Cornélio Pires nasceu em Tietê, São Paulo, em
1884, e desencarnou em 1958, na capital paulista. De personalidade marcante,
destacou-se em todo o Brasil ao percorrer cidades do interior como humorista
caipira, aproximando-se do povo simples e valorizando a cultura popular.
Inicialmente, sonhava em seguir carreira na área da farmácia, mas, diante de um
insucesso em concurso, optou pelo jornalismo, atuando em veículos de prestígio
como O Comércio de São Paulo, O Estado de São Paulo e O Pirralho. Sua atuação
chamou a atenção de importantes escritores e jornalistas que exaltaram seu
talento, generosidade e dedicação à cultura nacional.
Em 1910, lançou Musa Caipira, obra amplamente
elogiada pela crítica, especialmente por seu valor literário e pela preservação
de expressões e costumes do Brasil interiorano. Escritores como Sílvio Romero
destacaram a originalidade, o humor e a espontaneidade presentes em seus
textos, que se tornaram documentos preciosos da linguagem popular. Cornélio foi
incentivado por intelectuais como Amadeu Amaral a se tornar divulgador do
folclore brasileiro, função que exerceu com grande paixão e reconhecimento.
No campo religioso, Cornélio buscou
inicialmente o Presbiterianismo, mas não se identificou com as interpretações
rígidas e a ideia de penas eternas. Durante suas viagens, presenciou fenômenos
mediúnicos que despertaram seu interesse pelo Espiritismo. Estudou obras de
Allan Kardec, Léon Denis e outras psicografadas por Chico Xavier, tornando-se
adepto da Doutrina Espírita. Dedicou-se ao estudo de fenômenos de efeitos
físicos e escreveu livros como Coisas do Outro Mundo e Onde estás, ó morte?,
demonstrando sua adesão firme ao Espiritismo e sua crença na fé raciocinada.
Ao longo da vida, Cornélio publicou uma vasta
bibliografia, reunindo poesias, contos, crônicas, peças teatrais e livros de
humor, sempre valorizando a linguagem caipira e a cultura popular. Fundou ainda
o "Teatro Ambulante Cornélio Pires", que percorreu diversas cidades
levando arte e alegria às populações locais. Pouco antes de sua desencarnação,
retornou a Tietê, onde criou a "Granja de Jesus", destinada ao amparo
de crianças desamparadas, embora não tenha visto sua conclusão.
Cornélio Pires deixou um legado profundo como
escritor, humorista, divulgador do folclore e espírita convicto. Sua vida foi
marcada pela defesa da simplicidade, do amor ao próximo e da difusão cultural e
espiritual. Para ele, o Espiritismo representava não apenas uma filosofia de fé
raciocinada, mas também um caminho de caridade e esclarecimento. Sua trajetória
permanece como exemplo de dedicação à cultura brasileira e à propagação da
mensagem espiritual.
Texto elaborado
com base na biografia constante do sítio da Federação Espírita Brasileira.
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