Depois de suas
primeiras etapas, o Espiritismo, aguerrido, desembaraçando-se cada vez mais
das obscuridades que lhe serviram de fraldas, em breve fará sua aparição na
grande cena do mundo.
Os acontecimentos
marcham com tal rapidez que não se pode ignorar a poderosa intervenção dos
Espíritos que presidem aos destinos da Terra. Há como que um estremecimento
íntimo nos flancos do vosso globo, em trabalho de gestação; novas raças saídas
das altas esferas vêm rodopiar em torno de vós, esperando a hora de sua
encarnação messiânica, e para isto se preparando pelo estudo das vastas
questões que hoje agitam a Terra.
De todos os lados veem-se
sinais de decrepitude nos usos e legislações, que não mais estão de acordo
com as ideias modernas. As velhas crenças adormecidas há séculos parecem despertar
de seu torpor secular e se admiram de se verem em luta com novas crenças,
emanadas dos filósofos e dos pensadores deste e do século passado. O sistema
degenerado de um mundo que não passava de um simulacro, se esboroa ante a
aurora do mundo real, do mundo novo. A lei de solidariedade, da família
passou aos habitantes dos Estados, para em seguida conquistar a Terra
inteira; mas esta lei tão sábia, tão progressiva, essa lei divina, numa
palavra, não se limitou a esse resultado único; infiltrando-se no coração dos
grandes homens, ensinou-lhes não só que ela era necessária ao grande
melhoramento da vossa habitação, mas que se estendia a todos os mundos do
vosso sistema solar, para de lá se estender a todos os mundos da imensidade!
É bela essa lei de
solidariedade universal, porque nela se encontra essa máxima sublime: Todos
por um e um por todos.
Eis, meus filhos, a
verdadeira lei do Espiritismo, a verdadeira conquista de um futuro próximo.
Marchai, pois, imperturbavelmente em vossa estrada, sem vos preocupar com as zombarias
de uns e o amor próprio ferido de outros. Estamos e ficaremos convosco, sob a
égide do Espírito de Verdade, meu e vosso mestre.
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Erasto – Revista
Espírita – Fevereiro/1868
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