sábado, 23 de agosto de 2025

No serviço mediúnico

 

“Há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo.” — Paulo (I Coríntios, 12:4)

 

Examinando os dons espirituais ou, mais propriamente, as faculdades mediúnicas, entre os aprendizes do Evangelho, o apóstolo Paulo afirma categórico no capítulo doze de sua primeira epístola aos coríntios:

— “Há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo, há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo e há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. A manifestação do Espírito, porém, é concedida a cada um para o que for útil, pois que a um, pelo Espírito, é dada a palavra da sabedoria, e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da Ciência; a outro, pelo mesmo Espírito, a fé, e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar; a outro, a operação de fenômenos e a outro a profecia; a outro, o dom de discernir os Espíritos e a outro a variedade de línguas, e, ainda a outro, a interpretação das línguas. Mas um só e o mesmo Espírito opera todas essas coisas, repartindo particularmente a cada um como lhe apraz.”

Parece incrível que explicações tão claras ao redor da mediunidade tenham vindo à luz há dezenove séculos, traçando diretrizes e especificando deveres, pela mão firme daquele que se constitui em amigo fiel da gentilidade.

Qual disse outrora Paulo, relembremos hoje que a mediunidade é cedida a cada um para o que for útil.

É por isso que, nos quadros da ação espírita, temos instrumentos mediúnicos para o esclarecimento, para a informação, para o reconforto, para a convicção, para o fenômeno, para o socorro aos enfermos, para as manifestações idiomáticas, para a interpretação e para o discernimento, tanto quanto para numerosas outras peculiaridades de serviço; entretanto, nós todos, tarefeiros encarnados e desencarnados que procuramos a nossa regeneração no Evangelho, devemos saber que o Bem de Todos é a luz do Espírito Glorioso de Jesus Cristo que precisamos refletir, nesse ou naquele setor do trabalho.

Abstenhamo-nos, assim do contato com as forças que operam a perturbação e a desordem, visíveis ou invisíveis, na certeza de que daremos conta dos dotes mediúnicos com que fomos temporariamente felicitados, porque o Espírito do Senhor, por seus Mensageiros, nos aquinhoa com esse ou aquele empréstimo de energias medianímicas, a título precário, para a nossa própria edificação e segundo as nossas necessidades.

 

Emmanuel / Chico Xavier

Livro: Palavras de Vida Eterna – Lição 42



domingo, 17 de agosto de 2025

Se andarmos na luz

 

“Se andarmos na luz como Ele está, temos comunhão uns com os outros…” — João (I João, 1:7)

 

 

Tanta vez, dissensões e incompreensões nos separam… Resoluções da vida particular, incompatibilidades, interpretações discordantes, ressentimentos.

E, com isso, consideráveis perdas de tempo e trabalho nos arruínam as tarefas e perturbam a vida.

Retiramo-nos do campo de serviço, prejulgamos erroneamente pessoas e fatos, complicamos os problemas que nos dizem respeito e desertamos da obra a realizar…

Contudo, não nos sobrevirão semelhantes desastres, se andarmos na luz, porque, na claridade irradiante do Mestre, compreenderemos que todos partilhamos as mesmas esperanças e as mesmas necessidades.

Se nos movimentarmos ao Sol do Evangelho, saberemos identificar o infortúnio, onde cremos encontrar simplesmente rebeldia e desespero, e a chaga da ignorância, onde supomos existir apenas maldade e crime… Perceberemos que o erro de muitos se deve à circunstância de não haverem colhido as oportunidades que nos felicitam a existência, e reconheceremos que, situados nas provas que motivaram a dor de nossos irmãos caídos em delinquência, talvez não tivéssemos escapado à dominação da sombra.

É que a luz do Senhor nos fará sentir o entendimento real…

Não bastará, no entanto, que ela fulgure tão somente em nossa razão e pontos de vista. É necessário andarmos nela, assimilando-lhe os sagrados princípios, para que assinalemos em nós a presença da verdadeira caridade, a alavanca divina que, por agora, é a única força capaz de sustentar-nos em abençoada comunhão uns com os outros.

 

Emmanuel / Chico Xavier

Livro: Palavras de Vida Eterna – Lição 41



sábado, 9 de agosto de 2025

Missão Paterna: Luz no lar, semente para o mundo

 


No mês em que convencionamos homenagear os pais, recordemos o que nos esclarece O Livro dos Espíritos, na questão 582, quando Allan Kardec pergunta aos Guias da Humanidade se poderia considerar como missão a paternidade, obtendo como resposta, logo em seu início, uma afirmativa categórica: “É, sem contestação possível, uma verdadeira missão.”

Se é assim, uma missão incontestável, cabe a todos nós, que assumimos a incumbência de desempenhar essa tarefa, refletir sobre como temos agido para alcançar bons resultados em cada capítulo da história que escrevemos, dia após dia, em nossa existência.

Diz-nos ainda o Espírito da Verdade, na mesma questão mencionada: “Deus colocou o filho sob a tutela dos pais, a fim de que estes o dirijam pela senda do bem,  e lhes facilitou a tarefa dando àquele uma organização física débil e delicada, que o torna propício a todas as impressões. [...]”

Eis, portanto, nossa grave responsabilidade, assumida perante Aquele que tudo sabe. Comprometemo-nos a receber sob nossa guarda outras criaturas do Seu imenso Amor e Bondade, para, como ourives da beleza interior, trabalharmos com esmero e equilíbrio as joias preciosas que recebemos como nossos filhos.

Passamos pela experiência como filhos, aprendendo a honrar nossos pais, conforme nos recomenda a Escritura. Agora, ocupando a outra posição, tornamo-nos instrumentos da Providência Divina para contribuir com nosso quinhão no tão esperado melhoramento moral da sociedade humana terrena.

Estamos reunidos, entre as paredes dos nossos lares, como Espíritos ainda em processo de aperfeiçoamento, incompletos, muitas vezes sem nos reconhecermos como credores e devedores uns dos outros. Mas, confiando na Misericórdia Divina, é preciso seguir adiante, trilhando as veredas do progresso, valendo-nos de todos os recursos possíveis para cumprir esses compromissos — dentro da simplicidade que a vida nos permite, longe da busca pela evidência, que pode envenenar nossos melhores esforços rumo ao cumprimento dessa missão.

Lembremos de José da Galileia: “...houve tempo em que Maria e o Cristo foram confiados pelas Forças Divinas a um homem [...]. [...] Embora honrado pela solicitação de um anjo, nunca se vangloriou de dádiva tão alta.”¹ Honrou seu compromisso no “divino silêncio de Deus”¹, oferecendo-lhes tudo o que pôde, mantendo assim a porta aberta para o florescimento do Cristianismo.

Não nos permitamos o desvio nem a queda espetacular, relegando a segundo plano essa tarefa que deve estar sempre em primeiro. Afinal, participamos, como cocriadores em plano menor, da formação da grande humanidade.

Aprendamos a lidar, dentro da nossa microssociedade, com respeito, apoio e afeto — semeando, assim, para a grande colheita que advirá no cumprimento da promessa da Vida Abundante.

 

Lembrando o Dia dos Pais,
Do mais rico aos mais plebeus,
Festejemos nesta data,
O Grande Dia de Deus.

(Auta de Souza)

 

1 –   José da Galileia - Levantar e seguir – Cap. 6 – Emmanuel / F. C. Xavier 

Gilson Pereira – DCSE/CEJG


Enquanto podes

 

“Tu, porém, por que julgas teu irmão? e tu, por que desprezas o teu? pois todos compareceremos perante o Tribunal do Cristo.” — Paulo (Romanos, 14:10)

 

Constrangido a examinar a conduta do companheiro, nessa ou naquela circunstância difícil, não lhe condenes os embaraços morais.

Lembra-te dos dias de cinza e pranto em que o Senhor te susteve a queda a poucos milímetros da derrota.

Não te acredites a cavaleiro dos novos problemas que surgirão no caminho…

Todo serviço incompleto, que deixaste na retaguarda, buscar-te-á, de novo, o convívio para que lhe ofereças acabamento. E o remate legal de todas as nossas lutas pede o fecho do amor puro como selo da Paz Divina.

As pedras que arremessaste ao telhado alheio voltarão com o tempo sobre o teto em que te asilas, e os venenos que destilaste sobre a esperança dos outros tornarão, no hausto da vida, ao clima de tua própria esperança, testando-te a resistência.

Aprende, pois, desde hoje, a ensaiar tolerância e entendimento, para que o remédio por ti mesmo encomendado às mãos do “agora” não te amargue a existência, destruindo-te o coração.

Toda semente produz no solo do tempo e as almas imaculadas não povoam ainda a Terra. Distribui, portanto, a paciência e a bondade com todos aqueles que se enganaram sob a neblina do erro, para que te não faltem a paciência e a bondade do irmão a que te arrimarás no dia em que a sombra te ameace o campo das horas.

Auxilia, enquanto podes.

Ampara, quanto possas.

Socorre, quanto possível.

Alivia, quanto puderes.

Procura o bem, seja onde for.

E, sobretudo, desculpa sempre, porque ninguém fugirá do exato julgamento na Eterna Lei.

 

Emmanuel / Chico Xavier

Livro: Palavras de Vida Eterna – Lição 40


sábado, 2 de agosto de 2025

No auxílio a todos

 

“Pelos reis e por todos os que estão em eminência, para que tenhamos uma vida justa e sossegada em toda a piedade e honestidade.” — Paulo (I Timóteo, 2:2)

 

Comumente, em nossos recintos de conversação e prece, voltamo-nos compassivamente para os nossos companheiros menos felizes no mundo.

Apiedamo-nos sem dificuldade dos enfermos e dos desesperados, dos que se afundaram nas águas lodosas da miséria ou que foram vitimados por flagelos públicos.

Oramos por eles, relacionando-lhes as necessidades que tentamos socorrer na medida de nossos recursos.

Entretanto, o Apóstolo Paulo, em suas recomendações a Timóteo, lembra-nos o amparo espiritual que devemos a quantos suportam na fronte a coroa esfogueante da autoridade, comandando, dirigindo, orientando, esclarecendo e instruindo…

São eles, os nossos irmãos conduzidos à eminência do poder e da fortuna, da administração ou da liderança, que carregam tentações e provas ocultas de toda espécie, padecendo vicissitudes que, muita vez, se retratam de lamentável maneira nas coletividades que influenciam.

À feição de pastores dementados, quando se não compenetram dos deveres que lhes são próprios, sofrem perturbações aflitivas que se projetam sobre as ovelhas que lhes recolhem a atuação, criando calamidades morais e moléstias coletivas de longo curso, que atrasam a evolução e atormentam a vida.

Não nos esqueçamos, pois, da oração pelos que dirigem, auxiliando-os com a bênção da simpatia e da compaixão, não só para que se desincumbam zelosamente dos compromissos que lhes selam a rota, mas também para que vivamos, com o sadio exemplo deles, na verdadeira caridade uns para com os outros, sob a inspiração da honestidade, que é base de segurança em nosso caminho.

 

Emmanuel / Chico Xavier

Livro: Palavras de Vida Eterna – Lição 39