sábado, 6 de julho de 2019
A prece
Fénelon
– Revista Espírita-julho/1861
Somos de Deus
“Nós somos de Deus.” João (I João, 4:6)
Não nos é
fácil desvencilharmos dos laços que nos imantam aos círculos menos elevados
da vida aos quais ainda pertencemos.
Apesar de
nossa origem divina, mil obstáculos nos prendem à ideia de separação da
Paternidade Celeste.
Cega-nos o
orgulho para a universalidade da vida.
O egoísmo
encarcera-nos o coração.
A vaidade
ergue-nos falso trono de favoritismo indébito, buscando afastar-nos da
realidade.
A ambição
inferior precipita-nos em abismos de fantasia destruidora.
A revolta
forma tempestades de ódio sobre as nossas cabeças.
A ansiedade
fere-nos o ser.
E julgamos,
nesses velhos conflitos do sentimento, que pertencemos ao corpo físico, ao
preconceito multissecular e à convenção humana, quando todo o patrimônio
material que nos circunda representa empréstimo de forças e possibilidades
para descobrirmos nós mesmos, enriquecendo o próprio valor.
Na maioria
das vezes, demoramo-nos no sombrio cárcere da separação, distraídos,
enganados, cegos...
Contudo, a
vida continua, segura e forte, semeando luz e oportunidade para que não nos
faltem os frutos da experiência.
Pouco a
pouco, o trabalho e a dor, a enfermidade e a morte, compelem-nos a
reconsiderar os caminhos percorridos, impelindo-nos a mente para zonas mais altas.
Não desprezes, pois, esses admiráveis companheiros da jornada humana, porquanto,
quase sempre, em companhia deles, é que chegamos a compreender que somos de
Deus.
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Livro
Vinha de Luz – Emmanuel por Chico Xavier – Lição 84
Espiritismo e Evangelho
No desdobramento das atividades espiritistas, observamos os temperamentos
combativos que, a pretexto de combaterem antigos dogmas, outra coisa não
efetuam senão divulgar novas expressões dogmáticas de suas convicções
apaixonadas.
É indispensável que a mente dos estudiosos esteja em guarda sobre si
mesma, neste momento difícil do mundo, em que o barco dos princípios não pode
dispensar a bússola da verdadeira segurança.
Excedem-se as discussões, enquanto a edificação real aguarda os testemunhos
edificantes e sinceros.
Então, entre todas essas teses que provocam o atrito das opiniões, uma
se encontra de interesse palpitante para a compreensão definitiva do assunto.
Referimo-nos à de Espiritismo e Evangelho, para concluir que os novos
trabalhadores da Verdade muito se movimentam nesse setor, quando deveriam
observar o mais elevado ideal da união em tal sentido.
Do conceito de Espiritismo abusam todos os temperamentos apaixonados; do
conceito de Evangelho todos os espíritos cristalizados ou arbitrários, à
paixão sem rumo e à arbitrariedade orgulhosa produzem os dogmas modernos que
se combatem, mutuamente, oferecendo aos corações sinceros o espetáculo
doloroso de uma luta pela esterilidade.
De nossa parte consideramos, como está escrito, há vinte séculos, que
não é o discípulo maior que o seu mestre para reconhecermos que todas as
plataformas espiritistas, desde os primórdios da arregimentação doutrinária,
não podem prescindir da substância evangélica, nas suas mais insignificantes
afirmativas.
É necessário compreender-se que a Codificação inteira, para erguer-se no
mundo, socorreu-se dos espíritos evangelizados, na sua esfera de ação fora da
Terra.
Ela constitui a estrutura humana do edifício doutrinário, mas todo o
material da construção é do Cristo.
Poder-se-á objetar que o Espiritismo para triunfar precisa manter-se
numa linha exclusiva de movimento científico ou filosófico, entre as forças
morais que governam o mundo. Mas a hora presente é um desmentido ao conceito
de superioridade absoluta da Ciência e da Filosofia.
A atualidade está repleta de exemplos que desnorteiam os espíritos mais
avisados.
Há cientistas que só encontram motivo para detestarem o bem da vida e
filósofos que, no emaranhado dos raciocínios, acabam sem saber se eles
próprios são personalidades reais.
Os primeiros são doentes que não acreditam na saúde, os segundos são
enfermos inquietos que, à força de experimentarem os medicamentos mais
contraditórios, acabam intoxicados em suas energias vitais.
É por essa razão que o Cristo será sempre o Mestre, porque n’Ele repousa
o fundamento da elevação da vida.
De Sua exemplificação e Seus ensinos decorrem todos os motivos
substanciais da grande edificação, que os discípulos novos vêm efetuando, na
atualidade, junto às forças do mundo.
Claro está que, no desenvolvimento das realizações doutrinárias, todas
as experiências nobres devem ser cultivadas, salientando-se a Codificação
Kardequiana, aberta no Planeta como um elevado caminho para o luminoso horizonte
da Verdade Infinita.
Mas a nossa palavra nestas singelas apreciações possuem um outro
objetivo.
Não podemos discutir os triunfos mundanos da Doutrina, porque também as
religiões literatistas tiveram numerosos triunfos em todos os tempos, mas afirmamos
que, para que o Espiritismo esclareça, não pode em circunstância alguma
dispensar a sua característica Divina de Consolador prometido por Jesus à
humanidade, porque somente com o Evangelho poder-se-á edificar sobre a rocha
dos sentimentos puros e profundos.
É por esse motivo que o
discípulo novo precisa perguntar, em cada dia, não se está mais sério, mas se
está efetivamente melhor.
Aprende a sorrir para a dificuldade, envolvendo aqueles que a provocam em tua mensagem de simpatia. |
Emmanuel
/ Chico Xavier – Livro: Mentores e Seareiros
sábado, 29 de junho de 2019
Aspectos da dor
Os soluços de dor são compreensíveis até o ponto em que não atingem a
fermentação da revolta, porque, depois disso, se convertem todos eles em
censura infeliz aos planos do Céu.
A enfermidade jamais erra o endereço para suas visitas.
As lágrimas, em verdade, são iguais às palavras. Nenhuma existe
destituída de significação.
Somente chega a entender a vida quem compreende a dor.
A evolução regula também o sofrimento das criaturas e nelas se evidencia
mais superficial ou mais profunda, conforme o aprimoramento de cada uma.
Se você pretende vencer, não menospreze a possibilidade de amargar,
algumas vezes, a aflição da derrota como lição no caminho para o triunfo.
Aprende melhor quem aceita a escola da provação, porquanto, sem ela, os
valores da experiência permaneceriam ignorados.
A dor não provém de Deus, de vez que, segundo a Lei, ela é uma criação
de quem a sofre.
André Luiz / Chico Xavier – Livro: Estude e Viva
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