terça-feira, 4 de julho de 2023

Encontro da fé

 

Busquei a Natureza procurando

Definições da Fé para que, enfim, pudesse

Reter comigo a força da esperança

E compreender, de todo, a mensagem da prece.

 

Fiz a pergunta ao Mar e o Mar me disse:

— Em Deus, deponho a minha própria fé,

Mas devo criar vida e equilibrar o mundo,

Desde a treva abissal à fúria da maré.

 

  A Árvore me explicou: a Deus me entrego,

O Grande Deus do Eterno e Sumo Bem,

Muito embora, no entanto, apedrejada

Devo servir sem perguntar a quem…

 

A Fonte esclareceu: em Deus me guardo,

Pai da Beneficência e do Progresso,

Compete-me, porém, suportar pedra e lodo,

Ao fecundar o campo que atravesso.

 

A Roseira falou: pertenço a Deus,

Que me criou na luz de dons renovadores,

Mas, mesmo ao corte que me desfigura,

Não posso me queixar de quem me leva as flores.

 

Então pensei: a Fé persiste e vence,

Do espírito mais nobre aos mais plebeus,

No coração que serve, age e confia,

Sempre a espalhar amor no amor de Deus.

 

Maria Dolores / Chico Xavier

Livro: Coração e vida


Gratidão! Juntos somos mais fortes!

 


segunda-feira, 3 de julho de 2023

Que farei?

  “Que farei?” — Paulo. (Atos, 22:10)

 

Milhares de companheiros aproximam-se do Evangelho para o culto inveterado ao comodismo.

Como dominarei? — Interrogam alguns.

Como descansarei? — Indagam outros.

E os rogos se multiplicam, estranhos, reprováveis, incompreensíveis…

Há quem peça reconforto barato na carne, quem reclame afeições indébitas, quem suspire por negócios inconfessáveis e quem exija recursos para dificultar o serviço da paz e do bem.

A pergunta do apóstolo Paulo, no justo momento em que se vê agraciado pela Presença Divina, é padrão para todos os aprendizes e seguidores da Boa Nova.

O grande trabalhador da Revelação não pede transferência da Terra para o Céu e nem descamba para sugestões de favoritismo ao seu círculo pessoal. Não roga isenção de responsabilidade, nem foge ao dever da luta.

— Que farei? — Disse a Jesus, compreendendo o impositivo do esforço que lhe cabia.

E o Mestre determina que o companheiro se levante para a sementeira de luz e de amor, através do próprio sacrifício.

Se foste chamado à fé, não recorras ao Divino Orientador suplicando privilégios e benefícios que justifiquem tua permanência na estagnação espiritual.

Procuremos com o Senhor o serviço que a sua Infinita Bondade nos reserva e caminharemos, vitoriosos, para a sublime renovação.

 

Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Fonte Viva – Cap. 112

sábado, 1 de julho de 2023

Mais Luz - Edição 637 - 02/07/2023

 

Confira no Mais Luz desta semana:

https://mailchi.mp/e934779c1447/unificao

 

Unificação – Bezerra de Menezes

Ante o Evangelho: Os obreiros do Senhor

Mensagem da semana: Fortaleçamo-nos – Fonte Viva, cap. 111

Poema: União – Amaral Ornellas

Oração: Prece dos obreiros - José Silvério Horta

Examinando o Livro da Esperança: Beneficência e justiça – cap.30


Palestras CEJG - Julho/2023

 


sexta-feira, 30 de junho de 2023

Unificação

 


O serviço da unificação em nossas fileiras é urgente mas não apressado. Uma afirmativa parece destruir a outra. Mas não é assim. É urgente porque define objetivo a que devemos todos visar; mas não apressado, porquanto não nos compete violentar consciência alguma.

Mantenhamos o propósito de irmanar, aproximar, confraternizar e compreender, e, se possível, estabeleçamos em cada lugar, onde o nome do Espiritismo apareça por legenda de luz, um grupo de estudo, ainda que reduzido, da Obra Kardequiana, à luz do Cristo de Deus.

Nós que nos empenhamos carinhosamente a todos os tipos de realização respeitável que os nossos princípios nos oferecem, não podemos esquecer o trabalho do raciocínio claro para que a vida se nos povoe de estradas menos sombrias. Comparemos a nossa Doutrina Redentora a uma cidade metropolitana, com todas as exigências de conforto e progresso, paz e ordem. Indispensável a diligência no pão e no vestuário, na moradia e na defesa de todos; entretanto, não se pode olvidar o problema da luz. A luz foi sempre uma preocupação do homem, desde a hora da furna primeira. Antes de tudo, o fogo obtido por atrito, a lareira doméstica, a tocha, os lumes vinculados às resinas, a candeia e, nos tempos modernos, a força elétrica transformada em clarão.

A Doutrina Espírita possui os seus aspectos essenciais em configuração tríplice. Que ninguém seja cerceado em seus anseios de construção e produção. Quem se afeiçoe à ciência que a cultive em sua dignidade, quem se devote à filosofia que lhe engrandeça os postulados e quem se consagre à religião que lhe divinize as aspirações, mas que a base kardequiana permaneça em tudo e todos, para que não venhamos a perder o equilíbrio sobre os alicerces em que se nos levanta a organização.

Nenhuma hostilidade recíproca, nenhum desapreço a quem quer que seja. Acontece, porém, que temos necessidade de preservar os fundamentos espíritas, honrá-los e sublimá-los, senão acabaremos estranhos uns aos outros, ou então cadaverizados em arregimentações que nos mutilarão os melhores anseios, convertendo-nos o movimento de libertação numa seita estanque, encarcerada em novas interpretações e teologias, que nos acomodariam nas conveniências do plano inferior e nos afastariam da Verdade.

Allan Kardec, nos estudos, nas cogitações, nas atividades, nas obras, a fim de que a nossa fé não faça hipnose, pela qual o domínio da sombra se estabelece sobre as mentes mais fracas, acorrentando-as a séculos de ilusão e sofrimento.

Libertação da palavra divina é desentranhar o ensinamento do Cristo de todos os cárceres a que foi algemado e, na atualidade, sem querer qualquer privilégio para nós, apenas o Espiritismo retém bastante força moral para se não prender a interesses subalternos e efetuar a recuperação da luz que se derrama do verbo cristalino do Mestre, dessedentando e orientando as almas.

Seja Allan Kardec, não apenas crido ou sentido, apregoado ou manifestado, a nossa bandeira, mas suficientemente vivido, sofrido, chorado e realizado em nossas próprias vidas. Sem essa base é difícil forjar o caráter espírita-cristão que o mundo conturbado espera de nós pela unificação.

Ensinar, mas fazer; crer, mas estudar; aconselhar, mas exemplificar; reunir, mas alimentar.

Falamos em provações e sofrimentos, mas não dispomos de outros veículos para assegurar a vitória da verdade e do amor sobre a Terra. Ninguém edifica sem amor, ninguém ama sem lágrimas.

Somente aqui, na vida espiritual, vim aprender que a cruz do Cristo era uma estaca que Ele, o Mestre, fincava no chão para levantar o mundo novo. E para dizer-nos em todos os tempos que nada se faz de útil e bom sem sacrifícios, morreu nela. Espezinhado, batido, enterrou-a no solo, revelando-nos que esse é o nosso caminho — o caminho de quem constrói para Cima, de quem mira os continentes do Alto.

É indispensável manter o Espiritismo, qual foi entregue pelos Mensageiros Divinos a Allan Kardec, sem compromissos políticos, sem profissionalismo religioso, sem personalismos deprimentes, sem pruridos de conquista a poderes terrestres transitórios.

Respeito a todas as criaturas, apreço a todas as autoridades, devotamento ao bem comum e instrução do povo, em todas as direções, sobre as verdades do espírito, imutáveis, eternas.

Nada que lembre castas, discriminações, evidências individuais injustificáveis, privilégios, imunidades, propriedades.

Amor de Jesus sobre todos, verdade de Kardec para todos.

Em cada templo, o mais forte deve ser escudo para o mais fraco, o mais esclarecido a luz para o menos esclarecido, e sempre e sempre seja o sofredor o mais protegido e o mais auxiliado, como entre os que menos sofram seja o maior aquele que se fizer o servidor de todos, conforme a observação do Mentor Divino.

Sigamos para frente, buscando a inspiração do Senhor.

 

Bezerra de Menezes

(Mensagem recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, em reunião da Comunhão Espírita Cristã, em 20-4-1963, em Uberaba, MG.)

(Reformador - dez/1975)


Beneficência e justiça - Examinando o Livro da Esperança

 


“E como vós quereis que os homens vos façam, da mesma maneira lhes fazei vós também.” — Jesus — Lucas, 6:31.

 

“Começai vós por dar o exemplo: sede caridosos para com todos, indistintamente; esforçai-vos por não atentar nos que vos olham com desdém e deixai a Deus o encargo de fazer toda a justiça, a Deus que todos os dias, separa, no reino, o joio do trigo.” — Cap. XI, 12.

 

Examinando a beneficência, reflitamos na justiça que a vida nos preceitua ao senso de relações.

Sem ela, é possível que os melhores empreendimentos sofram a nódoa de velhas mentiras cronificadas em nome da gentileza.

*

Atravessas escabrosas necessidades materiais e, claro, te alegras, ante o auxílio conveniente, mas se a cooperação chega marcada pelo manifesto desprezo dos que te ajudam com displicência, como se desfizessem de um peso morto, estarias mais contente se te deixassem a sós.

Caíste moralmente, ansiando levantar, e rejubilas-te, diante do apoio que te surge ao reerguimento, entretanto, se esse concurso aparece tisnado de violências, qual se representasses um fardo de vergonha para os que te supõem reabilitar, sentirias reconhecimento maior se te desconhecessem a luta.

Choras, nas crises de provação que te fustigam a existência, e regozijas-te, quando os amigos se dispõe a ouvir-te o coração faminto de solidariedade, mas se pretendem consolar-te, repetindo apontamentos forçados, como se fosses para eles um problema que são constrangidos a suportar, por questões de etiqueta, mostrarias mais ampla gratidão, se te entregassem ao silêncio da própria dor.

A justiça faz-nos sentir que o supérfluo de nossa casa é o necessário que falta ao vizinho; que o irmão ignorante, tombado em erro, é alguém que nos pede os braços e que a aflição alheia amanhã poderá ser nossa.

Beneficência, por isso, assume o caráter de dever puro e simples.

*

Recomenda-nos a regra áurea: “faze aos outros o que desejas te seja feito.”

A sentença quer dizer que todos precisamos de apoio à luz da compreensão; de remédio que se acompanhe de enfermagem e de conselho em bases de simpatia.

Em suma, todos necessitamos de caridade uns para com os outros, nesse ou naquele ângulo do caminho, mas é forçoso observar que se a beneficência nos traça a obrigação de ajudar, ensina-nos a justiça como se deve fazer.

 

Emmanuel / Chico Xavier – Livro da Esperança – Cap. 30



quinta-feira, 29 de junho de 2023

União

Unamo-nos, irmãos, enquanto fulge o dia,

Guiando o arado à frente, em plena primavera;

Pela Fraternidade, a fé nobre e sincera

Edifica, entre nós, o Reino da Harmonia.

 

O Espiritismo é a luz que se eleva e anuncia

A Nova Humanidade ao sol da Nova Era,

No Evangelho de Amor, que salva e regenera

Para a renovação da perpétua alegria.

 

De mãos dadas ao Cristo, unidos venceremos

Na excelsa direção dos Páramos Supremos

Onde a Vida Imortal é fúlgido destino!…

 

O Céu espera em nós, para a alegria do mundo,

Um rebanho somente em trabalho fecundo,

Uma fé soberana e um só Pastor Divino.

 

Amaral Ornellas / Chico Xavier

Livro: Temas da vida


quarta-feira, 28 de junho de 2023

Prece dos obreiros

 

Jesus!

Abençoa, por acréscimo de misericórdia, o templo que nos deste à sementeira da fraternidade e ao culto da oração.

Conserva-nos no entendimento de teus princípios e auxilia-nos a procurar-Te, para que não estejamos perdidos no labirinto de nós mesmos.

Condutor, indica-nos o roteiro.

Justo dos justos, endireita-nos os passos.

Benfeitor, socorre-nos.

Orientador, clareia-nos o caminho.

Mestre, corrige-nos a lição.

Na alegria, sê nosso equilíbrio.

No sofrimento, sê nosso apoio.

Alimenta-nos o coração nas fontes do teu amor, para que o nosso pensamento não seja simples cálculo.

Inspira-nos a palavra para que a nossa boca não fira.

Resguarda-nos as mãos no trabalho construtivo, para que o mal não nos domine.

Induze-nos à humildade, para que a nossa fé não seja vã.

Faze-nos compreender, Senhor, acima de tudo, que esta casa pertence, primeiramente, aos necessitados do corpo e do espírito, que nos concedeste como sendo a família de nossos próprios irmãos.

Seja, assim, a caridade o móvel de nossas decisões e a chave de nossa porta.

E ajuda-nos a aceitar a Tua vontade, hoje e sempre.

Assim seja. 

José Silvério Horta / Chico Xavier – Livro: Paz e libertação


terça-feira, 27 de junho de 2023

Fortaleçamo-nos

 “Sede fortalecidos no Senhor.” — Paulo. (Efésios, 6:10)

 

Há muita gente que se julga forte…

Nos recursos financeiros, que surgem e fogem.

Na posse de terras, que se transferem de dono.

Na beleza física, que brilha e passa.

Nos parentes importantes, que se transformam.

Na cultura da inteligência que, muitas vezes, se engana.

Na popularidade, que conduz à desilusão.

No poder político, que o tempo desfaz.

No oásis de felicidade exclusivista, que a tempestade destrói.

Sim, há muita gente que supõe vencer hoje para acabar vencida amanhã.

Todavia, somente a consciência edificada na fé, pelos deveres bem cumpridos à face das Leis Eternas, consegue sustentar-se, invulnerável, sobre o domínio próprio.

Somente quem sabe sacrificar-se por amor encontra a incorruptível segurança.

Fortaleçamo-nos, pois, no Senhor e sigamos, de alma erguida, para a frente, na execução da tarefa que o Divino Mestre nos confiou.

 

Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Fonte Viva – Cap. 111