam do vosso auxílio
para também atingirem a meta. O Senhor da Vida irá conosco.
Muita Paz, filhos
do coração e filhas da ternura!
São os votos dos espíritos-espíritas, por
intermédio do servidor humílimo e paternal de sempre, Bezerra.
|
sábado, 17 de fevereiro de 2018
Vigilância e fidelidade da última hora
quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018
Leis Morais

A 7a. Lei Divina a ser trabalhada nesse mês de fevereiro, dentro da Microcampanha das Leis Morais, é a Lei de Progresso!
quarta-feira, 17 de janeiro de 2018
quinta-feira, 11 de janeiro de 2018
A Gênese - 150 anos, valor da obra e suas primeiras edições francesas
Anúncio da Revista Espírita de janeiro de 1868 informa
que A Gênese foi lançada no dia 6 de janeiro de 1868, em Paris. Sabe-se
também que o depósito legal deste livro no Ministério do Interior da França
foi feito por Allan Kardec no dia 4 de janeiro de 1868. Com esta obra
completa-se o quinto volume das chamadas Obras Básicas da Codificação.
Os temas são desenvolvidos em três partes - A gênese
segundo o Espiritismo; Os milagres segundo o Espiritismo; As predições
segundo o Espiritismo -, desdobrando-os em dezoito capítulos.
Destacamos a importância do capítulo “Fundamentos da
Revelação Espírita”, onde Kardec faz significativa colocação: "[...] o
que caracteriza a revelação espírita é que a sua origem é divina, que a
iniciativa pertence aos espíritos e que a elaboração é o fruto do trabalho do
homem”. Essa afirmação mostra a responsabilidade dos encarnados, notadamente
nas condições de liderança, gestão nas instituições e as ações do movimento
espírita. O Mundo Espiritual orienta, mas as decisões dependem de nossas
escolhas. O Codificador discorre sobre a relação entre Espiritismo e Ciência
e faz importante ponderação: “Caminhando com o progresso, o Espiritismo
jamais será ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe demonstrassem que
está errado em um determinado ponto, ele se modificaria sobre esse ponto; se
uma nova verdade se revela, ele a aceita.”
Kardec, intelectual e inspirado, analisou o
desenvolvimento do planeta e da civilização procedendo a uma analogia dos
chamados dias bíblicos com os períodos geológicos e de maneira totalmente
diferenciada das religiões tradicionais. E comenta a posição da Terra no
amplo contexto do Cosmo. O perispírito é abordado em vários capítulos do
livro, ficando mais clara a explicação sobre a ocorrência dos fenômenos
mediúnicos e dos chamados “milagres” e aparições de Jesus, descortinando-se o
mundo espiritual: “As aparições de Jesus após a sua morte são narradas por
todos os evangelistas com detalhes circunstanciados que não permitem que se
duvide da realidade do fato. [...] perfeitamente explicadas pelas leis
fluídicas e pelas propriedades do perispírito...”
Trata também da polêmica sobre o desaparecimento do corpo
do Cristo, o que somente aparece na 1ª edição. O tema da transição planetária
é apreciado nos capítulos “As predições segundo o Espiritismo” e “Os tempos
são chegados”, e alerta: “Até o presente, a humanidade tem realizado
progressos incontestáveis. Os homens, com a sua inteligência, chegaram a
resultados que jamais haviam sido alcançados, sob o ponto de vista das
ciências, das artes e do bem-estar material. Ainda lhes falta um imenso
progresso a realizar: o de fazerem reinar entre eles a caridade, a
fraternidade e a solidariedade, para assegurar o bem-estar moral”.
Em comentários sobre a nova geração deve ficar claro que
esta não ficaria circunscrita ao ambiente espírita e faz a relação entre
transição e nova geração. Estes temas deveriam ser estudados pelos espíritas
até para se evitar interpretações superficiais e até estranhas com relação ao
período em que vivemos. A Revista Espírita, ao longo do ano de 1868,
transcreveu vários trechos da nova obra com o objetivo de divulgá-la, traz
mensagem de São Luís sobre o novo livro e noticia a 2ª edição em março e a 3ª edição em abril. Até a desencarnação de Kardec ocorreram quatro edições desta
Obra Básica.
A partir daí, surgem dúvidas sobre a fidedignidade das
primeiras edições de A Gênese em francês, lançadas logo após a desencarnação
do Codificador. Em 2017 a Confederação Espírita Argentina (CEA) editou em
espanhol a versão inicial de A Gênese, de janeiro de 1868, e, em reunião da
Comissão Executiva do Conselho Espírita Internacional, ocorrida em Bogotá (Colômbia),
em outubro de 2017, deu conhecimento que apoiou a Sra. Simoni Privato
Goidanich, em pesquisa junto aos Arquivos Nacionais da França e na Biblioteca
Nacional da França, localizadas em Paris, na própria CEA e na Associação
Espírita Constancia, de Buenos Aires. A oportuna e detalhada pesquisa, o
livro El legado de Allan Kardec, de Simoni Privato Goidanich (lançado na sede
da Confederação Espírita Argentina, aos 3/10/2017) mostrou que um único
exemplar, publicado em 1868, foi depositado legalmente durante a existência
física de Allan Kardec na Biblioteca Nacional da França. Assim o Codificador
não teria modificado o conteúdo de seu livro. O livro de Simoni é um rico
repositório da história do movimento espírita francês imediatamente após a
desencarnação de Kardec.
Henri Sausse, o principal biógrafo de Kardec e dinâmico
líder espírita francês, em artigos – um deles intitulado “Uma infâmia” -
publicados no jornal Le Spiritisme, em 1884 e 1885, já levantava questões
sobre as adulterações na 5ª edição de A Gênese e apontou 126 alterações no
texto original.
Episódios históricos ficam mais claros em livro Beaucoup
de Lumière (1884), de Berthe Fropo, disponibilizado em edição digital
bilíngue: a tradução em português e o original em francês. A autora foi espírita
atuante; fiel a Kardec; amiga, vizinha e apoiadora de Amélie Boudet. Fropo
comenta ações polêmicas e desvirtuamentos doutrinários nas mãos de Leymarie
“por influência de ideologias outras, como o roustanguismo e — ainda mais
fortemente — a mística doutrina da Teosofia de Madame Blavatsky e do Coronel
Olcott”
Nessas dúvidas antigas suspeita-se que as alterações de
trechos de A Gênese teriam sido promovidas provavelmente por Pierre-Gaëtan
Leymarie (1827-1901), como redator-chefe e diretor da "Revue Spirite"
(1870 a 1901), gerente da "Librairie Spirite" (1870 a 1897) e
presidente da “Sociedade para a Continuação das Obras Espíritas de Allan
Kardec”, cuidando das edições e autorizações de traduções de obras de
Kardec, e, inclusive das traduções pioneiras das obras de Kardec, em nosso
país, no caso para Joaquim Carlos Travassos (1839-1915), com informação
publicada na Revista Espírita. Com exceção de A Gênese, utilizando o
pseudônimo de "Fortúnio", Travassos traduziu quatro obras da
Codificação para o português, em 1875 e 1876. Há interessante observação de
Zêus Wantuil em biografia sobre Travassos, sobre uma nota do tradutor: “[...]
sem nos referirmos ao bom estilo do tradutor, é o judicioso esclarecimento,
de fundo rustenista, que vem na obra ‘O Céu e o Inferno’...”
As traduções para o português, em geral, foram feitas a
partir da 5ª edição francesa do ano de 1872. A tradução de A Gênese,
realizada por Evandro Noleto Bezerra para a FEB, utiliza a 5ª edição
francesa. O tradutor inclui uma nota de rodapé no item 67 do capítulo XV,
anotando que há uma diferença com relação à edição de 1868, com Kardec ainda
encarnado. Justifica que “ao revisar a obra com vistas à 4ª edição, Allan
Kardec houve por bem suprimir o item 67 que constava nas edições anteriores”.
A editora do Centro Espírita Léon Denis, do Rio Janeiro, lançou uma tradução
da edição francesa de 1868.
Companheiros do “Le Mouvement Spirite Francophone”
confirmaram-nos, recentemente, que a primeira impressão da 5ª edição ocorreu
em 1872, revisada, e verificou-se que muitos trechos foram eliminados da
quarta para a quinta, inclusive no capítulo sobre o corpo de Jesus.
Por ocasião dos 150 anos de A Gênese, seria oportuno que
as editoras brasileiras fizessem um esforço para se esclarecer as dúvidas
sobre a fidedignidade das edições francesas após a desencarnação de Kardec e,
se for o caso, acrescentar-se nota(s) explicativa(s) nas edições traduzidas
para o português.
Os temas de A Gênese são oportunos para a atualidade e a comemoração dos 150 anos de seu lançamento deve ser uma motivação para se implementar seu estudo e divulgação no movimento espírita. |
Antônio César Perri de Carvalho – www.redeamigoespirita.com.br
domingo, 31 de dezembro de 2017
sábado, 30 de dezembro de 2017
domingo, 24 de dezembro de 2017
Assinar:
Postagens (Atom)