quinta-feira, 20 de julho de 2023

Viver em paz

 

Augusto Cezar / Chico Xavier – Livro: Presença de luz


Prezada irmã.

Recebi a carta em que a sua generosidade me pergunta como viver em paz, sem aversões e sem inimigos.

Creia que despendi muito tempo procurando um caminho para a resposta.

Meditei, meditei, até que um professor iluminado por muitas experiências, falou-me, bem-humorado:

— Augusto, sobre tranquilidade e inimigos, tenho uma pequena história que vale a pena ser contada.

E prosseguiu:

Nos tempos medievais, grande parte da Europa era recortada por numerosos domínios. Foi assim que existiu um reino na Itália, cujos habitantes se caracterizavam pelo gênio criativo e trabalhador. Tudo corria, por lá, às mil maravilhas, quando certa parte do território entrou em dificuldade para o relacionamento harmonioso dos cidadãos entre si.

Tudo começou com tricas domésticas que rapidamente degeneraram em conflitos sociais que se comunicaram à vida produtiva do País.

Desorganizara-se o trabalho, o ódio estabelecia a delinquência, a luta de classes oferecia péssimos exemplos à comunidade e, quando o desequilíbrio atingiu o auge, reuniram-se os soberanos com os juízes e conselheiros nos quais se inspiravam e resolveu-se que o filho único do casal fosse em missão punitiva ao encontro dos dissidentes, de modo a restaurar os princípios da segurança.

O jovem prometeu liquidar todos os inimigos do reino e, dias depois, cavalgando soberbo corcel, o rapaz, acompanhado de assessores, partiu em busca da recuada província que a rebeldia infestava.

Atingida a meta, os colaboradores do príncipe, com grande espanto, viram-no convidar as autoridades responsáveis pelos negócios do Estado para um entendimento em praça pública.

Marcado o dia para o diálogo aberto, notou-se que o rapaz iniciou a reunião, pedindo a Deus abençoasse a todos os que ali compareciam de boa vontade.

Finda a prece, requisitou o debate e, com admiração para todos os moradores do rebelado recanto, passou a perdoar todas as injúrias, assacadas contra a sua família; acatou as petições da justiça; mandou pagar as indenizações que lhe foram apresentadas com documentos justos e reorganizou o serviço das classes diversas e, em todas as manifestações, se comportou com tal bondade que, em poucos dias, a comissão vitoriosa retornava à capital com inúmeros protestos de paz e amizade, assinados por aqueles mesmos compatriotas dantes considerados subversivos.

Recebido pelos pais que já haviam colhido informações tendenciosas, com relação ao seu comportamento que, para muitos, expressava fraqueza e covardia, entregou os resultados da missão que executara sem ameaças e sem lágrimas, sem perseguição e sem morte.

Após o relatório a que se via compelido pela força das responsabilidades de que fora revestido, o pai levantou-se e indagou asperamente:

— Então, que fez você das ordens que lhe confiamos? Onde a sua promessa de nos destruir os inimigos?

O rapaz, surpreendido, respondeu com humildade:

— Pai, o mandato com que fui honrado foi honestamente cumprido. Anulei todos os nossos adversários, deles fazendo cooperadores e amigos. Não restou um só dos inimigos do reino, porquanto, foi possível transfigurar todos os nossos opositores em companheiros que passaram a trabalhar e a produzir para a comunidade com sinceridade e sensatez.

O genitor, confundido pela informação, permaneceu em silêncio, ignorando como reformular o assunto, mas a soberana, de coração compreensivo e justo, adiantou-se para o moço e concluiu o episódio, falando-lhe com o manifesto carinho maternal:

— Deus o abençoe, meu filho! Todas as suas providências foram louváveis. Muitos ganham a guerra, mas você ganhou a paz que nos beneficia a todos e precisamos reconhecer que sem paz é impossível sustentar o trabalho do bem.

Esta é a ligeira história que, de minha parte, igualmente lhe ofereço por modelo da vida em paz. Não sei se consegui satisfazê-la, mas acredite que fiz aqui o melhor que se me fez possível. Se não pude, porém, responder aos seus argumentos com clareza, terei muita satisfação em dialogar consigo outra vez.


quarta-feira, 19 de julho de 2023

Brilhe vossa luz

No serviço de paz do amor cristão,

Brilhe na Terra em sombra a vossa luz!

Seja o Eterno Evangelho de Jesus

O roteiro de vosso coração.

 

Não vos perturbe o campo de aflição

A que o mundo das trevas se conduz.

Sede fiéis!… Tomai vossa cruz

Seguindo o Mestre para a Redenção…

 

Vivei o ministério salvador

Da Vontade Divina do Senhor

Na batalha incessante contra o mal,

 

Ao salário da vida, fazei jus!

Onde estiverdes, brilhe a vossa luz

Para a glória do Espírito Imortal!

 

João de Deus / Chico Xavier

Livro: Coletânea do Além


terça-feira, 18 de julho de 2023

Petição de paz

 


Senhor Jesus!

Auxilia-nos a construir a paz onde estivermos.

Faze-nos extinguir a discórdia pela prática do amor que nos ensinaste.

Senhor, inspira-nos a palavra, a fim de desculparmos aos nossos semelhantes, para que sejamos desculpados, e a compreendê-los para que sejamos compreendidos.

Auxilia-nos a entender que não estaremos tranquilos, sem servir-nos espontaneamente uns aos outros.

Guia-nos para a aceitação de tuas diretrizes, de modo a reconhecermos que todos somos irmãos e filhos do mesmo Pai; e ampara-nos o coração de modo a sabermos que é possível usufruir a felicidade de estarmos contigo desde hoje, tanto quanto estás conosco, agora e sempre.

 

Assim seja!

 

Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Uma vida de amor e caridade



segunda-feira, 17 de julho de 2023

Embainha tua espada

 “Embainha tua espada…” — Jesus. (João, 18:11)

A guerra foi sempre o terror das nações.

Furacão de inconsciência, abre a porta a todos os monstros da iniquidade por onde se manifesta. O que a civilização ergue, ao preço dos séculos laboriosos de suor, destrói com a fúria de poucos dias.

Diante dela, surgem o morticínio e o arrasamento, que compelem o povo à crueldade e à barbaria, através das quais aparecem dias amargos de sofrimento e regeneração para as coletividades que lhe aceitaram os desvarios.

Ocorre o mesmo, dentro de nós, quando abrimos luta contra os semelhantes…

Sustentando a contenda com o próximo, destruidora tempestade de sentimentos nos desarvora o coração. Ideais superiores e aspirações sublimes longamente acariciados por nosso Espírito, construções do presente para o futuro e plantações de luz e amor, no terreno de nossas almas, sofrem desabamento e desintegração, porque o desequilíbrio e a violência nos fazem tremer e cair nas vibrações do egoísmo absoluto que havíamos relegado à retaguarda da evolução.

Depois disso, muitas vezes devemos atravessar aflitivas existências de expiação para corrigir as brechas que nos aviltam o barco do destino, em breves momentos de insânia…

Em nosso aprendizado cristão, lembremo-nos da palavra do Senhor:

— “Embainha tua espada…”

Alimentando a guerra com os outros, perdemo-nos nas trevas exteriores, esquecendo o bom combate que nos cabe manter em nós mesmos.

Façamos a paz com os que nos cercam, lutando contra as sombras que ainda nos perturbam a existência, para que se faça em nós o reinado da luz.

De lança em riste, jamais conquistaremos o bem que desejamos.

A cruz do Mestre tem a forma de uma espada com a lâmina voltada para baixo.

Recordemos, assim, que, em se sacrificando sobre uma espada simbólica, devidamente ensarilhada, é que Jesus conferiu ao homem a bênção da paz, com felicidade e renovação.

Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Fonte Viva – Cap. 114


sábado, 15 de julho de 2023

Mais Luz - Edição 639 - 16/07/2023

 

Venha ler e refletir conosco em mais uma edição do nosso boletim eletrônico semanal:

https://mailchi.mp/71873e4feb59/todos-os-dias

 

·       Todos os dias - Meimei

·       Ante o Evangelho: A indulgência

·       Mensagem da semana: Busquemos o melhor – Fonte Viva, 113

·       Poema: Sempre o bem – Maria Dolores

·       Oração: Prece por visão - Emmanuel



Boa ação é doação!

 



Nossa Instituição foi uma das beneficiadas na Campanha de Arrecadação de Alimentos promovida pelo CNA juntamente com seus alunos!! Agradecemos pela parceria e confiança!!

DAPSE/CEJG

quinta-feira, 13 de julho de 2023

Todos os dias

 


Pedes orientação para as tarefas que te cabem.

Comecemos pela primeira de todas: A construção da bondade e da simpatia para com os outros.

Não somente para com aqueles que te aguardam a fatia de pão ou que se te abeiram do caminho como que vestidos de chagas.

Compadece-te também de quantos te pareçam autossuficientes.

Aquele homem de duro semblante na administração que não te pode atender as requisições de favor, muitas vezes, chora, às ocultas, ao refletir no filho doente.

O atleta que aplaudes, em muitas ocasiões, se exibe com sacrifício por dedicar-se, em pensamento, ao pai enfermo que lhe reclama a visita no sanatório.

O industrial que supuseste frio e desatento, ao receber-te, é um companheiro preocupado consigo mesmo, já que se vê amargurado por severo regime, de maneira a não cair no coma diabético.

A dama que te tratou com reserva, no encontro social, fornecendo a ideia de desagrado e distância, não agiu dessa forma, esnobando orgulho e vaidade, e sim por achar-se traumatizada com a morte de um filho em desastre recente.

A jovem que se te figurou demasiado fútil e leviana, na casa de festas em que buscaste entretenimento, não é tão livre como julgaste, pois vive escravizada aos sofrimentos de pobre mãe paralítica que lhe espera a presença e o dinheiro, no anseio de melhorar-se.

O companheiro que não te cumprimentou na rua tem agora a miopia mais avançada e aquele outro que costuma responder-te às palavras fraternas, com indiferença e pigarro, traz consigo a provação da surdez que ele esconde compreensivelmente, receando lhe falte o trabalho convencional.

Onde estiveres, habitua-te a compreender e a desculpar.

É verdade que sofres no caminho que a vida te deu a percorrer, entretanto, muitos daqueles que te cercam suportam tribulações muito mais graves que as tuas.

Os grupos sociais na Terra já promulgaram admiráveis dias do calendário para lembranças e homenagens especiais.

Temos os dias das mães, das crianças, dos professores, das telefonistas, dos operários… Creio, porém, que se pudéssemos indagar de Jesus, sobre o assunto, o Senhor nos aprovaria todas as escolhas, mas, decerto, nos solicitaria o cuidado de resguardar todos os dias da vida, sejam eles quais sejam, no culto do amor e da compaixão.

 

Meimei / Chico Xavier – Livro: Sentinelas da alma



quarta-feira, 12 de julho de 2023

Prece por visão II

 


Senhor!

Ensina-me a ver as minhas próprias faltas, auxiliando-me a corrigi-las, para que eu faça o melhor de mim, segundo os teus desígnios.

Entretanto,

Senhor, apaga-me a vocação de descobrir as faltas alheias, a fim de que a tua paz me fortaleça o coração.

Assim seja.

 

Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Material de construção

terça-feira, 11 de julho de 2023

Sempre o bem

Bendito sejas, coração amigo,

Buscando construir e elevar para o bem

Sem destacar a treva

Nem ferir a ninguém.

 

Deus te guarde na lei do auxílio que nos rege

Sempre que te dediques a expressar-te,

À Excelsa Providência determina

Que a bênção do socorro esteja em toda parte.

 

Quem de nós, aprendizes do progresso,

Estará esquecendo orgulho, possessão, vaidade, força bruta?

Sem o amparo de alguém que nos tolere

E nos minore a luta?

 

Não vale maldizer a sombra em torno,

Basta a fim de arredá-la humilde vela acesa,

Unir e melhorar, ajudar e servir

São determinações da natureza.

 

Um pântano qualquer pode fazer-se, um dia,

Campina surpreendente, em fruto e flor,

Mas não prescindirá de mãos amigas

Que lhe estendam recurso, auxílio e amor…

 

Fita a cachoeira em ápices de força…

Sem alguém que lhe oferte o controle da usina.

É grandeza de ação deficitária,

Alto poder entregue à indisciplina.

 

Certo bloco de mármore do monte

Rolou a flagelar canteiros de verdura,

Mas um artista a educá-lo, dia a dia,

Dele fez obra-prima de escultura.

 

Pensemos quanto a isso, alma querida,

Estendendo a esperança, ante a força do bem;

Quem procura no amor a elevação da vida,

Não se detém no mal, nem censura a ninguém.


 

Maria Dolores / Chico Xavier

Livro: Tempo de luz

 


segunda-feira, 10 de julho de 2023

Busquemos o melhor

 “Por que reparas o argueiro no olho de teu irmão?” — Jesus. (Mateus, 7:3)

 

A pergunta do Mestre, ainda agora, é clara e oportuna.

Muitas vezes, o homem que traz o argueiro num dos olhos traz igualmente consigo os pés sangrando. Depois de laboriosa jornada na virtude, ele revela as mãos calejadas no trabalho e tem o coração ferido por mil golpes da ignorância e da inexperiência.

É imprescindível habituar a visão na procura do melhor, a fim de que não sejamos ludibriados pela malícia que nos é própria.

Comumente, pelo vezo de buscar bagatelas, perdemos o ensejo das grandes realizações.

Colaboradores valiosos e respeitáveis são relegados à margem por nossa irreflexão, em muitas circunstâncias simplesmente porque são portadores de leves defeitos ou de sombras insignificantes do pretérito, que o movimento em serviço poderia sanar ou dissipar.

Nódulos na madeira não impedem a obra do artífice e certos trechos empedrados do campo não conseguem frustrar o esforço do lavrador na produção da semente nobre.

Aproveitemos o irmão de boa vontade, na plantação do bem, olvidando as nugas que lhe cercam a vida.

Que seria de nós se Jesus não nos desculpasse os erros e as defecções de cada dia?

E, se esperamos alcançar a nossa melhoria, contando com a benemerência do Senhor, por que negar ao próximo a confiança no futuro?

Consagremo-nos à tarefa que o Senhor nos reservou na edificação do bem e da luz e estejamos convictos de que, assim agindo, o argueiro que incomoda o olho do vizinho, tanto quanto a trave que nos obscurece o olhar, se desfarão espontaneamente, restituindo-nos a felicidade e o equilíbrio, através da incessante renovação.

 

Emmanuel / Chico Xavier – Livro: Fonte Viva – Cap. 113