Dizes que é quase impossível manter a mente em clima de
equilíbrio, face às invitações aberrantes para o prazer e o consequente
desgaste existencial, no qual se encontra a sociedade contemporânea.
Em toda parte, as paixões subalternas explodem com vigor,
levando os indivíduos a comportamentos inexplicáveis, não fosse o baixo nível
emocional em que se encontram, aumentam voluptuosamente a violência, o
sexismo sempre exaltado e disputado, como artigo de uso exaustivo, devorador.
As antigas cidades de Sodoma e Gomorra parecem uma
caricatura singela da agressiva realidade hodierna. Condenadas, segundo a
tradição velho testamentária, foram destruídas de maneira inclemente.
De igual maneira, ocorre na atualidade a consumpção dos
corpos e das existências pelo desgaste exagerado das energias, no banquete
insaciável do gozo.
As ambições do luxo e da extravagância atingem índices de
quase loucura no exibicionismo virtual, no qual, os fenômenos da vaidade
alcançam o requinte da ausência de pudicícia e privacidade. Expõe-se o real e
o fantasioso com naturalidade, chegando-se à extravagância em detrimento do
equilíbrio e da sensatez.
A tecnologia que tantos benefícios tem ensejado à cultura
social, torna-se objeto de projeção pessoal e de inveja para os menos
favorecidos.
Duas classes destacam-se no relacionamento humano: a dos
que possuem e a dos carentes. Entre elas tem prioridade a dos que furtam e se
tornam criminosos por ódios e perversidades mal conduzidos, que pretendem
arrancá-los da miséria e os promoverem ao primeiro status.
Impossibilitados de adquirir recursos de forma lícita e
mediante o trabalho, acompanham o desfilar da futilidade dourada, desejando
igualar-se aos poderosos sem maior esforço de honra e sacrifício.
Discriminados pela pobreza e atormentados pela inveja, recorrem ao crime em
que se comprazem, aumentando os níveis de desconforto e insegurança dos
demais membros da sociedade.
Nesse báratro, a dor visível, disfarçada ou desconhecida,
estabelece pouso em todo o organismo social, chamando-o à razão mediante a
reflexão. Sem exceção, penetra tugúrios e mansões fiel ao seu papel de
auxiliar os Espíritos ao amadurecimento e ao bem proceder.
Enfermidades físicas e distúrbios psicológicos mesclam-se
nos seres humanos e os empurram, por falta de estrutura moral, a situações
deploráveis.
Tudo poderia ser resolvido de maneira simples e exitosa,
caso tivesse lugar nos comportamentos maior vigilância ao egoísmo e ao
orgulho, essas chagas purulentas que ainda predominam em a natureza humana.
Se fossem adotadas as propostas de Jesus como encontrar-se
a plenitude e se poderia viver em saudável ambiente de paz.
Procura experimentar viver um pouco mais Jesus.
Acalma as ansiedades do prazer por um pouco e silencia o
desespero que urde soluções perversas para as situações mais complexas e
tormentosas.
Pensa n’Ele, na Sua vida, na filosofia que propôs.
Traze-O para conviver no lar, no teu dia a dia, em tuas
emoções e pensamentos.
Familiariza-te com os Seus ensinamentos, incorporando-os
às tuas atividades.
Observa os tipos que Ele elegeu para conviver e ficarás
surpreso, considerando-se os preconceitos e caprichos da época, a situação
perversa e ingrata em que viviam os miseráveis. Foram esses, exatamente, aqueles
que eram detestados pela conduta que se permitiam, pela situação deplorável
em que viviam, que Ele elegeu para amigos e companheiros de convivência
diária, nas tascas ultrajantes e nas ruas do abandono, levando-lhes o
conforto e a esperança.
Com facilidade, no entanto, trasladava-se das baiucas
sórdidas para as multidões que orientava, dando diretrizes para a edificação
do reino de paz e de alegria nas paisagens destroçadas do coração.
Pergunta-Lhe, quando estiveres em dúvida, qual a melhor
solução, que faria Ele em teu lugar?
Descobrirás a verdadeira ventura que não te impedirá de
viver no mundo, após superadas as ilusões, as fantasias de efeito frustrante.
No contato com Ele passarias a ver beleza e encantamento num grão de areia
como numa estrela de primeira grandeza, tanto quanto no sorriso descontraído
de uma criança ou na lágrima na face de um ancião.
Na convivência com
Ele aprenderias a ter paciência e a harmonizar-te, conseguindo tornar-te um
evangelho de feitos.
Não consideres as quinquilharias que abarrotam os espaços
domésticos mais importantes do que os tesouros que Ele oferece e apenas
ocupam a mente e o sentimento, acompanhando-te sempre.
Lê mais os Seus ensinamentos e impregna-te deles.
Conhecerás a razão do existir e trilharás a via que conduz
ao pouso de segurança.
Se conseguires conduzir Jesus ao teu lar, de imediato Ele
irá possuindo o teu coração e tudo se transformará em tua vida, ensejando-te
a conquista da plenitude.
Imagina o que aconteceu a Zaqueu e família naquela noite
em que Ele dormiu no seu ninho doméstico! Quais teriam sido os temas tão
extraordinários que modificaram completamente a existência do detestado
cobrador de impostos? Qual a psicosfera que permaneceu naquele lar, após a
saída d’Ele, que fez o homem infeliz dedicar-se no fim da vida ao ministério
do amor e da caridade?
|