sexta-feira, 30 de março de 2018

XXII Semana Espírita de Nanuque/MG


Você conhece Kardec?


Pode parecer que sim, mas pode ser que não...
Quando falamos em conhecer alguém nos referimos a perceber seus sentimentos e intenções, através de uma vivência íntima com essa pessoa.
Para realmente conhecer Kardec é preciso mergulhar no ”mundo” que ele criou para si e para as experiências e aprendizados desenvolvidos durante o trabalho realizado por 11 anos para codificar a doutrina que denominou “ESPIRITISMO”.
Não foi um trabalho fácil, não surgiu subitamente e necessitou de muita perseverança e principalmente bom senso. Parece que sabemos de tudo isso, mas não é verdade. Conhecer o produto de um trabalho não é conhecer seu processo de elaboração e muito menos o seu elaborador.
REVISTA ESPÍRITA OBRA DE LEITURA OBRIGATÓRIA!
Kardec, após a publicação de “O Livro dos Espíritos” em 1857, sente a vontade e a necessidade de publicar um jornal Espírita. Por quê?
Para perceber a impressão causada pela obra, para atestar a possibilidade de entendimento do que havia sido organizado e, sobretudo para dar vida, através da troca de impressões, ideias e questionamentos ao estudo filosófico lançado.
Troca ideias com os Espíritos companheiros e é aconselhado a tornar realidade sua ideia.
Desafiando as dificuldades (mais uma vez) coloca sozinho, mãos à obra e a 1º de janeiro de 1858, sem haver dito nada a quem quer que fosse, faz circular o primeiro número da “REVISTA ESPÍR1TA JORNAL DE ESTUDOS PSICOLÓGICOS.”
Não tinha, então, um único assinante e nenhum fornecedor de fundos.
Buscou seguir o conselho do Espírito amigo “De começo, deves cuidar de satisfazer à curiosidade; reunir o sério ao agradável: o sério para atrair os homens de Ciência, o agradável para deleitar o vulgo. Esta parte é essencial, porém a outra é mais importante, visto que sem ela o jornal careceria de fundamento sólido. Em suma, é preciso evitar a monotonia por meio da variedade, congregar a instrução sólida ao interesse que, para os trabalhos ulteriores, será poderoso auxiliar.”
Reconhece com o tempo que o jornal sem vínculos é possibilidade de estar livre no seu trabalho.
A “Revista Espírita” vem a tornar-se importante “laboratório”, onde assuntos os mais variados são tratados, correspondências recebidas são publicadas e experiências realizadas são relatadas e discutidas. “Por seu intermédio é que todos os princípios novos foram elaborados e entregues ao estudo”.
É tal a sua importância no contexto da Codificação, que Allan Kardec indica, no capítulo 3º de “O Livro dos Médiuns”, como obra obrigatória para o estudo da Doutrina. Aconselha mesmo a seguinte ordem para esse estudo:
O Que é o Espiritismo?
O Livro dos Espíritos
O Livro dos Médiuns
A Revista Espírita.
Refere-se ele à “Revista Espírita” como “Variada coletânea de fatos, de explicações teóricas e de trechos destacados que completam a exposição das duas obras precedentes, e que representa de alguma maneira a sua aplicação. Sua leitura pode ser feita ao mesmo tempo que a daquelas obras, mas será mais proveitosa e sobretudo mais compreensível após a leitura de “O Livro dos Espíritos”.
“Durante onze anos e quatro meses de trabalho intensivo, Allan Kardec, ofereceu-nos ao vivo, toda a história do Espiritismo, no processo do seu desenvolvimento e sua propagação no século dezenove.”
A “Revista Espírita” foi traduzida do francês por Júlio Abreu Filho e publicada na forma de livros, (capas demonstradas) sendo cada um a união das revistas publicadas no ano. É de fácil leitura e, sobretudo de interesse especial aos estudiosos do Espiritismo que vão ali se defrontar com a dedicação, argúcia, bom senso e cuidado meticuloso do Codificador com o material recebido através das antenas mediúnicas e das cartas dos leitores pró e contra os estudos por ele realizados.
Ali conhecemos as nuanças da personalidade dessa figura especial que dedicou os últimos anos de sua existência ao desenvolvimento e propagação das ideias espíritas, sem jamais se exaltar com os detratores, sem se envolver com os frívolos e nunca perdendo a oportunidade de esclarecer.
Ali trabalhou as ideias e os conhecimentos que haveriam de ser lançados nas obras subsequentes e tão importantes como as citadas acima:
“O Evangelho segundo o Espiritismo”
“O Céu e o Inferno”
“A Gênese”
Revista Espírita de Campos

SALVE, ALLAN KARDEC
                               (3.10.1804 – 31.3.1869)

sexta-feira, 16 de março de 2018

Microcampanha - O livro dos Espíritos




E dando continuidade à microcampanha de O Livro dos Espíritos, este mês  a UEM - União Espírita Mineira, trabalhará a Lei de Igualdade nas Casas Espíritas.
 

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Sobre a dúvida


A verdade integral constitui a divina sabedoria, que é alcançada etapa a etapa no carreiro longo das reencarnações.
Experiências bem e malsucedidas contribuem de maneira eficaz para o aprendizado, na incessante busca do aperfeiçoamento intelecto-moral.
Muitas conquistas que aparentam ser legítimas, depois de vivenciadas demonstram a sua fragilidade, abrindo espaços mental e emocional para retificações e mais amplo desenvolvimento de conteúdo.
Por isso, ninguém pode detê-la ou absorvê-la de um para outro instante.
A sua própria constituição é feita de profundas reflexões que devem ser digeridas psiquicamente, à medida que se incorporam à existência, tornando-se fenômeno natural de comportamento.
Jamais se apresenta total, completa, em razão da sua grandiosidade, que ultrapassa o que a imaginação pode conceber.
Alcançá-la é a meta que se encontra destinada ao Espírito, esse viajor da imortalidade.
Em cada oportunidade existencial desenvolve-se determinada aptidão, penetrando-se o cerne no qual se origina, a fim de abranger outras áreas que formam a sabedoria.
Fosse absorvida de uma vez e alucinaria o seu portador em razão da impossibilidade de dosá-la de forma ideal.
Pequenas quotas, à semelhança de raios de luz, terminam por fazer o espectro perfeito da totalidade.
Em razão da indumentária carnal, bloqueia o claro discernimento a princípio, faculta a percepção do conhecimento e amplia os horizontes da mente para mais amplas aquisições.
É natural que, em face da ignorância, cada informação nova conduz a dúvidas, ao receio de enganar-se, nem sempre se comprometendo com a sua absorção.
Duvidar, portanto, é fenômeno intelecto-moral de alto significado na aprendizagem.
No primeiro caso, o desconhecimento dos mecanismos de algo novo produz suspeita quanto à sua legitimidade. Em segundo lugar, a revelação do ignorado impõe inevitáveis mudanças na conduta a que o indivíduo se vê impelido a aceitar ou negar, para adaptar-se ao novo hábito.
A dúvida que não se deriva da má-fé é recurso mental para consolidar qualquer crença ou informação que surge no desenvolvimento do ser humano. É atitude saudável, porque conduz o raciocínio a perquirir, a comparar, a estudar.
Quando o entusiasmo antecipa a razão e a lógica, após algum tempo perde o impulso por constatar a fragilidade do que se abraçou sem a necessária reflexão.
As ideias variam de mente para mente, mesmo quando são idênticas. Isto, porque o foco está na base do interesse daquele que a concebe ou a quem é transmitida.
Jesus foi portador de lógica incomparável, ao enunciar: “Se não credes naquilo que vedes como acreditareis no Pai, a quem ninguém nunca viu?”.
Os fenômenos por Ele realizados demonstravam a sua superioridade de taumaturgo, e, apesar disso, a dúvida mesquinha e cômoda tomava conta dos seus beneficiários, tão logo passava o momento de exaltação.
A realidade contemporânea por meio do avanço das doutrinas modernas, quais a Física Quântica, a Biologia Molecular, exara que “é primeiro crer para depois ver”.
Equivale à afirmação de que o pensamento parte do abstrato para o concreto, isto é, da concepção, da possibilidade, para a sua realidade física.
No que diz respeito à crença religiosa, a dúvida tem sido uma nuvem densa a cobrir a imortalidade da alma, buscando sempre negar-lhe a legitimidade. Criam-se hipóteses absurdas para explicar-se a fenomenologia mediúnica, por exemplo, e, por efeito, os seus conceitos morais.
Quando se investiga uma comunicação provinda do Além-Túmulo, não raro se recorre a teorias ultrapassadas para negar-lhe a autenticidade, com certo prazer de continuar-se bem vivente.
O resultado das comunicações espirituais sérias é de preparar-se o Espírito encarnado para o enfrentamento do futuro, equipado de valores éticos propiciadores de paz e de plenitude.
Não se desintegrando a consciência, ei-la que ressurge com toda a potencialidade de que se constitui, com toda lucidez, facultando análise rigorosa do comportamento, a fim de prosseguir-se na vida da qual ninguém se evade.
Pesquisadores honestos, no entanto, ao se convencerem da fatalidade imortalista, de imediato adotam comportamento compatível com a continuação do existir e transformam-se em verdadeiros apóstolos da verdade que neles é luz abençoada.
Dúvida não representa, necessariamente, descrença ou suspeita, mas cuidado e respeito pelo conhecimento novo, de modo que possa ser adotado com tranquilidade e segurança.
Toda vez quando a dúvida te visitar, analisa com naturalidade a informação, a fim de tomares a decisão correspondente.
Desarma-te da dúvida sistemática e perversa que te afasta da ética de Jesus e te arroja no labirinto da insensatez e da indiferença.
A crença bem fundamentada é elemento base para uma existência equilibrada e uma caminhada compensadora.
A dúvida-medo de Pedro levou-o a negar o Amigo.
A dúvida-ambição de Judas conduziu-o a trair o Benfeitor.
E as tuas dúvidas, quais os resultados que te facultaram?
Duvida para investigar e, ao definir-te pela crença, ama, serve e ilumina o caminho para a multidão que seguirá após ti.

(Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica do Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia, na noite de 6 de setembro de 2017.)