Durante o trânsito carnal é possível que não te dês conta da fragilidade na qual assentas as tuas aspirações e trabalhas os teus planos.
Não poucas vezes tens a
impressão que o carro orgânico prosseguirá deslizando pelas estradas
atapetadas da juventude, do prazer, das programações agradáveis. Enfermidade,
sofrimento, desar, envelhecimento e morte, supões, são ocorrências que
atingem apenas as outras pessoas, nunca a ti.
Pensavas que o anjo da
morte somente descesse as suas asas sobre os outros, a fim de arrebatá-los,
não imaginando que isso pudesse ocorrer também contigo...
Lentamente, porém,
despertas para a realidade corporal.
A forma física apolínea
ou venusina, a mocidade risonha e o encantamento feliz cedem lugar às
modificações naturais quão inevitáveis da estrutura física, ao
envelhecimento, à decrepitude, aos dissabores, quando a morte não os precede,
inesperada, implacavelmente.
Os acidentes de
veículos arrebatam vidas humanas com volúpia crescente, e os esportes, violentos
quanto perigosos, carregam homens e mulheres juvenis, demostrando que não há
prazo estabelecido para o encerramento da jornada, nem preferência exclusiva
pelos enfermos, pelos desditosos e pelos envelhecidos...
É necessário que
acordes para os impositivos da imortalidade, conscientizando-te dos elevados
objetivos da existência corporal.
Estás mergulhado no
oceano da imortalidade, queiras ou não.
O corpo, de que o
Espírito se utiliza, é qual escafandro adequado para a experiência da evolução
mediante o processo reencarnatório.
É útil, e resguarda o
mergulhador, mas tem utilidade limitada, efêmera, que cessa, logo esteja concluído
o objetivo para o qual é utilizado.
A vida não sucumbe no
momento da morte.
Se tal ocorresse, ela
mesma seria paradoxal, destituída de sentido real.
Tudo no mundo
experimenta contínuas transformações, incessantes alterações, por que o ser humano
deve sucumbir?
Faze uma análise mais
profunda e perceberás que o milagre da imortalidade se apresenta em todo o
processo da evolução.
Há um incessante
progresso natural e um inestancável desenvolvimento, que se apresentam a cada
momento, sempre mais enriquecedores, intérminos.
A vida, como consequência,
não cessa, pois, prosseguindo, abençoada e alvissareira após o túmulo, dando
curso a esse movimento de sublimação.
Reflexiona a respeito
da transitoriedade carnal, e elabora programas de qualidade superior, a que
possas dar prosseguimento quando encerrares o ciclo orgânico.
Viverás, e serás
caracterizado pelos teus pensamentos, palavras e ações da atualidade, que ressumarão
do inconsciente, tomando-te por inteiro e vitalizando-te.
Pensa, fala e age,
portanto corretamente, a fim de que despertes feliz após a tumba.
O mesmo ocorrerá com
todos a quem amas ou não – eles viverão.
Aqueles que te
anteciparam na viagem de retorno, esperam-te.
Não os pranteies em
desespero, nem duvides da sua existência.
Recorda-os com carinho,
e envia-lhes pensamentos bons, saudáveis, rememorando-os nos momentos felizes
que tiveram, quando estavam na Terra.
Essa evocação
alcançá-los-á com ternura e os despertará se estiverem adormecidos, assim como
os felicitará, caso se encontrem lúcidos.
Mantém com eles os
vínculos de amor que te sustentarão nos fios da esperança em favor do breve
reencontro feliz.
Jesus retornou da
sepultura em exuberante imortalidade, a fim de nos oferecer para sempre a
certeza de que a existência corporal passa com brevidade, mas a vida infinita
e grandiosa jamais se interromperá.
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Joanna de Ângelis - Página
psicografada pelo médium Divaldo P. Franco, em 8-9-1997, no Centro Espírita
Caminho da Redenção, em Salvador – BA